quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Lula critica "pequenez" do debate político e se defende de falta de reforma tributária


27/08/2009


Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reclamar nesta quinta-feira que muitas vezes o noticiário prioriza os fatos ruins e deixa de lado as coisas boas. Lula disse que é comum na política aumentar a dimensão dos fatos e "fazer muito barulho por nada".

Segundo o presidente, o país deixou de conquistar avanços por dois séculos por causa das divergências políticas que ganharam maiores proporções. "Não podemos permitir que a pequenez política, que esses debates menores, atrapalhem o caminho desse país. Perdemos o século 19, o século 20 e não podemos perder o século 21", afirmou.

O presidente disse que ao assumir a Presidência e começar uma nova política de comércio internacional foi criticado por analistas econômicos e até chamado de louco.

"De vez em quando, o barulho político é maior que as coisas que acontecem. As notícias negativas são maiores que as coisas boas que acontecem. Em 2004 a economia cresceu 5,8 como há muitas décadas não via e nunca viu os analistas que escreveram contra assinar um rodapé pedindo desculpas", disse.

O presidente disse ainda que não vai descuidar das políticas de governo para se dedicar à sucessão presidencial de 2010. "Não pense que a campanha política me fará alguma coisa que para quem ganhar o jogo seja prejudicado. Não pense que vou brincar com a política fiscal ou a inflação.

No discurso de posse dos novos conselheiros do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), o presidente elogiou a postura do órgão no auxílio às decisões do governo e disse que nunca cobrou apoio irrestrito porque entende que a democracia permite diversidade de opiniões. O presidente, no entanto, disse que esta liberdade abre espaço para críticas nem sempre justas.

O presidente ainda disse que não pode ser cobrado pela falta de uma reforma tributária, reclamando da falta de empenho do Congresso e da resistência dos governadores.

"Nós não vamos ainda ver neste ano ver a política tributária aprovada, pouca gente terá condições de me cobrar, porque em oito anos mandei duas propostas ao Congresso. A primeira só saiu do papel na parte do governo federal, e não andou na parte dos estaduais. A segunda não avançou porque cada um de nós tem uma política tributária na cabeça. Cada um tem a sua na cabeça que é resultado do corporativismo. E as coisas não andam", disse.

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