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Dessa vez eu vou discordar do meu amigo Eduardo Guimarães, que criticou o PT por ter veiculado uma propaganda acusada de ferir a legislação eleitoral. Por incrível que pareça, a oposição diz que não vai, ao menos por enquanto, contestar judicialmente. É claro que temos que esperar eles lerem os jornais, conversarem com alguns colunistas, para que decidam se devem fazê-lo ou não. Afinal eles não tem vontade própria. Com um ou dois editoriais, os jornalões conduzem os tucanos, pela coleira, para onde lhes aprouver.
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Os líderes da coordenação serrista declararam que irão fazer igual ao PT. Com certeza iriam fazer o mesmo de qualquer jeito. Por isso o PT agiu certo em ser ousado.
Eu assisti a propaganda do PT e não vi nada demais. O Brasil todo já está mobilizado em torno das eleições. Os noticiários estão repletos de referências às palavras e ações dos candidatos. O povo precisa ser informado politicamente, até para que ele vivencie, juntamente com a classe média que lê blogs, esse momento dramático da democracia brasileira. As camadas mais altas da sociedade podem se informar através das novas tecnologias, pode saber quem é Dilma e quem é Serra, pode entrar em sites tucanos e petistas e comparar dados. O pobre não. E como não tem a informação, o pobre se encontra marginalizado do debate político.
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Foi um programa extremamente bem feito, e a gritaria da oposição é um sinal de que Dilma conseguiu pisar bem no meio do pé deles.
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Dilma foi ministra da Casa Civil por mais de 6 anos e, portanto, mesmo que não fosse candidata à presidente da república, seria a figura mais eminente no governo Lula, depois do próprio, é claro. Mas ela é candidata, ou pré-candidata, e nessa posição é natural e necessário que apareça na tv para que os brasileiros possam conhecê-la. Se nós, que vivemos pendurados na internet, podemos conhecê-la e até entrevistá-la via twitter, porque os pobres não podem usufruir uma lasquinha de seu futuro?
A propaganda do PT não menciona as eleições diretamente. Fala da importância em dar continuidade ao projeto lulista. Considerando as declarações de Serra, poder-se-ia dizer que o PT fez marketing em prol de seu adversário. Mas não se pode dizer isso, porque há um trecho que compara os feitos do governo Lula com de seu antecessor. Isso também é política.
Um filósofo alemão explicou que uma realidade só pode ser assimilada se confrontada com seu oposto. Para mostrar à população brasileira o que é o governo Lula, é necessário compará-lo ao anterior. Isso é dialética básica.
Na verdade, as reações da mídia foram, como de praxe, muito mais indignadas do que entre a oposição partidária.
O Estadão estampou o seguinte título no alto da página:
Oposição evita recurso contra Dilma para também usar TV em favor de Serra
Sucessão. Depois de classificar programa petista como um "grave desrespeito à Lei Eleitoral", PSDB e DEM baixam o tom e adotam um discurso mais ameno, defendendo que a campanha entrou em nova fase e que agora petista não faz mais parte do governo.
O colosso ético e moral, o homem-bom maior da nação brasileira, esse ex-comunista que agora passou para o time da luz (citando o insuperável Prof.Hariovaldo), Roberto Freire, presidente do PPS, até ele admitiu que, na próxima propaganda do PSDB na televisão: "Vamos apresentá-lo como nosso candidato".
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