sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Boa noite! Fiquem com essa bela música

O retrato do País

 

Não fosse enredo da vida real, o processo do chamado “mensalão” seria espetáculo ímpar na capacidade de trafegar entre tragédia e comédia com toques exemplares de drama e de farsa. Não cabe desmerecê-lo, contudo, nesta versão próxima do terceiro ato, o do epílogo, ao menos teoricamente, e que me arrisco a encarar como crítico teatral disposto a registrar de saída seu mérito inegável: o mensalão, em todos os seus aspectos, retrata à perfeição os males do Brasil. A inesgotável mazela, a hipocrisia inata dos senhores, o patrimonialismo do sistema. Um conjunto excepcional de prepotência e parvoíce.
 
Padecemos um longo prólogo, longo demais, a partir da denúncia do inconfiável Roberto Jefferson, e ainda assim rico em eventos que se fundem no entrecho central mesmo quando parecem desligados do contexto. Por exemplo, a presença do banqueiro Daniel Dantas. Vibra claramente na própria origem do mensalão como vibrou nos pregressos de marca tucana. E desaguou na Operação Satiagraha, enfim adernada miseravelmente porque DD está por trás de tudo, e muito além do que se imagine.
 
 
Marcos Valério serviu a Dantas e dele José Dirceu é bom amigo. Bela figura a ­ocupar a ribalta sete anos atrás, começo do prólogo, foi o ministro Luiz Gushiken, o samurai, como então o batizei, um inocente que pagou caro por sua inocência. Cavaleiro sem mancha, cometeu o pecado de enxergar em Dantas o grande vilão de todas as situações. Pecado imperdoável, tudo indica. A respeito, recomendo nesta edição o texto assinado pelo redator-­chefe Sergio Lirio, a retratar uma personagem de insólita dignidade, sacrificada injustamente ao ser forçada a deixar o governo.
 
 
O início do primeiro ato propõe Roberto Gurgel, o procurador-geral, Gogol se deliciaria com ele, fâmulo da treva e da reação, escalado para definir o mensalão como “o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”. Não lhe são inferiores, talvez mais daninhos, a bem da verdade factual, os anteriores urdidos pelo tucanato, a partir da compra de votos no Congresso para permitir a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Decerto mais imponente, o maior de todos, o episódio das privatizações, promovidas pelo mesmo FHC e protagonizado, entre outros, olhem só, por Daniel Dantas.
 
 
Não é que nossos juristas façam jus ao respeito unânime da audiência, sobretudo aquela que se apinha no balcão. Alguns produzem argumentações destinadas a suscitar pena em uma plateia mais atilada e menos comprometida do que a da ­casa-grande, esta escorada pelos barões da mídia e seus sabujos, unidos na ameaça aos próprios ministros do Supremo inclinados a um julgamento imparcial. O ministro Luiz Fux, no seu realismo exasperado, pretendeu condenar por peculato um réu chamado a responder por outros crimes, conforme teve de ser bondosamente avisado ao cabo de sua diatribe. Enquanto isso, Ricardo Lewandowski se abala a telefonar para um crítico global, Merval Pereira, que contestava duramente seus argumentos a favor de João Paulo Cunha. Contribuição inefável à imortalidade de um jornalista acadêmico, a seguir as pegadas culturais do seu falecido patrão. Donde, largo à cultura. Leiam, a propósito, Mauricio Dias na sua Rosa dos Ventos.
 
 
O primeiro ato do espetáculo presta-se a demonstrar a inadequação do título “mensalão”. Como sempre sustentou Carta­Capital. Provas certamente haverá de outros delitos, igualmente condenáveis, peculato, corrupção, lavagem de dinheiro. Quanto ao uso de caixa 2, a lei brasileira prontifica-se a uma lamentável leniência na punição do crime eleitoral. O segundo ato inaugura-se em proveito de outra constatação, caso não tivesse já dado o ar da sua desgraça: um grupo de petistas, que não seria o caso de chamar de aloprados, decidiu imitar a estratégia tucana desenhada e comandada por Serjão Motta a partir de 1994 com o propósito de manter no poder ad aeternitatem o pássaro incapaz de voar.
 
 
Não deu, José Serra lá estava para atrapalhar desde 2002, a despeito do maciço apoio midiático. A diferença entre uns e outros está no fato de que o Partido dos Trabalhadores nasceu em odor de subversão e de nada lhe adiantou abjurar pelo caminho a fé primeva. Além disso, no caso do ex-metalúrgico Lula pesa, em primeiro lugar, o ódio de classe, sentimento tão natural na casa-grande. Em contrapartida, a trajetória da esquerda nativa, oportuno é sublinhar, é tão deplorável quanto tudo o mais, e cabe neste enredo de traições aos ideais propalados em vão, de promessas bombásticas e falsos propósitos inexoravelmente descumpridos em nome do oportunismo aconselhado pelo momento fugidio.
 
 
Estamos na iminência do terceiro ato, mas o que se viu até agora estimula depressões monumentais. E aonde quer que o espectador se volte não encontrará razões de alívio.Mino Carta.

Uma voz isolada no PiG

Segundas impressões do mensalão

Leio e ouço que a decisão da primeira fase do STF mostra que os tempos estão mudando e que a votação de 9 a 2 contra os réus indica uma opção contra a impunidade.
 
 
Confesso que sempre gostei de Bob Dylan e sou daqueles que acreditam e torcem por mudanças. Mas não sei se é isso o que estamos assistindo. Mudança, no Brasil, é conseguir o básico. No caso da Justiça, garantir direitos iguais para todos, qualquer que seja sua cor, credo, condição social ou opinião política. Será que é isso que estamos vendo?
 
 
Estrelado pelo mesmo esquema, com personagens iguais e outros, equivalentes, o mensalão mineiro segue quieto lá nas Alterosas.
 
 
O tratamento desigual para situações iguais é constrangedor. Ao dar uma entrevista a Monica Bergamo, o relator Joaquim Barbosa lembrou que a imprensa nunca deu a mesma importância ao mensalão mineiro. Ele até disse que, quando tocava no assunto, os repórteres reagiam com um “sorriso amarelo.”
 
 
Eu acho bom quando um ministro do Supremo se refere ao tratamento desigual que parte da mídia dispensou aos dois mensalões. Mostra que isso não é “coisa de mensaleiro petista ” não é mesmo?
 
 
Mas há outro aspecto. O fato da imprensa dar um tratamento desigual é um dado da política brasileira e, no fim das contas, diz respeito a um jornal e seus leitores. Como leitor, eu posso até achar que a imprensa deve tratar todos da mesma maneira, deve procurar ser isenta mas a liberdade de expressão garante que todo jornal e todo jornalista tenha suas preferencias, suas prioridades e opções. Salvo patologias criminosas, todos têm o direito o direito de exercitá-las.
 
 
A visão que você lê neste blogue é diferente daquela que vai encontrar em outros lugares. É bom que seja assim.
 
 
A justiça não. Esta deve ser tão isenta que a querem cega. E aí, data vênia, quem sorri amarelo, neste caso, é quem desmembrou o mensalão (do PSDB) mineiro e unificou o mensalão petista.
 
Porque estamos falando de um tratamento desigual para situações idênticas, no mesmo país, no mesmo sistema, no mesmo tribunal. O direito de uns foi reconhecido. O de outros, não. Às vezes, chegou-se a uma situação surrealista.
 
 
Nos dois casos, o “núcleo operacional”, para usar a definição do procurador geral, é o mesmo. Marcos Valério, Cristiano Paz e os outros. O Banco Rural também. As técnicas de arrecadação e distribuição de recursos eram as mesmas. Só mudou o núcleo político. Então, me desculpem, o problema está na política. Sim.
 
 
Por causa do desmembramento, podemos ter sentenças diferentes para o mesmo caso. “Dois pesos, dois mensalões,” já escreveu Jânio de Freitas.
 
 
Se o mensalão petista tivesse sido desmembrado, o deputado João Paulo e outros dois parlamentares acusados até poderiam ser julgados em Brasília, como o deputado Eduardo Azeredo será, quando seu dia chegar. (O mensalão mineiro é mais antigo mas anda mais devagar, também. Ainda estão colhendo depoimentos, ouvindo testemunhas…) Ainda assim, teremos outros prazos e, muito possivelmente outras penas.
 
 
Mas em caso de desmembramento, José Dirceu e José Genoíno, para ficar nos nomes mais ilustres e simbólicos, teriam sido reencaminhados para a Justiça comum, com direito a várias etapas de julgamento antes da condenação. O Ibope seria menor. E não estou falando só da repercussão nas eleições municipais de 2012. Por favor: a questão não se resume ao novo candidato do PT a prefeitura de Osasco.
 
 
Nós sabemos que o troféu principal do julgamento é Dirceu. O número 2, Genoíno. É por isso que o caso se encontra no STF. Ali tem mais holofotes.
 
No início do julgamento, Gilmar Mendes chegou a sugerir que as chances dos réus serem absolvidos eram maiores num julgamento desmembrado do que num processo unificado. Concordo.
 
 
Mas se isso é verdade, por que mesmo se deu um tratamento diferenciado? Não é preciso sofisticar mais o raciocínio. Como perguntou Eduardo Kossmann, advogado. Considerando que a Constituição diz que todos são iguais perante a lei “como explicar para meu filho de cinco anos?”
 
Uma sentença do Supremo é um acontecimento duradouro. Repercute hoje, amanhã, no ano que vem e daqui a uma década. Destrói uma vida, aniquila uma reputação.
 
Como disse Pedro Abramoway, que passou os dois mandatos de Lula em posições importantes no área jurídica, o mensalão propriamente não foi julgado. Aquela denúncia, de compra de consciências, que é o centro da acusação do procurador Roberto Gurgel, ficou para mais tarde.
 
As provas de que os parlamentares colocavam dinheiro no bolso para mudar seu voto não apareceram até agora.
 
Isso apareceu quando o deputado Ronnie Von Santiago (olha só, mais um roqueiro no debate) confessou que tinha recebido R$ 200 mil para votar a favor da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, há quase 20 anos. Ali foi suborno, foi propina, foi compra de votos. Pelo menos ele disse isso. Os mais de 300 ouvidos no mensalão sempre negaram. Todos.
 
 
Até Roberto Jefferson mudou o depoimento na hora em que era para valer.
 
 
Mas o caso de Ronnie Von não gerou um processo tão grande. Nada aconteceu com seu núcleo politico, vamos combinar.
 
 
E é isso que mostra que tudo pode estar mudando para que nada mude.
 
 
O deputado João Paulo Cunha foi condenado a 6 anos de prisão em função de uma prova que pode ser discutida. A de que recebeu uma propina de R$ 50 000 para aprovar um contrato de R$ 10 milhões com as empresas de Marcos Valério. Você pode até dizer que é tudo “parte do mesmo esquema” e dar aquele sorriso malicioso de quem acha todos os argumentos contrários apenas ingênuos ou cúmplices mas vamos combinar que há um pressuposto nessa visão.
 
 
O pressuposto é de que não houve nem podia haver outro tipo de pagamento nesta operação. Não podia ser dinheiro de campanha, nem recurso de caixa 2. O problema é que as campanhas costumam ser feitas com caixa 2, que devem ser apurado, investigado e punido. Mas são outro crime.
 
 
Caixa 2 não é uma “tese” da defesa. Pode ser “tese” artificial ou pode ser uma “tese” com base na realidade. Mas a sonegação existe, está aí, pode ser demonstrada em vários momentos da vida brasileira, inclusive em campanhas eleitorais. Existem empresas criadas especialmente para ajudar os interessados nesse tipo de coisa.
 
 
Acho positivo o esforço de questionar e desvendar o que está por trás das coisas. Mas não sei se neste caso tudo ficou tão demonstrado como se gostaria.
 
 
Por exemplo. Os milhões de dólares que Paulo Maluf mandou para o exterior foram comprovados. Funcionários das empreiteiras explicaram, detalhadamente, como o esquema funcionava, como se fabricavam notas frias e como se fazia o desvio dos recursos públicos. No entanto, Maluf hoje em dia não pode viajar por causa de um mandato da Interpol. Mas não cumpre pena de prisão. Foi preso quando havia o risco de fugir.
 
 
Outro exemplo. As agências de Marcos Valério foram acusadas de embolsar um dinheiro a que não teriam direito nos contratos com o Visanet, o chamado bônus por volume. O problema é que essa prática é muito frequente no mercado publicitário e, em 2008, foi regulamentada em lei no Congresso. O que não era proibido nem permitido foi legalizado. Mas ontem, o ministro Ayres Britto, presidente do STF, disse que a aprovação dessa lei foi uma manobra para beneficiar os acusados do mensalão. É muito possível. Mas eu acho que um ministro do Supremo não deveria fazer uma acusação gravíssima contra uma decisão de outro poder. Ou pode?

Assim caminha o Poder Judiciário

 
Delegados encaram juiz que quis soltar Cachoeira
 
Enquanto um deputado é condenado por ter lavado dinheiro porque, supostamente, teria recebido R$ 50 mil reais de um delinquente, o outro, sabidamente bandido, tem seu processo suspenso por um Desembargador "até que as companhias telefônicas, responsáveis por linhas que foram grampeadas pela PF forneçam informações solicitadas por Tourinho Neto".Não estou defendendo João Paulo Cunha, até porque defendo pena com requinte de crueldade para petista, desde que devidamente provada,sem influência do PiG, a corrupção, o que me deixa indignado é que a Justiça do Brasil só enxerga os crimes atribuídos ao PT, os demais partidos, empresários roubam, roubam e roubam e não ocorre nada.Todos ficam livres para roubar ainda mais.Esse caso Cachoeira é sintomático.O cara foi flagrado em milhares de gravações da PF, todas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário, e ainda vem esse Tourinho suspender processo contra o meliante. O bandido de toga deve estar ganhando bem para tomar esse tipo de decisão ou deve estar comendo Andressa Cachoeira.Estou pensando seriamente em fechar o blog, não tenho vocação para aceitar injustiças.Que vão à puta que pariu todos esses ministros, juizes e desembargadores safados.Bando de canalhas, larápios!Desculpem o desabafo!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Justiça determina abertura de ação penal contra militares por crimes na ditadura


O coronel da reserva Sebastião Curió, denunciado pelo Ministério Público Federal

Militares que atuaram na repressão durante o regime militar (1964-85) responderão a ação penal por supostos crimes cometidos durante a ditadura.


A Justiça Federal em Marabá (685 km de Belém) aceitou denúncia do Ministério Público Federal e determinou a abertura de ação penal contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues Curió, 77, e contra o tenente-coronel da reserva Lício Maciel, 82.

Ambos combateram a guerrilha do Araguaia (1972-1975), na região sul do Pará, e são acusados do crime de sequestro qualificado.
O coronel da reserva Sebastião Curió, denunciado pelo Ministério Público Federal
A Procuradoria sustenta que corpos de militantes de esquerda supostamente mortos por eles até hoje não foram encontrados e, por isso, podem ser considerados como desaparecidos.
 
 
O crime de sequestro qualificado prevê pena de prisão de dois a oito anos.
 
 
A ação contra Curió havia sido rejeitada em março, mas o Ministério Público Federal recorreu e agora conseguiu mudar a decisão.
 
 
Antes, o juiz federal João César Otoni de Matos havia entendido que a Lei da Anistia, de 1979, perdoou crimes cometidos durante a ditadura militar e por isso rejeitou a abertura da ação.
 
 
ANISTIA
 
 
Em São Paulo, uma ação semelhante contra o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra foi rejeitada pela Justiça Federal, sob entendimento da Lei da Anistia.
 
 
É, portanto, segundo a Procuradoria, inédita a decisão da juíza federal Nair Cristina de Castro pela abertura dos processos. Ela já determinou que os acusados sejam ouvidos. As decisões são da última terça-feira (28) e foram divulgadas nesta quinta (30) pela Justiça Federal no Pará.
 
 
A juíza diz que, se o crime de sequestro continua até o presente momento, não se aplica a ele a Lei da Anistia, pois ultrapassou o período dos crimes anistiados.
 
 
O tenente-coronel Lício Maciel diz que o guerrilheiro Divino Ferreira de Souza foi baleado em combate. Maciel diz que não pode ser acusado de sequestro porque Divino foi levado a uma enfermaria e, posteriormente, militares o informaram que ele havia morrido.
 
 
Procurado pela reportagem, o coronel Sebastião Curió não quis comentar o caso.

Andressa: Policarpo é "empregado” de Cachoeira

Será que caneta agora vai ser convidado a depor na CPMI do Cachoeira? Será que Miro Teixeira vai deixar?

             
Andressa: Policarpo é


Afirmação foi feita pela mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira ao juiz federal Alderico Rocha Santos; se deu durante tentativa de chantagem sobre ele, para que tirasse o marido da penitenciária da Papuda; Santos registrou ameaça à Justiça Federal, em julho, como mostra documento obtido com exclusividade por 247

 
247 – É muito mais surpreendente, perigosa e antiética a relação que une o contraventor Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior, editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, a julgar pela ameaça feita pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, ao juiz federal Alderico Rocha Santos.
 
 
Documento obtido com exclusividade por 247 contém o ofício à Justiça Federal de Goiás, datado de 26 de julho, assinado pelo juiz Rocha Santos, no qual ele relata como foi e quais foram os termos da ameaça recebida de Andressa. A iniciativa é tratada como "tentativa de intimidação". Ele lembrou, oficialmente, que só recebeu Andressa em seu gabinete, na 5ª Vara Federal, em Goiânia, após muita insitência da parte dela.

 

Com receio do que poderia ser a conversa, Rocha Santos pediu a presença, durante a audiência, da funcionária Kleine. "Após meia hora em que a referida senhora inistia para que este juiz revogasse a prisão preventiva do seu marido Carlos Augusto de Almeida Ramos, a mesma começou a fazer gestos para que fosse retirada do recindo da referida servidora".
 
 
Em sua narrativa à Justiça, Rocha Santos afirma que perguntou a Andressa porque ela queria ficar a sós com ele, obtendo como resposta, após nova insistência, que teria assuntos íntimos a relatar, concernentes às visitas feitas a Cachoeira, por ela, na penitenciária da Papuda. Neste momento, o juiz aceitou pedir a Kleine para sair.
 
 
"Ato incontinenti à saída da servidora, a sra. Andressa falou que seu marido Carlos Augusto tem como empregado o jornalista Policarpo Jr., vinculado à revista Veja, e que este teria montado um dossiê contra a minha pessoa".A importância do depoimento oficial obtido com exclusividade por 247 é fácil de perceber. Nunca antes alguém tão próximo a Cachoeira, como é o caso de sua mulher Andressa, havia usado a expressão "empregado" para definir o padrão de relação entre eles. Após essa definição, Andressa disse que Policarpo tinha pronto um dossiê capaz de, no mínimo, constranger o juiz Rocha Santos, a partir de denúncias contra amigos dele. O magistrado respondeu que nada temia, e não iria conceder, em razão da pressão, a liberdade solicitada a Cachoeira. O caso rendeu a prisão de Andressa, que precisou pagar R$ 100 mil de fiança para não enfrentar a cadeia por longo tempo. A fiança foi paga em dinheiro. O juiz, ao denunciar a "tentativa de constrangimento", fez a sua parte. Cachoeira continua atrás das grades, na Papuda. Policarpo Jr. permanece com a sua reputação em jogo. Um dos grampos da Polícia Federal revelou que ele pediu a Cachoeira para realizar um grampo ilegal sobre o deputado federal Jovair Arantes – e conseguiu o que queria.
 
 
Confira documento na íntegra:

Datafolha: rejeição a Serra vira epidemia

 
Nenhum candidato com rejeição em torno de 40% consegue prosperar numa disputa política e chegar ao 2º turno.

 Esse consenso entre pesquisadores soa agora à candidatura municipal do PSDB em São Paulo como o prognóstico de um percurso ao cadafalso, não às urnas.


Vive-se na capital paulista um fenômeno de esgotamento histórico que assume contornos de nitidez vertiginosa, dificilmente reversível: a rejeição esférica, espontânea, ascendente e incontrolável de uma cidade a um político e ao que ele representa, seus métodos e metas.

Já não se trata apenas de rejeição, mas de um sentimento epidêmico que a palavra ojeriza descreve melhor e a expressão 'fim de um ciclo' coroa de forma objetiva.


A rejeição a José Serra em seu berço político, e principal casamata do PSDB no país, é o aspecto mais significativo da atual disputa. Sobretudo porque cercado de uma 'coincidência' cuidadosamente programada, o julgamento do STF, que deveria impulsionar as coisas no sentido inverso. Se é que teve influência, foi no sentido oposto.

 De 30% em meados de junho,a repulsa a Serra saltou para 38% em agosto e explodiu na pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta 4ª feira, batendo em massacrantes 43%.

A sangria sugere que se trata de sentimento espraiado, que contagia segmentos sitiados além dos bolsões progressistas, atingindo núcleos da própria classe média, mais ou menos conservadora, tradicionalmente tributária do vertedouro tucano.


A contrapartida nas sondagens de intenções de votos parece confirmar essa observação. E o faz cristalizando tendências talvez só reversíveis por um acontecimento de proporções diluvianas.

Para desespero do dispositivo midiático conservador, o julgamento do chamado 'mensalão', embora tangido pelo jornalismo 'isento' --e fiel ao script condenatório que singulariza o caixa 2 de campanha petista, aliviado no caso precedente do PSDB mineiro-- dificilmente terá esse efeito.

Nessa São Paulo que surpreende seus 'formadores de opinião' , Russomano lidera as intenções de votos com 31% (tinha 26% em junho); Serra, afundou para 22% (contra 31% em junho) e, como previsto, Haddad ao sair do anonimato graças ao horário eleitoral, saltou de 7% em junho para 14% agora. Dobrou as intenções de votos com uma semana na TV.


A agressividade estridente da campanha tucana está explicada.

O som da marcha fúnebre previsto para ensurdecer o governo, o PT, suas lideranças, candidatos e eleitores, a partir da melodia das condenações emitidas no STF, eleva-se de fato em altos decibéis, mas em outro ambiente. No entorno irrespirável de uma campanha e de um político já derrotado nacionalmente em 2002 e 2010, mas agora execrado em seu próprio berço. 
 
Saul Leblon Carta Maior

Tucano troca leite por voto em Franco da Rocha

Fogo amigo no PiG

Jornalista acusa Veja de inventar entrevista

O jornalista Renato Maurício Prado, do jornal O Globo, acusou a revista Veja de inventar uma entrevista com ele publicada na coluna “Beira-Mar”, da Veja Rio. A entrevista tratava da saída de Prado do canal SporTV, provocada por uma discussão, ao vivo, entre ele e o locutor Galvão Bueno. Depois da discussão, o canal decidiu não renovar o contrato de Prado.
 
 
“Não dei entrevista alguma à Veja Rio“, escreveu Prado em seu blog na terça-feira 28. O jornalista admitiu que conversou com uma repórter da publicação, mas que a conversa não era verídica. “Expressões a mim atribuídas, tais como ‘mundinho da TV’, ‘já deu’ e ‘o que passou, passou’, jamais saíram da minha boca”, afirmou. “O falso ‘pingue-pongue’ publicado na coluna ‘Beira-Mar’ me coloca dizendo até que continuarei fazendo ‘o meu programa na CBN’ — algo que nunca tive. Apenas participava do CBN Esporte Clube, comandado por Juca Kfouri, e extinto há mais de dois anos! Hoje em dia, faço comentários na Rádio Globo. Para finalizar, usaram, dando a impressão de que eu posara para a Veja, uma das fotos que fiz para a minha coluna no Globo. Em suma, um engodo…”, escreveu o jornalista.
 
 
Prado e Galvão Bueno brigaram durante uma mesa-redonda realizada durante os Jogos Olímpicos de Londres. O programa recebia Marcus Vinícius Freire, superintendente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e medalhista de prata no vôlei nos Jogos de Los Angeles, em 1984. Prado, então, afirmou no ar que Galvão Bueno atribuía a conquista do Brasil ao boicote feito pelos países socialistas naquela edição dos Jogos. Galvão Bueno ficou indignado com o comentário e os dois discutiram no ar. Depois disso, Prado se recusou a voltar ao programa e rompeu com a SporTV.CartaCapital

DaMatta: "Lula é prova concreta de que as utopias enganam"

                      
DaMatta:
 
 
 

Por Eder Fonseca, do Panorama Mercantil - Profissional de múltiplas atividades – conferencista, professor, consultor, colunista de jornal, produtor de TV – Roberto DaMatta é acima de tudo antropólogo. Estudioso do Brasil, de seus dilemas e de suas contradições, mas também de seu potencial e de suas soluções, DaMatta não se afasta de seu país mesmo quando desenvolve outros temas. A comparação com o Brasil é inevitável. DaMatta revela o Brasil, os brasileiros e sua cultura através de suas festas populares, manifestações religiosas, literatura e arte, desfiles carnavalescos e paradas militares, leis e regras (quando respeitadas e quando desobedecidas), costumes e esportes. Daí surge um Brasil complexo, que não se submete a uma fórmula ou esquema único.
 
 
Para DaMatta, o Brasil é tão diversificado como diversificados são os rituais, conjunto de práticas consagradas pelo uso ou pelas normas, a que os brasileiros se entregam. Todos esses temas são abordados em sua relação com duas espécies de sujeito, o indivíduo e a pessoa, e situados em dois tipos de espaço social, a casa e a rua. A distinção entre indivíduo e pessoa é bem demarcada em seu original trabalho sobre a conhecida e ameaçadora pergunta: você sabe com quem está falando?. Os seres humanos que se sentem autorizados a se dirigir dessa forma aos outros, colocam-se na posição de pessoas: são titulares de direito, são alguém no contexto social. Os seres humanos a quem tal pergunta é dirigida são, para as pessoas, meros indivíduos, mais um na multidão, um número.
 
 
A rua é o espaço público. Como é de todos, não é de ninguém, logo, tem-se ali um espaço hostil onde não valem as leis e os princípios éticos, a não ser sob a vigilância da autoridade. A convivência na rua depende de uma negociação constante, entre iguais e desiguais. A casa, considerada num sentido amplo, é o espaço privado por excelência, onde estão "os nossos", que devem ser protegidos e favorecidos, e aqui DaMatta retoma e atualiza o conceito de homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda.
 
 
Com 18 livros lançados, entre os quais o famoso "Carnavais, malandros e heróis", de 1979, o antropólogo é um dos grandes debatedores da situação nacional. Além de sua obra em livro, DaMatta tem centenas de artigos e ensaios em revistas científicas e coletâneas, bem como verbetes em dicionários e enciclopédias publicados no Brasil e no exterior a partir de 1963. Mantém uma coluna semanal em O Globo, do Rio de Janeiro. Na entrevista a seguir, ele discorre de Lula a Marx, com uma grande capacidade de reflexão.
 
 
Panorama Mercantil - O senhor foi professor por quase duas décadas na Universidade de Notre Dame, nos EUA. Com essa experiência adquirida, poderia nos dizer como anda a qualidade do ensino nas universidades brasileiras se compararmos com as norte-americanas?



Roberto DaMatta -Nas universidades americanas nas quais estudei e ensinei (Harvard, Wisconsin-Madison, Califórnia-Berkeley e Notre Dame), a comparação fica um tanto quanto fora de ordem, porque não se pode comparar com devido bom-senso uma Harvard (fundada no século 16 e com um fundo de bilhões de dólares) com uma pequena universidade Federal ou estadual do Brasil. Essas universidades nas quais os professores são funcionários públicos e não há promoção por obra ou mérito, mas por tempo de serviço e idade, numa negação absoluta da boa meritocracia universitária estabelecida na Idade Média, na Europa que produziu um Lutero, um Newton e, nos Estados Unidos, a modernidade tecnológica na qual vivemos bem como os ideais de democracia aplicados na política e na sociedade. Mas mesmo assim, é preciso ressaltar que em certos campos vamos bem, e temos centros que se igualam aos seus irmãos no exterior. Refiro-me especialmente ao campo das Ciências Sociais e da Literatura com os seus devidos descontos.
 
 
Panorama - O senhor disse que a corrupção no Brasil é um mal que tem raízes muito antigas. Então isso quer dizer que a corrupção infelizmente sempre existirá, de uma forma ou de outra?
 
 
DaMatta - Em todo grupo humano há corrupção. E, além de antiga, existe ao lado da dimensão transparente, clara e honesta do ser humano. Sobretudo quando ele não é mais governado somente pela religião mas igualmente pelo "estado democrático de direito", como se diz aqui no Brasil, e, assim, por normas impessoais, escritas e que devem valer para todos. No Brasil, a malandragem, a esperteza relativamente aos bens e cargos públicos, vem de longe, e o nosso problema não é saber desse fato, mas não tomar as providências devidas, reagindo a ele de modo proativo. Estou certo que a luta entre o bem e o mal sempre vai existir nos universos humanos. Sem ela não existiria consciência humana, que é feita de oposições definidas no combate entre o que sabemos claramente e o que nos é ocultado, seja pelo destino, pela história e pelas forças que atuam no nosso inconsciente. As próprias relações sociais promovem o "mal" ou o mal-entendido, mesmo quando queremos que elas sejam boas. Agora, não punir e aceitar o mal como um valor é uma outra coisa! No nosso caso, precisamos começar tornando todos iguais perante a lei: inclusive e sobretudo os governantes.
 
 
Panorama - Muitos dizem que o entrave para o Brasil progredir de fato é depender do Estado em suas ações. O senhor concorda com essa afirmação?

 
DaMatta- Eu diria que a resposta passa pelo papel do Estado. Temos atualmente um Estado que não administra. Ele gerencia os seus aliados e aristocratiza seus agentes ou funcionários. A rigor não é um Estado republicano, mas monárquico-escravocrata, como, aliás, não poderia deixar de ser, já que a monarquia dos Bragança foi seu modelo e sua inspiração cultural e social. Os escravos não existem mais formalmente, mas os funcionários públicos, dependendo do segmento, são nobres. Entram no Estado e dele jamais saem, como ocorre com as grandes famílias patriarcais descritas por Gilberto Freyre. É uma vergonha, como se dizia. Agora, dizer isso não significa liquidar o Estado. De modo algum. O Estado precisa, isso sim, cumprir seu papel de gerenciar oportunidades e de criar igualdade de modo perene, dirimindo injustiças antigas e modernas. Em suma, é preciso democratizar também o Estado.
 
 
 
 
Panorama - Afinal, esquerda e direita ainda existem no Brasil?

 
 

DaMatta - Existem. A "esquerda" diz respeito a quem quer mudar sem medir consequências e imaginando que a sociedade não exerce nenhum papel no processo de transformação. Basta um decreto ou uma lei e tudo muda. A "direita" sabe do volume e do peso das forças sociais em jogo e das suas reações. Falar em mudança é mais fácil do que efetivá-las sem despotismos ou força. Hoje, felizmente, há um enorme ponto de encontro entre esses lados e todos têm consciência do problema e do ideal que é juntar o lado positivo da esquerda com o da direita. Ademais, pode-se ser de direita para certas coisas (por exemplo, para prender, fuzilar e exilar os inimigos da democracia) e ser de esquerda para outras (por exemplo: fornecer escolas impecáveis para todos).
 
 
Panorama - O PT ainda pode ser considerado um partido de esquerda ou isso se esfacela quando a legenda se junta a figuras como José Sarney e Paulo Maluf?



DaMatta - Não conheço bem o PT. Conheço e quero bem a muitos petistas. Penso que devemos diferenciar o PT do lulismo. Mas, por outro lado, o lulismo é o petismo na sua prática não antevista pelos seus fundadores: o exercício do poder federal. Nessa prática cujo lema sempre é deter o poder e ampliá-lo, as alianças são um ponto chave. E, se os meios justificam os fins que jamais chegam e não são ditos claramente, o Rei está sempre certo e ele faz as alianças com quem quer, inclusive com o Diabo (que tem mais caráter do que muitos políticos brasileiros), o que desmancha, adia ou destrói as propostas mais sérias ou ideológico-religiosas do partido. E aí voltamos ao ponto de partida e o PT passa a ser um partido normal, com bons e maus momentos, como todos os outros.
 
 
Panorama - O senhor disse certa vez que nós, de forma geral, temos uma verdadeira alergia ao igualitarismo, segundo o qual todos dão a largada do mesmo ponto e cada um chega a um determinado lugar dependendo do seu esforço. Brasileiro não gosta de uma palavrinha mágica chamada 'meritocracia'?



DaMatta - Temos uma formação histórica aristocrática e burocrática no sentido de garantir desigualdades. Toda a nossa história até 1889 foi monárquica, e os padrões de conduta e relacionamento de nossas elites e do sistema em geral era hierarquizado como tenho dito na minha obra. Mas não ficamos somente nisso. Adotamos a igualdade republicana e a levamos a sério em muitos momentos. Temos, então, um movimento de modernização semelhante ao de outros sistemas: um diálogo quase sempre tenso e conflituoso entre um ideal do 'cada coisa em seu lugar' e o ideal da 'igualdade de todos perante leis universais'. Reconheço que a fórmula é simples demais, mas a caricatura ajuda a definir o caráter. E o nosso cerne contém isso que chamei de dilema brasileiro em "Carnavais, malandros e heróis", que é um livro de 1979 e, portanto, velho. Todos os estudos sobre meritocracia dizem o seguinte: de boca, todos a desejam; na prática, todos a consideram um veneno, porque ela estimula a competição. Agora, por que a competição é lida como negativa no Brasil? Porque, digo eu, separamos recursos públicos (da rua) e íntimos (casa) de modo radical. Não temos uma tradição de participação política local. Nossa tendência é entregar tudo ao Estado ou ao governo. Não conseguimos, exceto no esporte, compreender como a meritocracia é uma fonte positiva de inovação e de igualdade.
 
 
Panorama - Por gentileza, nos explique o porquê de no Brasil ainda termos a ridícula e infeliz frase: "Você sabe com quem está falando?". É só em nosso país ou ela também é dita fora do Brasil?

DaMatta - Leia o meu livro "Carnavais, malandros e heróis", onde explico a expressão como um rito autoritário, usado em situações igualitárias e radicais, para revelar, dentro do aparente cidadão comum, o nobre (filho de Sicrano ou marido de Fulana, etc...). Trata-se do dilema entre ser igual ou distinguir-se para cima.
 
 
Panorama - O senhor fez uma pesquisa sobre o comportamento do brasileiro no trânsito, na qual diz que a igualdade poderia solucionar os problemas nesse setor. Como conseguir essa igualdade?



DaMatta - Por meio de debates, entrevistas, seminários e campanhas. O Brasil precisa de uma campanha para a igualdade. Ele precisa livrar-se de uma carga aristocrática que permeia o fundo do nosso sistema social.
 
 
Panorama - O senhor acredita que a religião é o ópio do povo, como disse Karl Marx?



DaMatta - Sem ópio não haveria humanidade. Marx acreditava que a razão levava a uma vida livre de outras crenças, inclusive as religiosas, e não tinha paciência com desvios ou semi-soluções para os problemas da sociedade, centrados na luta de classe. Penso que Marx era tão religioso quanto os religiosos que ele criticava. Penso que hoje temos o uso da razão tanto quanto tememos sistemas de crenças absolutos.
 
 
Panorama - A descriminalização das drogas é uma saída benéfica para o país?



DaMatta - Sem dúvida. A questão é como realizar isso num país continental, com a Polícia e com as demais autoridades brasileiras.
 
Panorama - "Brasil, o país do futuro", essa frase está com os dias contados?



DaMatta - A frase não tem mais sentido num mundo que não se vê mais com um futuro. E num Brasil cansado de promessas.


Fonte:Brasil 247

O PT paga o pato

 
 
O jornalista Maurício Dias, na sua obra A MENTIRA DAS URNAS, CRÔNICAS SOBRE DINHEIRO & FRAUDES NAS ELEIÇÕES, afirma algo que é comum nas campanhas eleitorais:"O financiamento de campanha tem sido, como se sabe, o gerador dos maiores escândalos na política brasileira, porque todos os candidatos se sustentam com a caixinha marginal.Isso tem provocado combates-muitas vezes violentos e fatais-que antecedem a disputa nas urnas.Nesses confrontos, a vitória é alcançada quando se expõe o esquema clandestino de financiamento do adversário".Dias arrola vários casos de caixa dois ocorridos nesses últimos 60 anos, tais como o recebimento pelo IBAD-Instituto Brasileiro de Ação Democrática, que não era um partido político mas agia como tal, que recebeu, no ano de 1963, Rr$ 5 milhões cerca (R$ 100 milhões de reais atualmente) de ajuda financeira dos Estados Unidos para empregar nas eleições brasileiras; A Caixinha do Ademar, que empregou  UU$ 2,5 milhões de caixa dois em uma de suas eleições; o telhado de vidro de JK, que relata que JK, em 1955, realizou uma campanha milionária, toda através de caixa dois, cujo tesoureiro era o empresário Sebastião Pais de Andrade, o Tião Medonho; o Boi Indiano Financia o presidencialismo, que relata um caixa dois realizado por João Goulart, que consistia na compra e venda de boi indiano; O Clube do Bilhão de Tancredo Neves, que recebeu 1 bilhão de cruzeiros de vários empresários, dentre eles Mario Garnero, para a eleição indireta em 1985; Caixa Dois de PC, onde foi arrecadado milhões de reais para campanha de Collor de Mello; os R$ 10 milhões de reais da Planilha Bresser Pereira, na eleição de 1998 de FHC, os milhões de reais desviados da BR Distribuidora para campanha de FHC de 1994 e 1998.Enfim, são escândalos de arrepiar.
 
 
Não obstante todos esses esquemas de Caixa Dois, nada foi apurado, ninguém foi preso, ninguém responde a processo.Por que ninguém foi punido? Por que, afora o governo Jango, todos esses corruptos tinham( e alguns deles ainda continuam tendo) a proteção da mídia, do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário.
 
 
Agora, só porque o PT se meteu nesses esquemas ilícitos, o PiG, o Ministério Público Federal e o Supremo Tribunal Federal conspiram para que todos os petistas envolvidos no esquema sejam punidos e presos.
 
 
Ora, porque o Supremo Tribunal Federal não puniu esses outros políticos, esses outros partidos envolvidos em caixa dois?
 
 
É simples de responder.É porque essa turma(PiG-STF-PGR-Igrejas Católica e Protestante, com exceção, claro) não engole o PT, não engole Lula nem Dilma. o PT tem posições que incomodam esses ministros, esses procuradores, esses jornalistas, esses padres e pastores conservadores, tais como:a defesa dos excluídos, o apoio ao MST, a defesa do aborto e do casamento entre homossexual.O PT faz parte do Foro de São Paulo.Essa turma sabe também que Lula e Dilma e o PT são defensores de Hugo Chavez, Evo Morales, Cristina Kristner, Mujica, Fidel Castro, Fernando Lugo.
 
 
O que me deixa indignado é que o governo FHC saqueou o Brasil sem dó nem piedade e não ocorreu nada com ele.O corno manso está aí, posando de ético.Collor de Mello também saqueou o Brasil e não ocorreu nada com ele.

 
Mas a culpa de tudo isso é de Lula, de Dilma, pois não tiveram peito de enquadrar o PiG, não tiveram peito de levar adiante a CPI das Privatizações e da Privataria Tucana.Lula e Dilma também têm culpa por ter nomeados ministros do STF e Procuradores da República que só fazem o que o PiG determina.O PT também tem culpa, pois não teve peito parra levar, em nome da tal governabilidade, a CPI das Privatizações, nem a CPI da Privatização adiante, também não teve peito para convocar Policarpor Jr. e Civita para deporem na CPI do Cachoeira.
 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Folha tenta enganar seus leitores idiotizados

 
 
 
A Folha Online publica, hoje, esta matéria.
 
 
"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou a aliados frustração e abatimentos com o resultado parcial do julgamento do mensalão, principalmente com o voto de Cármen Lúcia, Rosa Weber e Luiz Fux.
 
Nos bastidores do partido(PT) e em setores do governo havia expectativa de que esses ministros votassem pela absolvição dos petistas, entre eles o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha, que pode ser condenado hoje por dois crimes.
 
 
Petistas também avaliavam que os três enfraqueceram a tese de que o mensalão não passou de um esquema de caixa dois eleitoral.
 
 
O diagnóstico foi feito após a sessão de anteontem, quando João Paulo Cunha ficou a dois votos apenas da condenação por peculato (desvio de dinheiro por funcionário público) e corrupção passiva.

 
Além de votarem pela condenação do réu, Cármen Lúcia, Fux e Weber foram fundamentais contra a tese do caixa dois, dizem petistas.
 
 
A defesa de vários réus sustenta que o dinheiro que receberam do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza era para gastos de campanha que não foram incluídos na contabilidade oficial. O próprio Lula, à época, corroborou a tese do caixa dois.
 
 
Já a acusação feita pelo Ministério Público diz que o dinheiro era para compra de apoio político."
 
 
 
Com esta matéria a Folha tenta enganar seus leitores idiotizados(e vai enganar, afinal, todos são analfabetos).
 
 
Em primeiro lugar, duvido muito que Lula tenha confessado a algum interlecutor que está preocupado com o julgamento do mensalão.Isso é delírio do autor da matéria, é o tal se colar colou.Lula e Dilma já foram, várias vezes, vitimas deste expediente torpe e venal por parte do PiG.
 
 
Depois, nada foi e nem será provado que houve mensalão.Isso é mais um delírio do sabujo da Folha.
 
 
Nenhum dos ministros que proferiu voto no mencionado processo  falou sobre compra de apoio político, todos se ativeram ao caso da VisaNet e do BV.Nada mais que isso.E nem poderia falar, uma vez que João Paulo Cunha, que é acusado de receber R$ 50 mil reais, recebeu tal valor em decorrência de contrato entre a Câmara dos Deputados e a DNA de Marcos Valério.Ora, se João Paulo Cunha recebeu R$ 50 mil reais em decorrência de um contrato firmado com uma empresa de publicidade de Marco Valério como poderia ele ter recebido mensalão? Só na cabeça infértil do jornalista que escreveu a matéria está provado o mensalão.
 
 
A Folha acha que, tão-somente porque a verba era pública(ainda afirmo que não, a Visa Net é uma empresa privada, daqui a pouco alguém vai dizer que a Vale do Rio Doce é uma empresa pública, só porque o governo tem ações nela, como tem na Visa Net), estaria provado o mensalão.Nada a ver.Mesmo tendo havido recursos públicos no esquema isso não afasta a existência do caixa dois.Do jeito que há caixa dois com recursos privados há com recursos públicos. A diferença é que, em havendo recursos privados, a competência para julgar o delito é do Juízo Eleitoral.No caso em questão, como os ministros entenderam que houve uso de recursos públicos no esquema caberia(e cabe) ao STF julgar a tipificação penal cometida pelos réus(peculato, corrupção passiva, corrupção ativa), já que parte deles tem foro privilegiado.
 
 
De todo modo, o que me deixa triste, chateado, indignado é que um cidadão que recebeu uma ninharia em propina foi condenado a seis anos de prisão, enquanto os verdadeiros ladrões de recursos públicos (cito Gilmar Dantas, Ricardo Sérgio, Verônica Serra, Daniel Dantas, Collor de Mello, Maluf, Azeredo, Demóstenes Torres, Leonel Pavan, José Serra, Cícero Lucena, Roberto Arruda, Antônio Carlos Lereia) estão livres para roubar.
 

Humberto Costa na saúde: uma história brilhante!

 


Criador do Samu, que mudou o atendimento móvel de urgência no Brasil; do Farmácia Popular, que baixou o preço de medicamentos e hoje atende a milhares famílias gratuitamente no País; do Brasil Sorridente, que possibilitou aos mais pobres a chance de voltar a sorrir; da Academia da Cidade, que valorizou a prática de exercícios físicos para o bem-estar; e do Programa Saúde Ambiental, que acabou com a filariose no Recife; entre muito outros sucessos. Estes são apenas alguns fatos da trrajetória brilhante de Humberto Costa na Saúde. HumbertoPrefeito.

Serra: deixei prefeitura para evitar que PT governasse SP

 
 
O  jornal do SBT Manhã entrevistou nesta quarta-feira o candidato José Serra. O tucano corrupto, amigo e comparsa de Cachoeira voltou a afirmar que irá cumprir os quatro anos de mandato na prefeitura caso seja eleito. Segundo o candidato, ele saiu da administração municipal para disputar o governo de São Paulo em 2006 'porque havia o risco de entregar o governo do estado nas mãos do PT, o que seria desastroso'. Mas Serra disse que isso foi uma conjuntura que não vai se repetir e reforçou que quer ser prefeito. Não, Serra não deixou a prefeitura de São Paulo para evitar que  PT governasse o Estado de São Paulo. Serra deixou a prefeitura de São Paulo porque é safado, porque é um homem que não cumpre promessa, que só sabe mentir.Serra mente tanto que mentiu para o povo paulistano ao dizer que não ia renunciar ao cargo de prefeito. Serra mente tanto que na eleição de 2010 afirmou que deixou a Prefeitura de São Paulo porque o povo queria que ele governasse o Estado de São Paulo, agora diz que foi para evitar que  PT governasse o Estado de São Paulo.A verdade é que Serra está mais perdido que cotoco de rabo de lagartixa, já que a cada dia a sua rejeição aumenta, por isso tenta mais uma vez enganar o povo de São Paulo, só que o povo não acredita mais nesse vampiro safado, nesse meliante.

FHC: como seria o Brasil em mãos tucanas?



Um grande banco de São Paulo reuniu nesta 3ª feira três vigas chamuscadas do incêndio neoliberal que ainda arde no planeta: Clinton, Blair e FHC. Que um banco tenha promovido um megaevento com esses personagens a essa altura do rescaldo diz o bastante sobre a natureza do setor e da ingenuidade dos que acreditam em cooptar o seu 'empenho' na travessia para um novo modelo de desenvolvimento. Passemos.


As verdades às vezes escapam das bocas mais inesperadas. Clinton e Blair jogaram a toalha no sarau anacrônico do dinheiro com seus porta-vozes. Coube ao ex-presidente norte-americano sintetizar um reconhecimento explícito: 'Olhando de fora, o Brasil está muito bem. Se tivesse que apostar num país, seria o Brasil'.


Isso, repita-se, vindo de um ex-presidente gringo que consolidou a marcha da insensatez financeira em 1999, com a revogação da lei de Glass-Steagall.


Promulgada em junho de 1933, três meses depois da Lei de Emergência Bancária, que marcou a posse de Roosevelt, destinava-se a enquadrar o dinheiro sem lei, cujas estripulias conduziram o mundo à Depressão de 29.

A legislação revogada por Clinton submetia os bancos ao rígido poder regulador do Estado. Legitimado pela crise, Roosevelt rebaixou os banqueiros à condição de concessionários de um serviço sagrado de interesse público: o fornecimento de crédito e o financiamento da produção. Enquanto vigorou, a Glass Steagall reprimiu o advento do supermercado financeiro, o labirinto de vasos comunicantes dos gigantes financeiros em que bancos comerciais agem como caixa preta de investimento especulativo, com o dinheiro de correntistas.


O democrata que jogou a pá de cal nas salvaguardas do New Deal elogiou o Brasil, quase pedindo desculpas por pisotear o ego ao lado do grande amigo de consensos em Washington e de corridas de emergência ao guichê FMI.


Mas FHC é um intelectual afiado nas adversidades.


A popularidade contagiante do tucano, reflexo, como se sabe, de seu governo, poupa-o da presença física nos palanques do PSDB, preferindo seus pares deixá-lo no anonimato ocioso para a necessária à defesa do legado estratégico da sigla.


É o que tem feito, nem sempre dissimulando certo ressentimento, como nessa 3ª feira mais uma vez.

Falando com desenvoltura sobre um tema, como se sabe, de seu pleno domínio sociológico, ele emparedou Clinton, Hair e tantos quantos atestem a superioridade macroeconômica atual em relação à arquitetura dos anos 90.


Num tartamudear de íngreme compreensão aos não iniciados, o especialista em dependência - acadêmica e programática - criticou a atual liderança dos bancos públicos na expansão do crédito, recado oportuno, diga-se, em se tratando de palestra paga pelo banco Itau; levantou a suspeição sobre as mudanças que vem sendo feitas - 'sem muito barulho'' - na política econômica ("meu medo é que essa falta de preocupação com o rigor fiscal termine por criar problemas para a economia”) e fez ressalvas ao " DNA" das licitações - que não reconhece, ao contrário de parte da esquerda, como filhas egressas da boa cepa modelada em seu governo.


Ao finalizar, num gesto de deferência ao patrocinador, depois de conceder que a queda dos juros é desejável fuzilou: 'houve muita pressão para isso'.


O cuidado tucano com os interesses financeiros nos governos petistas não é novo.


Há exatamente um ano, em 31 de agosto de 2011, quando o governo Dilma, ancorado na correta percepção do quadro mundial, cortou a taxa de juro pela primeira vez em seu mandato, então em obscenos 12,5%, o dispositivo midiático-tucano reagiu indignado. A pedra angular da civilização fora removida por mãos imprevidentes e arestosas aos mercados.


O contrafogo midiático rentista perdurou por semanas.

Em 28 de setembro, Fernando Henrique Cardoso deu ordem unida à tropa e sentenciou em declaração ao jornal ‘Valor Econômico’: a decisão do BC fora 'precipitada'.


Era a senha.

Expoentes menores, mas igualmente aplicados na defesa dos mercados autorreguláveis, credo que inspirou Clinton a deixar as coisas por conta das tesourarias espertas, replicaram a percepção tucana do mundo:"não há indícios de que a crise econômica global de 2011 seja tão grave quanto a de 2008", sentenciou, por exemplo o economista de banco Alexandre Schwartzman,indo para o sacrifício em nome da causa.

Nesta 4ª feira, o BC brasileiro completa um ano de cortes sucessivos na Selic com um esperado novo recuo de meio ponto na taxa, trazendo-a para 7,5% (cerca de 2,5% reais).


Ainda é um patamar elevado num cenário de crise sistêmica, quando EUA e países do euro praticam juros negativos e mesmo assim a economia rasteja.


Uma pergunta nunca suficientemente explorada pela mídia, que professa a mesma fé nas virtudes do laissez-faire, quase grita na mesa: 'Onde estaria o Brasil hoje se a condução do país na crise tivesse sido obra dos sábios tucanos?'

As ressalvas feitas por FHC no evento de banqueiros desta 3ª feira deixa a inquietante pista de que seríamos agora um grande Portugal, ou uma gigantesca Espanha - um superlativo depósito de desemprego, ruína fiscal e sepultura de direitos sociais, com bancos e acionistas solidamente abrigados na sala VIP do Estado mínimo para os pobres.


Em tempos de eleições, quando candidatos de bico longo prometem fazer tudo o que nunca fizeram, a fala de FHC enseja oportuna reflexão.
 
 
Saul Leblon-Carta Maior

Movimentos Sociais devem ir à rua denunciar rendição do STF

 



 
O visível nervosismo da ministra do STF Rosa Weber ao proferir seu voto pela condenação do ex-presidente petista da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha denuncia um fato inédito na República – ao menos ocorrendo de forma tão desabrida: a Suprema Corte de Justiça do país se transformou em marionete de meia dúzia de mega empresários do setor de comunicação.
 
 
A perplexidade dos meios jurídicos com os motivos alegados pelos ministros que condenaram João Paulo com base em “verossimilhança” que dizem enxergar nas acusações que lhe foram feitas é tão grande que na edição de hoje (29.08) da Folha de São Paulo saiu artigo de um professor de Direito Penal que assinala “risco à Justiça” por conta dessa condenação.
 
 
Antes de prosseguir, reproduzo artigo do professor de Direito Penal da FGV do Rio Thiago Bottino
 
—–
FOLHA DE SÃO PAULO
 
29.08.2012
 
Relativizar exigência de prova põe justiça em risco

 
OS CRITÉRIOS QUE ORIENTAM ESSA ANÁLISE PROVÊM DA FORMAÇÃO JURÍDICA E DA TRAJETÓRIA DE CADA JULGADOR

 
THIAGO BOTTINO

 
ESPECIAL PARA A FOLHA

 
O Código de Processo Penal diz que o juiz deve condenar um acusado com base nas provas. No caso do mensalão há uma gama enorme de provas: documentos, depoimentos, perícias e laudos. Todos os julgadores olham o mesmo enorme mosaico de elementos e a partir dele tomam uma decisão. Esse processo é feito em etapas.
 
Em primeiro, buscam provas que tenham um “certificado de origem” (não podem ser obtidas de forma ilícita, devem ser produzidas segundo as regras processuais).
 
Uma vez admitidas, podem passar à próxima etapa. Ainda assim, são milhares de provas de consistência e natureza diferenciadas.
 
A segunda etapa é da seleção. Alguns ministros terão seu olhar atraído para determinadas provas e nesse processo não verão outras. Daí os debates entre eles acerca de um fato ter sido provado ou não. Foi o que aconteceu quando o ministro Ricardo Lewandowski mudou seu voto ao considerar o que Joaquim Barbosa arguiu quanto ao bônus de volume.
 
Na terceira etapa, as provas são confrontadas. Entre aquelas selecionadas, ainda há contradições. As provas “brigam”: testemunhas dizem coisas opostas.
 
Desse confronto sai uma decisão: a versão convincente para o julgador. Os critérios que orientam essa análise são ocultos, provêm da formação jurídica e da trajetória profissional e pessoal de cada julgador, de sua avaliação sobre a força de cada prova.
 
Mas a decisão está sempre apoiada em provas. Barbosa escolheu o laudo dos peritos do TCU. Lewandowski, a decisão dos ministros do TCU.
 
Não se deve condenar com base em indícios, probabilidades, estranhezas, coincidências ou presunções. São como areia movediça na qual afunda a própria justiça da decisão. Diminuem a impunidade, mas aumentam o risco de condenações injustas.
 
O processo do mensalão comprova isso. O ministro Luiz Fux disse que é possível flexibilizar garantias. Mas dizer que é preciso relativizar a exigência de provas é diminuir o esforço que relator e revisor fizeram para indicar as bases de sua convicção.
 
Cada um selecionou, valorou e escolheu elementos diferentes, pois há provas para todos os gostos. Mas ambos apontam exatamente quais depoimentos, laudos e decisões servem de apoio para as decisões. E assim legitimam e explicitam suas posições.
 
 
THIAGO BOTTINO é professor de direito penal da FGV Direito, do Rio
—–
A perplexidade que vai se espalhando com a rendição escancarada da maioria dos ministros do Supremo aos ditames midiáticos deriva não apenas da condenação de João Paulo Cunha. Antes, vêm a escandalosa ultrapassagem do julgamento do “mensalão tucano” (mais antigo) pelo julgamento do “mensalão petista” e a negativa de desmembramento do processo “petista” que foi concedido pelo STF ao processo “tucano”.
 
 
Vai se confirmando acusação que o ministro Ricardo Lewandowski fez em privado ao STF em 2007 e que acabou se tornando pública porque o juiz estava sendo espionado pela Folha de São Paulo em sua intimidade. Repórter daquele jornal o ouviu dizer ao telefone em um restaurante que a Corte aceitou indiciar José Dirceu porque a mídia lhe pôs “faca no pescoço”.
 
 
Temos então no Brasil, hoje, uma Justiça para petistas e outra para tucanos. Ou, melhor dizendo, uma Justiça para os amigos e outra para os inimigos da Globo, da Folha, do Estadão e da Veja.
 
 
No caso dos amigos da mídia, a Justiça concede tudo, amacia, absolve, engaveta; no caso dos inimigos, condena sem provas e inverte o instituto In Dubio Pro Reo (na dúvida, a favor do réu). Como se sabe, o Direito reza que se só existem indícios contra alguém não se pode condená-lo com base no que parece que fez, com base em subjetividade absoluta.
 
 
A voz trêmula e hesitante de Rosa Weber ou o malabarismo retórico de Luiz Fux deixaram claro que eles sabiam o que estavam perpetrando e tentaram, clara e excessivamente, explicar o inexplicável.
 
 
Pouco antes de começar o julgamento do mensalão, houve troca de presidente da Central Única dos Trabalhadores. O presidente que assumiu, o sindicalista Wagner Freitas, naquela oportunidade afiançou que a CUT e outros movimentos sociais iriam às ruas caso o STF cedesse à mídia e fizesse um julgamento político. Pois bem: a mídia acaba de se assenhorar da Justiça brasileira, adquirindo, assim, o poder de condenar seus inimigos e absolver seus amigos, como se vê nos mensalões “petista” e “tucano”.
 
 
É óbvio que não se vai conseguir mudar os votos do STF. Está claro que, à exceção de Lewandowski e de José Antônio Dias Tóffoli, os outros ministros vão atuar como marionetes das famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita e não haverá manifestação que os recoloque na trilha do Direito.
 
 
Para que ir à rua, então? Simples: para denunciar. CUT, MST, UNE e tantos outros movimentos sociais têm meios de fazer explodirem manifestações por todo país. Nesses atos, deve-se explicar à sociedade nas ruas o casuísmo do STF e por que ele está ocorrendo.
 
 
Mas não é só. Esse deve ser o primeiro passo de um amplo movimento político de reação ao verdadeiro golpe de Estado que está em curso no Brasil.
 
 
As condenações sem provas de cidadãos pela mais alta Corte de Justiça do país têm que gerar uma reação política de peso, do contrário se instalará no Brasil a primeira ditadura midiática formal de que se tem notícia, onde inimigos da mídia são mandados para a cadeia por determinação de editorialistas, colunistas e âncoras de telejornal.Blog da Cidadania

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Velha mídia tucana se desespera

 

Messias Pontes *



É de desespero o momento vivido pela velha mídia conservadora, venal e golpista, toda ela tucana até o talo.
 
 

A ênfase dada nos últimos meses, notadamente nos últimos dias ao julgamento da AP 470 que ela insiste à exaustão em chamar de mensalão (sem aspas), não tem surtido nem de leve o efeito esperado, ou seja, que a população venha a pública se manifestar nas ruas e praças públicas contra “o maior escândalo do século” praticado pelo PT e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Essa velha e desmoralizada mídia já não forma mais opinião. Tanto assim que perdeu em 2002, 2006 e 2010 e já está perdendo agora nas eleições municipais nos dois maiores colégios eleitorais do País, em especial em São Paulo. O que hoje existe é a opinião formada. Transformada no maior partido de oposição do Brasil, essa velha mídia, que também não inova, está perdendo com muita celeridade o pouco da credibilidade que conquistou ao longo dos anos com seus engodos, armações e mentiras.

As manchetes dos últimos dias têm sido as mesmas: julgamento do mensalão do PT. Ontem, O Globo, o Estadão e a Folha estamparam o sensacionalismo primário, numa forçação de barra que já lhes é peculiar. Principalmente o jornalão que emprestava suas peruas para transportar presos políticos para a tortura nos porões da ditadura militar: “Relator conclui que verba pública irrigou o mensalão” foi a manchete de ontem.


Como o Datafolha, empresa do mesmo grupo, publicou a última pesquisa de intenção de voto na capital paulista antes do horário eleitoral no rádio e TV, várias poderiam ter sido as manchetes da Folha: “Russomanno ultrapassa Serra”; “Serra em tendência de queda”; “Serra em queda livre”; “Serra cai mais três pontos”; “Aumenta rejeição a Serra”; “Russomanno coloca quatro pontos na frente de Serra”; “Pela primeira vez Serra perde a liderança”...


O declínio de Serra apavora a velha mídia, e isto se manifesta a cada pesquisa, tanto na queda de intenção de voto como no aumento da sua rejeição. Em junho a rejeição do candidato do conservadorismo de direita era de 32%, em julho passou para 37% e agora aumenta mais um ponto, se aproximando de 40% de rejeição, o que inviabiliza qualquer eleição. Na pesquisa ontem divulgada, Russomanno aparece com 31% das intenções de voto e Serra com 27; o primeiro subiu cinco pontos e o outro caiu três. Na espontânea Russomanno também ultrapassou Serra: 15 a 13.


Essa tendência de queda na intenção de voto e no aumento da rejeição está acontecendo sem que se faça uso do livro Privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que desnuda a política de traição nacional do tucanato em geral e de José Serra em particular. Se todo paulistano tomasse conhecimento do conteúdo desse livro, o “Zé” Bolinha de Papel só teria o voto dele, dos seus familiares e do demotucanato. As suas pretensões de chegar à presidência da República foram pro brejo, a não ser que ele insista em ser na próxima encarnação.


Se o objetivo da velha mídia conservadora, venal e golpista é bater no PT, este dá motivos de montão: cadê a reforma agrária?; por que quer ter a hegemonia da esquerda? Por que não cumpre acordo? Por que transporta dólares na cueca? Por que dá rasteira nos aliados? Por que o ônus do governo é dividido com os partidos aliados e o bônus os petistas, como areia de cemitério, querem comer sozinhos? E por aí vai.


Para causar estragos irreversíveis à imagem do Partido dos Trabalhadores , basta a velha mídia mostrar à exaustão as imagens de milhares de famílias de trabalhadores rurais sem terra acampados há anos à espera de um assentamento; é suficiente mostrar diariamente como o governo petista está sucateando o Incra, justamente o órgão responsável pela reforma agrária no País; basta mostrar que apenas 1% de latifundiários é dono de 48% de toda a terra do País; é suficiente mostrar, pelo menos uma vez por semana, que é de um petista o projeto de lei que dispõe sobre a privatização da Embrapa. Isto mesmo, é de um senador petista, Delcídio Amaral (PT-MS), o projeto que quer transformar o mais importante órgão de pesquisa agropecuária da América Latina em empresa de economia mista com ações negociadas na bolsa.


Para frustração e desespero do baronato da mídia e seus colonistas amestrados o interesse dos brasileiros no julgamento do chamado mensalão petista é inversamente proporcional ao interesse pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Por mais que parlamentares inconsequentes - do quilate do pedetista Miro Teixeira e outros da sua laia como o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, e o vice-presidente Michel Temer – insistam em impedir a ida do jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal da famigerada revista Veja, mais cedo ou mais tarde esse “jornalista” e o seu patrão Robert Civita, cúmplices do bandido Carlinhos Cachoeira, terão de depor na CPMI.

* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.