quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe do Agronegócio: 'suspeito número um é o sistema de produção'

30 DE ABRIL DE 2009



Alejandro Nadal é economista. Professor investigador do Centro de Estudios Econômicos e do “El Colegio de México”, colabora regularmente con o jornal mexicano de esquerda La Jornada. Muitos de seus artígos foram reproduzidos em sites como www.rebelion.org ou www.sinpermiso.info. Nadal é, além disso, membro do conselho editorial de Investigação Econômica, una excelente revista de ciências sociais dirigida pelo economista mexicano Ignacio Perrotini.

O economista Nadal Leia a seguir a entrevista realizado por Salvador López Arnal, para o Rebelión, com o economista Alejandro Nadal.


De que estamos tratando quando se fala de gripe suína?


A chamada febre ou influenza suína é provocada por uma variação de um vírus que é endêmico em porcos. A influenza suína é rara em humanos, mas o vírus pode sufrer mutações e afetar humanos. É isso o que aconteceu neste caso.


Como pode ter havido a mutação do vírus, ao que parece, muito rapidamente e afetar a espécie humana?


O suspeito número um é o sistema de produção industrial de porcos, onde o confinamento permite o intercâmbio maciço de vírus, o que facilita o surgimento de novas cepas e variantes, algumas das quais podem ser um tipo patógeno de influenza, que pode afetar os seres humanos. As pocilgas são bem conhecidas por serem uma das melhores fontes de geração de variantes desses vírus.


Até agora, salvo o caso de um bebê que morreu no Texas, EUA, em 28 de abril, todos as mortes aconteceram no México e entre pessoas jovens. Por que?


É uma pergunta ainda sem resposta. Ainda não se tem conhecimento do motivo. Uma hipótese é que o vírus, em suas primeiras etapas, pode ser mais mortífero e, à medida que avança o processo de sua transmissão, diminui a virulência ou força destruidora. Entretanto, no caso do vírus A (H1N1), que acomete o México, a virulência não diminuiu (o vírus não teve mutação para gêneros menos malignos). Os médicos e laboratórios, todavia, não t~em respostas.


Qual é a situação em seu país, neste momento?


Fala-se de mais de dois mil casos de infecção com um quadro clínico similar ao do vírus A (H1N1). Cerca de 150 pessoas morreram, o que situa o nível de mortalidade em níveis comparativos a epidemias muito graves, embora não seja prudente ainda fazer comparações com estes níveis estatísticos.


Neste momento a Cidade do México, um aglomerado urbano de uns 20 milhões de habitantes, ela se encontra paralizada. As escolas, desde primárias até as universitárias, estão fechadas até o dia 6 de maio. Os restaurantes também estão fechados, até o mesmo dia. Muitas empresas diminuiram o ritmo de atividade. Em escala nacional, o sistema educacional está paralizado também até 6 de maio. As autoridades fazem esforços para conter o contágio e nos próximos dias saberemos se estas medidas obtiveram êxito. O certo é que, no momento, existem sérias dúvidas sobre a validade das ações governamentais.


O impacto econômica desta epidemia é forte. A grande divisão de serviços é muito importante na composição do PIB. Serviços de turismo e hotelaria são muito importantes e fortes geradores de emprego. O impacto da epidemia atinge em cheio, em primeiro lugar, estes setores. Além disso, o setor de turismo sentirá também o impacto, provavelmente durante muitos meses, como costuma acontecer nestes casos. O déficit crônico da balança comercial vai recrudescer. Além disso, é muito provável que as exportações de carne de porco e de frango sofram por causa desta epidemia, embora ainda não existam evidências de que a doença se transmita diretamente pelo consumo de carne de porco. Finalmente, a arrecadação de impostos se verá abalada de modo significativo, sobretudo o Imposto de Valor Agregado, que é, como sabemos, um imposto relativo a consumo. Enfim, tudo isso vem contribuir para a piora da situação, já comprometida pela crise do capitalismo, cujas previsões davam uma queda de 4,5% do PIB mexicano para o ano de 2009. Pessoalmente, dado o peso do setor de serviços, acredito que devemos ao menos somar outro ponto percentual de perda a essa estimativa, isto é, o PIB mexicano cairá ao redor de 5,5% este ano. É uma estimativa grosseira, pois resta verificar se esta situação será demasiado prolongada.


O que está acontecendo significa que a pecuária intensiva, industrializada, é um caldo de cultivo para agentes infecciosos? Não estamos tratando os animais, seres vivos, como se fossem seres inanimados, sem dor nem sofrimento?


A produção industrial em grande escala de gado em estábulos, de porcos e aves em ''granjas'' gicantescas, que são verdadeiras fábricas de carne, é uma das aberrações da produção capitalista nestes últimos cinquenta anos. Sim, efetivamente, é um caldo de cultivo de agentes patológicos. Facilita sua rápida evolução e promove o surgimento de novas cepas de grande virulência. É bem sabido pelso epidemiologistas o fato de que os vírus que causam a morte de seu hospedeiro mantêm um equilíbrio entre virulência e velocidade de transmissão. No caso dos criadouros industriais de porcos e aves, a recolocação cada vez mais rápido dos animais gera pressões (evolutivas) que desembocam no surgimento de cepas mais daninhas e de altas velocidades de transmissão. O fato é bem conhecido na literatura especializada. Mas as autoridades, tanto nacionais como internacionais (incluíndo aí a OMS, no que compete a FAO), sempre toleraram ou solaparam estas condições de produção de alimentos de carne.


Uma médica, cientista e pesquisadora do mexicano Hospital da Raça, que prefere permanecer no anonimato, apontou que os primeiros casos de pessoas afetadas foram detectados em princípios de março, mas que não foi feito nenhum tipo de alerta nem foi feito nenhum estudo a respeito. Aconteceram várias mortes por pneumonia, afirmou a médica, que não foram devidamente estudadas. ''Ao privilegiar a medicina privada, não se deu atenção nem fundos em investigação, infraestrutura e fornecimento de medicamentos à medicina pública, e o que estamos vivendo hoje são as consequências disso'', disse a médica.


O México não tinha elementos para levar a cabo uma análise para detectar a doença? É acertada essa análise em sua opinião?


É correta. E eu diria que a crítica da médica é até pequena. Nos últimos vinte anos o investimento em educação ficou estagnado, à medida que os governos privilegiaram o pagamento de rendimentos financeiros, ao invés de investir nos setores prioritários de desenvolvimento (Saúde, alimentação, moradia, educação, ciência e tecnologia). Um dos melhores exemplos disso é o de quatro anos atrás, quando o governo de Fox queria desmantelar o principal centro de pesquisas florestais, pecuárias e agrícolas do México. Nosso país conta com 11 mil quilômetros de litoral e o setor pesqueiro é muito importante, mas são muito poucos os centros de pesquisa sobre pesca e não existe um sistema em escala nacional de monitoração para o manejo racional do pescado. Voltando ao caso da Influenza, é exraordinário que neste país o governo pretenda abrir de modo rápido e ilegal o campo aos transgênicos, mas não se conta sequer com laboratórios para determinar com certeza quando alguém está contaminado com o vírus A (H1N1).


Luis de Sebastián, um economista de destaque da cidade espanhola de Barcelona, observou em um artigo recente publicado na revista Cinco Días que ''os mexicanos pobres sofrem uma epidemia gripal de nova ordem, sobre uma crise econômica e uma pobreza endêmica... O mundo não pode sobreviver à base de pequenas ilhas de ricos em meio a um mar de pobres''. Por que fala de mexicanos pobres? Não podem ser afetados também os mexicanos mais ou menos ricos?


Todos podem ser afetados.


Como deveriam agir as autoridades sanitárias em seu país? que deve fazer a população?


As autoridades sanitárias devem proporcionar a informação fidedigna do que está acontecendo. Devem realizar as pesquisas que qualquer epidemiologista conduziria e revelaria. No momento, não sabemos entretanto se as autoridades estudaram os pacientes infectados por este vírus para definir a forma de contágio, etc. As autoridades mexicanas sempre têm um comportamente defensivo: o responsável pelos Direitos Humanos nega casos de tortura. O do Meio Ambiente rechaça que haja contaminação, o da Saúde assinala que tudo está sob controle. É um quadro típico do burocratismo mexicano.


Que papel deveria ter a OMS diante da situação?


A OMS deveria deixar de dar sustentação aos grande interesses da indústria farmacêutica e da indústria agro-alimentar. Existe aí muita coisa a fazer para prevenir desastres futuros que farão essas epidemias e pandemias parecerem brincadeira de criança. Não se pode esquecer o papel da OMS e da FAO na manutenção da globalização neoliberal, um modelo econômico falido, cujas falhas em matéria de saúde pública e meio ambiente são notórias.


Podemos tirar alguma lição do que está acontecendo?


Há duas lições muito importantes. Primeiro, as fábricas de carnes (os gigantescos ''feedlots'' de bovinos nos Estados Unidos, as granjas de porcos e aves) são recintos em que a lógica da rentabilidade do capital se mistura com a dinâmica evolutica da natureza. O resultado é uma mistura explosiva. A rentabilidade requer grandes escalas de produção, crescimento rápido dos animais (induzido artificialmente por meio de hormônios) e forte rotação do capital. A dinâmica evolutiva não perdoa e aproveita essas características nos processos produtivos de carne em escala industrial. Desse caldeirão vão surgir sempre novos vírus patógenos. A OMS e os epidemiologistas do mundo sabem disso.


A segunda tem a ver com o tema da biossegurança, esta epidemia é uma mostra clara de que os sistemas de biossegurança no México, e muito provavelmente em muitos países, não estão preparados, nem de longe, para enfrentar contingências. Ainda assim, o governo mexicano insiste em seu afã de liberar cultivos transgênicos em escala comercial. Chama a atenção, em especial, o caso do milho. Esse cultivo tem seu centro de origem no México e uma lei federal (que vela pelos interesses das grandes corporações transnacionais) inclusive estabelece a obrigatoriedade de um regime de proteção especial para o milho. Entretanto, violando essa lei e a opinião inclusive do Instituto Nacional de Ecologia, o governo mexicano se presta à liberação comercial do milho no campo mexicano. Não há condições de biossegurança no México, esta é a lição mais clara da epidemia atual.

Rebelión (em espanhol): www.rebelion.org

Greenhalgh:lobista de Dantas

As denuncias de Ana Julia
30/04/2009

Leandro Fortes

Em janeiro de 2008, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, foi surpreendida por um telefonema de um antigo companheiro do PT, o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. De São Paulo, Greenhalgh manteve uma conversa evasiva e pediu uma audiência com a governadora. De pronto, Ana Júlia convidou o correligionário para um almoço na residência oficial, em Belém. O que deveria ter sido uma conversa entre velhos amigos tornou-se um encontro constrangedor. Greenhalgh levou a tiracolo o empresário Carlos Rodenburg, então vice-presidente do Banco Opportunity e ex-cunhado do banqueiro Daniel Dantas. Enquanto saboreava um peixe da região, a governadora haveria de descobrir um segredo que só seria revelado ao País dali a seis meses, após a Operação Satiagraha: Greenhalgh, antigo defensor de trabalhadores rurais e presos políticos da ditadura militar, havia se tornado advogado e lobista de Dantas. O petista intercedeu a favor do banqueiro e de suas atividades pecuárias no Pará.

Na quarta-feira 29, Ana Júlia Carepa recebeu CartaCapital no escritório da representação do estado do Pará, no Setor Comercial Sul de Brasília. A governadora não consegue esconder a decepção de ver o companheiro Greenhalgh do outro lado da trincheira e denuncia uma conspiração, segundo ela, montada pela turma de Dantas para tentar passar a imagem de que o Pará é uma terra sem lei.

CartaCapital: De que maneira o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh se aproximou da senhora para interceder pelo Opportunity?

Ana Júlia Carepa: O Greenhalgh é um companheiro por quem sempre tive muito respeito. Ele telefonou para mim, de São Paulo, e disse que precisava falar comigo, que viria a Belém, em janeiro de 2008. Eu falei “pois não, meu companheiro”. Quando ele chegou, percebi que tinha vindo com Rodenburg (Carlos Rodenburg, do Opportunity). Fiquei surpresa.

CC: Qual foi a sua reação?

AJC: Eu me virei e disse a ele (Rodenburg): “Já o conheço de situações bem menos confortáveis do que esta aqui”. Eu o conhecia da CPI dos Correios, ele estava lá acompanhando o Daniel Dantas, a quem desafiei muitas vezes e acusei de subjugar os fundos de pensão, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, para manter o controle acionário da Brasil Telecom. Mesmo assim, seguimos para a residência oficial e fomos almoçar.

CC: Havia mais alguém nesse almoço, além de vocês três?

AJC: Sim, o meu então chefe de gabinete, João Cláudio Arroio.

CC: O que Greenhalgh e Rodenburg queriam?

AJC: Eles queriam “vender” a imagem da empresa (Agropecuária Santa Bárbara) e reclamar que tinham recebido uma notificação de crime ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do Pará. Perguntaram se era uma coisa específica para eles. Eu disse que não, pois a certificação ambiental é obrigação de todo mundo. Somos cobrados por isso. Greenhalgh queria saber especificamente sobre esse documento, do qual o governo do Pará não abre mão. Disse que se eles precisassem de mais algum prazo para levantar a documentação não seria problema. Mas o documento seria mantido. Disse que a única exigência que o estado faz para qualquer empreendedor do Pará é que trabalhe dentro da legalidade, dentro das leis ambientais, e por isso mesmo houve a notificação.

*Confira a íntegra dessa entrevista na edição impressa de CartaCapital.

Tupi é o novo marco para o setor petrolífero


Autor(es): Sabrina Lorenzi
Gazeta Mercantil - 30/04/2009



O início de operação do campo de Tupi, a partir de amanhã, Dia do Trabalho, marcará um novo divisor de águas para o setor petrolífero brasileiro. "Com Tupi, a Petrobras vai mostrar que conseguiu superar os desafios tecnológicos de atuar em tanta profundidade", afirma o geólogo Giuseppe Bacoccolli, referindo-se à extração marítima de petróleo a mais de 6 mil metros.


- Quando a Petrobras realizou descobertas a seis mil metros abaixo da superfície, mudou o modelo de exploração no Brasil. Neste ano, as empresas do setor comunicaram à Agência Nacional do Petróleo (ANP) 58 perfurações com mais de quatro mil metros de profundidade. Nem todas miram o pré-sal, mas a estratégia de aproveitar as sondas para tentar a sorte grande abaixo da camada de sal é óbvia para a maioria delas, segundo geológicos e executivos consultados pela Gazeta Mercantil. O campo de Tupi, que começa a produzir petróleo amanhã, no feriado de 1º de maio, o dia do trabalhador, também promete transformar as técnicas de produção.

A presença do presidente Lula na plataforma de Tupi foi cancelada por questões de segurança, mas o chefe da República participará de cerimônia paralela no Rio (ver matéria na pág. C2). Hoje, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, darão entrevista junto ao presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e o diretor de exploração e produção, Guilherme Estrella, sobre o início da produção no até agora campo mais badalado do pré-sal.

A plataforma de produção de Tupi - o FPSO BW (Bergesen Worldwide Offshore do Brasil) Cidade de São Vicente - está ancorada a cerca de 290 quilômetros da costa, em frente à cidade do Rio. O primeiro poço vai produzir por seis meses. Em seguida, o segundo poço de Tupi fará o mesmo em igual prazo. E mais três meses estão previstos para outros testes. A capacidade de produção será de 30 mil barris de óleo por dia.

Um dos maiores objetivos da Petrobras é analisar o potencial de produção e a velocidade de extração do petróleo. Dessa análise dependem decisões importantes, como o posicionamento dos poços (se serão verticais, horizontais ou desviados). A pressão 400 vezes maior que a normal é o maior desafio do pré-sal, para o professor Oscar Rosa Mattos, coordenador do Laboratório DE Ensaios Não Destrutivos, Corresão er Soldagem (LNDC). O laboratório vai desenvolver materiais resistentes às condições adversas. Será um marco para as técnicas de desenvolvimento e produção que servirão como base para vários outros campos descobertos no pré-sal. A Petrobras e a americana Exxon Mobil, com outras empresas parceiras tais como BG, Galp, Hess, dependem dessas informações para desenvolver as áreas que já possuem: onze descobertas no cluster de Santos. Parati (BM-S-10); Tupi e Iara (BM-S11); Carioca, Guará e Iguaçu (BM-S-9); Júpiter (BM-S-24); Bem-te-vi (BM-S-8); Corcovado (BM-S-52) e Azulão (BM-S-22) são os campos anunciados na região promissora até então. Essas áreas têm potencial para mais que quadruplicar as reservas atuais de petróleo no País, juntamente com a região que ainda não foi licitada.De acordo com a Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP), com os novos campos localizados abaixo da camada de sal na bacia, que vai de Santa Catarina ao norte do Rio de Janeiro, as jazidas brasileiras passam dos 13 bilhões de barris (provados) para cerca de 55 bilhões de barris. A ANP citou números semelhantes em algumas palestras. As petroleiras estão indo mais fundo fora do cluster de Santos.

EX-PREFEITO DO DEMO SUBCONTRATA EMPRESA DO MARIDO DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO


Pagamentos indevidos, divergências, ausência, deficiência, inconsistência, carência e muitos outros termos foram utilizados nos relatórios finais da 27ª edição do Programa de Fiscalização por Sorteios, instituído pela Controladoria-Geral da União (CGU). Dentre os milhares de casos identificados em 60 municípios com essas características, uma constatação curiosa. Em Buerarema, município baiano de aproximadamente 20 mil habitantes, foi constatada a subcontratação de empresa de propriedade do cunhado do ex-prefeito para atender o transporte escolar da cidade, pelo valor de R$ 416,9 mil.

A fiscalização dos auditores da CGU constatou que a operação de transporte escolar no município, no período de 2007 e 2008, desde a contratação e o pagamento dos condutores, até a guarda, abastecimento, manutenção e reparo dos veículos, era feita pela empresa Macuco Transporte Ltda, de propriedade do empresário Nerival Borges Messias, marido da ex-secretária de educação municipal, Rosilene Dantas, que por sua vez é irmã da ex-secretária de saúde e também esposa do ex-prefeito da cidade, Orlando Filho. Familiaridades à parte, as irregularidades apuradas consistiam na identificação do fracionamento de despesas com serviços de transporte escolar e na simulação de competição nas licitações.

Os veículos contratados, de propriedade da empresa vencedora da licitação, Nunes Locadora, ficavam permanentemente sob a responsabilidade e controle da Macuco, estacionados nas dependências de sua sede comercial. No entanto, questionados pelos técnicos da CGU, os condutores dos veículos escolares simplesmente informaram desconhecer a empresa Nunes ou seus proprietários e garantiram terem sido contratados e pagos pelos donos da Macuco.

De acordo com a Nunes Locadora, a empresa era responsável pelos pagamentos efetivos dos condutores, entretanto, informou que a relação com a empresa Macuco era baseada numa negociação informal. Para a equipe de fiscalização, os fatos mostram a existência de fracionamento e a simulação de concorrência nas licitações promovidas pela Prefeitura com a intenção de criar condições favoráveis à contratação disfarçada da Macuco, pela intermediação da Nunes Locadora.

Questionado sobre as constatações da CGU, Nerival Borges nega que seja ou tenha sido proprietário da empresa Macuco. Ele afirma que já foi funcionário da empresa e indicou Jeová Rosário como sendo o dono da empresa. Rosário explica que os veículos da Nunes apenas ficavam estacionados nas dependências da sede comercial da Macuco.

O ex-prefeito, Orlando Filho(DEM-BA), nega que tenha havido subcontratação na prestação de serviços e afirma que a prefeitura não poderia ser responsabilizada se isso ocorresse. “Eu fiz a licitação de acordo com a legislação, a empresa Nunes ganhou a concorrência e prestou o serviço, mas se ela pagou alguém pra poder ajudá-la com isso já é um problema dela. Isso não tem nada a ver com a prefeitura”, afirma. Questionado sobre os vínculos de família em sua gestão, ele confirma que tinha a esposa e a cunhada como secretarias municipais. Além disso, Filho reconhece o cunhado Nerival como proprietário da Macuco Transportes.

Segundo a CGU, quando há prejuízo ao patrimônio público, os relatórios são encaminhados aos Tribunais de Contas Estaduais (TCEs) para que os danos sejam quantificados, os responsáveis sejam identificados e seja efetuado o ressarcimento. “Em Buerarema, não necessariamente houve um prejuízo, mas um favorecimento. Neste caso, o Ministério Público pode mover ação, inclusive penal, contra os responsáveis, estejam eles na gestão atual ou não”, informa a assessoria. A prefeitura, segundo a CGU, também é notificada, mas a atual gestão de Buerarema informa não ter recebido ainda o relatório.

Enquanto isso, o juiz da promotoria de justiça da Comarca de Buerarema, Mauricio Fontes, afirma que entrou com uma ação civil pública para garantir o pagamento de funcionários referente ao mês de dezembro do ano passado, incluindo o 13º e parte das férias. A ação visa assegurar o patrimônio público na cidade. Segundo ele, há outros processos civis em andamento para apurar supostos crimes de improbidade administrativa contra o ex-prefeito da cidade, Orlando Filho. “Esses processos podem configurar crime de improbidade”. Quanto ao relatório elaborado pela CGU, ainda não houve o encaminhamento para o Ministério Público local, mas que as providências serão tomadas quando da posse do material.

Empresa é reincidente nos sorteios da CGU

No 15º sorteio da CGU, ainda em 2005, a Macuco Transportes foi citada no relatório de fiscalização do município de Santa Luzia, há 70 Km de Buerarema. O motivo: superfaturamento em contrato de locação para transporte escolar e indícios de desvio de recursos mediante pagamento por serviço não prestado.

Em análise do contrato de locação para transporte escolar, firmado entre a
prefeitura de Santa Luzia e a empresa Macuco Transporte, os fiscais constataram que a prefeitura bancava, em média, 1.600 litros de óleo diesel por mês, e, ainda, arcava com a remuneração dos motoristas dos ônibus da empresa contratada, inclusive seus encargos trabalhistas. A CGU conclui, neste caso, que os preços cotados pela Macuco estavam superfaturados, pois os gastos de pessoal e encargos trabalhistas, bem como o consumo de combustível dos ônibus locados, apesar de supostamente comporem os custos da proposta de preços da empresa vencedora, estavam sendo arcados pela prefeitura.

Além disso, a prefeitura firmou um contrato com a empresa Macuco, no valor de R$ 16 mil, mas foi pago à empresa R$ 24 mil. O secretário de finanças, à época, afirmou que o valor maior foi pago devido à contratação de mais um ônibus, feito por solicitação do secretário de educação.

Contudo, o próprio secretário de Educação disse aos fiscais que existiam apenas dois ônibus escolares contratados pela prefeitura, com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). “Portanto, não procede a alegação do secretário de finanças e não há amparo contratual, nem legal para o pagamento a maior de R$ 8 mil no contrato de locação de transporte escolar durante o mês de março”, afirmou o relatório.

Programa de sorteios da CGU

Na mais recente edição dos sorteios, a CGU fiscalizou a aplicação de R$ 742 milhões em 60 municípios e constatou fraudes em licitações, uso de notas falsas, prática de sobrepreço e pagamentos por serviços não-realizados, entre outros problemas. Desde 2003, o programa de fiscalização por sorteio já chegou a 1.461 municípios (26% dos municípios brasileiros), fiscalizando recursos totais da ordem de R$ 9,5 bilhões.

Os relatórios referentes ao município de Buerarema e os demais fiscalizados, segundo a CGU, foram encaminhados aos ministérios descentralizadores dos recursos. Além disso, foram encaminhados ainda ao Ministério Público para aplicação das penalidades previstas em lei, quando for o caso. As prefeituras e câmaras municipais também receberam cópias.

Milton Júnior e Leandro Kleber
Do Contas Abertas

Interpelação judicial a Lula é arquivada pelo STF

Por Lilian Matsuura
O Supremo Tribunal Federal não é competente para julgar ação originária de reparação civil contra o presidente da República. A prerrogativa de foro só pode ser usada nas questões relacionadas ao cargo, o chamado ratione muneris. Este entendimento foi aplicado pelo ministro Celso de Mello ao determinar o arquivamento da interpelação judicial apresentada contra o presidente Lula.

O cidadão brasileiro, Clóvis Victorio Mezzomo, entrou com interpelação judicial contra o presidente Lula. Questionava a declaração de que a crise econômica mundial é “fomentada por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis, que antes da crise pareciam que sabiam tudo, e que agora demonstra não saber nada (sic)”.

No pedido de explicações, Mezzomo afirma que tem ascendência italiana e olhos verdes. Conta ainda que nasceu em Caxias do Sul (RS) e foi criado em zona de colonização alemã, onde sempre trabalhou cercado de homens e mulheres de pele branca e olhos azuis, “os quais, juntamente com europeus, ibéricos, negros e índios muito fizeram pela prosperidade e progresso da região”. Para ele, as palavras do presidente Lula foram ofensivas.

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo, explica em sua decisão que a interpelação judicial tem por objetivo esclarecer dubiedades ou ambiguidades em declarações, faladas ou escritas, para viabilizar um processo criminal. No caso, o ministro não encontrou qualquer ponto obscuro ou que merecesse explicações. Portanto, este é um dos motivos pelos quais decidiu arquivar a interpelação.

Ainda segundo o ministro, o regime de direito levou o Supremo a afastar de suas atribuições originárias o julgamento de processos cíveis que “não se acham inscritas no texto constitucional (ações populares, ações civis públicas, ações cautelares, ações ordinárias, ações declaratórias e medidas cautelares), mesmo que instauradas contra o presidente da República”. Consultor Jurídico.

Gripe suína: os porcos perigosos andam de terno





As hordas de turistas americanos regressaram de Cancún este ano com um souvenir invisível mas sinistro. A gripe suína mexicana, uma quimera genética provavelmente concebida na lama fecal de um criadouro industrial, ameaça subitamente o mundo inteiro com uma febre. Os brotos na América do Norte revelam uma infecção que está viajando já em maior velocidade do que aquela que viajou a última cepa pandêmica oficial, a gripe de Hong Kong, em 1968.


Por Mike Davis, no The Guardian*


Granja nos EUA: esterco e calor em escala industrial Roubando o protagonismo de nosso último assassino oficial, o vírus H5N1, este vírus suíno representa uma ameaça de magnitude desconhecida. Parece menos letal que a Sars (Síndrome Respiratória Aguda, na sigla em inglês) em 2003, mas como gripe, poderia resultar mais duradour que a Sars. Dado que as domesticadas gripes estacionais de tipo “A” matam nada menos do que um milhão de pessoas ao ano, mesmo um modesto incremento de virulência poderia produzir uma carnificina equivalente a uma guerra importante.

Micróbios que voam pelo mundo

Uma de suas primeiras vítimas foi a fé consoladora, predicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na possibilidade de conter as pandemias com respostas imediatas das burocracias sanitárias e independentemente da qualidade da saúde pública local. Desde as primeiras mortes causadas pelo H5N1 em 1997, em Hong Kong, a OMS, com o apoio da maioria das administrações nacionais de saúde, promoveu uma estratégia centrada na identificação e isolamento de uma cepa pandêmica em seu raio local de eclosão, seguida de uma massiva administração de antivirais e, se disponíveis, vacinas para a população.

Uma legião de céticos criticou esse enfoque de contrainsurgência viral, assinalando que os micróbios podem agora voar ao redor do mundo – quase literalmente no caso da gripe aviária – muito mais rapidamente do que a OMS ou os funcionários locais podem reagir ao foco inicial. Esses especialistas observaram também o caráter primitivo, e às vezes inexistente, da vigilância da interface entre as enfermidades humanas e as animais.

Mas o mito de uma intervenção audaciosa, preventiva (e barata) contra a gripe aviária resultou valiosíssimo para a causa dos países ricos que, como os Estados Unidos e a Inglaterra, preferem investir em suas próprias linhas Maginot biológicas, ao invés de incrementar drasticamente a ajuda às frentes epidêmicas avançadas de ultra mar. Tampouco teve preço esse mito para as grandes transnacionais farmacêuticas, envolvidas em uma guerra sem quartel com as exigências dos países em desenvolvimento empenhados em exigir a produção pública de antivirais genéricos fundamentais como o Tamiflu, patenteado pela Roche.

A situação do México e a dos EUA

A versão da OMS e dos centros de controle de enfermidades, que já trabalha com a hipótese de uma pandemia, sem maior necessidade novos investimentos massivos em vigilância sanitária, infraestrutura científica e reguladora, saúde pública básica e acesso global a medicamentos vitais, será agora decisivamente posta a prova pela gripe suída e talvez averigüemos que pertence à mesma categoria de gestão de risco que os títulos e obrigações de Madoff. Não é tão difícil que fracasse o sistema de alertas levando em conta que ele simplesmente não existe. Nem sequer na América do Norte e na União Européia.

Não chega a ser surpreendente que o México careça tanto de capacidade como de vontade política para administrar enfermidades avícolas ou pecuárias, pois a situação só é um pouco melhor ao norte da fronteira, onde a vigilância se desfaz em um infeliz mosaico de jurisdições estatais e as grandes empresas pecuárias enfrentam as regras sanitárias com o mesmo desprezo com que tratam aos trabalhadores e aos animais.


Analogamente, uma década inteira de advertências dos cientistas fracassou em garantir transferências de sofisticadas tecnologias virais experimentais aos países situados nas rotas pandêmicas mais prováveis. O México conta com especialistas sanitários de reputação mundial, mas tem que enviar as amostras a um laboratório de Winnipeg para decifrar o genoma do vírus. Assim se perdeu toda uma semana.

Mas ninguém ficou menos alerta que as autoridades de controle de enfermidades em Atlanta. Segundo o Washington Post, o CDC (Centro de Controle de Doenças) só percebeu o problema seis dias depois de o México ter começado a impor medidas de urgência. Não há desculpas para justificar esse atraso. O paradoxal desta gripe suína é que, mesmo que totalmente inesperada, tenha sido prognosticada com grande precisão. Há seis anos, a revista Science publicou um artigo importante mostrando que “após anos de estabilidade, o vírus da gripe suína da América do Norte tinha dado um salto evolutivo vertiginoso”.

Mutações mais virulentas a cada ano

Desde sua identificação durante a Grande Depressão, o vírus H1N1 da gripe suína só havia experimentado uma ligeira mudança de seu genoma original. Em 1998, uma variedade muito patógena começou a dizimar porcas em uma granja da Carolina do Norte, e começaram a surgir novas e mais virulentas versões ano após ano, incluindo uma variante do H1N1 que continha os genes do H3N2 (causador da outra gripe de tipo A com capacidade de contágio entre humanos).

Os cientistas entrevistados pela Science mostravam-se preocupados com a possibilidade de que um desses híbridos pudesse se transformar em um vírus de gripe humana – acredita-se que as pandemias de 1957 e de 1968 foram causadas por uma mistura de genes aviários e humanos forjada no interior de organismos de porcos – e defendiam a criação urgente de um sistema oficial de vigilância para a gripe suína: advertência, cabe dizer, que encontrou ouvidos surdos em Washington, que achava mais importante então despejar bilhões de dólares no sumidouro das fantasias bioterroristas.

Gigantescos infernos fecais

O que provocou tal aceleração na evolução da gripe suína: Há muito que os estudiosos dos vírus estão convencidos que o sistema de agricultura intensiva da China meridional é o principal vetor da mutação gripal: tanto da “deriva” estacional como do episódico intercâmbio genômico. Mas a industrialização empresarial da produção pecuária rompeu o monopólio natural da China na evolução da gripe. O setor pecuário transformou-se nas últimas décadas em algo que se parece mais com a indústria petroquímica do que com a feliz granja familiar pintada nos livros escolares.

Em 1965, por exemplo, havia nos Estados Unidos 53 milhões de porcos espalhados entre mais de um milhão de granjas. Hoje, 65 milhões de porcos concentram-se em 65 mil instalações. Isso significou passar das antiquadas pocilgas a gigantescos infernos fecais nos quais, entre esterco e sob um calor sufocante, prontos a intercambiar agentes patógenos à velocidade de um raio, amontoam-se dezenas de milhares de animais com sistemas imunológicos muito debilitados.

No ano passado, uma comissão convocada pelo Pew Research Center publicou um informe sobre a “produção animal em granjas industriais”, onde se destacava o agudo perigo de que “a contínua circulação de vírus (...) característica de enormes aviários ou rebanhos aumentasse as oportunidades de aparição de novos vírus mais eficientes na transmissão entre humanos”. A comissão alertou também que o uso promíscuo de antibióticos nas criações de suínos – mais barato que em ambientes humanos – estava propiciando o surgimento de infecções de estafilococos resistentes, enquanto que os resíduos dessas criações geravam cepas de escherichia coli e de pfiesteria (o protozoário que matou um bilhão de peixes nos estuários da Carolina do Norte e contagiou dezenas de pescadores).

O monstruoso poder dos monopólios

Qualquer melhora na ecologia deste novo agente patógeno teria que enfrentar-se com o monstruoso poder dos grandes conglomerados empresariais avícolas e pecuários, como Smithfield Farms (suíno e gado) e Tyson (frangos). A comissão falou de uma obstrução sistemática de suas investigações por parte das grandes empresas, incluídas algumas nada recatadas ameaças de suprimir o financiamento de pesquisadores que cooperaram com a investigação.

Trata-se de uma indústria muito globalizada e com influências políticas. Assim como a gigante avícola Charoen Pokphand, sediada em Bangkok, foi capaz de desbaratar as investigações sobre seu papel na propagação da gripe aviária no Sudeste Asiático, o mais provável é que a epidemiologia forense do vírus da gripe suína bata de frente contra a pétrea muralha da indústria do porco.

Isso não quer dizer que nunca será encontrada uma acusadora pistola fumegante: já corre o rumor na imprensa mexicana de um epicentro da gripe situado em torno de uma gigantesca filial da Smithfield no estado de Vera Cruz. Mas o mais importante – sobretudo pela persistente ameaça do vírus H5N1 – é a floresta, não as árvores: a fracassada estratégia antipandêmica da OMS, a progressiva deterioração da saúde pública mundial, a mordaça aplicada pelas grandes transnacionais farmacêuticas a medicamentos vitais e a catástrofe planetária que é uma produção pecuária industrializada e ecologicamente bagunçada.


* Mike Davis é professor no departamento de História da Universidade da Califórnia (UCI), em Irvine; artigo publicado originalmente no britânico The Guardian, reproduzido no La Vanguardia (México), Sin Permiso (Espanha) e Carta Maior (Brasil); intertítulos do Vermelho


PPS foi 'mau caráter' em propaganda, diz Bernardo

Sinceramente, o PPS está ganhando do DEMO em termos de mau-caratismo. Roberto Freire, depois que virou funcionário fantasma de Gilberto Kassab, superou-se em matéria de politico safado.
Agencia Estado
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tentou tranquilizar o pequeno poupador em relação aos estudos do governo para mudar a rentabilidade da caderneta de poupança. Ele garantiu que ninguém será pego de surpresa e criticou a campanha publicitária do PPS que insinua que haverá um novo confisco da poupança como ocorreu no governo Collor. Bernardo qualificou de "mau caráter" a propaganda exibida na televisão. "Nós não estamos fazendo nada escondido. Ninguém está querendo mexer na poupança como disse aquela propaganda mau-caráter que teve esses dias na TV. Queremos que a poupança continue sendo o principal instrumento de proteção dos recursos das famílias. Qualquer adequação será feita de forma transparente", afirmou Paulo Bernardo.

O governo teme que o rendimento da poupança acabe por atrair grandes investidores. "Não queremos que apareça aqui uma pessoa como o George Soros, e ele mesmo já falou que é um especulador, e vai querer depositar US$ 15 bilhões na poupança e ter a mesma garantia do seu Antonio, da dona Maria", disse. "Não podemos é cair naquela discussão da propaganda mau caráter que passou outro dia na televisão, dizendo que nós vamos mexer na poupança, para alarmar as pessoas."


Ele refere-se às inserções do PPS, nas quais o deputado Raul Jungmann (PE) aparece dizendo que Lula quer mexer na poupança, a exemplo do que fez o ex-presidente Fernando Collor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também reagiu à afirmação do PPS. "Lula está nervoso porque quer tungar a poupança para atender aos interesses dos bancos", disse o presidente do PPS, Roberto Freire, em nota.

Lula chama PPS de mentiroso e insano

Quinta-feira, 30 de abril de 2009
Inserção do partido na TV comparava as novas regras da poupança do governo ao confisco de Collor em 1992

Agencia Estado

RIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente nesta quinta-feira, 30, a propaganda veiculada pelo PPS na semana passada, afirmando que o governo iria mexer na poupança de forma semelhante ao que foi feito durante o confisco no governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Sem citar a legenda de oposição, o presidente afirmou, após a cerimônia no canteiro de obras da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), na zona oeste do Rio de Janeiro, que "um partido político teve uma atitude insana, mentirosa e de irresponsabilidade total ao dizer que o governo ia mexer na poupança".

O presidente não entrou em detalhes sobre eventuais mudanças no regulamento das cadernetas, mas afirmou que o assunto será discutido pela equipe econômica do governo "no momento que tiver de ser discutido". Ele disse que o povo brasileiro o conhece e sabe que ele "jamais iria tomar qualquer medida que pudesse prejudicar as pessoas que investem em poupança". Para o presidente, esse tipo de aplicação "não é nem investimento", apenas uma garantia da não-desvalorização do dinheiro.

Indagado sobre a necessidade de uma adequação, já que a queda da taxa básica de juros, a Selic, tornou os investimentos em poupança mais atraentes do que as aplicações em alguns fundos de investimentos, o presidente respondeu: "Deus queira que o único problema do Brasil seja o de que os juros caiam para todo mundo". Ele ainda defendeu investimentos voltados ao financiamento de setores produtivos da economia

LULA:SOU LÍDER NO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO




O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta quinta-feira (30) o novo centro de pesquisas da Petrobras na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O núcleo ajudará na exploração da camada pré-sal. Durante discurso, o presidente afirmou que gostaria de ter estudado "economia de oposição", e afirmou ser líder no investimento em educação, mesmo sem ter diploma universitário. Reportagem de André NaddeoUOL.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

PT vai reafirmar apoio à candidatura Dilma para evitar especulações

29/04/2009
Folha Online

Em meio ao impacto criado com o anúncio de que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) está se tratando de um câncer, o diretório nacional do PT deve aprovar um documento em que reafirma o apoio à candidatura da ministra à Presidência em 2010. A ideia é que a resolução seja aprovada no próximo encontro da cúpula petista, prevista para os dias 8 e 9 de maio.

Após o anúncio de que Dilma será submetida à quimioterapia para combater um câncer linfático, aliados e oposicionistas começaram a especular sobre possíveis abalos em sua eventual candidatura.

Para o secretário-geral da sigla, deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), apesar de a ministra ainda não ser uma candidata oficial, o plano continua o mesmo."Existe a compreensão por parte do partido de que o fato de ela ter a doença não muda em nada os nossos planos, e ela é o nome mais forte hoje", afirma.

Na segunda-feira (27), o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia reafirmado que nada mudava em sua intenção de fazer de Dilma a sua sucessora. "Ela é a minha candidata, mas eu não sou o partido [o PT]", disse Lula. Para o presidente, Dilma "não tem mais nada".

Quanto a uma possível redução no ritmo de trabalho e de compromissos da pré-campanha, Cardozo afirma que o partido não deve interferir e que a decisão deve partir da própria ministra. "Ela tem o direito de se tratar e evidentemente é incorreto da nossa parte ditar qual ritmo ela vai levar daqui para frente. Mas tenho certeza que ela consegue combinar o tratamento com todo o resto", afirmou o secretário-geral.

Caravanas

Ao mesmo tempo em que o diretório nacional tenta abafar as especulações sobre uma alternativa da base ao nome de Dilma, o PT paulista iniciou no último fim de semana uma caravana que deve percorrer o Estado para discutir o nome da candidato ao governo de São Paulo.

O primeiro encontro aconteceu em Cubatão, na Baixada Santista e, segundo o partido, reuniu mais de 300 militantes e dirigentes petistas.

A reafirmação do nome de Dilma também será tema dos próximos encontros no Estado, em que o PMDB de Orestes Quércia está alinhado com o PSDB do governador José Serra.

Roubini: ''Capitalismo selvagem do Ocidente já está falido''



''Os donos do capital incentivarão a classe trabalhadora a adquirir, cada vez mais, bens caros, casas e tecnologia, impulsionando-a cada vez mais ao caro endividamento, até que sua dívida se torne insuportável'', profetizou Karl Marx, em 1867. O mercado jamais levou seus aforismos a sério. Após 150 anos, Nouriel Roubini chega à mesma conclusão quando convidado a explicar a crise cada vez maior nos mercados e economias do planeta.

''Não são uma crise de crédito ou muito menos a desaceleração econômica as causadoras do problema. Ambas são sintomas de uma correção mais ampla no consumo mundial, algo inevitável após o acúmulo tão grande de dívidas entre 2001 e 2007'', afirma. Roubini usa o termo ''desmanipulação'' do consumo. ''O que observamos no último tempo - destaca - não é apenas o desinflar da bolha de crédito, criada por capitais manipulados (quer dizer, endividamento) dos bancos. É uma ''desmanipulação'', em larga escala, de um modelo de vida. Durante longos anos, os consumidores contraíam dívidas para adquirirem equipamentos elétricos, automóveis, casas, férias e outros bens'', diz.

''Por sua vez, as empresas e os mercados basearam-se nesta demanda ignorando os alicerces (de crédito) podres. Este superendividamento dos consumidores, os bancos alimentavam com capitais ''manipulados'', e surgiu a bolha no mercado norte-americano de imóveis'', continuou. Este foi o motivo que fez com que o professor até então relativamente desconhecido da Universidade de Nova York fosse o primeiro a prever a iminente crise.

''Por isso os bancos não são os únicos responsáveis pela falta de fluxo de liquidez no mercado. Atrás de tudo isso oculta-se a grande ''desmanipulação'' do consumo, que deixa produtos nas prateleiras e depósitos, sem venda, resultando no fato de as empresas suspenderem seus planos de expansão e não buscarem financiamentos nos mercados de crédito'', ressaltou. De acordo com Roubini, ''são os próprios consumidores que retiram seus recursos do consumo e os ''estacionam'' em contas de poupança, e os bancos hesitam atirá-los para a economia real, preocupando-se com a própria suficiência de capital. Isto é, sua possibilidade para cobrir as obrigações de resgate de seus próprios empréstimos''.

''A própria ''desmanipulação'' do consumo, revelada grande pela contração do Produto Interno Bruto (PIB) de duas superpotências exportadoras no quarto trimestre, a do Japão em 12,7% e a de Taiwan em 8,36%, oculta-se também atrás da correção das bolsas de valores'', afirma Roubini. E destaca que ''o mergulho do indicador Dow Jones abaixo das 7.500 unidades comprova que o mercado começa gradualmente a reconhecer a ''desmanipulação'' do consumo''. Paralelamente, diz que ''começa a perceber que Washington não está disposta a distribuir dinheiro público sem pensar''.

Os pontos obscuros do revisado plano de ajuda aos bancos norte-americanos, anunciado há cerca de 20 dias pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, dizem respeito às hesitações do governo Obama de liberar mais dinheiro público para salvar ''papéis queimados''. ''Se o ativo dos bancos norte-americanos fosse desvalorizado com base nos atuais preços no mercado, a maioria deles seria tomadora de empréstimos de alto risco e rumaria para a falência'', comentou Roubini.

Por isso, ele recomenda ao governo Obama estatizá-los com base nos preços atuais de mercado, e assim sanear de forma mais indolor possível seus ativos dos produtos de investimentos e empréstimos tóxicos, e em seguida privatizá-los novamente. ''O capitalismo selvagem do Ocidente fracassou, e por isso o day after deve encontrar os governos dispostos a adotarem medidas drásticas, fora das restrições de doutrinas e percepções e que tenham como finalidade única o enfrentamento da crise'', diz.

''Neste sentido, a Europa, diferenciada do modelo financeiro anglo-saxão, pode desempenhar papel de liderança. Basta encontrar saídas para os seus sérios problemas. A crise é o primeiro teste essencial de resistência da Zona do Euro'', estabelece Roubini.

E, conforme destaca, ''muitos países possuem um setor bancário muito maior do que podem salvar sozinhos, e isto constitui o maior problema para a sobrevivência da União Monetária. O aumento de custo do endividamento para muitos países da Zona do Euro aumenta as pressões para a saída de vários deles da Zona do Euro''. Esta perspectiva pode parecer distante por ora, ''mas se a médio prazo algo não mudar, a dissolução da Zona do Euro não deve ser excluída'', sentencia Roubini, encerrando esta entrevista.


Monitor Mercantil

Dilma e o mistério da máquina elétrica

29/04/2009

Publicado na coluna do jornalista Luis Nassif no Portal IG

Para a Ministra-Chefe da Casa Civil, ainda não terminou o factóide da Folha, sobre sua suposta participação no suposto plano de sequestro do Ministro Delfim Netto. A resposta do jornal - dizendo que não poderia assegurar nem a veracidade nem a falsidade da ficha - deixou a bola quicando na área para a Ministra.

No semi-desmentido sobre a ficha, a Folha fala em uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada - bem como não pode ser descartada.

Não é verdade. A Folha sabia que a ficha era falsa. Se não sabia quando soltou a matéria, certamente foi informada quando escreveu o semidesmentido, pelo responsável pelos arquivos do DOPS, da mesma maneira que ele próprio explicou para Dilma, quando ela o procurou.

A tal ficha tinha sido preenchida por algum sistema em que as letras não têm diferenças entre si - diferente do que acontece com qualquer texto escrito em máquinas de escrever comuns. Logo, só poderia ter saído de um computador ou de uma máquina elétrica. A primeira máquina elétrica da IBM entrou no mercado brasileiro em 1966. Mas em 1970 não existia no DOPS nem um, nem outro. Logo, não poderia haver nenhuma dúvida sobre a falsificação da ficha.

Não foi o único fato comprometedor nessa sucessão de manipulações daquele que provavelmente é o mais grave episódio a comprometer a imagem do jornal nos últimos anos.

Dilma aceitou dar um depoimento para a repórter Fernanda Odilla a pedido do diretor da sucursal da Folha em Brasília, Melchiades Filho.

Na entrevista, foi taxativa em garantir que jamais participara de uma ação armada sequer.

- Sou uma pessoa bastante desinteressante para gerar matérias sobre o período, diz Dilma, porque jamais cometi ação armada, não fui julgada nem interrogada sobre isso.

Dilma era do Colina (Comando de Libertação Nacional). Houve uma aproximação com outro grupo, o VPR, resultando daí o VAR-Palmares. O namoro durou três meses apenas. Acabou por diferenças irreconciliáveis acerca das estratégias a serem adotadas. O Colina defendia a linha de massa; o VAR, a luta armada. O Colina não descartava a resistência ou mesmo a guerrilha futura, mas, naquele momento, não via as mínimas condições para isso. Houve bate-bocas memoráveis, em que o VAR acusava o Colina de ser “de direita”. Esse racha foi exposto por Dilma à repórter da Folha.

Foi um período foi muito curto, antes dos dois grupos serem desbaratados pela repressão. Em novembro de 1969, Antonio Roberto Espinosa - principal fonte da matéria -, do VAR, foi preso. Em janeiro, foi a vez de Dilma ser presa.

Para Dilma, o tal plano de sequestro de Delfim provavelmente era uma ideia pessoal de Espinosa, mas que, se existiu, nunca ganhou forma.

Sua primeira leitura da matéria, foi no Clipping do governo. Por isso não reparou na ficha propriamente dita, que saiu apenas no jornal impresso. Embaixo, a informação de que tinha sido obtida no DOPS. Para Dilma seria impossível que o DOPS tivesse forjado uma ficha com informações falsas. Em 1970, a luta armada estava completamente derrotada, os militantes já estavam presos, não havia necessidade de inventar fichas para ninguém.


Quando viu a ficha no jornal impresso, Dilma deu-se conta do absurdo. A tal ficha já circulava em sites na Internet, como o Ternuma e o Coturno Soturno. Imediatamente ligou para Melchiades, informando-o das suas suspeitas. Ele reiterou que a fonte eram os arquivos do DOPS. Dilma pediu que lhe enviasse o original. Não obteve resposta.

Dois dias depois, Dilma entrou em contato com o responsável pelos arquivos do DOPS e pediu para ver a ficha original. O responsável pelo arquivo foi taxativo. Disse que não só não tinha essa ficha por lá como desconfiava que era falsa, por uma razão óbvia: a tal ficha tinha sido preenchida por algum sistema em que as letras não tinham diferenças entre si - como acontece com qualquer texto escrito em máquinas de escrever manuais. Logo, só podia ter saído de um computador ou de uma máquina elétrica. Em 1970 não existia nem um, nem outro.

A reação de Dilma foi mandar carta para o ombudsman da Folha, relatando toda sua trajetória e relacionando 16 pontos de inconsistência na matéria. Ele não reproduziu a carta, limitando-se a publicar uma pequena nota, dizendo que a Folha deveria checar melhor as fontes.

Agora, Dilma contratou a UnB e a Universidade de São Paulo para produzir novos laudos. Com eles, pretende desmascarar completamente a tese da Folha, de que não seria possível assegurar que a ficha seja falsa.

PALAVRAS DA FUTURA PRESIDENTE DO BRASIL

29 DE ABRIL DE 2009

Crise não quebrou o país porque economia está mais forte, afirma Dilma


A atual crise financeira internacional tem uma característica diferente em comparação a outras crises já vivenciadas pelo Brasil, que está economicamente mais forte em comparação a outros momentos da história nacional. A afirmação foi feita ontem pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que visita Manaus para acompanhar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

"Antigamente, qualquer crise quebrava o país porque estávamos nas mãos do FMI [Fundo Monetário Internacional]. A dependência era muito grande e não tínhamos reservas financeiras. Hoje, temos US$ 200 bilhões em reservas. Estamos mais fortes", avaliou a ministra.

Dilma chegou à capital amazonense na segunda-feira e, apesar da notícia sobre a retirada de um câncer linfático, ela mostrou-se totalmente disposta e acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em várias atividades. Em seu segundo dia de viagem, ela participou de uma conferência com autoridades e prefeitos dos municípios do estado para tratar de assuntos relacionados ao PAC e aos impactos socioeconômicos da crise financeira internacional.

Gripe suína

A ministra falou para quase 500 pessoas por quase uma hora na Assembleia Legislativa do Amazonas. Para ela, o Brasil representa para o mundo possibilidades de solução para a crise e os financiamentos empreendidos com o PAC comprovam a capacidade " inigualável " do país de tocar obras de infraestrutura. "A atual crise não vai fazer com que o governo federal corte os investimentos do PAC. A importância desse programa está em dar o peixe e ensinar o brasileiro a pescar", acrescentou a ministra.

Lançado há dois anos, o PAC prevê investimentos da ordem de R$ 646 bilhões até 2010. No Amazonas, o programa vai injetar nesse período R$ 9 bilhões. Dilma Roussef também falou sobre a gripe suína. Ela reiterou as palavras do presidente Lula quanto ao preparo do país para lidar com o problema, caso a doença chegue ao Brasil, e considerou que a situação está sendo tratada de forma cuidadosa.

A informação é da Agência Brasil

LUCIANA FANTASMA CARDOSO DEIXA O CARGO



29 DE ABRIL DE 2009

Pressionada, filha de FHC pede demissão do Senado

Depois das denúncias de que recebia sem trabalhar um salário de R$ 7,6 mil como secretária parlamentar do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pediu demissão do gabinete dele. Segundo a assessoria de imprensa do senador, o pedido foi feito a Fortes nesta terça (28) e prontamente aceito.

A filha do ex-presidente, que estava lotada no gabinete de Heráclito desde 2003, confidenciou que não comparecia ao local de trabalho. Em entrevista à colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bérgamo, Luciana Cardoso disse que o espaço “é um trem mínimo e a bagunça, eterna.”

Questionada na ocasião sobre o seu salário, Luciana ironizou: “Descobre aí. Sou uma pessoa como todo mundo. Por acaso, sou filha do meu pai, não é? Talvez só tenha o sobrenome errado.”

A ex-secretária parlamentar tentou amenizar na entrevista ao afirmar que trabalhava em casa cumprindo tarefas para o senador. Mas logo perdeu a estribeira ao ser questionada sobre o que fazia naquela semana: “Cê não acha que eu vou te contar o que eu tô fazendo pro senador! Pensa bem, que eu não nasci ontem! Preste bem atenção: se eu estou te dizendo que são coisas particulares, que eu nem faço lá porque não é pra ficar na boca de todo mundo, eu vou te contar?”

Após a entrevista atabalhoada, o senador Heráclito ainda declarou ao Vermelho que a filha do seu aliado não precisava dar expediente no gabinete. Segundo ele, ela trabalhava em casa organizando seus arquivos pessoais.

Nada convenceu o procurador Marinus Marsico que ingressou com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando a devolução de todos os salários recebidos por Luciana Cardoso.

De Brasília,

Iram Alfaia, Verrmelho.

terça-feira, 28 de abril de 2009

JUNGMANN, O MAU-CARÁTER



Vi, agora há pouco, pela primeira vez. a propaganda do PPS que sugere que Lula vai confiscar a poupança dos brasileiros, assim como fez Collor. Nunca vi tanta falta de caráter desse sujeito chamado Raul Jungmann.Mas não podemos esperar nada de um político com um currículo desse: Jungmann é acusado de ter roubado R$ 39 milhões de reais do INCRA. Jungmann é acusado de ter feito passeio turístico em avião da FAB. Jungmann é acusado de ter recebido dinheiro do caixa dois de Dantas e da Camargo Correa. Jungmann confessou ter usado recursos do cartão corporativo para fazer massagem nas costas. Jungmann acha correto Roberto Freire morar no Recife e receber dinheiro da Prefeitura de São Paulo. Além disso, ou Jungmann não conhece a Constituição ou subestima a inteligência das pessoas, isto porque a Constituição proíbe expressamente, via medida provisória, o confisco da poupança popular.Então, esperar o que desse marginal?


Lula pede que não se faça 'terrorismo' com gripe suína


Governo de Minas vai telefonra para pessoas que retornaram recentemente de áreas de risco

O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - residente Luiz Inácio Lula da Silva empenhou-se em conter a preocupação crescente sobre as suspeitas de incidência da gripe suína no País. Antes de embarcar pela manhã de Manaus (AM) para Rio Branco (AC), o presidente admitiu que os casos seguem se multiplicando em outros países, mas afirmou que não vê motivo para alarde no Brasil. "Este é um momento de cautela, um momento de prevenção. Não é um momento de fazer terrorismo com uma coisa que não chegou aqui", disse Lula, procurando amenizar a preocupação com os casos monitorados em vários Estados.

Lula disse que, em caso de contaminação, o governo será transparente em relação ao assunto. "Se o Brasil tem a coragem de avisar ao mundo no mesmo dia quando chega uma febre aftosa, por que é que não iria avisar ao mundo que tem gripe suína no Brasil?", indagou. na segunda-feira, 27, Lula havia feito o sinal da cruz diante dos jornalistas que o acompanhavam numa extensa agenda na capital amazonense, afirmando rezar para que o problema não chegasse ao País. Hoje, ele voltou a declarar que o Brasil possui "remédios" para o caso de contaminação, e acrescentou que vai pedir uma "fiscalização rígida" nos aeroportos.

"Agora, a gente não pode é ficar vendendo pânico, vendendo pânico, vendendo pânico, porque, de repente, você cria um problema onde não existe problema." Lula lembrou o alarde ocorrido no País quando surgiram as primeiras suspeitas de contaminação por gripe aviária. Ele citou em especial a preocupação diante da morte de "duas galinhas" no município paulista de Marília, que não estavam contaminadas com a doença. "Isso diminuiu o consumo de frango aqui no Brasil e diminuiu nossas exportações", reclamou.

O Ministério da Saúde divulgou boletim nesta tarde informado que, até as 15h, havia 20 casos em monitoramento no Brasil. A nota explica ainda que "monitoramento" é um estágio ainda anterior ao de" suspeita" na investigação de uma possibilidade de contaminação.

Além do governo federal, os Estados também reagem à possibilidade de presença do vírus H1N1, causador da gripe suína, no País. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Minas Gerais decidiu montar um serviço de telemarketing para que técnicos da pasta entrem em contato com cidadãos que desembarcaram em território mineiro vindos do exterior nos últimos 15 dias.

A ideia é fazer uma "busca ativa" e um monitoramento, verificando se eles apresentam sintomas da gripe suína. A SES já requisitou à Infraero a lista dos passageiros e a previsão é de que o serviço comece a funcionar nesta quinta-feira, 30. Um comitê criado para o acompanhamento da situação da influenza suína em Minas se reuniu nesta terça, em Belo Horizonte.

DESABAFO DE UMA LEITORA

A midia, a gripe suina e a febre amarela, lembram?

Júlio, O que me assusta neste caso e no caso da febre amarela - que de epidemia nao teve nada - é a falta de responsabilidade com que certos órgaos de imprensa abordam o assunto. Quem entende de epidemia e de pandemia é a OMS e as autoridades sanitárias de cada país. E o assunto nao tem nada a ver com esta ou aquela posiçao política. Simplesmente nao pode ter".

"Se a ANVISA diz que nao há motivo para temer, entao eu nao vou me apavorar. E se os jornais e TVs insistirem em desacreditar a ANVISA, em quem devemos acreditar? Na imprensa? Mas por que devemos acreditar neles? Qual a capacitaçao técnica que eles têm (e a ANVISA nao tem) para fazer afirmaçoes sobre epidemias e/ou pandemias? Por que motivos eles haveriam de ser mais confiáveis do que a autoridade sanitária nacional?".

"Meu medo é que se repita no caso da gripe suína a (falta de) responsabilidade com que a imprensa abordou a questao da febre amarela, no ano passado (ou foi retrasado? Vixe, nao me lembro!). Um bando de sensacionalistas com sanas de desacreditar o governo nao teve a menor responsabilidade ao abordar um assunto de saúde nacional. Como resultado, boa parte dos brasileiros foi levada a, sem necessidade, a tomar uma vacina com mais contra-indicaçao do que indicaçao - tanto que morreu gente vítima dos efeitos colaterais da vacina".

"Espero que desta vez a responsabilidade impere na mídia brasileira. Porque responsabilidade de expressao tem que andar junto com a liberdade de expressao".
Leticia Sallorenzo

Para Lula, é cedo para especular sobre vice de Dilma




Trecho de entrevista do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (imagens: NBR: a TV do Poder Executivo); visite o UOL Notícias

Seria de muito mau gosto explorar a doença', diz Dilma



Em evento do PAC, ministra diz que a solidariedade é muito grande e que o 'povo brasileiro é generoso'

O Estado de S. Paulo

MANAUS - A ministra Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 28, não temer que sua doença seja explorada politicamente. "Seria de muito mau gosto explorar. Doença é doença igual para todo mundo, para mostrar que não somos onipotentes". Dilma agradeceu a solidariedade recebida e disse que muitas aproximações a emocionaram e tocaram. "A solidariedade é muito grande, é reconfortante receber gestos como estes. Representa para mim uma energia muito boa. Só confirma o que já sabemos, que o brasileiro é um povo generoso".

No último sábado, a ministra convocou entrevista coletiva para anunciar que está fazendo tratamento de quimioterapia para combater um linfoma, um câncer do sistema linfático, na axila esquerda. A doença foi diagnosticada há cerca de três semanas em exames de rotina e um gânglio foi extirpado durante uma cirurgia que durou 45 minutos. Na ocasião, Dilma disse que vai enfrentar o tratamento da doença trabalhando. Segundo os médicos, as chances de cura seriam de mais de 90%.

O clima em Manaus, onde a ministra foi para apresentar o balanço do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), era de campanha. Diversos políticos e autoridades louvaram Dilma como a "sucessora natural de Lula" e a "grande realizadora de obras do PAC". O evento reuniu 62 prefeitos do Estado do Amazonas. "Essa mulher trabalha 18 a 20 horas por dia, ela ter de fazer um PAC ao contrário na vida dela e desacelerar", brincou o ministro dos Transportes Alfredo Nascimento. Aplaudida, a ministra disse que é "aqui e no Nordeste que a visão do presidente é mais prioritária".

Dilma mostrou irritação ao ouvir críticas ao PAC na entrevista a jornalistas. Em infraestrutura logística, por exemplo, das 37 obras apenas sete foram concluídas. "Você esquece que o Brasil passou 25 sem investir em obras e terminou em apagão. Nós estamos construindo as obras do PAC dentro da lei, com as burocracias existentes e necessárias, como as de relatórios de impacto ambiental, por exemplo", defendeu.

Também ficou irritada ao ouvir que as críticas da oposição são de que as obras estão desaceleradas para serem apressadas mais próximas ao período eleitoral. "Se alguém acha isso, problema de quem acha. A forma que estamos fazendo é a possível, em meio a uma crise econômica mundial. E não somos um governo desdentado, temos política fiscal para enfrentar essa crise e tocar as obras", justificou.

Emocionada, ministra Dilma agradece solidariedade




A ministra Dilma Rousseff veio a público nesta segunda-feira agradecer a solidariedade da população após ter anunciado, no sábado, que fará quimioterapia para tratar um câncer linfático. Quem traz o discurso emocionado da ministra é o repórter André Graziano, da Jovem Pan Online.

Gripe suína: 'O Globo' veste marrom

28 DE ABRIL DE 2009


O noticiário internacional sobre a expansão da gripe suína se divide entre os jornais de maior prestígio, que trazem informações oficiais e recomendações à população, e os chamados tablóides, modo genérico de qualificar a imprensa de má qualidade, que sai com manchetes alarmantes e pouca informação útil. No Brasil, o papel dos tablóides — ou, como chamamos, da imprensa marrom — foi assumido pelo Globo com sua manchete: "Gripe se alastra no mundo e Brasil mostra despreparo".

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa

Nos demais jornais brasileiros e na imprensa internacional de qualidade, a informação predominante dá conta de que a Organização Mundial de Saúde elevou o nível de alerta porque o vírus demonstra capacidade de transmissão entre humanos, o que pode facilitar sua expansão muito rapidamente em grandes cidades.

Embora os casos confirmados se restrinjam a cinco países — México, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Escócia —, O Globo entendeu que o vírus "se alastra no mundo". É um caso de alto alarmismo e baixo jornalismo.

Realidade distorcida

Dos três chamados grandes jornais de influência nacional, O Globo tem se caracterizado pela linguagem menos refinada e pelas escolhas de manchetes mais ruidosas. Quando se trata de casos de corrupção ou de violência extremada, pode-se justificar. Mas, no caso de um risco para a saúde pública, o gosto pelo escândalo pode representar um desserviço à sociedade.

Quando a notícia de um fato que pode causar pânico na população é produzida com os cuidados necessários, um número maior de pessoas procura adotar as medidas recomendadas pelas autoridades e a sociedade reage melhor.

Quando a mesma notícia produz mais alarmismo do que informação útil e segura, o resultado pode ser a irracionalidade coletiva, que reduz as chances de sucesso das ações preventivas.

No caso da gripe suína, todos os grandes jornais, com exceção do Globo, apresentam, em suas primeiras páginas, recomendações e dicas para que os leitores tenham uma idéia mais clara dos cuidados a serem tomados. Entre essas recomendações, uma das mais importantes é evitar a automedicação.

A manchete do Globo distorce a realidade, gera pânico, desinforma e nada garante que ajude a vender jornal. Então, para que o alarmismo?

Liberdade e responsabilidade

A escolha do Globo, que contrasta com as dos outros grandes jornais brasileiros, abre espaço para um bom debate sobre liberdade e responsabilidade no jornalismo. Além de informar pouco e fazer muito barulho, a primeira página do Globo de terça-feira (28) mistura a notícia sobre o grave perigo de uma epidemia mundial a querelas da política, ao inserir uma charge no meio da notícia principal. Na charge, o presidente da República aparece desenhado, com um guarda-chuva, sob uma chuva de porcos, e a frase: "Mais essa agora".

Ora, que graça pode haver em ilustrar a notícia sobre o risco de uma pandemia de graves consequências com preocupações eleitorais do presidente da República? Ou será que os editores pretendiam relacionar a figura do presidente à afirmação sacada na manchete, segundo a qual "o Brasil mostra despreparo" para enfrentar um surto de gripe?

No momento em que o Supremo Tribunal Federal se reúne para votar a extinção da Lei de Imprensa, a edição de terça-feira (28) do Globo pode servir como bom exemplo de mau jornalismo — ou de como a liberdade de imprensa deveria ser acompanhada de muita responsabilidade.

É SÓ O COMEÇO

É só o começo. Eu quero ver somente os sabujos de Frias comprando a Folha para ajudar o patrão.
28 DE ABRIL DE 2009

Circulação do PiG desmorona ; 'Folha' vende 131 mil a menos

O fechamento do primeiro trimestre gerou sentimentos bem diferentes entre os jornais que compõem, nas palavras do jornalista Paulo Henrique Amorim, o PiG (Partido da Imprensa Golpista). O período de janeiro a março foi o pior em circulação desta década para seis dos 20 maiores diários do país . A vendagem da Folha de S.Paulo, por exemplo, desabou 131 mil exemplares neste trimestre em relação aos três primeiros meses de 2000.

O Globo e Extra só registraram um trimestre tão ruim em 2003 e 2004. Apesar da pequena reação de 1,5% em relação ao início do ano passado, o gaúcho Correio do Povo fechou o trimestre com sua segunda pior circulação desde 2000.

Líder do ranking, a Folha começou o ano 2000 com média diária de 429.476, foi caindo ano após ano até fechar o primeiro trimestre de 2009 com 298.352. O mesmo ocorreu com seu maior concorrente, O Estado de S. Paulo, que registrou queda de 391.023 para 217.414.

Em igual situação de baixas sucessivas no período encontram-se O Dia (de 264.752, em 2001, para 91.819, em 2009), Diário de S. Paulo (que fechou o primeiro trimestre com média de 61.088, sendo que seu antecessor Diário Popular registrou 151.831 no ano 2000), Correio Braziliense (de 61.109 para 52.831) e Jornal da Tarde (de 58.504 para 50.433).

No Rio de Janeiro o cenário não é muito diferente, já que O Globo começou o ano 2000 com média diária de 334.098 e fechou o primeiro trimestre de 2009 com 260.869, número superior apenas a outros dois anos desta década: 258.485, em 2003, e 250.480, em 2004. Exatamente o mesmo ocorreu com o Extra, que entrou no ano 2000 com média de 264.715 e chegou a 258.324 nos três primeiros meses de 2009, resultado melhor apenas que os de 2003 (236.466) e 2004 (224.071).

No caso do Correio do Povo, a circulação média do início de 2009 (155.774) é maior apenas que a do primeiro trimestre do ano passado (153.439), considerando-se o período desde 2000, quando atingiu 217.897.

Em alta

Em situação oposta estão os jornais Meia Hora, Lance, A Tribuna, Expresso da Informação e Valor Econômico, que encerraram o primeiro trimestre de 2009 com sua maior circulação desta década. A circulação média nos três primeiros meses do ano foi de 219.148 para o Meia Hora, de 131.423 para o Lance, de 62.909 para A Tribuna, de 62.714 para o Expresso da Informação e de 53.885 para o Valor Econômico.

Comemoração também para Zero Hora e Diário Gaúcho, que tiveram o segundo melhor começo de ano desde 2000. No caso do primeiro, a média de 184.893 perde apenas para a de 186.471, do primeiro trimestre do ano 2000. Já o Diário Gaúcho fechou os três primeiros meses de 2009 com média de 156.818, o que representa queda de 7,8% em relação a igual período de 2008, quando registrou 170.055, seu melhor início de ano da década.

Com média diária de 90.415, o Agora São Paulo não tinha um primeiro trimestre tão bom desde 2002 (108.456). Já o Estado de Minas fechou o período de janeiro a março com média de 76.628, melhor resultado desde 2003 (78.882).

Apesar da queda de 4,4% em relação aos primeiros três meses de 2008, de 298.438 para 285.184, o mineiro Super Notícia, maior fenômeno de circulação do mercado brasileiro atualmente, manteve a segunda posição no trimestre — atrás apenas da líder Folha de S. Paulo.

Caçula no ranking, o goiano Daqui continua crescendo: fechou o trimestre com média de 59.089, aumentando sua circulação em 44% em comparação aos três primeiros meses do ano passado (40.931).

O levantamento, publicado pela coluna "Em Pauta" da edição 1356 de Meio & Mensagem, que circula com data de 27 de abril, foi feito pela reportagem do jornal, com base nos relatórios mensais do Instituto Verificador de Circulação (IVC).

Da Redação, com informações do meio&mensagem online

BB anuncia linha de crédito com juro a partir de 1,99% para geladeira, fogão e máquina de lavar


Da Agência Brasil

O Banco do Brasil (BBAS3) vai lançar, nesta sexta-feira (1º), Dia do Trabalho, uma linha de financiamento para produtos que tiveram redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - geladeiras, fogões e máquinas de lavar -, anunciou hoje (28) o presidente da instituição, Aldemir Bendine.

A taxa de juros será a partir de 1,99% ao mês, e o prazo de pagamento vai até 60 meses. A primeira parcela pode ser paga em até 180 dias, mas nesse casos os juros serão maiores.

A taxa de 1,99% é a menor já oferecida pelo banco para o financiamento direcionado. Antes, a menor era de 2,66%. De acordo com Bendine, 18 grandes varejistas já fecharam contrato com o BB para oferecer esse financiamento.

Segundo o presidente do BB, a idéia de lançar esse nova linha surgiu porque deve haver uma procura maior por esses produtos, por causa da decisão do governo de reduzir o IPI

Repórter da Folha tinha acesso a ações do Dops

DE ABRIL DE 2009

As colaborações do Grupo Folha com a ditadura militar (1964-1985) foram além do já revelado apoio logístico. Durante o período de maior repressão do regime, José Ramos, da Folha da Tarde, era o repórter da confiança do Dops (Departamento de Ordem Pública e Social), um dos mais temidos órgãos da repressão, e sugeria a presos políticos que delatassem seus companheiros.

Por André Cintra

Veiga denuncia repórter da "Folha" Ramos fazia plantão no Dops, à espera de notícias sobre captura de militantes da luta armada. Tinha acesso ao transporte de presos políticos — invariavelmente em peruas do Grupo Folha, que serviam como fachada para diligências da Oban (Operação Bandeirantes). Mesmo se apresentando aos presos como jornalista, estimulava-os “a abrir a boca para os torturadores”.

“Ele era o setorista da Folha dentro do Dops — aliás, o único setorista aceito — e me disse que sabia o que podia acontecer comigo. Então ele chegou até mim e disse: ‘Acho melhor você falar’”, lembra o jornalista e escritor Rui Veiga, ex-militante da ALN (Ação Libertadora Nacional). “Ele praticamente iniciou o meu processo de tortura”, agrega o ex-preso político, em depoimento exclusivo ao Vermelho.

O Dops, no período, tinha na linha de frente o delegado Sérgio Paranho Fleury, ex-líder do Esquadrão da Morte e um dos torturadores mais frios e truculentos do regime. “Para me pressionar, ele (José Ramos) dizia: “Quem vai te pegar é o Fleury”, conta Veiga.

O ex-preso político falou ao Vermelho em 18 de abril, na antiga sede do Dops, onde hoje funciona o Memorial da Resistência. No mesmo dia, outro ex-integrante da ALN — que prefere não se identificar — relatou ter visto José Ramos numa ação da Oban, mas evitou contato.

O Vermelho também apurou que denúncias de colaboracionismo de repórteres já chegaram à Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Uma das funções da comissão é avaliar pedidos de indenização da União feitos por vítimas da ditadura.

Confira abaixo trechos da entrevista de Rui Veiga ao Vermelho

Como você aderiu à luta armada?
Eu entrei em 1967 na ALN, no racha com o Partido Comunista (ex-PCB). O (líder da organização, Carlos) Marighela era muito próximo do meu pai. Um tio meu, Rolando Frati — que foi um dos presos políticos trocados pelo embaixador americano (Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969) — era o segundo nome da ALN. Minha atuação política se originou em casa, portanto — na família mesmo.

Você ficou preso no DOI-Codi e no Dops?
Na verdade, não se chamava DOI-Codi ainda — era Oban. Passei 43 dias na Oban e fui levado depois para o Dops, onde passei 38 dias.

Por que você foi preso? Quais eram as acusações “oficiais”?
Estou registrado como preso para “averiguações”. Havia três acusações contra mim. Uma delas, muito específica, é o assalto ao supermercado Morita da Saúde. A outra era o fato de eu ser ligado à ALN — e depois descobriram que eu era sobrinho de um dos presos políticos trocados pelo embaixador. A terceira coisa era que eles achavam que eu era o coordenador do setor de explosivos da ALN. Eu fazia parte do comando de combate, do GTA (Grupo Tático Armado).

Você foi transportado em perua do Grupo Folha?
Isso foi depois — só quando me levaram da Oban para o Dops. Dentro do carro, havia um repórter da Folha.

E você o conhecia, sabe qual era o nome dele?
Era o José Ramos. Ele era o setorista da Folha dentro do Dops — aliás, o único setorista aceito — e me disse que sabia o que podia acontecer comigo. Então ele chegou até mim e disse: “Acho melhor você falar”.

Ele o aconselhou a delatar seus companheiros à repressão, dar a localização dos pontos?
Ele queria me convencer a abrir a boca para os torturadores, delatar e tudo o mais. “Porque senão vai ficar muito chato para você, muito difícil para você”, ele disse.


Era uma forma de tortura psicológica...
Sim, ele praticamente iniciou o meu processo de tortura. Para me pressionar, ele dizia: “Quem vai te pegar é o Fleury”. Ele já sabia como as coisas funcionavam no Dops.

Dá para dizer que ele tinha um envolvimento com o regime, uma afinidade?
Ele estava muito envolvido. Se você procurar outras pessoas, vai ouvir a mesma coisa. Ele conversou com muita gente nos carros da Folha.

Você chegou a rever esse repórter?
Sim, claro. Eu o vi várias vezes depois disso

Chegou a encontrá-lo logo após sua passagem pelo Dops?
Eu perdi o contato com ele depois. Fui vê-lo na própria Folha, onde nós trabalhamos juntos.

Vocês conversaram a respeito desse episódio do transporte ao Dops?
Não, preferi evitar. Os tempos eram outros e ainda havia resquícios do período da grande repressão. O AI-5 ainda funcionava praticamente.

FORA, AGOURENTOS!



O que tem de gente torcendo contra a ministra Dilma não é brincadeira, não.Mas pode ficar certo: os agourentos que torcem contra Dilma, vão quebrar o bico, e o rabo. Dilma vai sair mais forte do que nunca dessa sua doença. Interessante que Roseana Sarney já sofreu várias intervenções cirúrgicas e, no entanto, ninguém, nem da oposição nem do PIG, nunca se referiu às doenças da citada política.E não é só. Há outros casos no Brasil e no mundo de pessoas portadoras de doenças muito mais grave que a de Dilma e estão aí na luta, trabalhando. Ontem, contei até a história de um amigo meu, que teve de extrair o baço por causa de um linfoma.E o cara está ai, sarado, novinho.Então, por que tanta especulação sobre a saúde de Dilma? Eu só digo uma coisa:: Dilma não é de abrir nem para um caminhão cheio do vírus da Gripe Suína.

28/04/2009

Após doença, futura candidatura de Dilma em 2010 divide opiniões

da Folha de S.Paulo, em SP e Brasília


Passado o impacto inicial, o anúncio de que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, será submetida à quimioterapia para combater um câncer linfático produziu leituras bem diferentes no mundo político.

Para alguns --aliados ou adversários--, a eventual candidatura da ministra à Presidência sofreria abalos com a doença. Mas, na opinião de outros, inclusive petistas, confirmado o prognóstico dos médicos, Dilma poderá ser beneficiada pela imagem de mulher forte, capaz de vencer adversidades.

É, por exemplo, o que pensa o presidente estadual do PMDB, ex-governador Orestes Quércia. Apostando na recuperação da ministra, Quércia disse que, pela comoção que provoca, o episódio pode "influenciar positivamente" a candidatura.

"Há um sentido emocional muito grande nisso. Ela pode ser beneficiada", disse Quércia, em consonância com um petista para quem o problema de Dilma sensibilizaria o eleitor.

Entre tucanos ligados ao governador José Serra (PSDB-SP), há quem acredite que, superado o problema, a imagem de Dilma será suavizada.

"Por enquanto, nada muda. Mas estamos apreensivos. É um erro achar que isso pode ser positivo. Não há nada positivo numa doença", reagiu o ex-governador do Acre Jorge Viana (PT), confirmando que Dilma decidiu se manifestar a pedido do presidente Lula. "Ele estava preocupado", afirmou.

Para Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência, é "desrespeitoso" e de "mau gosto" misturar o estado de saúde de Dilma com a sucessão presidencial. "Já desejei para ela completo e pronto restabelecimento e ponto final. Acho que especular eleição com doença não é apropriado e, no meu ponto de vista, é até de mau gosto", afirmou o governador durante a Agrishow, em Ribeirão Preto, (313 km de São Paulo).

Ainda surpresos com a notícia, aliados do governo --especialmente do PMDB-- manifestavam dúvida quanto à estabilidade da candidatura Dilma.

"Tudo vai depender do estado de espírito dela, de como ela encara. Estou otimista. Mas, se tiver um problema com a Dilma, será um problema para o PT e para o PMDB", reconheceu o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves.

Após um telefonema de Lula, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), reiterou o apoio a Dilma para o Planalto. Segundo ele, Lula se mostrou confiante na recuperação da ministra. "Ele [Lula] disse que ela agiu muito bem [ao admitir a doença]. Dilma foi clara, valente e transparente", disse, rechaçando mudanças de planos. "Ela é a nossa candidata. E será presidente em 2011."

O presidente da Câmara e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (PMDB-SP), que no sábado havia afirmado que o quadro sucessório dependia da evolução do tratamento da ministra, recuou e disse ontem que seu partido não pensa em um "plano B".

"Só vamos discutir [a sucessão] no fim deste ano. Nunca foi hora, muito menos agora, de discutir esse assunto. Vamos prosseguir no plano A. A chance de recuperação é de 90%."

O ministro José Múcio (Relações Institucionais) reconheceu que a notícia provocara turbulência na base. "Meu telefone não parou de tocar. Mas, nas eleições, isso será passado."

Brasil ingressa na lista de credores do FMI e briga por maior poder de decisão

28/04/2009

O Brasil começa a integrar no dia 1º de maio a lista de credores potenciais do Fundo Monetário Internacional (FMI). O país vai participar do Plano de Transações Financeiras (PTF), composto por 47 dos 185 membros do fundo. Só integram o PTF países com balanços de pagamentos e níveis de reservas internacionais considerados robustos. A avaliação é feita trimestralmente pelo FMI, e a lista dos países é submetida à aprovação da diretoria executiva do órgão.

Os membros do FMI que participam do PTF se dispõem a investir moedas de livre utilização internacional (dólares, euros, libras ou ienes) até o limite de sua cota na instituição. No caso do Brasil, a cota corresponde a US$ 4,5 bilhões. As reservas internacionais do Brasil são de US$ 200 bilhões.

Ao colocar dinheiro no FMI, o Brasil adquire um título chamado “direito especial de saque”. Esse direito pode ser sacado imediatamente em caso de necessidade do país. Por isso, a operação não afeta as reservas internacionais do Brasil. Trata-se de um investimento.

Enquanto ficar aplicado no FMI, o dinheiro brasileiro vai render juros ao país. A taxa é calculada com base na média dos juros das dívidas de curto prazo nos mercados dos EUA, Zona do Euro, Inglaterra e Japão. Nos meses recentes, a taxa foi de 0,42%.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste mês uma “mudança de comportamento” do FMI. Lula sugeriu, por exemplo, uma revisão nas chamadas cotas de participação dos países emergentes – o que deve ocorrer até 2011. “O primeiro passo foi dado com a decisão de revisar a distribuição de cotas e votos no FMI. Não faria nenhum sentido um maior aporte de recursos de nossos países se eles continuassem marginalizados na tomada das principais decisões”, disse Lula.

Cada país membro do FMI detém uma cota de participação. Quanto maior a contribuição, maior é o peso do voto nas decisões. Os cinco maiores acionistas são Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Reino Unido. O Brasil está na 17º posição.

Lula cobrou ainda a criação de de linhas de crédito flexíveis, sem condicionalidades, direcionadas as países em desenvolvimento. “A partir de agora, o FMI não vai mais ter nenhuma delegação descendo no aeroporto de nenhum país para fiscalizar a contabilidade do país. Essa é uma conquista muito grande dos países emergentes e em desenvolvimento. Esse mecanismo funcionará de forma preventiva, fortalecendo os países antes que a crise se instale”, afirmou.

O diretor-executivo do Brasil no FMI, Paulo Nogueira Batista Jr., também defendeu uma maior participação dos países emergentes em decisões internacionais. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele sugeriu, por exemplo, mais equilíbrio na estrutura do FMI. “Os países em desenvolvimento não têm representação satisfatória”, disse.

Segundo Paulo Nogueira Batista Jr., a mudança nas cotas promoverá “um realinhamento no poder de votos dos países no FMI”. O diretor-executivo avalia que alguns países europeus têm “um peso desproporcional” na estrutura decisória do fundo em relação a países emergentes. “Há desequilíbrios gritantes”, afirmou. Os europeus têm cerca de 30% dos votos na diretoria executiva do órgão. Os Estados Unidos têm 17%. Juntos, os dois blocos detêm quase 50% dos votos.

O deputado Pedro Eugênio (PT-PE) classificou como “vantajosa” a entrada do Brasil no PTF. “Isso tem um simbolismo muito forte. Não vai desequilibrar nossas economias ou reservas. O país ganha muito politicamente e perde nada do ponto de vista financeiro”, afirmou. Segundo o deputado, a entrada do Brasil na lista de credores do FMI reforça a “postura de liderança” que o país desempenha no cenário internacional.


Liderança PT/Câmara

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Dilma: o novo desafio



Autor(es): Emir Sader
Jornal do Brasil - 27/04/2009

A vida de Dilma Rousseff foi feita de desafios. Não é preciso esquadrinhá-la desde sua precoce juventude política, para saber. Membro da geração que teve a felicidade de viver a juventude na década de 60, como seus melhores membros, integrou-se à resistência à ditadura militar, com tudo o que aquilo implicava para a nossa geração. Chegamos a militar juntos na mesma organização, naqueles momentos curtos, mas tão intensos, que marcaram para sempre a vida das pessoas. Quase pode dizer que conforme a maneira pela qual cada um enfrentou aqueles desafios, marcou definitivamente seu caráter e até mesmo o sentido da sua vida.

Dilma foi daquelas pessoas que enfrentou com a maior altivez os piores momentos da vida de uma pessoa – ser submetida à tortura – pelos sofrimentos físicos incomparáveis que isso significa e pelos covardes dilemas morais que pretende impor: continuação do sofrimento ou entrega de dados que permitam prender e submeter aos mesmos sofrimentos a outros companheiros, comprometendo também o trabalho de resistência à ditadura.

O vídeo do depoimento de Dilma no Congresso, onde foi interpelada sobre por que tinha mentido durante a ditadura militar é um dos momentos mais bonitos da história política brasileira, daqueles que revela, de corpo inteiro, o que é uma pessoa. Sua dignidade, sua altivez, sua sinceridade, sua lição de política e de ética, demonstraram a superioridade moral de que lutou e luta a vida inteira por uma sociedade justa. Colocou no seu devido lugar quem esteve do lado da resistência à ditadura e que convocou o golpe militar, o apoiou, deu cobertura a seus atos de terror e lucrou economicamente com ela.

Quem superou com toda dignidade tudo aquilo, ganha força para seguir adiante, como Dilma seguiu. Como ela reitera sempre, se orgulha de ter participado da resistência, não tem do que se arrepender e se orgulha também de nunca ter mudado lado.

Secretaria de governo do PT no Rio Grande de Sul, conquistou o respeito de todos pela capacidade, pela entrega, pela seriedade com que enfrentou e resolveu os problemas do, reativando sua trajetória de transparência, de competência e de espírito publico que a caracterizam.

Participante, desde o primeiro momento, do governo Lula, soube consolidar esse respeito, a ponto de, em um momento difícil, ganhar a confiança do Lula e assumir o cargo mais estratégico do governo, sendo a principal responsável pela grande virada que permite o imenso apoio conquistado pelas políticas governamentais.

Foi nessa condição que foi escolhida por Lula, com apoio generalizado do PT, para ser a candidata à sucessão presidencial. A doença que a acomete não é nem será obstáculo para seguir na sua trajetória vitoriosa. Será mais um desafio, mas o rosto iluminado e a transparência com que anunciou seu tratamento, revelam como é apenas mais um desafio em uma vida que é marcada pelos desafios.

Dilma é a melhor candidata à presidência e aquela que melhor pode conduzir o Brasil do governo atual a um que rompa definitivamente com as mazelas que sobrevivem no país, apesar do governo que, pela primeira vez, fez varia o ponteiro da vergonhosa desigualdade no sentido da sua diminuição. Que retomou o tema do desenvolvimento, intrinsecamente vinculado às políticas sociais. Que faz o Brasil resistir bravamente à crise e se preparar para sair dela mais forte e mais justo. Dilma é a grande condutora desse desafio, mais um, que será superado vitoriosamente, como todos os outros.

O RECADO AOS PICARETAS




25/04/2009- Por: Jovem Pan Online


Quem fraudou ProUni “vai cair do cavalo”, diz Lula


O presidente Lula disse que quem fraudou o ProUni “vai cair do cavalo”. Quem traz a palavra do presidente é o repórter André Graziano, da Jovem Pan Online - confira!

Lula diz que pânico contaminou economia brasileira

27 DE ABRIL DE 2009


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na segunda-feira que o pânico de uma parcela da população foi uma das causas da contaminação da economia brasileira pela crise financeira global. Para o presidente, notícias sobre a situação dos Estados Unidos, Europa e Japão influenciaram os consumidores.

Em seu programa semanal de rádio, o presidente disse que, “sem nenhum otimismo”, vê melhora na situação da economia brasileira. Para ele, o fato é reconhecido também por instituições multilaterais de financiamento, por governos e pelo sistema financeiro internacional.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27) que, “sem nenhum otimismo”, vê melhora na situação da economia brasileira. “Estamos mostrando que o Brasil estava mais preparado”, disse Lula em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente. Para ele, o fato é reconhecido também por instituições multilaterais de financiamento, por governos e pelo sistema financeiro internacional.


“Precisamos ter tranqüilidade, continuar trabalhando com muita seriedade, saber que a crise é profunda, que é delicada e que o Brasil precisa continuar agindo da forma que está agindo para que a gente sofra menos e possa sair rapidamente dela, fazendo com que o Brasil dê um salto de qualidade.”


De acordo com o presidente, dados apresentados pela indústria automobilística brasileira – que apresentou produção maior em março deste ano do que no mesmo período do ano passado – justificam a recuperação da economia. Ele destacou ainda a decisão de que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) passem a funcionar em dois turnos, alternativa que ajudou a gerar empregos.


Para Lula, o que existe são “medidas concretas” para motivar o brasileiro a consumir, o comércio a vender e a indústria a produzir. Ele admitiu, entretanto, estar “torcendo” para que a crise nos Estados Unidos, na Europa e no Japão diminua, uma vez que representam grandes exportadores, produtores e consumidores.


“Se eles estiverem bem, a economia mundial tende a estar melhor. E o Brasil, eu posso assegurar, continua sendo um país com maiores possibilidades de sair dessa crise muito fortalecido.”


Leia abaixo a íntegra do programa Café com o Presidente desta segunda-feira:


Presidente Lula faz análise do atual momento econômico


Apresentador: Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o programa Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, presidente, como vai? Tudo bem?


Presidente: Tudo bem, Luciano.



Apresentador: Presidente, alguns indicadores econômicos mostram que o Brasil dá sinais de melhora. Podemos afirmar que o país entrou em um processo de recuperação?


Presidente: Luciano, primeiro é sempre importante a gente reiterar ao povo brasileiro que a crise chegou ao Brasil mais tarde do que chegou em outros países e a crise chegou, eu diria, muito mais por conta da ausência de crédito no mercado internacional.


Nós tínhamos trinta por cento do crédito brasileiro tomado em dólares por empresas brasileiras, e que de repente esses dólares desapareceram, as empresas brasileiras se voltaram para o mercado interno, e nós não tínhamos dinheiro pra todo mundo. Além disso, os bancos ficaram seletivos e, pelo fato de ficarem seletivos, eles começaram a fazer mais exigências para evitar riscos e aumentaram o spread bancário. Isso causou um problema muito sério. Uma outra coisa que aconteceu, e que eu não canso de repetir, é que houve um pânico na sociedade.


Ou seja, de tanto se falar em crise e mostrar o que estava acontecendo nos Estados Unidos, na Europa, no Japão, houve, por parte de uma parte dos brasileiros, um certo bloqueio na compra de produtos que numa situação normal eles continuariam comprando.


Ora, quando o governo se deu conta disso, o governo tomou todas as medidas necessárias para que a crise fosse amenizada e começássemos a estirpar a crise no Brasil. Você está lembrado que nós tomamos a primeira medida de liberar o compulsório para que melhorássemos o financiamento, depois nós aportamos cem bilhões de reais ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), depois nós tomamos medida para ajudar a indústria automobilística voltar a produzir e, consequentemente, voltar a vender, porque esse era um problema sério.


O Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa em São Paulo, comprou cinqüenta por cento do Banco Votorantim. Colocamos dinheiro para ajudar os bancos pequenos a voltarem a funcionar o setor produtivo, sobretudo o capital de giro, colocamos dinheiro na agricultura brasileira, mantivemos todas as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e aumentamos os investimentos da Petrobras, numa demonstração de que era necessário para enfrentar a crise fazermos mais investimentos, termos mais ousadia do que se teve em qualquer outro momento da história do Brasil.


Você está lembrado que acabamos de lançar um programa habitacional de um milhão de casas para ajudar a reativar a indústria da construção civil e, ao mesmo tempo, para diminuir o déficit habitacional no Brasil.


Essas coisas são extremamente importantes, porque, antigamente, quando tinha uma crise, o quê acontecia? Acontecia que o governo parava de investir, aí aumentava-se juro, aumentava-se spread bancário, ou seja, e o Brasil entrava em crise porque diminuiu o emprego. Nós tomamos todas as medidas para evitar que isso acontecesse. Nós estamos, sem nenhum otimismo, vendo melhoras na situação da economia brasileira.


Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula, hoje fazendo uma avaliação da economia. Presidente, o senhor mostrou aí um retrato de como a crise atingiu o nosso país e as medidas adotadas para fortalecer o Brasil. Que números mostram a melhora da economia?


Presidente: Olha, os números que mostram a melhora da economia são, por exemplo, a indústria automobilística brasileira. Ela voltou a produzir em março mais do que ela produziu em março do ano passado.


A Caixa Econômica Federal contratou no primeiro trimestre o dobro do que ela contratou no primeiro trimestre do ano passado. Os programas que nós lançamos, e o fato de nós termos decidido que várias obras do PAC vão começar a trabalhar em dois turnos, pra gente gerar mais empregos, e o crescimento do varejo, ou seja, o varejo no Brasil não decresceu. Ele cresceu. As pessoas estão comprando.


Mais recentemente nós anunciamos a redução de imposto para geladeira, fogão, ou seja, numa demonstração de que o governo está com muita disposição de fazer com que a economia volte a crescer rapidamente, porque não existe milagre. O que existe são medidas concretas para motivar o consumidor brasileiro a consumir, o comércio vender e a indústria produzir. Isso vai gerar emprego, vai gerar renda.


Obviamente, que, ao mesmo tempo, Luciano, nós estamos torcendo para que a crise nos Estados Unidos diminua, para que a crise na Europa diminua, para que a crise no Japão diminua, porque são países, sabe, grandes exportadores, grandes produtores, grandes consumidores, e se eles estiverem bem, a economia mundial tende a estar melhor.


E o Brasil, eu posso assegurar, continua sendo um país com maiores possibilidades de sair dessa crise muito fortalecido, porque a crise chegou aqui, mas não chegou na intensidade que ela está nos Estados Unidos ou que ela está na Europa. Ou seja, nós estamos mostrando que o Brasil estava mais preparado.


E isso não é reconhecido por mim. Isso é reconhecido por todas as instituições multilaterais de financiamento, é conhecido por todos os governos, é conhecido pelo sistema financeiro internacional, de forma que nós precisamos ter tranqüilidade, continuar trabalhando com muita seriedade, saber que a crise é profunda, que é delicada e que o Brasil precisa continuar agindo da forma que está agindo para que a gente sofra menos e possa sair rapidamente dela, fazendo com que o Brasil dê um salto de qualidade.


Apresentador: Muito obrigado presidente Lula. Até a semana que vem.


Presidente: Obrigado, você, Luciano, e até a próxima semana.


Apresentador: O próximo Café com o Presidente vem na próxima segunda-feira. Até lá.