segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A minissérie de César Benjamin


Convidado a analisar o filme sobre a vida de Lula, em matéria especial para o jornal Folha de São Paulo, César Benjamin exorbitou.

O texto já foi levado, ou à execração pública, ou ao regozijo da direita. Vide os blogs de ambos os lados. Dialogo aqui com o subtexto ali impresso. Subtexto, porque talvez inconsciente.

Nele há um personagem (o autor) procurando disputar – milimetricamente - com outro (Lula). Mas, disputando o quê? O Grande Outro (um lugar onde não cabem os dois). Note-se o estilo da narração: parece argumento e roteiro para um filme. O do próprio autor. Nele teremos três planos.

Primeiro: 1971. Ditadura militar, prisões, tortura. O menino encarcerado, anos a fio, enfrentando longos períodos em solitárias, que estuda (inclusive aprendendo línguas), respeitado pelos presos comuns, a quem ensina, no martírio. CORTA!

Segundo: 1994. Eleições presidenciais. Lula fala de seus trinta dias de prisão em 1980. César participa da conversa e tem de traduzir para o americano um palavrão cabeludo dito por Lula, em meio a uma história (ou estória) de tentativa de subjugar outro preso; o sindicalista não conseguia controlar seus impulsos libidinais. CORTA!

Terceiro: o amálgama. É o ultimate fhihting entre ele (o autor), o outro (Lula), em busca da posse do Grande Outro (repito: um lugar desejado).

César é o menino precocemente preso, apenado sem julgamento, invisível à cobertura da imprensa e das classes sociais pelas quais foi parar na cadeia. Lula, que tirou uma cana leve (trinta dias apenas), era observado nacional e internacionalmente (ou seja, era reconhecido e estava seguro). César foi respeitado e não sofreu nenhuma tentativa de curra, dos que ele chama de autênticos filhos do Brasil. Lula tentou subjugar o tal menino do MEP. Atenção para o duplo: o menininho (apelido carinhoso dado a César) e o menino do MEP (suposta vítima de assédio). Mas César também tinha desejos sexuais; no primeiro plano ele toca nos dedos de uma mulher na fresta da divisória do camburão que o transportava para outro presídio e exulta. Só que ele lida com o tesão de forma elegante, cavalheiresca, superior à de Lula.

César, não tinha segundo grau, estudou na prisão, aprendeu línguas. Lula: estudou pouco e fala, mal-mal, o português. É monolíngue. Placar moral: César 10 X 0 Lula. CORTA!.

Lula adquiriu, assim, um estatuto inferior aos dos presos comuns com os quais César conviveu. Lição final do filme a ser realizado: Saia já daí, Lula! Desse lugar que não lhe pertence e dê a César o que é de César. Pelo menos o que ele pensa que é seu.

Ao final, ele diz que não pretende acusar, rotular e julgar. Apenas refletir sobre a complexidade da condição humana. A esposa de Lula, filhos e netos agradecem. Sem dúvida, a disputa pelo Grande Outro levou Benjamin ao fundo do poço.

Argumento e roteiro prontos, agora só falta a Rede Globo produzir a minissérie do César Benjamin: o menininho da ALN. Dá para ver a pré-estréia, com a presença da Hebe, da Ana Maria Braga, do Caetano e similares. Com destaque na Veja e na FSP. Ele merece o pagamento. Que final apoteótico.

DETALHES INTRIGANTES

1. Ele escreveu uma “análise” especialmente para o jornal. O pretexto era um filme que ele não viu e nem verá. Ele analisou o Lula e não o filme.

2. Desconfio que o americano só entrou na estória para César exibir o atributo de intérprete, em desfavor do Lula-monoglota.

3. Ele diz que depois do episódio em 1994, afastou-se de Lula. Coerentemente, penso que deveria ter se afastado de todos os seres humanos que têm desejos sexuais e que os manifestam – eventualmente – de forma vulgar: operários, camponeses, pequeno-burgueses ou burgueses. Principalmente, proletários e camponeses, sujeitos históricos da revolução comunista que ele, eu e muitos outros pretendemos. Um noviço na clausura é que lhe resta de lugar.

4. Nas referências sobre o autor, nunca tinha visto o jornal FSP apresentar um resumo tão generoso da trajetória de outros articulistas, como fez para ele. Só faltou o título de doutor Honoris Causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela), cedido por Hugo Chaves. Aí a FSP se revela: isso não! Nada de positivo de Chaves no jornal. Apenas César, para o deleite da direita.

Luis Carlos da Silva (um dos 190 milhões de filhos do Brasil).

As várias biografias de César Benjamin


Nos próximos anos, o episódio em que César Benjamin acusou um Presidente da República de ter narrado em tom sério a curra de um companheiro de cela entrará para a história do jornalismo brasileiro como o maior desastre depois do caso Escola Base. É uma tragédia que acompanhará para sempre a trajetória de Otávio Frias Filho.

Quem é a pessoa a quem Otávio jogou no escuro, sem sequer conferir, o estoque de credibilidade da Folha de São Paulo?

A prisão de Cesar Benjamin, ainda menor de idade, gerou várias biografias dissonantes, versões contraditórias. Todas elas da mesma lavra: o próprio César Benjamin, conhecido por Cezinha pelo seu grupo político.

Na versão romanceada de sua prisão, publicada na Folha de São Paulo de sexta-feira passada, César Benjamin narra passagens tocantes, especialmente na sua relação com presos comuns. Clique aqui para ler.

Um dia a equipe de plantão abriu a porta de bom humor. Conduziram-me por dois corredores e colocaram-me em uma cela maior onde estavam três criminosos comuns, Caveirinha, Português e Nelson, incentivados ali mesmo a me usar como bem entendessem. Os três, porém, foram gentis e solidários comigo. Ofereceram-me logo um lençol, com o qual me cobri, passando a usá-lo nos dias seguintes como uma toga troncha de senador romano.

Oriundos de São Paulo, Caveirinha e Português disseram-me que “estavam pedidos” pelo delegado Sérgio Fleury, que provavelmente iria matá-los. Nelson, um mulato escuro, passava o tempo cantando Beatles, fingindo que sabia inglês e pedindo nossa opinião sobre suas caprichadas interpretações. Repetia uma ideia, pensando alto: “O Brasil não dá mais. Aqui só tem gente esperta. Quando sair dessa, vou para o Senegal. Vou ser rei do Senegal”.

Eram passagens tocantes, personagens que pareciam saído de uma peça de Plínio Marcos que impressionaram especialmente os companheiros de Benjamin que conviveram com ele na época e depois: jamais ele tinha contado esses detalhes de sua prisão.

O relato prossegue, agora, contando sua experiência no presídio de Bangu:

Fui desembarcado em um dos presídios do complexo penitenciário de Bangu, para presos comuns, e colocado na galeria F, “de alta periculosia”, como se dizia por lá. Havia 30 a 40 homens, sem superlotação, e três eram travestis, a Monique, a Neguinha e a Eva. Revivi o pesadelo de sofrer uma curra, mas, mais uma vez, nada ocorreu.

O fantasma da curra estava presente naquele inferno, no qual um menor de idade – tinha apenas 17 anos – era colocado em celas com marginais. Todo esse clima sendo criado para a grande revelação posterior: a tal história da curra que Lula teria feito com um companheiro de cela:

Pude então, nessa noite, ter uma longa conversa com as lideranças do novo lugar: Sapo Lee, Sabichão, Neguinho Dois, Formigão, Ari dos Macacos (ou Ari Navalhada, por causa de uma imensa cicatriz que trazia no rosto) e Chinês. Quando o dia amanheceu éramos quase amigos, o que não impediu que, durante algum tempo, eu fosse submetido à tradicional série de “provas de fogo”, situações armadas para testar a firmeza de cada novato.

Quando fui rebatizado, estava aceito. Passei a ser o Devagar.

E o Devagar tornou-se um missionário, levando luzes para os presos e guardas penitenciários.

Com a entrada de um novo diretor, mais liberal, consegui reativar as salas de aula do presídio para turmas de primeiro e de segundo grau. Além de dezenas de presos, de todas as galerias, guardas penitenciários e até o chefe de segurança se inscreveram para tentar um diploma do supletivo. Era o que eu faria, também: clandestino desde os 14 anos, preso desde os 17, já estava com 22 e não tinha o segundo grau. Tornei-me o professor de todas as matérias, mas faria as provas junto com eles.

Toda essa trama dignificante, que honraria a biografia de qualquer pessoa, foi zelosamente escondida até de seus companheiros de luta armada.

Mas não apenas deles.

Em 2005, a professora Cátia Faria defendeu uma dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. O título do trabalho foi “Revolucionários, Bandidos e Marginais – Presos políticos e comuns sob a ditadura militar”.

César Benjamin aparece a partir da página 77 do trabalho a partir de depoimentos colhidos dele e de sua mãe, dona Iramaya. E aí começam a aparecer discrepâncias notáveis em relação ao relato publicado na Folha.

Não há menção à sua prisão no presídio de Bangu, mas apenas em quartéis e em um reformatório:

César passou a maior parte de sua prisão isolado em quartéis da Vila Militar – ele ficou preso pouco mais de cinco anos, dos quais três anos e meio foram passados em quartéis, um no Moniz Sodré, um reformatório para menores, e o último na Milton Dias Moreira.

A maior parte do tempo passou em completo isolamento, só rompido pelas visitas da mãe, com quem discutia temas filosóficos:

Dona Iramaya acreditava que essas conversas eram importantes para a manutenção da integridade mental de seu filho, que havia sido torturado e cuja prisão não o isolava apenas do mundo exterior – César não tinha companheiro de cela ou de corredor, além disso, os guardas tinham permissão para falar com ele somente o indispensável.

Só uma vez dividiu a cela com um companheiro:

Apenas em um quartel ele teve a companhia de outro preso. Era um rapaz muito jovem que havia sido detido sem que sua família soubesse. Apesar de não conviverem diretamente, o rapaz estava em outra cela no mesmo corredor, eles conseguiram trocar poucas palavras. Nessa ocasião o preso disse à César que sua família não sabia de sua prisão e deu-lhe seu endereço. Dona Iramaya, a pedido do filho, conseguiu avisar a família do preso. Logo depois o rapaz foi solto ou transferido e César voltou a ficar sozinho.

No mais das vezes, isolamento completo, como descrito pela mãe:

Ele ficou preso três anos e meio sozinho e a cabeça dele precisava de um alento, de um alimento.

Pulou de quartel em quartel, até que a mãe conseguiu que fosse para um reformatório e, depois, para um presídio político, onde ficou pouco tempo:

Sua luta resultou na transferência de César primeiro para o Moniz Sodré, onde tinha uma cela individual, mas participava da mesma rotina dos garotos infratores que lá estavam, depois para o Milton Dias Moreira, transformado em presídio político em 1975, no qual ele pode se reunir com os outros presos políticos e, finalmente, sua ida para o exterior em setembro de 1976, com a ajuda da Anistia Internacional seção sueca.

Aqui, o link da dissertação de mestrado.

Dissert_MACHADO_Catia_Conceicao_Faria

Fonte:blog do Nassif.

Augusto Carvalho, dono do Contas Abertas, está também envolvido no Demensalão

Mas veja só como são as coisas.A ONG Contas Abertas, de propriedade de Augusto Carvalho(PPS-DF), deputado licenciado e secretário de Arruda, passa 365 dias do ano investigando o governo Lula, e vive se metendo até mesmo em caso que não envolve recursos públicos como, dia desses, abriu espaço para o diretor da DataFolha comentar a respeito da queda de Dilma nas pesquisas .Na época dos cartões corporativos Contas Abertas deitou e rolou em cima do governo Lula.Pois bem. E não é que Augusto Carvalho anda também encrencado com o DEMensalão de Arruda.Será que Roberto Freire levou alguma grana do empresário Alcir Collaço?


Empresário Alcir Collaço põe dinheiro recebido por ex-secretário do DF na cueca

Vídeo obtido em primeira mão pelo iG mostra o empresário Alcir Collaço, proprietário do jornal Tribuna do Brasil, recebendo este ano R$ 30 mil do ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal Durval Barbosa, na sede da Secretaria de Assuntos Institucionais.


O dinheiro, que Collaço enfia na cueca, seria referente a um contrato da Call Tecnologia - do empresário José Celso Gontijo, também envolvido no esquema de corrupção, segundo inquérito da Polícia Federal - com a Codeplan (empresa vinculada ao GDF), por serviço prestado na Secretaria de Saúde.

De acordo com as investigações da Operação Caixa de Pandora, o dinheiro seria levado para o secretário executivo de Saúde, Fernando Antunes, para ser dividido entre o secretário de Saúde, Augusto Carvalho, Collaço e o próprio Antunes.

Segundo a Polícia Federal, o "valor de retorno", isto é, da propina que voltaria para os envolvidos, seria R$ 60 mil. Procurados, Antunes e Carvalho não responderam às ligações da reportagem.

Veja aqui o vídeo do empresário do Cuecão.Chega a ser risível.

Dilma:antes essas coisas ficavam escondidas debaixo dos tapetes

Rodando a bolsinha:Líder do governo na Câmara do DF coloca dinheiro em bolsa

Arrudaduto:oração da propina



Deputado Rubens César Brunelli (PSC-DF), de camisa roxa, o presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM), de camisa branca, e Durval Barbosa.

O novo buraco de Serra

Dilma Rousseff será estrela do programa partidário


Valor Econômico - 30/11/2009

Principal estrela do programa eleitoral do PT que vai ao ar no dia 10 de dezembro, a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, fará um balanço do papel do governo durante a crise financeira internacional. A ministra vai mostrar como a política de desonerações e os programas sociais ajudaram o Brasil a atravessar a turbulência na economia mundial e lembrar que, há dez anos, durante a crise da Rússia, o país quebrou. O discurso de comparação entre a gestão Lula e a gestão FHC também estará presente nas inserções partidárias veiculadas a partir de amanhã.

Dilma reuniu-se há cerca de duas semanas com o publicitário João Santana, para definir as linhas gerais de suas participações. As gravações para a propaganda estadual já aconteceram - estão previstas mensagens individualizadas para a militância petista -, mas a assessoria não confirmou se ela gravou o programa nacional. Lula gravou sua participação na tarde de sexta-feira, em um hotel de luxo de Brasília.

Foi o presidente quem definiu que a protagonista do programa deveria ser Dilma. Setores do PT resistiam a expor em demasia a ministra, temendo processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula fez valer a sua vontade, alegando que Ciro Gomes (PSB-CE) teve um programa eleitoral só para ele e que José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG) também tiveram destaque no programa político tucano.

Lula também sugeriu o ritmo do programa. A ideia surgiu durante um clipe exibido na premiação da Revista "Exame" para as melhores empresas do ano. Com vários números mostrando como o Brasil conseguiu manter-se firme diante da crise externa, o filme foi bastante elogiado pelo presidente. "Eu quero que o programa do PT seja assim, bastante dinâmico", disse ele a um dos petistas que o acompanhavam. Uma das críticas feitas a Dilma no meio político é que ela é muito técnica, o que dificulta a empatia com o público.

Além da propaganda política, o comando da campanha de Dilma também planeja as viagens que a ministra fará até o fim do ano. A ideia é que ela ainda faça algumas viagens para Estados do Sudeste, como São Paulo, Rio e Minas. Na terça-feira, o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra (SE), foi incorporado informalmente ao grupo, do qual fazem parte ainda o chefe do gabinete pessoal do presidente Lula, Gilberto Carvalho, o ministro da Comunicação, Franklin Martins e da Coordenação Política, Alexandre Padilha, o deputado Antonio Palocci (SP) e o atual presidente do PT, Ricardo Berzoini(SP).

Dutra demonstrou afinidade com a orientação de Lula de que Dilma deve permanecer no governo até o prazo máximo de desincompatibilização, no início de abril. Berzoini defende que ela deixe o governo em fevereiro. "Enquanto ela estiver no Ministério a exposição estará garantida. De que adianta ela deixar a pasta em fevereiro se a campanha oficial só começará em julho?" questionou Dutra. Ele reconhece que, a partir de abril, o partido terá que resolver essa questão. "A lei não permite campanhas de rua, mas poderemos fazer reuniões políticas e participação em eventos fechados", explicou. (PTL)

Panetonegate:filho de Arruda participou da rapinagem

Veja, caro leitores e leitoras, o PIG tenta, por todas as formas, colocar na cabeça da sociedade que Arruda participou simplesmente de caixa 2. Claro que Arruda foi além do caixa 2.O que houve no GDF foi corrupção mesmo.Se fosse simplesmente caixa dois, ocorrido antes da eleição 2006, a câmara de vídeo de Durval, seu ex-secretário, não teria flagrado a rapinagem no Palácio do Governo do GDF.Quer dizer, a roubalheira começou no governo de Roriz e continuou no governo Arruda.Ah! até o filho de Arruda participou da farra do panetone de Arruda.


"Um dossiê entregue à Polícia Federal e ao Ministério Público pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, indicam a existência de um grande esquema de caixa 2 montado na campanha do governador José Roberto Arruda (DEM), em 2006, com recursos da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), empresa ligada ao governo. A conta chega a R$ 57 milhões.

Barbosa anexou aos documentos planilhas de despesas que teriam sido custeadas pela Codeplan durante a disputa eleitoral. Os papeis detalham a distribuição do dinheiro. Uma tabela mostra gastos entre 2004 e setembro de 2006, véspera da votação. A Codeplan teria pago, por exemplo, R$ 7 milhões para locação de um estúdio da campanha no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Mais R$ 2,9 milhões aparecem para a despesa com programas de rádio e televisão, R$ 635 mil para pesquisas, entre outros gastos.

Outro documento atinge a cadeia de comando do governo do Distrito Federal, indicando a distribuição de propina oriunda de empresas contratadas. Uma tabela cita a empresa Infoeducacional, uma das investigadas pela PF, com o valor de R$ 298 mil e a divisão: 40% para Arruda, 30% a seu vice, Paulo Octávio, 10% ao assessor Omézio Pontes, 10% a seu então chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, e o restante à espera de um "comando".

Todos os citados dizem que colaboraram com as investigações da PF e não falariam sobre o assunto. Em depoimento ao Ministério Público Federal no dia 16 de setembro, Durval Barbosa relatou ter sido procurado por Arruda em 2002, quando dirigia a Codeplan, para negociar um esquema de caixa 2 para a campanha que seria realizada quatro anos depois.

Segundo ele, o então governador Joaquim Roriz (PMDB) deu carta branca para a Codeplan ajudar Arruda a partir daquele ano. Barbosa "entendeu que estaria autorizado a aderir ao pleito de Arruda".

"Alguns nichos" do governo teriam sido escolhidos para arrecadar recursos destinados à campanha. À época deputado federal, ele teria começado a procurar prestadores de serviços à Codeplan para negociar o repasse de dinheiro para a disputa eleitoral de 2006. A empresa do governo do DF teria custeado o "quarto do candidato", segundo a tabela, por R$ 15 mil. Outros R$ 90 mil foram parar no site da campanha.

No depoimento, Barbosa falou ainda sobre o pedido de Arruda para a Codeplan contratar os serviços da Notabilis Comunicação e Marketing, que tem como sócio o filho do governador, Marcos Santana Arruda. Cerca de R$ 40 mil eram repassados mensalmente à empresa. Notas fiscais que somam R$ 500 mil entre 2004 e 2006 ligam a Codeplan à Notabilis"AE.

Demensalão::escutas revelam influência de Arruda sobre Judiciário

Eu fico a imaginar com meus diletos botões.

Por muito menos que isso o prefeito do Recife João da Costa(PT-PE), teve a candidatura cassada pelo juiz mijão.Por muito menos que isso João Capiberibe teve o mandato cassado.Por muito menos que isso José Dirceu foi denunciado no esquema do mensalão delubiano.Agora, com provas irrefutáveis, ocorre um esquema desses e tudo parece normal.Se este país fosse sério Arruda já estaria fora do cargo de governador, sem direito a nenhuma defesa.A questão já nem mais é indício, são provas robustas que deixam patente que Arruda montou um esquema de corrupção monumental, nunca antes visto na História de Brasília e, quiçá, do Brasil.


Diálogos entre governador e Durval mostram esquema de pressão para decisões favoráveis

Josie Jeronimo, do R7 em Brasília


Desembargadores e o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal são citados pelo governador José Roberto Arruda (DEM) e pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa em escuta realizada pela Polícia Federal. A conversa, apresentada no inquérito 650 sobre suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, mostra suposta rede de favorecimento do Judiciário a Arruda.

Nos diálogos, Arruda e Durval citam os nomes dos desembargadores Romeu Gonzaga, José Cruz Macedo e o “presidente do Tribunal de Justiça”. O nome de Níveo Gonçalves não é citado, mas o governador fala em encontros com o “presidente do Tribunal de Justiça”. Gonçalves está entre os possíveis sucessores de Arruda, caso a cúpula do governo cai por envolivmento no escândalo.

O governador e o ex-secretário falam sobre investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em que os gabinetes dos desembargadores teriam sido invadidos. Arruda chama de “brutal” a ação e diz que o desembargador Romeu Gonzaga “tremeu” durante a investigação.


Nas conversas, Arruda e Durval falam sobre influência em decisões do Judiciário e de aproximação da cúpula do governo do DF com alguns magistrados para modificar votos desfavoráveis em processos que envolvessem aliados. Em um dos diálogos, o chefe da Casa Civil do DF fala na troca de favores entre Cruz Macedo e o governo do DF, pois o desembargador teria pedido ajuda a Arruda para conseguir emprego para um sobrinho em um grande hospital de Brasília.

O R7 entrou em contato com a assessoria do Tribunal de Justiça e foi informado de que os integrantes não comentariam nada, por enquanto. Eles estudam divulgar nota até o fim da tarde com explicações.

Leia, a seguir, trechos da conversa que envolve integrantes do Judiciário:

Primeiro diálogo

ARRUDA – O recado dele por telefone, pra eu ficar tranquilo, que no mérito as coisas tão muito bem encaminhadas. Quer dizer, o quê eu deduzo disso, Romeu assumiu o compromisso com o mérito. O quê que eu olhando de fora do conselho. Primeiro, o dinheiro que a gente busque, seja lá quem for, dois milhões, chega pra mesma fonte e de ó ... encima. Tá tudo certo e vai ter os outros dois. Nós queremos ganhar o conteúdo. Não tem importância ter admitido. Admito que tem outros quatro processos correndo aí. Não interessa. Nós queremos ganhar o conteúdo.

DURVAL – O que é que ... dois ... dois MP entrou lá? Falaram o seguinte, ó ... o Serjão só fez assim no ouvido do Romeu, falou assim, ò, já expliquei, Tá cheio de erro aqui, tal.

Segundo diálogo

ARRUDA – É, tem razão. Agora outra coisa que me falaram, inclusive eu não entendo, tem que consultar o Aristides, é que poderia haver um recurso.

DURVAL – O Dante mandou aí, Tá com o Maciel. Eu falei assim: Olha... Eu fiz assim, qualquer coisa o Arruda pode te incumbir. Você vai com ... Eu pedi ao Paulo Otacvio também para entrar nisso, Paulo Octavio é jeitoso. Aí, é ... Vai lá nele e vê que ... qual é a coisa, combina, vê com alguém aí qual é a coisa mais ... Mais parível que cê entra.

ARRUDA – Mas o Aristides deu ?

DURVAL – Ele não quer.

ARRUDA – Entendi.

DURVAL – Porque ele falou assim: se vier um laudo, fica julgado.

ARRUDA – Então vamos seguir a cabeça de quem conhece.

DURVAL – Ele falou assim, o fica julgado.

ARRUDA – O quê que eu vou fazer, então. Eu vou fazer com calma uma visita ao presidente do tribunal. Combinar um encontro com ele. Vou ouvir o quê que ele nos aconselha. Se qualquer coisa o Getúlio, que é o corregedor... Eu fiz um jantar aqui para os corregedores.

DURVAL – Tô sabendo.

ARRUDA – Eu pedi que ele tentasse ver esse negócio, mas esse ele já tinha votado. Ele disse, tem um outro processo e o réu e tal. Ele disse, e tá seguro comigo.

PF investiga propina para "Palácio Band": a casa caiu!

A "Folha" ficou tão preocupada em acusar Lula de "molestador sexual" que, na última sexta, "esqueceu" de dar uma notícia importante: as propinas que teriam sido pagas a políticos do PSDB em São Paulo, pela Camargo Corrêa. Esse é o Castelo de Areia? A Camargo Corrêa ajudou Serra a consertar encanamento do "Palácio Band"?

Por Rodrigo Vianna, no Blog Escrevinhador



Foi tudo investigado pela PF, na "Operação Castelo de Areia".

Atenção: não confundir com o caso que envolve o governador do DEM em Brasília - http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/arruda-o-chorao-amigo-da-veja-esta-sob-suspeita.



"Castelo de Areia" é outro caso. E muito mais importante, porque afeta o núcleo de poder do Serra.

Por coincidência, o ataque a Lula na "Folha" saiu no mesmo dia em que a PF concluiu a investigação sobre a "Castelo de Areia".

A "Folha" deu a noticia com um dia de atraso, porque estava empenhada em provar que Lula é um molestador sexual....

Tanto "Folha" como "Estadão" esconderam o fato principal. Na planilha das propinas, aparece uma indicação importante: doações ao "Palácio Band".

Veja como o "Estadão" descreve o fato: "Em outro arquivo, página 18, valores ao lado da expressão "Palácio Band" - 4 anotações, entre 8 de fevereiro e 30 de setembro de 1996, somando US$ 45 mil, ou R$ 46.165. Na última planilha, página 54, na coluna "Diversos" constam nove registros, um assim descrito: "14 de setembro de 1998, campanha política, Aloísio Nunes, US$ 15.780."

Ora. Imaginem se aparecesse uma planilha com a indicação "Palácio Planalto"? Imaginem! Estaria nas manchetes, durante semanas.

"Palácio Band" vocês acham que é o que?

A sede do governo paulista fica no Palácio dos Bandeirantes. Lá, vive o chefe da imprensa paulista.

Aloysio Nunes Ferreira nós sabemos quem é: chefe da Casa Civil de Serra.

Imaginem se fosse a Dilma? Estaria na manchete.

Leiam o texto do "Estadão", e reparem como a notícia saiu bem escondida...


Documentos indicam mesada de empreiteira a políticos

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - A Polícia Federal (PF) concluiu a Operação Castelo de Areia - investigação sobre evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo executivos da Construtora Camargo Corrêa - e anexou ao relatório documento que pode indicar suposto esquema de pagamentos mensais a parlamentares e administradores públicos e doações "por fora" para partidos políticos. O dossiê é formado por 54 planilhas que sugerem provável contabilidade paralela da empreiteira. Elas registram dados sobre 208 obras e contratos da Camargo Corrêa entre 1995 e 1998, espalhados por quase todo o País e também no exterior - Bolívia e Peru.

Os repasses teriam ocorrido naquele período em favor de deputados federais, senadores, prefeitos e servidores municipais e estaduais. Em quatro anos a empreiteira desembolsou R$ 178,16 milhões. Em 1995, segundo os registros, ela pagou R$ 17,3 milhões. Em 1996, R$ 50,54 milhões. Em 1997, R$ 41,13 milhões. No ano de 1998, R$ 69,14 milhões. O que reforça a suspeita de caixa 2 é o fato de que os números alinhados aos nomes dos supostos beneficiários estão grafados em dólares, com a taxa do dia e a conversão para reais.

O Ministério Público Federal (MPF) poderá requisitar à Justiça o envio à Procuradoria-Geral da República dos dados referentes a autoridades que detêm prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Outra medida será a abertura de vários inquéritos para investigar as obras.

"Eu não conheço o documento, portanto não posso me pronunciar", disse o criminalista Marcio Thomaz Bastos, que coordena a defesa da Camargo Corrêa. Ele observou que o processo e o inquérito correm em segredo de Justiça. "É preciso lembrar que nessa mesma operação já foram divulgadas listas de nomes que depois se verificou dizerem respeito a doações absolutamente legais, declaradas à Justiça Eleitoral."

Planilhas

Na página 54, há quatro lançamentos em nome do deputado Walter Feldman (PSDB-SP). Cada registro tem o valor de US$ 5 mil, somando US$ 20 mil entre 13 de janeiro e 14 de abril de 1998. À página 21, outros 12 lançamentos associados ao nome Feldman, entre 26 de janeiro e 23 de dezembro de 1996 - US$ 5 mil por mês. O deputado indignou-se com a citação a seu nome.

Em outro arquivo, página 18, valores ao lado da expressão "Palácio Band" - 4 anotações, entre 8 de fevereiro e 30 de setembro de 1996, somando US$ 45 mil, ou R$ 46.165. Na última planilha, página 54, na coluna "Diversos" constam nove registros, um assim descrito: "14 de setembro de 1998, campanha política, Aloísio Nunes, US$ 15.780." Em 10 de novembro de 1995 o então senador Gilberto Miranda teria recebido US$ 50 mil.

A planilha "CPA", página 14, revela quatro pagamentos em 1996, todos supostamente destinados a partidos, denominados "clientes". Os destaques são de 21 de março, US$ 20 mil para "líder do PMDB, Milton Monti"; 19 de julho, US$ 200 mil para PMDB-PFL; 24 de julho, US$ 200 mil para PSDB-SP; 13 de setembro, US$ 270 mil para PSDB/PMDB/PFL/PPB. Em 1998, mostra outra planilha "CPA", foram pagos US$ 1,52 milhão em 10 parcelas a PSDB, PFL, PMDB, PPB e PTB. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.

O jornalismo irresponsável: a Folha e a deturpação da notícia

Watergate tinha dois repórteres espertos — Bob Woodward e Carl Bernstein — e um editor memorável — Ben Bradlee — que filtrava todas as informações e só permitia a publicação daquelas confirmadas por pelo menos três fontes. Até hoje Bradlee é um dos símbolos do bom jornalismo e exemplo para jornalistas de todas as partes do mundo.

Por Luis Nassif, no Último Segundo

O escândalo divulgado pela Folha na sexta-feira — um artigo de um dissidente do PT, César Benjamin — acusando Lula de ter currado um militante do MEP no período em que esteve preso no Dops, é um dos mais deploráveis episódios da história da imprensa brasileira. E mostra a falta que fazem pessoas da envergadura de Bradlee.

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Qualquer acusação, contra qualquer pessoa, exige discernimento, apuração. Quando o jornal publica uma acusação está avalizando-a.

Quando a acusação é gravíssima e atinge o presidente da República — seja ele Sarney, Itamar, FHC ou Lula —, o cuidado deve ser triplicado, porque aí não se trata apenas da pessoa mas da instituição. Qualquer acusação grave contra um presidente repercute internacionalmente, afeta a imagem do país como um todo. Se for verdadeira, pau na máquina. Se for falsa, não há o que conserte os estragos produzidos pela falsificação.

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A acusação é inverossímil.

Na sexta conversei com o delegado Armando Panichi Filho, um dos dois incumbidos de vigiar Lula na cadeia. Ele foi taxativo: não só não aconteceu como seria impossível que tivesse acontecido.

Lula estava na cela com duas ou três presos. A cela ficava em um corredor, com as demais celas. O que acontecesse em uma era facilmente percebida nas outras.

Havia plantão de carcereiros 24 horas por dia. E jornalistas acompanhando diariamente a prisão.

Não havia condições de nenhum fato estranho ter passado despercebido. Panichi jamais ouviu algo dos carcereiros, dos presos, dos jornalistas e do delegado Romeu Tuma, seu chefe.

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Benjamin não diz que Lula cometeu o ato. Diz que ouviu o relato de Lula em 1994, em um encontro que manteve em Brasília com um marqueteiro americano, contratado pela campanha, mais o publicitário Paulo de Tarso Santos e outras testemunhas.

Conversei com Paulo de Tarso — que já fez campanha para FHC, Lula — que lembra do episódio do americano mas nega que qualquer assunto semelhante tivesse sido ventilado, mesmo a título de piada. E nem se recorda da presença de Benjamin no almoço.

***

E aí se chega à questão central: com tais dados, jamais Ben Bradlee teria permitido que semelhante acusação saísse no Washington Post.

Antes disso, colocaria repórteres para ouvir as tais testemunhas, checaria as informações com outras fontes, conversaria com testemunhas da prisão de Lula na época. Praticaria, enfim, o exercício do jornalismo com responsabilidade.

A Folha não seguiu cuidados comezinhos de bom jornalismo. Não apenas ela perde com o episódio, mas o jornalismo como um todo.

É importante que leitores entendam: isso não é jornalismo. É uma modalidade especial de deturpação da notícia que os verdadeiros jornalistas não endossam

Lula cobra verba de países ricos para reduzir CO2

José Agripino Mala:qualquer fato que comprometa a imagem do DEM, comprometerá também a imagem do PSDB e vice-versa e ambos os partidos têm consciência

Como se vê, o PSDB quer fugir da encrenca patrocinada pelo DEMO.Mas não pode sair ileso, isto porque o DEM e o PSDB são irmãos siameses.Nenhum vive sem o outro.

PSB mantém no partido envolvido no "mensalão" do DEM; PSDB quer deputados fora do governo Arruda

Em Brasília Em reunião na manhã desta segunda-feira (30), o PSB decidiu não expulsar imediatamente o deputado distrital Rogério Lins do partido. Lins é citado na operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, que envolveu o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

O partido, no entanto, vai abdicar do único cargo ligado ao governo que ocupava. Desde a semana passado, Joe Valle era presidente da Emater-DF (Empresa de assistência Técnica e Extensão Rural) no Distrito Federal.

O deputado Lins foi um dos deputados que tiveram o gabinete vistoriado na última sexta-feira (27) pela PF. O partido decidiu não expulsar Lins por enquanto e abrirá um processo no Conselho de Ética do partido. A decisão final caberá a Executiva do partido no Distrito Federal.

Lins, ao contrario do restante do partido, era ligado ao governo Arruda. Presente à reunião, ele assinou uma nota junto com os outros partidários pedindo a saída de Arruda do cargo.

"Nós achamos que o governo acabou. É o fim do governo Arruda, Brasília nunca viveu uma crise tão grave. Ele já tinha mentido uma vez, agora chega", disse o presidente do partido no Estado, Marcos Dantas.

PSDB quer deputados fora do governo Arruda


O PSDB nacional vai recomendar a seus filiados Márcio Machado e José Humberto Pires que se afastem da equipe do governador Arruda.

Márcio Machado é secretário de Obras do governo Arruda e presidente do diretório regional do PSDB. José Humberto Pires ocupa a secretaria de Governo.

O presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o PSDB "não pode participar de um governo que está envolvido em várias acusações e não pode esclarecê-las".

O objetivo dos tucanos é evitar que as denúncias de corrupção no Distrito Federal possam contaminar de alguma forma a costura da aliança nacional para as eleições presidenciais de 2010. Guerra acredita que esse é um problema circunscrito ao governo Arruda e à capital federal.

A Executiva Nacional do PSDB se reune nesta terça para avaliar a situação e tomar uma posição oficial sobre as denúncias envolvendo o governador do Distrito Federal. Guerra ressaltou que agora cabe a José Roberto Arruda prestar esclarecimentos sobre os fatos ao seu partido, o Democratas, que também é o principal aliado nacional dos tucanos.

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), por sua vez, afirmou à Agência Brasil que o partido e o PSDB estão administrando o assunto "de comum acordo e como partidos parceiros". José Agripino acrescentou que "qualquer fato que comprometa a imagem do DEM, comprometerá também a imagem do PSDB e vice-versa e ambos os partidos têm consciência disso".
Agência Brasil

Demensalão de Arruda:OAB pede impeachment de Arruda



A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu nesta segunda-feira (30) apresentar um pedido de impeachment contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), por crime de responsabilidade. O governador está sendo acusado de participação em um esquema de pagamento de propina a deputados distritais e aliado.


O pedido ainda deverá ser analisado pelos 45 conselheiros da seccional do Distrito Federal, que devem se manifestar sobre o assunto na próxima quinta-feira, quando haverá reunião do conselho pleno. Caso a proposta seja aprovada, o pedido de impeachment será encaminhado à Câmara Legislativa.

A decisão foi tomada em reunião realizada nesta manhã, entre o presidente da entidade, Cezar Britto e a presidente da seccional da OAB do DF, Estefânia Viveiros. "Esse é um assunto que não diz respeito apenas ao Distrito Federal, mas que tem repercussão nacional", disse Estefânia, acrescentando que buscará o apoio dos conselheiros para a iniciativa.

"Na próxima quinta-feira, a OAB convencerá a si mesma a entrar nessa luta. Todos sabem da gravidade das denúncias contra o governador Arruda, envolvendo vários de seus secretários, de seus parlamentares. Diante de tais denúncias não poderíamos ter como resposta o silêncio, a inércia. Por isso a solicitação do apoio do conselho federal a essa nova marcha cívica, com o apoio do conselho federal", afirmou o presidente Britto.

Na reunião de quinta-feira, os conselheiros podem decidir ampliar o pedido de afastamento. "O processo será amplo, porque não envolve apenas a figura do governador, mas toda uma estrutura de governo", disse Britto.


Em um eventual afastamento de Arruda, o primeiro a substituí-lo no cargo seria o vice-governador, Paulo Octávio (DEM). As investigações, no entanto, apontam que ele também estaria envolvido no esquema de propina, assim como o presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM). Caso o envolvimento dos dois fique comprovado, resta ainda a possibilidade de o presidente do Tribunal de Justiça do DF assumir o posto, até a realização de novas eleições.

A OAB também realizará uma marcha cívica "para demonstrar a indignação da sociedade" com as denúncias, de acordo com o presidente nacional da entidade. Ele avalia que da mobilização da população dependerá o acatamento do pedido de impeachment e o prazo para sua análise. "O prazo depende da mobilização popular, da indignação da sociedade".

Questionado sobre o fato de o eventual pedido de impeachment ser analisado por uma Câmara Legislativa presidida por alguém que estaria envolvido nas denúncias, Britto disse que o pedido "é institucional, não pessoal". "Por isso o pedido não é feito ao presidente da Câmara, mas ao Parlamento". Uol.

domingo, 29 de novembro de 2009

Depois da cueca, agora é a meia

Demensalão de Arruda. Vale a pena ver de novo

Marco Piva: Sobre todos os filhos do Brasil


"É difícil acreditar que afirmações insidiosas ganhem tanto destaque nas páginas de um dos maiores diários do país e tudo fique como sempre esteve. Troca de acusações, exageros verbais e fofocas são ingredientes naturais da política em qualquer parte do mundo - menos nas ditaduras, onde as piadas sobre os governantes não costumam terminar em sorrisos", por Marco Piva, no Vi o Mundo.

É difícil acreditar que afirmações insidiosas ganhem tanto destaque nas páginas de um dos maiores diários do país e tudo fique como sempre esteve. Troca de acusações, exageros verbais e fofocas são ingredientes naturais da política em qualquer parte do mundo - menos nas ditaduras, onde as piadas sobre os governantes não costumam terminar em sorrisos. Nas democracias, jovens ou velhas, a liberdade de expressão é um valor inerente ao indivíduo e à sociedade. Inclusive, se paga caro quando, em nome dela, se cometem injustiças. Mas, o que fazer quando, por motivos inconfessáveis, alguém se dispõe, do nada, a usar uma aparente proximidade com certos personagens para lhes assacar ilações comprometedoras da honra, sejam elas autoridades ou não?

Este é o caso de Cesar Benjamin, colunista da Folha, em primeiro lugar, e, em segundo, ex-fundador do PT. Esta ordem é importante porque nossa vida é a soma de experiências passadas aplicadas no presente. É assim que vislumbramos ou sonhamos com o futuro. Ao receber, generosamente, uma página inteira do primeiro caderno para suspeitar da conduta moral do presidente da República, Benjamin faz um jogo deselegante e que, de tão pífio, o ridiculariza. Como a afirmação que faz não passa de uma tolice ainda juvenil que não resiste à menor checagem com os personagens envolvidos no episódio (os companheiros detidos à época e os acompanhantes do almoço), o papel a que ele se presta revela bem a natureza de seu caráter perturbado (não é fácil ser preso aos 17 anos e ficar confinado por outros sete). Mas, além disso, expõe claramente qual é o nível de jornalismo ao qual estamos submetidos no Brasil. Um jornalismo aliado das fofocas pequenas em nome de uma moralidade sabidamente impossível, cujo objetivo é a desconstrução da política como ferramenta de realização nacional.

A operação está clara. O jornal não pode assumir a acusação e “terceiriza” sua responsabilidade. O que vier depois disso é lucro porque, se alguém tiver que ir à Justiça para responder pelo que escreveu, este alguém será o articulista, e não o veículo. Enquanto isso, a “versão pega e se expande”. É muito óbvio o mecanismo. E com a extinção da Lei de Imprensa, tão festejada pelos donos da mídia, não é difícil imaginar por quanto tempo e qual resultado se alcançará em uma ação por danos morais em função desse tipo de artigo.

Desde que boa parte da imprensa comercial decidiu voltar um século atrás em sua maneira de fazer jornalismo e se transformar em partido político, a sociedade brasileira fica, a cada edição, mais pobre de informação. A liberdade de expressão deixa de ser um valor para cada um e para todos para ser usada em uma cruzada moralista que busca atingir apenas aos adversários. Não fosse assim e o filho ilegítimo de FHC não teria sido ocultado e negado por 18 anos.

É a velha máxima: aos amigos, o acolhimento; aos inimigos, a lei. Mas, de qual lei falamos? Exatamente da lei da dissimulação que tudo permite em nome da liberdade. Este cinismo moderno sufoca o verdadeiro debate porque impõe uma agenda que não combina com as aspirações individuais e coletivas por uma democracia que seja respeitada, ampliada e consolidada.

O que faz Cesar Benjamin com seu artigo senão tentar chamar os holofotes para si em nome da liberdade que tem, como colunista do jornal, e assim escrever o que bem entende? Esta técnica não é nova e, atualmente, temos vários exemplos semelhantes em outros jornais e revistas. O que espanta é a naturalidade com que é feita a afirmação de que o presidente Lula teria tentado molestar sexualmente um “menino do MEP” em seu período de cárcere, entre 19 de abril e 20 de maio de 1980.

À incredulidade de imaginar que alguém possa escrever isso impunemente se soma a dúvida do que efetivamente pode estar por trás dessa informação. “Mania de perseguição”, dirão alguns. “Lá vem a tese da conspiração”, dirão outros. Pode ser. Mas, quando se vive com um jornalismo de esgoto, tudo é possível. Sinceramente, Benjamin por Benjamin, prefiro o Walter. Este, que assina o artigo em espaço generoso na Folha, é apenas subproduto de um rancor mal analisado por ele mesmo. A única coisa que ele acerta é a diferença entre que são os filhos do Brasil e quem é o filho da puta.

Marco Piva, jornalista, assessorou o presidente Lula e o PT, mas nem por isso se sente à vontade para usar dessa condição com o objetivo de dar ares de veracidade a eventuais bobagens que venha a escrever sobre ambos. Fonte: Vi o Mundo.

Festa de arromba. O bolso do contribuinte, claro!

Filha de Durval Barbosa ganha festa de R$ 2 milhões em Brasília

Erika Klingl, iG Brasília Era para ser uma festa para 500 pessoas, mas menos da metade dos convidados apareceu. Ao custo estimado de R$ 2 milhões, foi comemorado ontem o aniversário de 5 anos da filha de Durval Barbosa, o delator do suposto esquema de corrupção envolvendo o governador José Roberto Arruda. A menina, que sonha ser bailarina, teve direito a apresentação de uma das maiores companhias de dança do DF, a Norma Lilia. O espetáculo foi o Quebra Nozes.


A estrutura montada no Brasília Hall, espaço nobre a beira do Lago Paranoá, não combinava com a idade da aniversariante. Seguranças, manobristas e três fotógrafos para registrar o evento. No palco, quem se apresentou foi a Banda Satisfaction, que esta época do ano tem agenda cheia por causa das festas de formatura. Vale destacar que cada um dos integrantes do grupo estava vestido de soldadinho de chumbo.

Para animar as amigas da aniversariante, foi montado um salão de beleza com direito a cuidados com o cabelo, unhas e maquiagem. Tudo na festa era inspirado no balé. Desde o convite, duas sapatilhas até a mesa dos doces.

De acordo com fontes ouvidas pelo iG que estiveram na festa, no entanto, o clima não era dos melhores. Apesar de ter sido convidada toda a socialite brasiliense, a única mulher de político que esteve na comemoração foi Karina Rosso, esposa do presidente da Companhia de Planejamento (Codeplan), Rogério Rosso. Para todos, Karina repetia: “que bom que meu marido não tem nada a ver com isso.”

Na porta para receber os convidados, Fabiana Barbosa, ex-mulher de Durval, ouvia de todos que chegava palavras de solidariedade. “Muita força nessa hora, amiga”, repetiam as pessoas.

Arrudaduto:OAB compara Arruda a peruano que renunciou após denúncias de corrupção

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, afirmou neste domingo (29) que o vídeo que mostra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), recebendo dinheiro é comparável à situação do ex-presidente peruano Alberto Fujimori, forçado a renunciar no ano 2000 após denúncias de que seus assessores compravam apoio político de parlamentares.

Britto considerou "extremamente grave" o relatório da Operação Caixa de Pandora, conduzida pela Polícia Federal, apontando Arruda como líder de um suposto esquema de pagamento de propina a membros do seu secretariado e a deputados distritais.

"A imagem do governador sentado em uma cadeira recebendo um pacote de dinheiro é devastadora", afirmou Britto que convocou para amanhã (30) uma reunião com a presidente da Seccional, Estefânia Viveiros, na sede do Conselho Federal da OAB, para avaliar a crise no governo.

No caso de Fujimori, lembrou o presidente da OAB, seu ex-chefe de Inteligência Vladimiro Montesinos organizou com US$ 15 milhões um esquema de corrupção que levaria o ex-mandatário a ser condenado a sete anos e seis meses de prisão.

O dirigente da OAB afirmou que passará o domingo lendo todo o inquérito que está em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que se as denúncias forem confirmadas não há outra solução para o caso que não seja o impeachment.

Arruda se envolveu em 2001 no escândalo de violação do painel eletrônico do Senado e renunciou ao cargo na ocasião. Único governador do DEM no Brasil, ele estava entre os mais populares do país e era favorito para se reeleger em 2010.Fonte:PIG.

DIREITA REPETE A VELHA CANTILENA

Montevidéu - Para desespero dos oposicionistas de todas as matizes, o governo de Lula está na ordem do dia em muitos rincões deste Planeta. Aqui em Montevidéu, por exemplo, uma das primeiras perguntas dos amigos e de quem fica sabendo que você é brasileiro é perguntar sobre Lula, Copa do Mundo e Olimpíadas 2016. Há quase uma unanimidade em relação à importância hoje do Brasil no cenário internacional.

Tudo isso me ocorre depois de acompanhar os últimos lances de política externa do governo, desde a visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad até os questionamentos de Lula em relação ao posicionamento de Barack Obama na questão do meio ambiente. Sobre Ahmadinejad me veio à lembrança a entrevista feita por Jô Soares com o âncora William Waack e os comentários do jornalista e do próprio entrevistador sobre o vilão que veio do Irã. Na verdade, não se pode nem considerar o encontro Waack-Soares como uma entrevista, mas sim um exemplo concreto de utilização do jornalismo como instrumento para desinformação e acirramento de preconceitos, no caso contra o islamismo.

Não se trata de fazer um juízo de valores sobre Ahmadinejad, por sinal uma figura polêmica, mas que quando passou pelo Brasil fez declarações equilibradas que até desnortearam os seus adversários, que tiveram dificuldades em responder. Waak, por exemplo, chegou a dizer que o dirigente iraniano recuou em algumas questões. Lula deixou bem claro a Ahmadinejad posições opostas as dele em relação a várias questões relacionadas com o conflito palestino-israelense. O Brasil credencia-se como país importante nas gestões que visam a terminar com o banho de sangue que jorra no Oriente Médio há pelo menos 60 anos. Dialoga com palestinos, israelenses e persas. Aliás, no tal programa do Jô, deliberadamente ou não o “entrevistador” de Wiliam Waack em um só momento assinalou que iranianos não são árabes, colocando-os como se o fossem. Fica o registro.

Neste domingo, 29, à noite, se conhecerá o resultado do segundo turno da eleição presidencial uruguaia. Todas as pesquisas indicam a vitória do candidato da Frente Ampla, José Pepe Mujica por uma margem entre sete e nove pontos. E quando todos os institutos de pesquisa apresentam tais índices e com um pequeno número de indecisos (entre quatro e sete por cento) todos acreditam que não haverá surpresas. Só mesmo o candidato de direita, Luis Alberto Lacalle andou falando em “revolução silenciosa”, ou seja, que uma parte ponderável do eleitorado está indeciso e não apareceu nas pesquisas, mas na última hora vai decidir por ele. Nesta altura do campeonato, comentam alguns analistas, é o mesmo que acreditar em Papai Noel... Declaração desse tipo faz parte do jogo de não deixar os militantes desestimulados e evitar até que eles deixem de votar.

A eleição uruguaia deixa bem claro dois projetos em jogo, o atual de caráter reformista, adotado pelo governo de Tabaré Vázquez e o da direta, que prega até a redução de impostos para ajudar alguns setores empresariais acostumados com as benesses concedidas pelo Estado, que nosotros brasileiros conhecemos e que teve o auge no anterior governo de Fernando Henrique Cardoso. Aliás, este senhor que anda aparecendo muito está sendo lembrado pelos brasileiros como um dos piores presidentes da história do país, o que não é para menos.

Para se ter uma idéia de como andam as coisas nos arraiais da direita uruguaia, o que não é muito diferente do mesmo setor em outros países latino-americanos, acabou de ser preso um cidadão considerado acima de qualquer suspeita. Trata-se do consagrado advogado penal Carlos Curbello Tammaro, defensor até bem pouco tempo do ditador Gregório Alvarez, condenado a uma pena de 25 anos de cadeia por responsabilidade em uma série de assassinatos políticos.Tammaro foi em cana por lavagem de dinheiro do narcotráfico e ajuda à formação de quadrilha.

A imprensa deu grande destaque ao fato criminoso, da mesma forma que tinha dado ao caso da descoberta, depois de um incêndio, de um grande arsenal de armas em plena Montevidéu, episódio que a direita tentou utilizar na campanha para incriminar remanescentes do grupo MNL-Tupamaros, inclusive o candidato presidencial José Pepe Mujica. A estratégia não colou e o próprio Lacalle teve deixar de lado as acusações infundadas, que lhe tiraram votos.

Pepe Mujica nunca escondeu o seu passado, muito pelo contrário. Hoje tem uma outra estratégia de alcançar os objetivos reformistas a que se propõe juntamente com os correligionários da Frente Ampla. Os tempos são outros e o que poderia ser válido há 30 ou 40 anos hoje está fora de cogitações. Essa é uma lição da história que a direita latino-americana não tem condições de entender e muitas vezes repete a cantilena dos anos da Guerra Fria, a qual, na Colômbia, por exemplo, desemboca nas sete bases militares estadunidenses.
Mario Augusto Jakobskind, Direto da Redação.

Censura em Minas Gerais

Censura: Padre diz que presidente da CNBB vetou críticas a Aécio

Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Mariana (MG), demitiu parte do conselho editorial do Jornal Pastoral e mandou recolher os exemplares da edição do mês de setembro, proibindo assim sua circulação. O periódico, com tiragem de aproximadamente 2 mil exemplares, é de responsabilidade da diocese de Mariana e tem circulação garantida em aproximadamente 70 municípios da região.

Segundo religiosos envolvidos no caso, entrevistados pelo Brasil de Fato e que não se identificaram temendo perseguições, o que levou dom Geraldo a adotar tal medida foi o conteúdo do editorial da edição de setembro. Intitulado “Do toma lá dá cá ao projeto popular”, o texto faz duras críticas a prefeitos da região e ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).

De acordo com um dos religiosos, o texto estava totalmente pautado no pensamento da Igreja. “O editorial condiz com o que pensa a Igreja voltada para o compromisso social. Por isso, avaliamos que esta é uma posição pessoal do bispo”, completa.

Questionamento

Em trechos, o editorial questiona as despesas da prefeitura de Piranga (MG), que gastou aproximadamente R$ 375 mil nas obras de uma praça. O valor gasto pela administração do prefeito Eduardo Sérgio Guimarães (PSDB) estaria em média R$ 225 mil acima do valor de mercado, como informou um laudo técnico do engenheiro Carlos Alberto Gomes Beato.

Saindo do âmbito regional, o editorial desenvolve críticas à administração do governo mineiro apontando que “levantamento publicado no jornal Estado de Minas do dia 30/08/2009 mostra que em 81 dos 85 municípios com menor índice de desenvolvimento [renda, emprego, saúde e educação] a pobreza caminha de mãos dadas com a corrupção”.

Em outro momento, o nome do governador mineiro é citado: “O governo Aécio, sob a diligência da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, canalizou recursos da ordem de R$ 15 bilhões, em grande parte recursos públicos, para quatro empresas [Vallourec, Sumitomo, CSN e Gerdau] ampliarem ou consolidarem seus próprios negócios na região do Alto Paraopeba. O dinheiro é suficiente para a construção de 700 mil casas populares ao preço de R$ 20 mil cada, quase quatro vezes mais do que os R$ 4 bilhões reservados pelo governo federal para programas de moradia em todo o Brasil. Se esse recurso fosse distribuído para as três cidades Congonhas, Ouro Branco e Jeceaba, onde as empresas ‘sortudas’ estão instaladas, que somam 70 mil habitantes, tocariam perto de R$ 219 mil para cada pessoa ou quase R$ 1 milhão por família.

Os nomes envolvidos no editorial também seriam motivos para a tal atitude de dom Geraldo. “O texto cita nomes de políticos e esses políticos citados poderiam cobrar a igreja por meio do bispo uma satisfação sobre o editorial. Isto foi uma motivação política e não religiosa. O bispo quer manter o seu lado do poder, ele não quer perder isso”, explica um dos nossos entrevistados.

Resgate

O editorial também faz um histórico dos financiamentos do governo de Minas em empresas privadas desde o ano de 2003. “As ricas áreas desapropriadas e entregues de mão beijada às minerados e siderúrgicas em Jeceaba e Congonhas chegam a 4 mil hectares. E, de 2003 a 2008, foram canalizados R$ 199 bilhões para as empresas em todo o estado de Minas Gerais, em negociatas de compadrio e cumplicidade tipo ‘unha e carne'”, finaliza.

“Não concordo...”

Em resposta, no mês de outubro, dom Geraldo afirma em editorial do Jornal Pastoral, que “não concordo, não aceito e não aprovo o editorial do Jornal Pastoral do mês de setembro. A Arquidiocese de Mariana não se responsabiliza pelas afirmações e acusações aí expressas. Seja essa a última vez que o Jornal Pastoral incorre em erro tão grave. A fé cristã implica em compromisso social e a Igreja Católica nunca renunciará à sua missão de ser advogada dos pobres e injustiçados”.

Esse trecho, segundo religiosos ouvidos pelo Brasil de Fato, evidencia a postura de uma parte dos lideres católicos. “Ele tem uma visão de Igreja. E nessa visão ele tem preocupação de manter o nome da Igreja. E qualquer coisa que venha colocar em questionamento a posição da Igreja ele teme e foge do conflito. Pois grande parte da Igreja ainda tem medo do conflito e tem medo de se colocar contra a posição do poder político. E na hora desse conflito eles se colocam do lado de quem detém o poder”, observa.

Contrário

Os religiosos acrescentam que essa posição e essa atitude de dom Geraldo não causaram estranhamento. “Acreditamos que essa posição do bispo não é a mais importante de toda a situação. Ele tem posição contrária diante da Romaria dos Trabalhadores, posição contrária em relação à denuncia contra corrupção, posição de afastamento de padres que se envolvem com pautas de movimentos sociais e populares. Então, há uma série de coisas que vão definindo o rumo da diocese e a linha de trabalho dele” lamenta.

Segundo eles, esse posicionamento é contraditório com o atual momento vivido pela Igreja Católica, que apóia o projeto Ficha Limpa e que tem como tema da Campanha da Fraternidade de 2010 “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”. “Essa posição é contraditória, pois bate de frente com o momento vivido pela Igreja, que é o posicionamento contra a corrupção política. O editorial condena pessoas politicamente corruptas. A posição do bispo em relação a isso é uma contradição e acaba ficando contra a coleta de assinaturas para o projeto de Ficha Limpa. Ele ficou preocupado com a imagem diante do Senado Federal, na pessoa representada por José Sarney, diante do Estado e dos políticos citados pelo texto”.

Fé em movimento

No Brasil, mesmo estando em queda, os católicos ainda são maioria. De acordo com última pesquisa realizada em 2007 e divulgada pelo Datafolha, aproximadamente 64% dos brasileiros se dizem católicos. O número é 11% menor que uma pesquisa realizada pelo mesmo instituto em 1994. Soma-se a isso o crescimento dos evangélicos pentecostais e não pentecostais, que somam mais de 22%. Esses dados preocupam os religiosos, tendo em vista que muitas vezes o caminho da Igreja é traçado por pessoas como dom Geraldo. “Esse posicionamento dificulta muito a caminhada da Igreja. Por outro lado, eu acredito que a força da Igreja está se manifestando nos movimentos populares. Uma atitude como essa não demora muito tempo a ruir” completa.

O Brasil de Fato entrou várias vezes em contato com o arcebispo dom Geraldo Lyrio Rocha, mas ele não atendeu e nem retornou as ligações.

Fonte:Brasil de Fato

Le Monde:Brasil assume liderança contra aquecimento global

Jean-Pierre Langellier, Enviado especial a Manaus

O Brasil se posiciona resolutamente na liderança da luta contra o aquecimento climático. Agora assumindo com orgulho um papel de líder entre os países do Sul, o presidente Lula quer chegar a Copenhague com um texto que tenha força de lei, prova de sua vontade política.

Um ano atrás, o Brasil havia anunciado um "Plano Nacional de Mudanças Climáticas" no qual se comprometia a reduzir "de maneira constante" o desmatamento. Essa promessa não foi acompanhada por nenhuma data. Essa relativa timidez tinha diversas causas. O lobby do agronegócio, influente em Brasília e amplamente sustentado pelo ministério da Agricultura, exercia pressões hostis a qualquer medida que fosse restritiva demais para os produtores agrícolas e os pecuaristas.

Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil e futura candidata do partido de Lula, temia que objetivos ambientais com números e datas determinadas entravassem, em plena crise, o plano plurianual "de aceleração do crescimento", um conjunto de grandes obras de infraestrutura, dotadas de US$ 290 bilhões (R$ 505 bilhões), pelo qual ela é responsável.

No decorrer do ano de 2009, as disposições mudaram. Após seis meses de recessão, o Brasil saiu da crise, incólume e com a moral em alta. A aproximação de Copenhague apressou a reflexão. Em julho de 2009, durante uma reunião dos países emergentes à margem do G8 de L'Aquila, o Brasil pareceu apoiar a posição chinesa que consiste em jogar a culpa sobre os países industrializados do Norte, poluidores históricos, e em recusar, por esse fato, a se associar a seus esforços para reduzir os efeitos do aquecimento.

A nova política brasileira em matéria de meio ambiente, anunciada em 13 de novembro, marca uma verdadeira ruptura. O Brasil promete aquilo que nem a China, nem a Índia, nem a Rússia - os outros BRIC - parecem dispostas a fazer. Ele assume "o compromisso voluntário" de reduzir em até 39% suas emissões de gás de efeito estufa em relação às previsões de 2020. Ele as limitará a 1,6 bilhão de toneladas, no lugar dos 2,7 bilhões previstos caso nada fosse feito, ou seja, menos que os 2,1 bilhões emitidos em 2005 - o ano recorde - e pouco mais que o 1,5 bilhão descartado em 1994. O Brasil é considerado, segundo cálculos, o quarto ou quinto maior emissor mundial de gás de efeito estufa, em razão sobretudo das queimadas que acompanham o desmatamento da Amazônia e provocam, sozinhas, cerca de 60% das emissões.

O grosso do esforço brasileiro dirá respeito à floresta, com uma redução do desmatamento da Amazônia de 80% até 2020. Mas ele também afetará as árvores da savana, a pecuária, especialmente nos pastos degradados, o uso de fertilizantes, os biocombustíveis, o desenvolvimento da hidroeletricidade e de fontes alternativas de energia, uma siderurgia mais limpa.

Outro sucesso
Esses objetivos foram integrados ao "plano climático" que Lula quer ver adotado pelo Congresso de Brasília antes de Copenhague. Para isso, ele pediu que o procedimento legislativo de votação entre as duas Câmaras seja acelerado. A senadora Ideli Salvatti, relatora do projeto, prometeu dizer aos representantes americanos em Copenhague: "Não só podemos, como fizemos", alusão ao famoso "Yes, we can!" de Barack Obama.

Em Copenhague, Lula poderá mencionar um outro sucesso. Entre agosto de 2008 e julho de 2009, o Brasil registrou o menor desmatamento anual desde a implantação em 1988 de um sistema de controle por satélite. A superfície desflorestada diminuiu 45% em relação ao ano anterior.

Coisa raríssima, os compromissos assumidos por Lula receberam elogios unânimes dos políticos e dos militantes ecologistas, do Greenpeace até a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que é uma provável futura candidata à Presidência sob a bandeira do Partido Verde. A ambição proclamada por Lula reflete uma conscientização dos perigos do aquecimento, em especial para o próprio Brasil - que a imprensa menciona quase diariamente - e do fato de que a proteção do ecossistema pode andar de mãos dadas com um forte crescimento.

A população muda em sintonia. Segundo recentes pesquisas, os brasileiros colocam o meio ambiente no terceiro lugar de suas principais preocupações, atrás da criminalidade e da educação.

Tradução: Lana Lim

Mensalão de Arruda:R$ 100 milhões de reais.O de Delúbio é fichinha

Arruda e os demais integrantes do esquema souberam da investigação. Temendo pela vida, Durval desistiu de prosseguir com grampos


Rudolfo Lago, Congresso em Foco

A intenção da Polícia Federal e do Ministério Público não era estourar agora a Operação Caixa de Pandora. A investigação deveria prosseguir, com o rastreio do dinheiro da propina e com mais grampos feitos pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que, após um acordo de delação premiada, concordara em gravar em áudio e vídeo conversas com o governador José Roberto Arruda e outros integrantes da, como classifica o inquérito, "organização criminosa". Ocorre, porém, que no início de novembro, a operação vazou. Arruda tentou, em vão, ter acesso ao processo. A documentação inclusa no inquérito mostra que a informação sobre a existência da investigação chegara também à imprensa: há uma solicitação do jornal O Estado de S.Paulo para ter acesso ao processo, para "formulação de matéria jornalística". Os passos do vazamento que precipitou o final da operação são detalhados no final do último volume de apensos do processo.

No dia 4 de novembro, Durval recebe uma mensagem de celular vinda do chefe da Casa Civil do governo do Distrito Federal, José Geraldo Maciel: "Seja bem cauteloso, mais do que você já tem sido". Os dois, então, combinam um encontro na quadra 309 Sul, ao lado da banca de revista. Maciel diz a Durval que ficou sabendo que o STJ havia determinado à Polícia Federal que investigasse, no âmbito do DF, cerca de 30 pessoas. Que poderiam fazer parte dessa investigação o presidente Tribunal de Justiça do DF, Nívio Geraldo Gonçalves, o procurado geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, o governador José Roberto Arruda e o vice-governador Paulo Otávio.

Quando Maciel passou essa informação a Arruda, a resposta do governador foi a seguinte: "Se a fonte for do STJ, então é confiável,e a investigação existe". Arruda deu, então, ordem a todos os secretários e para todas as pessoas "que manipulassem dinheiro" para que agissem com cautela. Geraldo Maciel comentou que não concordava com o fato de haver no governo tanta gente "captando recursos financeiros", e que acreditava que Arruda teria "perdido o controle" da sua rede de captadores.

No dia 12 de novembro, o cerco se aperta e Durval manda a seguinte mensagem para um celular da Polícia Federal, às 16h09: "Situação ficando insustentável". Completava dizendo que Maciel já comentara sobre o processo 650. Que já sabia que o relator era o ministro Fernando Gonçalves e que as quebras de sigilo foram determinadas pelo ministro Felix Fischer. E que Arruda pediu vistas do processo, por meio de seu advogado, Cláudio Fruet. Ao final da mensagem, Durval pergunta: "O que fazer?" Às 16h26, ele manda outra mensagem para o mesmo celular da PF: "Começo temer pelo desconhecido. Outra: disse tratar-se de delação, só não sabe de quem".

No dia 13, Durval vai à PF e presta um depoimento em que dá mais detalhes da conversa que tivera no dia anterior com Maciel. Na conversa, o chefe da Casa Civil informa a ele já saber que o processo tem como alvos ele próprio, Arruda, o conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Lamoglia e Durval. Sabia também que a investigação se iniciara a partir de uma delação premiada. Maciel diz a Durval desconfiar que a delação teria sido feita por "algum empresário descontente". Arruda pedira vistas do processo através do advogado Cláudio Fruet, escolhido por ter "suposta influência no STJ". Maciel pergunta, então: "Você sabe mais alguma coisa a respeito disso?".

À PF, Durval diz acreditar que Maciel, àquela altura, já tiha "quase certeza" de que o delator era ele. E completa dizendo que se sente ameaçado, porque Arruda "é fascinado pelo poder, e é capaz de qualquer coisa para preservá-lo". E que o chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão, "é capaz de executar qualquer ordem ou desejo do governador", já tendo um histórico de "contratação de capangas para provocar baderna e brigar na rua". Perguntado se "temia pela sua vida", Durval "respondeu que sim".

"Ou me mato ou mato você"

Antes de agir como colaborador da polícia, Durval já gravava Arruda. E Arruda sabia disso. Durval relata em seu depoimento que, entre os dias 20 e 25 de dezembro de 2008, Arruda disse a ele a seguinte frase: "Se você apresentar essas imagens da minha pessoa, você me avise com cinco dias de antecedência que é para eu sumir ou dar um tiro na minha cabeça ou te matar". Durval diz que a conversa se deu no seguinte contexto: Arruda teria lhe oferecido R$ 60 milhões e mais R$ 10 milhões por cada ano de governo subsequente, num total de R$ 100 milhões, para que não fizesse qualquer denúncia referente às atividades de arrecadação ilítica de recursos públicos. Ao final do depoimento, Durval diz que "já não se sente confortável" em prosseguir "com a colaboração nos moldes que vinha sendo feito".

Diante da situação, no dia 13 de novembro, o delegado Alfredo José de Souza Junqueira, da Inteligência da PF, envia uma correspondência ao ministro do STJ, Fernando Gonçalves. "Inicialmente, a Polícia Federal havia planejado trabalhar sigilosamente com (...) Durval Barbosa Rodrigues por um período maior que o que se encerra neste momento", explica o delegado. "Entretanto, os investigados tiveram acesso indevido a informações protegidas por segredo de Justiça e tomaram conhecimento da investigação", continua.

"Considerando que ainda não se identificou a origem do vazamento, pode-se concuir que o sigilo das informações contidas nos autos do inquérito e nos autos apartados não será preservado por muito tempo". Junqueira pede, então, a Fernando Gonçalves que autorize a execuçãod e mandatos de busca e apreensão nas casas e nos escritórios dos suspeitos. Fernando Gonçalves concede a autorização no dia 26 de novembro. As buscas acontecem, então, na manhã do dia 28 de novembro. E uma crise política sem precedentes instaura-se na política de Brasília.


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Lula assiste ao filme sobre sua vida e se emociona

SÃO PAULO - Sentado entre a mulher, Marisa Letícia, e a ministra Dilma Rousseff, provável candidata do governo à sucessão presidencial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assistiu na noite de sábado, nos antigos estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo, a uma pré-estreia de "Lula, o Filho do Brasil", o filme de Fábio Barreto sobre a sua trajetória.


Segundo a assessoria do presidente, Lula se emocionou em diversos momentos da história. Mas, ainda conforme a assessoria, estava muito cansado e, por isso, não quis comentar o filme com a centena de jornalistas que o aguardava.

Cerca de duas mil pessoas compareceram à sessão. Sem a presença dos políticos da oposição convidados para o evento, em especial José Serra e Aécio Neves, a noitada foi do governo e do PT.

Entre os convidados que tiveram direito a um assento próximo ao presidente, além do elenco e da equipe de produção do filme, um bom número de ministros, como Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Paulo Bernardo (Planejamento), Miguel Jorge (Desenvolvimento) e Paulo Vanucchi (Direitos Humanos), além do ex-ministro José Dirceu, e muitos políticos do PT, como os senadores Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante e o deputado Jose Genoíno.

A sessão ocorreu dentro de um dos estúdios, adaptado especialmente para a projeção. Devido ao calor, ventiladores de alta potência funcionaram a todo vapor, o que prejudicou, e muito, o entendimento do que era falado no filme.

"Você também não estava entendendo nada?", perguntou um jornalista estrangeiro ao colega brasileiro que assistiu ao filme, aliviado ao descobrir que o problema de compreensão não foi só dele. Em alguns momentos, os ventiladores foram desligados, melhorando a acústica, mas elevando a temperatura do ambiente.

Num estúdio ao lado, que funcionou como uma espécie de sala de espera, quiosques ofereciam pipoca e refrigerantes para o público. Logo, esgotaram-se os copos.

Em outro ambiente, foi montada uma sala vip, para os convidados especiais da produção, com direito a mais variedade de bebidas e salgadinhos.

Ao final da sessão, Lula refugiou-se numa sala montada especialmente para ele, ao lado da sala vip. O presidente posou para fotos com os atores do filme e com vários convidados. Um pouco depois da meia-noite, deixou o local.

Antes do início da sessão, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sergio Nobre, arrancou risos e aplausos da platéia ao discursar. "O presidente é um orgulho da nossa região. Já trouxe para o Brasil a Olimpíada de 2016 e a Copa do Mundo de 2014. Quem sabe, Lula não traz o Oscar".

O diretor do filme, Fabio Barreto, também falou, reforçando o aspecto mais impactante, ou apelativo, segundo os críticos, do filme. "Eu tinha uma história muito forte, maravilhosa. A história do presidente Lula é a história de milhões de brasileiros".

A sessão também foi marcada por uma notável preocupação com a pirataria. Vários painéis traziam um aviso, em letras garrafais: "Atenção: É proibido qualquer registro audiovisual do filme". Os fotógrafos presentes foram retirados do estúdio durante a projeção. E dezenas de seguranças postaram-se ao longo da sala, acompanhando a exibição, no esforço de evitar que alguém filmasse o filme.

Antes do início da sessão, exibiu-se uma propaganda de oito minutos da prefeitura de São Bernardo, sobre o projeto de revitalização dos estúdios da Vera Cruz, apresentada pelo prefeito Luis Marinho.

A exibição de "Lula, o Filho do Brasil" encerrou-se com aplausos fortes, mas não demorados, ao filme.

Arruda tinha uma "Casa dos Artistas", financiada com recursos da CODEPLAN


Enquanto ainda era candidato, o hoje governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, ocupou um imóvel em área nobre de Brasília, que, segundo inquérito da Polícia Federal (PF), recebeu o apelido de "Casa dos Artistas". De acordo com as investigações, foram investidos pelo menos R$ 12 milhões na reforma do imóvel, parte dela paga com recursos da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).


Segundo a polícia, a casa pertenceria ao deputado federal Osório Adriano, correligionário de Arruda, e metade dos funcionários tinha cargo no governo, inclusive na Codeplan. A "Casa dos Artistas" teria sido alugada para servir de área de criação de campanha de Arruda, onde foram gravados programas de rádio e TV.

Após Arruda vencer a eleição, segundo o relatório da PF, a casa foi transformada em gabinete de transição do governo, tendo funcionado até 31 de dezembro de 2006. Integrada tecnologicamente com escritório político na 502 Sul, a "Casa ds Artistas" abrigava o gabinete de Arruda, que era composto por sala, sala de estar, quarto com cama king size, lavabo, banheira, além de outro gabinete, mais modesto, do vice Paulo Otávio.

O imóvel teria ainda dormitórios para empregados, estrutura de monitoramento CFTV, portões eletrônicos e segurança armada, bem como um restaurante capaz de servir 500 refeições por turno. Procurado, o deputado Osório Adriano não foi localizado para comentar o caso. Fonte:IG.

Devanir: "Lula estuprou, sim, a política do PSDB e do Fernando Henrique"

Publicado em 28 de novembro de 2009
por Conceição Lemes

Devanir Ribeiro é deputado federal pelo PT-SP, ex-metalúrgico e ex-dirigente sindical. Em 1980, quando houve a intervenção no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, era o 1º secretário. Ele e Djalma Bom foram os únicos que ficaram presos com Lula durante os 31 dias.

Viomundo – O Lula estuprou alguém na cela do DOPS?

Devanir Ribeiro – Estuprou, sim, mas muitos anos depois...

Viomundo – O quê?!

Devanir Ribeiro – Estuprou, sim, mas a política do PSDB e do Fernando Henrique...

Viomundo – Como você soube do artigo do César Benjamin?

Devanir Ribeiro – Eu estava no escritório aqui em São Paulo. Lendo a Folha, vi a matéria. Eu li, reli. Naquela hora, um jornalista me ligou, querendo repercutir o artigo...

Viomundo – E, aí?

Devanir Ribeiro – Eu estava tão chocado, enojado, que perguntei: “Cara, o que está acontecendo? Alguma coisa está errada. Saiu mesmo essa matéria?" Claro que tinha sido publicada. O que eu não imaginava era que pudessem descer a um nível tão baixo. Você pode não gostar de uma pessoa. Mas daí fazer o que Benjamin e a Folha fizeram, é repugnante.
Comentário do Terror.
E meu maior desejo é estuprar Otavinho e Benjamin, até a morte.

Folha atinge o paroxismo da calhordice


Creio que todos estamos ainda em estado de perplexidade. Sim, porque a Folha hoje volta à sua calhordice. Publica no Painel de Leitores cartas de leitores que afirmam ter acreditado na história contada por César Benjamin.

A Folha publica a carta de um global, Marcelo Madureira, que desde longe vem realizando, de todas as maneiras, oposição sistemática ao Lula:


"Em tempos de unanimidades, bajulação, mentiras, censuras veladas e neoperonismos, o corajoso e sensível depoimento de César Benjamin só vem confirmar aquilo de que eu já desconfiava havia muito tempo: que o Brasil está sendo governado por um bando de cafajestes sem escrúpulos. E o que é pior: recebem indenizações pelas suas cafajestadas. Parabéns a César Benjamin e a esta Folha."

MARCELO MADUREIRA, "Casseta & Planeta' (Rio de Janeiro, RJ)


Madureira é um canalha alienado. Quer transformar vítimas da ditadura, pessoas que foram presas e torturadas em "cafajestes sem escrúpulos". Quando ele fala que já desconfiava, revela o objetivo da matéria publicada pela Folha, que era ir de encontro ao subconsciente de seus leitores, já devidamente preparado por manipulações diárias. Todos os antilulistas fanáticos agora se encarregarão de espalhar boatos e "confirmar" o que já suspeitavam.

*

No interior do jornal, todos os procurados deram depoimentos negando veementemente a história. A Folha consegue, mesmo nessas matérias, botar as negações no final dos textos e fora dos títulos. Consegue, nos títulos, criar ambiguidades.

*

Ao dizer que Silvio Tendler afirmou que era brincadeira, a Folha não publica a versão integral de Tendler, dando detalhes de tudo, contextualizando inteiramente o episódio. Confira aqui a versão de Tendler. A podridão atingiu o apogeu.

*

Ou seja, todas as testemunhas citadas, ou sugeridas, por Benjamin, negaram a sua história. Mais ainda, afirmam que se trata de uma mescla de mau caratismo e ressentimento com estupidez. Lula já era uma figura pública. Hoje se sabe exatamente quem estava na cadeia com Lula durante todo o tempo em que ficou preso. O irmão de Lula, o Frei Chico, que foi torturado barbaramente na prisão, lembrou que o presidente ficou preso com outros diretores do Sindicato dos Metalúrgicos.

A Veja conseguiu, inclusive, encontrar um homem que, na época, pertencia ao grupo político MEP, e seria o tal "menino do MEP". O homem negou, enojado, a história. A Veja, claro, bota a negação ao final do texto, depois de um título acusatório e um começo de texto ambíguo.

Milhares, talvez milhões, de brasileiros, estão estarrecidos com o nível a que chegou a imprensa brasileira. Desespero, inveja, mau caratismo, cafajestagem, cinismo.

Diante de um descalabro desse quilate, o sentimento de revolta que germina em todos, porém, precisa de um pouco de tempo para ser assimilado racionalmente. Que vivíamos uma guerra, já sabíamos, ou ao menos desconfiávamos, mas creio que havia um fiapo de esperança de que não haviamos chegado aos extremos. Chegamos.

*

Uma amiga da minha mulher veio falar com ela:

- Minha mãe contou que leu no jornal que o Lula estuprou um rapaz.

Daí você vê o prejuízo causado ao debate político. Em vez de estarmos falando de outros assuntos, agora teremos que suportar a indignação de milhões de polianas, que nada mais são que brasileiros normais, sem hábito de ler blogs. E agora?

*

Diante de tal situação, apenas sugiro que nos concentremos no blog do Nassif, do Eduardo Guimarães, do Azenha. Com certeza, o tema terá desdobramentos interessantes. Um ataque desses deve ser respondido à altura.

*

Não estamos mais falando de política. Trata-se agora de uma questão de direitos humanos. Do direito da imprensa de caluniar e humilhar pessoas. O Leviatã, finalmente, cometeu um grande erro. Não vamos perder essa oportunidade.

Propina no ninho tucano paulista

É o fim da gangue demo-tucana no Brasil. Depois de a PF apreender maletas de grana no buraco do DEMO, agora a PF descobre distribuição de propinas no ninho tucano.

Documentos indicam mesada de empreiteira a políticos do demo-tucano

AE - Agencia Estado


SÃO PAULO - A Polícia Federal (PF) concluiu a Operação Castelo de Areia - investigação sobre evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo executivos da Construtora Camargo Corrêa - e anexou ao relatório documento que pode indicar suposto esquema de pagamentos mensais a parlamentares e administradores públicos e doações "por fora" para partidos políticos. O dossiê é formado por 54 planilhas que sugerem provável contabilidade paralela da empreiteira. Elas registram dados sobre 208 obras e contratos da Camargo Corrêa entre 1995 e 1998, espalhados por quase todo o País e também no exterior - Bolívia e Peru.


Os repasses teriam ocorrido naquele período em favor de deputados federais, senadores, prefeitos e servidores municipais e estaduais. Em quatro anos a empreiteira desembolsou R$ 178,16 milhões. Em 1995, segundo os registros, ela pagou R$ 17,3 milhões. Em 1996, R$ 50,54 milhões. Em 1997, R$ 41,13 milhões. No ano de 1998, R$ 69,14 milhões. O que reforça a suspeita de caixa 2 é o fato de que os números alinhados aos nomes dos supostos beneficiários estão grafados em dólares, com a taxa do dia e a conversão para reais.


O Ministério Público Federal (MPF) poderá requisitar à Justiça o envio à Procuradoria-Geral da República dos dados referentes a autoridades que detêm prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Outra medida será a abertura de vários inquéritos para investigar as obras.

"Eu não conheço o documento, portanto não posso me pronunciar", disse o criminalista Marcio Thomaz Bastos, que coordena a defesa da Camargo Corrêa. Ele observou que o processo e o inquérito correm em segredo de Justiça. "É preciso lembrar que nessa mesma operação já foram divulgadas listas de nomes que depois se verificou dizerem respeito a doações absolutamente legais, declaradas à Justiça Eleitoral."


Planilhas

Na página 54, há quatro lançamentos em nome do deputado Walter Feldman (PSDB-SP). Cada registro tem o valor de US$ 5 mil, somando US$ 20 mil entre 13 de janeiro e 14 de abril de 1998. À página 21, outros 12 lançamentos associados ao nome Feldman, entre 26 de janeiro e 23 de dezembro de 1996 - US$ 5 mil por mês. O deputado indignou-se com a citação a seu nome.


Em outro arquivo, página 18, valores ao lado da expressão "Palácio Band" - 4 anotações, entre 8 de fevereiro e 30 de setembro de 1996, somando US$ 45 mil, ou R$ 46.165. Na última planilha, página 54, na coluna "Diversos" constam nove registros, um assim descrito: "14 de setembro de 1998, campanha política, Aloísio Nunes, US$ 15.780." Em 10 de novembro de 1995 o então senador Gilberto Miranda teria recebido US$ 50 mil.


A planilha "CPA", página 14, revela quatro pagamentos em 1996, todos supostamente destinados a partidos, denominados "clientes". Os destaques são de 21 de março, US$ 20 mil para "líder do PMDB, Milton Monti"; 19 de julho, US$ 200 mil para PMDB-PFL; 24 de julho, US$ 200 mil para PSDB-SP; 13 de setembro, US$ 270 mil para PSDB/PMDB/PFL/PPB. Em 1998, mostra outra planilha "CPA", foram pagos US$ 1,52 milhão em 10 parcelas a PSDB, PFL, PMDB, PPB e PTB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.