segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dilma Rousseff será estrela do programa partidário


Valor Econômico - 30/11/2009

Principal estrela do programa eleitoral do PT que vai ao ar no dia 10 de dezembro, a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, fará um balanço do papel do governo durante a crise financeira internacional. A ministra vai mostrar como a política de desonerações e os programas sociais ajudaram o Brasil a atravessar a turbulência na economia mundial e lembrar que, há dez anos, durante a crise da Rússia, o país quebrou. O discurso de comparação entre a gestão Lula e a gestão FHC também estará presente nas inserções partidárias veiculadas a partir de amanhã.

Dilma reuniu-se há cerca de duas semanas com o publicitário João Santana, para definir as linhas gerais de suas participações. As gravações para a propaganda estadual já aconteceram - estão previstas mensagens individualizadas para a militância petista -, mas a assessoria não confirmou se ela gravou o programa nacional. Lula gravou sua participação na tarde de sexta-feira, em um hotel de luxo de Brasília.

Foi o presidente quem definiu que a protagonista do programa deveria ser Dilma. Setores do PT resistiam a expor em demasia a ministra, temendo processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula fez valer a sua vontade, alegando que Ciro Gomes (PSB-CE) teve um programa eleitoral só para ele e que José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG) também tiveram destaque no programa político tucano.

Lula também sugeriu o ritmo do programa. A ideia surgiu durante um clipe exibido na premiação da Revista "Exame" para as melhores empresas do ano. Com vários números mostrando como o Brasil conseguiu manter-se firme diante da crise externa, o filme foi bastante elogiado pelo presidente. "Eu quero que o programa do PT seja assim, bastante dinâmico", disse ele a um dos petistas que o acompanhavam. Uma das críticas feitas a Dilma no meio político é que ela é muito técnica, o que dificulta a empatia com o público.

Além da propaganda política, o comando da campanha de Dilma também planeja as viagens que a ministra fará até o fim do ano. A ideia é que ela ainda faça algumas viagens para Estados do Sudeste, como São Paulo, Rio e Minas. Na terça-feira, o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra (SE), foi incorporado informalmente ao grupo, do qual fazem parte ainda o chefe do gabinete pessoal do presidente Lula, Gilberto Carvalho, o ministro da Comunicação, Franklin Martins e da Coordenação Política, Alexandre Padilha, o deputado Antonio Palocci (SP) e o atual presidente do PT, Ricardo Berzoini(SP).

Dutra demonstrou afinidade com a orientação de Lula de que Dilma deve permanecer no governo até o prazo máximo de desincompatibilização, no início de abril. Berzoini defende que ela deixe o governo em fevereiro. "Enquanto ela estiver no Ministério a exposição estará garantida. De que adianta ela deixar a pasta em fevereiro se a campanha oficial só começará em julho?" questionou Dutra. Ele reconhece que, a partir de abril, o partido terá que resolver essa questão. "A lei não permite campanhas de rua, mas poderemos fazer reuniões políticas e participação em eventos fechados", explicou. (PTL)

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