segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Demensalão::escutas revelam influência de Arruda sobre Judiciário

Eu fico a imaginar com meus diletos botões.

Por muito menos que isso o prefeito do Recife João da Costa(PT-PE), teve a candidatura cassada pelo juiz mijão.Por muito menos que isso João Capiberibe teve o mandato cassado.Por muito menos que isso José Dirceu foi denunciado no esquema do mensalão delubiano.Agora, com provas irrefutáveis, ocorre um esquema desses e tudo parece normal.Se este país fosse sério Arruda já estaria fora do cargo de governador, sem direito a nenhuma defesa.A questão já nem mais é indício, são provas robustas que deixam patente que Arruda montou um esquema de corrupção monumental, nunca antes visto na História de Brasília e, quiçá, do Brasil.


Diálogos entre governador e Durval mostram esquema de pressão para decisões favoráveis

Josie Jeronimo, do R7 em Brasília


Desembargadores e o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal são citados pelo governador José Roberto Arruda (DEM) e pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa em escuta realizada pela Polícia Federal. A conversa, apresentada no inquérito 650 sobre suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, mostra suposta rede de favorecimento do Judiciário a Arruda.

Nos diálogos, Arruda e Durval citam os nomes dos desembargadores Romeu Gonzaga, José Cruz Macedo e o “presidente do Tribunal de Justiça”. O nome de Níveo Gonçalves não é citado, mas o governador fala em encontros com o “presidente do Tribunal de Justiça”. Gonçalves está entre os possíveis sucessores de Arruda, caso a cúpula do governo cai por envolivmento no escândalo.

O governador e o ex-secretário falam sobre investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em que os gabinetes dos desembargadores teriam sido invadidos. Arruda chama de “brutal” a ação e diz que o desembargador Romeu Gonzaga “tremeu” durante a investigação.


Nas conversas, Arruda e Durval falam sobre influência em decisões do Judiciário e de aproximação da cúpula do governo do DF com alguns magistrados para modificar votos desfavoráveis em processos que envolvessem aliados. Em um dos diálogos, o chefe da Casa Civil do DF fala na troca de favores entre Cruz Macedo e o governo do DF, pois o desembargador teria pedido ajuda a Arruda para conseguir emprego para um sobrinho em um grande hospital de Brasília.

O R7 entrou em contato com a assessoria do Tribunal de Justiça e foi informado de que os integrantes não comentariam nada, por enquanto. Eles estudam divulgar nota até o fim da tarde com explicações.

Leia, a seguir, trechos da conversa que envolve integrantes do Judiciário:

Primeiro diálogo

ARRUDA – O recado dele por telefone, pra eu ficar tranquilo, que no mérito as coisas tão muito bem encaminhadas. Quer dizer, o quê eu deduzo disso, Romeu assumiu o compromisso com o mérito. O quê que eu olhando de fora do conselho. Primeiro, o dinheiro que a gente busque, seja lá quem for, dois milhões, chega pra mesma fonte e de ó ... encima. Tá tudo certo e vai ter os outros dois. Nós queremos ganhar o conteúdo. Não tem importância ter admitido. Admito que tem outros quatro processos correndo aí. Não interessa. Nós queremos ganhar o conteúdo.

DURVAL – O que é que ... dois ... dois MP entrou lá? Falaram o seguinte, ó ... o Serjão só fez assim no ouvido do Romeu, falou assim, ò, já expliquei, Tá cheio de erro aqui, tal.

Segundo diálogo

ARRUDA – É, tem razão. Agora outra coisa que me falaram, inclusive eu não entendo, tem que consultar o Aristides, é que poderia haver um recurso.

DURVAL – O Dante mandou aí, Tá com o Maciel. Eu falei assim: Olha... Eu fiz assim, qualquer coisa o Arruda pode te incumbir. Você vai com ... Eu pedi ao Paulo Otacvio também para entrar nisso, Paulo Octavio é jeitoso. Aí, é ... Vai lá nele e vê que ... qual é a coisa, combina, vê com alguém aí qual é a coisa mais ... Mais parível que cê entra.

ARRUDA – Mas o Aristides deu ?

DURVAL – Ele não quer.

ARRUDA – Entendi.

DURVAL – Porque ele falou assim: se vier um laudo, fica julgado.

ARRUDA – Então vamos seguir a cabeça de quem conhece.

DURVAL – Ele falou assim, o fica julgado.

ARRUDA – O quê que eu vou fazer, então. Eu vou fazer com calma uma visita ao presidente do tribunal. Combinar um encontro com ele. Vou ouvir o quê que ele nos aconselha. Se qualquer coisa o Getúlio, que é o corregedor... Eu fiz um jantar aqui para os corregedores.

DURVAL – Tô sabendo.

ARRUDA – Eu pedi que ele tentasse ver esse negócio, mas esse ele já tinha votado. Ele disse, tem um outro processo e o réu e tal. Ele disse, e tá seguro comigo.

Nenhum comentário: