segunda-feira, 31 de maio de 2010

Raul Jungmann é um mau-caráter


Veja só o mau-caratismo do jornalista do Estadão e do larário de recursos públicos Raul Jungmann.


É lógico que a Casa Civil não informou o que o bandido Jungmann disse ao Estadão.


Um jornal decente, não comprometido com a candidatura tucana de José Serra, jamais publicaria uma matéria leviana dessas.


Atitude como essa não pode mais ocorrer.


Isso é mau-caratismo, cafajestice desse bandidão Jungmann.


Sabe o que é isso? É o desespero que ronda a direita maldita do Brasil.

Governo: taxa de extrema pobreza cai a 4,8% com Bolsa Familia


Os benefícios do programa Bolsa Família, do governo federal, elevam a renda per capita média das famílias atendidas em 48,7%, segundo levantamento do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome divulgado nesta segunda-feira. De acordo com a pasta, o percentual de famílias que vivem em condições de extrema pobreza passou de 12% da população para 4,8% (no período compreendido entre 2003 e 2008). Contudo, em reais, a renda dos beneficiários ainda fica próxima do valor que caracteriza uma situação abaixo da linha da pobreza.

De acordo com a pesquisa, os benefícios aumentam a renda familiar por integrante, de R$ 48,69 para R$ 72,42. Um decreto publicado em julho do ano passado determinou como valor que caracteriza a situação de extrema pobreza R$ 70, enquanto a situação de pobreza seria caracterizada por renda per capita de R$ 140.

"O valor do benefício é insuficiente para retirar da condição de pobreza, mas é importante dizer que o sentido do programa é de complementação de renda, não de substituição", disse a secretária nacional de Renda de Cidadania do ministério, Lúcia Modesto. Segundo ela, um dos objetivos é transferir as famílias da situação de extrema pobreza para pobreza.

A ministra Márcia Lopes ressaltou também a busca por criação de novas fontes de renda pelas famílias e a movimentação do comércio e dos serviços como benefícios gerados pelos programas sociais do governo.

O aumento da renda familiar per capita é diferente em cada região do País. Na região Norte, a renda passa de R$ 41,65 para R$ 66,21 com o benefício. No Nordeste, de R$ 40,07 para R$ 65,29. No Sudeste, a renda per capita passa de R$ 60,47 para R$ 82,27; no Centro-Oeste, vai de R$ 62,57 para R$ 84,22, e no Sul, vai de R$ 64,01 para R$ 85,07.

Atualmente, o valor máximo a ser recebido por cada família é de R$ 200, contra os R$ 95 que eram concedidos na época da implementação do programa, em 2003. Segundo levantamento realizado em outubro do ano passado, 12,4 milhões de famílias eram atendidas pelo programa. A expectativa do ministério de Desenvolvimento Social é chegar a 12,7 milhões até o mês que vem. A meta é atender 12,9 milhões de famílias.

A diferença de 200 mil famílias que ainda podem ser incluídas no programa corresponde a indígenas, quilombolas, ribeirinhos, população de rua. Essa população está sendo identificada pela pasta para que o benefício possa ser concedido.

Sobre o perfil dos beneficiários, a pesquisa apontou que 16,7% dos que recebem o Bolsa Família são analfabetos. Em todo o Brasil, a taxa é de 10%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro do ano passado. Por região, a taxa é maior no Nordeste - 21,6% dos beneficiários são analfabetos. O menor índice é registrado no Sul, com 9,2%.

Desde a criação do Bolsa Família, 4 milhões de famílias deixaram de ser beneficiadas pelo programa, por deixarem de atender os critérios, como frequência escolar, vacinação de crianças, ou ainda por terem aumentado a renda e não precisarem mais do benefício. Terra.

Isso já é sacanagem da Procuradoria Geral Eleitoral


Sacanagem.É isso que considero o que a PGE está fazendo em relação à Lula e Dilma.DEM violou, nas fuças desses golpistas, a lei eleitoral e esses pau-mandados dos demotucanos não fizerem nada.No entanto, contra Dilma e Lula, eles fazem tudo.Será que esses golpistas da direita raivosa querem perturbar a eleição de 2010? Ah!, taí uma bela homenagem para a tucana aloprada.


Lula, Dilma e o deputado Paulo Pereira fizeram propaganda eleitoral antecipada


Vice-procuradora-geral eleitoral emitiu pareceres em representações formuladas pelo DEM

A vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, enviou hoje, 31 de maio, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pareceres em três representações por propaganda eleitoral antecipada, todas formuladas pelo Democratas (DEM), contra o presidente Lula.

Na primeira (Rep. 101112), Sandra Cureau pede ao TSE que o presidente Lula e a pré-candidata à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, sejam multados. De acordo com a representação, o presidente Lula fez, em 1º de maio, propaganda eleitoral antecipada em favor de Dilma durante o evento alusivo ao Dia do Trabalho realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A vice-procuradora-geral eleitoral explica que uma leitura superficial ou descontextualizada do discurso do presidente levaria à equivocada conclusão de que não houve prática de propaganda eleitoral antecipada. Isso porque não se vislumbra alusão explícita às aptidões de Dilma nem pedido explícito de votos. No entanto, devem ser considerados outros fatores, que levam à conclusão de que houve propaganda a favor da pré-candidata.

De acordo com Sandra, as condutas praticadas pelo presidente Lula são semelhantes a outras feitas em eventos diversos, inclusive em obras públicas. Isso demonstra que há uma lógica em tais comportamentos. A vice-procuradora destaca que Lula formula discursos enaltecendo as realizações do governo; contrasta seu governo com governos passados, visando enaltecer a própria administração; de maneira explícita ou velada, atrela muitas dessas conquistas à atuação desenvolvida pela pré-candidata Dilma Rousseff; afirma que deve ser dada continuidade aos feitos de sua administração.

Para Sandra Cureau, a propaganda não é realizada de maneira direta ou explícita, “mas, sim, de forma disfarçada, dissimulada”. A vice-procuradora-geral eleitoral cita que o TSE, ao julgar as representações 1406 e 20574, por exemplo, decidiu pela ocorrência da propaganda irregular nos discursos proferidos pelo presidente na inauguração de obras públicas em Manguinhos, Rio de Janeiro, e em evento do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados em São Paulo. Com isso, o TSE multou o presidente, “apesar de ausente, nos referidos discursos, exaltação explícita da candidatura de Dilmar Roussef”.

A vice-procuradora complementa que é notória a presença de Dilma à maior parte dos eventos. “E, ainda que, em muitas oportunidades, não profira uma única palavra, beneficia-se das engenhosas jactações levadas a cabo pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República”. Ela completa: “Necessário lembrar que sequer há outra razão que justifique sua presença em tais eventos que não seja a de propaganda eleitoral extemporânea, ainda que de forma dissimulada, uma vez que, na qualidade de notória pré-candidata, afastou-se do cargo que ocupava no Governo Federal, visando desimcompatibilizar-se para concorrer às eleições presidenciais”.

O ministro Henrique Neves é o relator dessa representação no TSE.

Paulo Pereira – Em outra representação (Rep. 101294), o DEM pede a condenação de Lula, Dilma e do deputado federal Paulo Pereira da Silva. Na ocasião, o presidente Lula e o deputado, durante evento realizado pela Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), no dia 1º de maio, fizeram propaganda eleitoral antecipada a favor de Dilma Rousseff.

A vice-procuradora-geral eleitoral destaca que houve propaganda subliminar, pois o presidente Lula, ao se referir à Dilma Rousseff como pessoa capaz de dar prosseguimento às ações políticas de seu governo, o fez com o objetivo de induzir os eleitores à conclusão de que ela é a pré-candidata mais apta para exercer o cargo.

Já no discurso do deputado Paulo Pereira da Silva, há menção expressa à candidatura de Dilma Rousseff e ao desejo de ser ele eleita presidente da República, “o que inequivocadamente constitui propaganda eleitoral extemporânea”.

O relator da representação no TSE é o ministro Joelson Dias.

Rádio e TV – Já na terceira representação (Rep. 98951), a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, requer a condenação de Lula pelo fato de o presidente fazer propaganda eleitoral antecipada por meio de pronunciamento oficial, por ocasião do Dia do Trabalhador, transmitido no dia 29 de abril em cadeia nacional de rádio e televisão.

Sandra Cureau salienta que o presidente ao mesmo tempo enaltece as realizações de seu governo e transmite a ideia de que deseja a continuidade do modelo adotado, afirmando que os brasileiros têm em mãos “um passaporte para o futuro” e não podem “desperdiçar essa chance”.

Para a vice-procuradora-geral, há propaganda eleitoral antecipada de forma liminar em diversas passagens da locução oficial. “Tais frases tiveram o nítido propósito de transmitir aos eleitores a ideia de que, somente votando em Dilma Rousseff, candidata notoriamente escolhida e apoiada pelo Presidente Lula, manterão o país no ritmo de crescimento econômico e de redução das desigualdades sociais, iniciado com o seu governo”.

Henrique Neves é o relator da representação no TSE.

Fonte:PGR

TCE investiga contrato do Santander com ex-prefeito William Dib (PSDB)


Tribunal aponta supostas irregularidades em documento firmado pela Prefeitura de S.Bernardo na gestão Dib

O TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) investiga supostas irregularidades no contrato feito em 2007 entre a Prefeitura de São Bernardo e o Banco Santander. Na época, a Administração municipal, que estava sob o comando do ex-prefeito William Dib (PSDB), recebeu R$ 99 milhões para a empresa privada prestar serviço com exclusividade e gerenciar a folha de pagamentos dos servidores públicos.

O Tribunal de Contas aponta possíveis falhas na licitação e na contratação do banco. O principal questionamento do TCE é o entendimento de que o contrato não poderia ter sido feito com instituições bancárias não-governamentais, ou seja, bancos privados.

A concorrência pública e o contrato feito pelo ex-prefeito e homologado pelo secretário de Finanças da época, Pedro Antonio Aguiar Pinheiro, já foi considerado irregular pelos conselheiros Edgard Camargo Rodrigues (presidente e relator), Antonio Roque Citadini e Claudio Ferraz de Alvarenga. A ação agora está tramitando no Tribunal Pleno do TCE-SP.

O contrato entre o Santander e a Prefeitura foi feito em novembro de 2007, tendo 60 meses de vigência, ou seja, com fim em 2012. Na época, o banco privado apresentou a melhor proposta e venceu a licitação.

O Banco Santander é responsável pela folha de pagamento de mais de mais de 12,3 mil servidores públicos, entre celetistas e estatutários e aproximadamente 550 comissionados.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que o valor do contrato (R$ 99 milhões) já foi pago em sua totalidade na época em que foi feita a contratação, ou seja, na gestão passada. Por isso, não é possível identificar onde foram alocados os recursos. “Pois como dito, ao ingressar no tesouro, as verbas têm destinações variáveis”, diz a nota.

A Administração destacou ainda que pelo fato de a matéria ser controversa, a atual gestão aguardará a decisão do TCE para, a partir daí, verificar qual será a ação a ser tomada.

O ex-prefeito foi procurado pela equipe de reportagem, mas a assessoria informou que Dib está incomunicável. Já o Banco Santander, questionado sobre os apontamentos do TCE-SP, respondeu por meio da seguinte nota: “O Banco Santander presta serviços de folha de pagamento à Prefeitura, por meio de concorrência pública ocorrida em 07/11/2007 e cujo contrato, com o valor de R$ 99.057.707,00, vence em 30/11/2012.”. ABCDMaior

Para Lula, governo de FHC foi 'década perdida' da economia



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o período do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) como parte das décadas perdidas na economia. Lula afirmou em discurso na abertura do Michelin Challenge Bibendum, no Riocentro, no Rio de janeiro, que o país agora tomou gosto pelo crescimento.


"Qualquer um de vocês pode checar que poucas vezes investimos tanto em infraestrutura no país como agora. Tivemos algo próximo disso em 1975, mas na época o governo tomou dinheiro emprestado a 6% e, logo depois, os juros subiram 21%. Sabemos o que se passou com isso. Passamos duas décadas perdidas, entre 1980 e 2000", afirmou Lula.

Em seu discurso, Lula criticou ainda os países ricos dizendo que o Brasil mostrou ao mundo, "humildemente", como se faz política econômica com seriedade. "O Brasil aprendeu que o que acontece no mundo hoje é de uma irresponsabilidade muito grande. O mercado não é Deus e o estado não é o diabo. Aprendemos que se os dois funcionarem bem juntos é um tanto melhor", disse. "No Brasil, não vacilamos", disse.

"Acabamos também com essa história de PIB potencial, que era uma bobagem de alguns economistas que diziam que o Brasil não podia crescer mais de 3% que a casa caía. Agora, vimos que é gostoso crescer 4%, 5%, 6%. Também não queremos crescer demais porque não queremos ser uma sanfona, que vai a 10%, volta a 2%, que vai a 10% e volta a 2%. Queremos crescer de forma sustentável", completou Lula.

Tragédia ambiental

No evento, Lula também comentou as ações de combate ao vazamento de petróleo no Golfo do México e afirmou que problema semelhante no Brasil seria motivo para um escândalo internacional. "Os grandes não sabem parar o vazamento. "Acho engraçado, se fosse a Petrobrás, na Baía de Guanabara, seria um escândalo o que o mundo desenvolvido faria contra nós", disse. A declaração de Lula sobre o desastre ambiental foi motivo de aplausos da plateia que participa da abertura do Michelin Challenge Bibendum.

O presidente ainda defendeu o biodiesel como importante matriz energética do país e disse que vai incentivar a produção de combustível a partir da palma do dendê. "Além de fornecer combustível, vai dar para recuperar uma área degradada de mais de 30 milhões de hectares no Pará", disse.

Renovação da frota

O evento do qual o presidente participou apresenta uma série de soluções para mobilidade rodoviária sustentável como veículos que usam energia limpa. O presidente defendeu a renovação da frota brasileira. Lula chegou ao pavilhão da abertura da feira em um ônibus movido a hidrogênio desenvolvido pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, apontado como oção de transporte sustentável para o Rio na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

Segundo Lula, há algum tempo o Brasil tomou consciência de que era preciso renovar sua frota de automóveis, que segundo ele, tinha a idade média avançada. Ele destacou que essa renovação ocorrida nos últimos anos aumentou o nível de emprego e ajudou na redução da emissão de gases do efeito estufa. "Hoje, praticamente 100% dos carros produzidos no país são flex fuel, sendo que 60% da preferência dos motoristas desses carros é pelo etanol na hora de encher o tanque. Isso reafirma o etanol como importante matriz energética brasileira", disse.


O presidente afirmou ainda que houve renovação da frota de caminhões e tratores. Ele lembrou que foram realizados avanços no programa de financiamento para prefeituras para que tenham possibilidade de renovar sua frota de ônibus. "Temos ônibus com mais de 20 anos de uso rodando, ou seja, não só poluindo, mas colocando a vida das pessoas em risco. Vamos aumentar a produção para atender não só o Brasil mas a América do Sul, a América Latina e o continente africano", disse.

Vermelho, com agências

José Serra, que não pode bater em outros, bate em Evo Morales


A escolha feita pelo candidato da oposição à sucessão de Lula, o tucano José Serra, de bater na Bolívia e no presidente Evo Morales, não foi arbitrária. Fiel aos seus compromissos conservadores e retrógrados, José Serra mirou um alvo que fala ao coração da direita e indica, de forma simbólica, qual será seu comportamento se, por um desses azares da política, prevalecer a chance remota dele ser eleito presidente da República.

A direita brasileira e seu candidato principal à presidência, José Serra, têm manifestado de forma permanente seu desapreço pela política externa do presidente Lula. Combatem a integração da América do Sul; condenam a projeção do Brasil no mundo; pregam a volta ao alinhamento automático e subordinado às grandes potências, particularmente aos EUA.

Este é um dos sinais emitidos pelo oposicionista José Serra quando escolhe Evo Morales como alvo. Serra pegou pesado, foi deselegante e arrogante. Ele acusou, mais de uma vez ao longo da semana, Evo Morales (que chamou de índio cocaleiro trotskista) de patrocinar o plantio de folhas de coca na Bolívia, ser “cúmplice de traficantes” e fazer “corpo mole” contra o tráfico.

Alguém poderia interpretar este destempero verbal como consequência das dificuldades que sua candidatura enfrenta nas pesquisas de opinião e na difícil tarefa de conseguir um nome de expressão para ser vice em sua chapa desde que o mineiro Aécio Neves, sentindo o cheiro da derrota tucana, resiste em ocupar aquela posição.

Mas não é destempero. É convicção mesmo. Na mesma semana, José Serra propôs a liquidação do Mercosul e da integração sul americana; quer trocá-los por tratados de livre comércio. Numa palestra para empresários em Belo Horizonte ele foi claro: o Mercosul "é uma farsa", disse. “Nos últimos oito anos no mundo, houve 100 tratados de livre-comércio". E perguntou: "Sabe quantos o Brasil fez? Dos 100? Um." Em sua opinião quem atrapalha é o Mercosul, que impede a realização destes tratados.

Serra despreza o significado econômico e principalmente geopolítico da integração continental e esquece que a expressão "livre comércio" é a chave para a volta da influência determinante dos Estados Unidos no continente.

Este é o problema: na situação atual, duramente conquistada nestes oito anos, quem ganha são os povos e as nações da América do Sul, cuja soberania é fortalecida. Com a mudança pregada por José Serra quem ganha são os EUA.

Há um aspecto eleitoreiro no ataque de José Serra contra Evo Morales, e suas declarações faltam à verdade quando acusam o presidente boliviano de fazer "corpo mole" contra o tráfico.

Antes de Evo Morales, os responsáveis pelo combate à cocaína na Bolívia eram os militares enviados pelos Estados Unidos que, a pretexto de erradicar as plantações da coca, cometiam violências contra as populações indígenas, enxovalhando sua soberania e transformando o país em mais uma base para suas operações no continente.

Com Evo, isso acabou e o combate ao tráfico ganhou mais eficiência do que sob os americanos. Passou a vigorar o lema “cocaína zero, não coca zero”. A Bolívia expulsou os americanos e completou a nacionalização da luta contra o narcotráfico no ano passado. E o governo de Evo Morales passou a ter uma atuação intensa no combate ao narcotráfico. Em 2008, por exemplo, sua polícia boliviana antidroga destruiu quase três mil fábricas de cocaína e três laboratórios de refino, e prendeu 2.140 pessoas, entre bolivianos e estrangeiros. Em 2009, apreendeu mais de 20 toneladas de cocaína, quase o dobro do que os agentes americanos apreenderam em 2005, quando ainda operavam no país.

José Serra, ao acusar falsamente o governo boliviano de conivência com o narcotráfico, apenas repete alegações do governo dos EUA que relacionam a Bolívia como um dos 20 "grandes produtores ou plataformas para o tráfico de drogas" no mundo. José Serra parece não ter voz própria mas ser um mero eco daquilo que os poderosos do mundo falam em Washington.

A Bolívia incomoda a direita brasileira e Serra, ao escolher o governo de Evo Morales como alvo, acaricia sonhos retrógrados. Repete o velho hábito dos conservadores brasileiros de rosnar e mostrar os dentes para aqueles que julgam menores e mais fracos, enquanto prostram-se de joelhos ante os poderosos do mundo. Querem bater nos vizinhos da América do Sul, e balançam o rabo para potências imperialistas como os Estados Unidos da América. Foi assim em maio de 2006, quando a Bolívia nacionalizou suas reservas de petróleo e gás, e a direita brasileira quis empregar a força militar de nosso país para esmagar a soberania de La Paz.

As declarações desta semana de José Serra têm esse significado. Ele não pode bater nos grandes; não se arrisca a bater em Lula para não perder ainda mais eleitores. Bate então em Evo Morales.. Editorial Vermelho

O império e as drogas: artigo de Fidel ajuda a desmascarar Serra


Novo artigo do líder da revolução cubana, Fidel Castro, contribui para descontruir o discurso absurdo do pré-candidato à presidência do Brasil, José Serra (PSDB), que tenta culpar o governo do boliviano Evo Morales pelo tráfico de drogas para o Brasil. No texto, Fidel fala sobre a história do problema das drogas e sua relação com a dominação colonial, que remonta ao narcotráfico de ópio do século 19, com o domínio inglês na Ásia.

A contextualização talvez ajude Serra a entender de onde vem o problema das drogas - bem anterior ao ano de 2006, que foi quando o líder indígena, Evo Morales, assumiu o comando da Bolívia - e de quem cobrar uma solução. Fidel inclusive ressalta os esforços das américas Central e do Sul para coibir o cultivo da folha de coca destinada à produção de cocaína. Leia abaixo a íntegra do artigo:


O império e a droga


Por Fidel Castro

Quando eu fui preso no México pela Polícia Federal de Segurança, que por puro azar suspeitou de alguns movimentos nossos, apesar de nosso o máximo cuidado para evitar o golpe da mão assassina de (Fulgêncio) Batista – como fez Machado (Gerardo, ditador cubano nos anos 20), no México, quando, em 10 de janeiro de 1929, os seus agentes assassinaram Julio Antonio Mella, na capital daquele país - eles pensavam que nós éramos de um grupo de contrabandistas que operava ilegalmente na fronteira desse país pobre, em seus intercâmbios comerciais com a poderosa potência vizinha, rica e industrializada.

Praticamente não existia no México o problema da droga, que surgiu mais tarde de forma assusradora, com sua enorme carga de danos, não só nesse país mas também no resto do continente.

Os países da América Central e América do Sul investiram energias incalculáveis na luta contra a invasão do cultivo de folha de coca destinada à produção de cocaína, uma substância obtida através de componentes químicos muito agressivos e que é tão prejudicial à saúde e à mente humana.

Os governos revolucionários, como os da República Bolivariana da Venezuela e da Bolívia fazem um esforço especial para frear o seu avanço, como o fez oportunamente Cuba.

Evo Morales já há muito tempo proclamou o direito de seu povo de consumir chá de coca, uma excelente infusão da milenar cultura tradicional dos índios Aymara e Quechua. Proibí-la seria como dizer a um inglês que não consuma chá, um hábito saudável importado pelo Reino Unido da Ásia, conquistada e colonizado pelos ingleses durante centenas de anos.

“Coca não é cocaína” foi o slogan de Evo.

É curioso que o ópio - uma substância que é extraída da papoula, bem como a morfina-, fruto da conquista e do colonização estrangeira em países como Afeganistão, e que é extremamente prejudicial quando diretamente consumido, foi utilizado pelos colonizadores ingleses como moeda de troca que outro país de cultura milenar como a China deveria aceitar à força como forma de pagamento pelos sofisticados produtos que a Europa recebia da China e até então pagava com moedas de prata.
Frequentemente é citado como um exemplo daquela injustiça nas primeiras décadas do século XIX que “um trabalhador chinês que se tornava viciado gastava dois terços do seu salário em ópio e deixava sua família na miséria.”

Fonte:Portal Vermelho
Em 1839, o ópio já estava disponível para os trabalhadores e camponeses chineses. A Rainha Victoria, do Reino Unido, impôs nesse mesmo ano a Primeira Guerra do Ópio.

Comerciantes ingleses norte-americanos, com forte apoio da coroa inglesa, viram a possibilidade de grandes negócios e lucros. Por esse tempo, muitas das grandes fortunas americanas foram baseadas naquele narcotráfico.

Temos de pedir à grande potência, apoiada por quase mil bases militares e sete frotas comandadas por porta-aviões nucleares e por milhares de aviões de combate – com os quais tiraniza o mundo - que nos explique como é que vai resolver o problema das drogas.

Dilma afirma que pré-sal é “passaporte para o futuro


Do R7.


Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, afirmou nesta segunda-feira (31) que o pré-sal é o “passaporte para o futuro”. A ex-ministra defendeu o uso dos recursos do pré-sal para investimentos na indústria nacional.

O pré-sal é o nosso passaporte para o futuro. [...] Tem o poder imenso para o desenvolvimento da indústria do Brasil. Até 2013, nós teremos um salto na qualidade do parque industrial brasileiro, ao contrário dos outros produtores de petróleo.

Aproximando-se do discurso da pré-candidata do PV, Marina Silva, afirmou que as potencias renováveis são um diferencial brasileiro em relação a outros países.

- A energia hidrelétrica é mais barata e tem o bicombustível, crucial para o Brasil se tornar um país sustentável.

Dilma chegou por volta das 12 horas, acompanhada de petistas, como o pré-candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, a pré-candidata ao Senado, Marta Suplicy, e de um dos coordenadores de sua pré-campanha presidencial, e ex-ministro Antonio Palocci. O tucano José Serra também deve participar do evento na tarde de hoje.

Em seu discurso, Dilma lembrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tirou da miséria "em torno de 24 milhões de brasileiros", mas que outros 54 milhões ainda precisam sair desta condição.

- É absolutamente necessário elevar o padrão dos brasileiros de baixa renda intensificando um processo que é a volta da mobilidade social, como na década de 70 [...] Hoje 70% dos brasileiros são das classes A, B e C.

A pré-candidata do PT destacou que a educação deve ser prioridade nesse período, afastando os jovens das drogas e do crime organizado. Dilma defendeu a política econômica adotada pelo governo Lula, como equilíbrio fiscal com meta de superávit primário e câmbio flutuante.

Para bater em Serra vale tudo

Paulinho ataca Serra


Do Estado de S.Paulo

Em um ataque frontal às leis eleitorais, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), aproveitou nesta segunda-feira, 31, o microfone na assembleia da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), no centro de São Paulo, para tecer duras críticas ao presidenciável tucano José Serra. "Porque se a gente não falar fica aí esse sujeito tentando ganhar a eleição."

"Eu estou falando, e vou falar o nome. Nós não podemos deixar esse José Serra ganhar as eleições. Nós estamos falando e não tem jeito. Eles podem processar e nós vamos falar", disse Paulinho para uma plateia de cerca de mil militantes.

O deputado já foi processado quatro vezes por campanha extemporânea - perdeu duas ações, com multas de R$ 7,5 mil. "Por quê? Porque estamos falando a verdade. Eu acho que quando nós não temos Rede Globo, TV Record, meios de comunicação, somos nós que temos de falar", justificou.

Em uma saraivada de ataques a Serra, Paulinho, que tratou o presidenciável a todo momento como "sujeito", afirmou que uma possível vitória do tucano pode causar um "conflito social".

"Como é que esse sujeito vai ser presidente da República? Vamos ter um conflito na sociedade brasileira com esse sujeito lá. Para impedir que esse conflito aconteça a gente tem de derrotá-lo para aprender a tratar trabalhador", afirmou, ressaltando a greve dos professores e da polícia civil.

Paulinho disse ainda que Serra, se eleito, "vai tirar os direitos do trabalhador". "Vai mexer no fundo de garantia, nas férias, na licença maternidade. Por isso temos de enfrentá-lo na rua pra ganhar dele aqui em São Paulo", alfinetou.

"Por isso, companheiros e companheiras, é importante, com a unidade dos trabalhadores, dos movimentos sociais, a gente manter o projeto do presidente Lula e eleger a Dilma presidente do Brasil", finalizou o deputado.

Na saída do evento, perguntado sobre a possibilidade de uma nova multa, Paulinho admitiu. "É, tomei mais uma hoje."

Mais ataques. O discurso de Paulinho foi seguido pelo de Arthur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que saudou os militantes com um "Bom Dilma". Sobre as multas da Justiça Eleitoral, Henrique foi taxativo. "O que eles estão tentando fazer é inviabilizar a candidatura democático-popular no tapetão do Judiciário."

Para o presidente da CUT, eles (os tucanos) "têm todos os veículos de comunicação na mão, mas não estão conseguindo convencer porque não têm projeto". E citou o que considera uma "tentativa de golpe" em 2005 contra Lula - em referência à crise do mensalão.

Aquecimento. A assembleia da Coordenação dos Movimentos Sociais, que reúne CUT, UNE, MST e outras 25 entidades, é um aquecimento para a assembleia da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), que será realizada amanhã no Estádio do Pacaembu em São Paulo.

São esperadas 30 mil delegados de cinco centrais sindicais - Força Sindical, CUT, CTB, CGTB e Nova Central - para aprovar um documento a ser encaminhado para os três presidenciáveis com a pauta de reivindicações. A principal delas é a redução na jornada de trabalho.

Cepal recomenda programas de distribuição de renda na América Latina

AComissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) abriu ontem seu 33º período de sessões, em Brasília, propondo participação mais efetiva do Estado como regulador da economia e recomendando aos governos, pela primeira vez, que adotem programas de proteção social básica, como o Bolsa Família criado pelo Governo Lula, para distribuir renda e melhorar as condições da população.

De acordo com o documento “A Hora da Igualdade. Brechas a fechar, caminhos por abrir”, os países latino-americanos e caribenhos devem garantir benefício de renda básica para famílias com menores de 14 anos, maiores de 65 e com pessoas desempregadas. O documento aponta o Estado como agente para diminuir a diferença entre pobres e ricos e garantir os direitos dos povos. “No âmbito político, o Estado tem um papel preponderante, ao qual não pode renunciar. Trata-se de velar por mais democracia e mais igualdade, duas caras da moeda política.


Sugerimos a necessidade de crescer para igualar e igualar para crescer. No horizonte estratégico de longo prazo, igualdade, crescimento eco - nômico e sustentabilidade ambiental têm que virjuntos”, destacou a secretária executiva da Cepal, Alícia Bárcena. Ao propor maiorparticipação do Estado na regulação da economia, a Cepal defende a adoção, pelo Estado, de medidas anticíclicas em momentos de crise; e o fortalecimento do papel dos governos e dos bancoscentrais na fixação de parâmetros para atenuar os altos e baixos da atividade econômica.


“Antes tínhamos o Estado gastando nos bons tempos e economizando nas crises. Foi um erro. O Estado, como regulador, é aquele que poupa em tempos de alta atividade econômica e atua como ativador da economia quando a iniciativa privada não é capaz de dar res - postas de forma eficiente”, explicou o coordenador da Divisão de Desenvolvimento Social da Cepal, Fernando
Filgueira.


Representantes de 53 países participam do encontro da Cepal que discute o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região e fixa prioridades para os próximos dois anos.Brasília Confidencial.

O cinismo de Jarbas


Jarbas Vasconcelos disse, no dia de ontem, que nunca foi oposição à Lula, que Lula está sendo um bom governo e que a disputa aqui em Pernambuco nada tem a ver com a eleição nacional.Segundo Jarbas, o adversário dele é Eduardo Campos(PSB-PE) e não Lula.Ah! tá, Jarbas, assim como José Serra, pensa que com essa conversa mole vai enganar o politizado povo de Pernambuco.Não vai mesmo. O povo de Pernambuco sabe que Jarbas passou quatro anos no Senado em plena oposição ao governo Lula.Jarbas assinou todas CPIs contra o governo Lula, Jarbas votou contra a prorrogação do CPMF, Jarbas torceu contra a instalação da Refinaria Abreu e Lima aqui em Pernambuco.Jarbas disse que Lula crriou o maior programa de compra de voto do mundo, o Bolsa Famíla.Agora, de uma hora para outra, Jarbas finge de bonzinho, que desde criancinha gosta de Lula. Conta outra, Jarbas.

Todos contra o tucano

Centrais unificam agenda política e mobilização eleitoral contra o PSDB Quase 30 anos depois da última tentativa do movimento sindical para unificar suas lutas, cinco das seis centrais sindicais do país esper am reunir 30.000 militantes amanhã, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, para a Conferência Nacional da Classe Tra balhadora destinada à aprovação de uma pla ta - forma política e eleitoral comum. A conferência será precedida hoje, também na capital paulista, pela segunda Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais, articulada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que reúne 28 entidades e organizações.

A C onferência Nacional da C lasse Trabalhador a foi convocada em janeiro pela Central Única dos Trabal hadores (CUT), a Força Sindical, a Central dos Tra balhadores e Traba lhadoras do Brasi l (CTB) , a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).


Das seis centrais r econhecidas pelo Ministério do Trabalho, só não participará da conferência a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que tem dirigentes igados ao DEM e ao PPS, aliados da pré-candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República. As centrais que promovem o evento não decla - rarão apoio a uma candidatura, mas se manifestarão contrárias ao retorno do PSDB e do DEM ao coman - o do g overno federal, d ev erão d estac ar o diálogo mantido entre o Governo Lula e os movimentos sociais e apre sentarão u ma lista de rei vindica ções baseada em plenárias que realizaram em 15 estados. "Será um documento com propostas bem objetivas para serem imp lementadas pelo próximo governo.


A ideia é somar forças em agendas unitári as de mobilização, em grandes passeatas comuns e capaze s de interferir n o processo eleitoral, inclus ive com a for mação d e comitês populares e pluripartidários para a eleição”, diz Lúcia Stumpf, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes.


O primeiro esboço do documento das centrais foi divulgado ao fim da 10ª edição do Fó ru m So cia l Mundial, em Porto Alegre. A manhã, a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora deverá aprovar a 8ª versão do texto, publicada nos últimos dias nos sites das centrais com o título “Agenda da Classe Trabalha - dora – Para um projeto nacional de desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho”. No Manifesto Político que abre o docume nto, as centrais apontam “um enorme déficit social a ser superado”, mas reconhecem que a distribuição de renda e as condições de vida da população melhoraram em con sequência do “crescimento econômico dos últimos anos, apoiado principalmente pelo fortalecimento do mercado interno e em políticas re dis tributivas”. Para as centrais, a superação do déficit social exige que o crescimento econômico “esteja orientado para a ampliação do mercado interno de consumo de massa, com a geração de emprego e a ampliação da renda do trabalho”. Ao mesmo tempo, segundo o Manifesto, “é necessário avançar nas diferen tes políticas sociais, em especial nas áreas de educação, saúde, habitação, infraestrutura e de trans ferência de renda”.Brasília Confidencial.

domingo, 30 de maio de 2010

Brasil vira modelo para a Argentina


Ariel Palacios


O Estado de S. Paulo - 30/05/2010


País deixou de olhar a Europa e os EUA como exemplo e passou a admirar o vizinho

Há 100 anos a Argentina se empenhava em imitar a Europa. Empresários, políticos e formadores de opinião sustentavam que o estilo de administração governamental e empresarial a seguir era o europeu.

A diplomacia local tentava adular o governo britânico com a esperança de entrar para o Commonwealth (comunidade britânica) e ter um pedaço permanente desse mercado. Nos anos 30, o chanceler Julio Roca provocou polêmica ao afirmar que a Argentina era "uma das joias da coroa britânica".

Essa ideia de estar ligada à Europa por uma espécie de cordão umbilical comercial e cultural persistiu ao longo de nove décadas e intercalava-se com admirações pelos Estados Unidos.

O Brasil, durante o século 20, foi encarado inicialmente com desprezo e depois como rival econômico e político. Mas a crise de 2001-2002 alterou os modelos argentinos.

O país deixou de olhar para o Velho Continente e os EUA como exemplos. O Brasil deixou de ser visto como rival e começou a ser avaliado como líder regional e o novo modelo a seguir.

Muitos argentinos indicam que já existe uma relação de dependência com o Brasil. Um dos primeiros a trazer a imagem a público foi o empresário Franco Macri - símbolo do capitalismo local nos anos 90 - que, em 1995, afirmou: "Em breve, a Argentina se transformará no Estado número 27 do Brasil." Há um mês, Macri repetiu o conceito, mas como fato consumado: "A Argentina é uma província do Brasil."

Nos últimos meses, o peso crescente do Brasil no cenário mundial, junto com a expansão das empresas brasileiras na Argentina, fez com que o modelo agora seja o brasileiro. Jornais, revistas e programas de TV em Buenos Aires dedicam grande espaço ao "sucesso" do Brasil.

O analista Rosendo Fraga, diretor do Centro de Estudos Nueva Mayoría, ressaltou ao Estado como o cenário entre os dois países deu um giro de 180 graus em um século: "Em 1910, o PIB argentino era o dobro do brasileiro. Mas em 2010 o PIB argentino é a quinta parte do brasileiro".

Série de crises. As desventuras argentinas acentuaram-se a partir de 1975, quando começou uma série de seis pesadas crises econômicas, acompanhadas de turbulências políticas que implicaram a passagem de 16 presidentes (o Brasil teve sete presidentes nesse período). Além de fuga de divisas, a Argentina sofreu um êxodo de profissionais que minou a capacidade técnica do país.

No entanto, apesar das crises, o país consegue manter elevado IDH (índice de desenvolvimento da humano, que mede a qualidade de vida da população). No índice elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Argentina ocupa o posto número 49 entre 180 países, o segundo lugar na América Latina, atrás do Chile (no ranking mundial, o Brasil está no 75.º lugar). Mas, quando o índice começou a ser elaborado, há 20 anos, a Argentina estava no 38.º lugar nesse ranking.

Sem estratégias. O ex-vice-ministro da Economia Orlando Ferreres disse ao Estado que, ao contrário do Brasil, a Argentina "careceu de estratégias de longo prazo". Segundo o economista, por esse motivo o país vive um cenário no qual até a carne - símbolo nacional - possui uma presença cada vez maior do Brasil: "Frigoríficos argentinos são comprados por empresas brasileiras, com respaldo do BNDES, organismo que invejamos, sem similar na Argentina."

Ceferino Reato, autor da primeira biografia de Lula escrita fora do Brasil - Lula, a Esquerda no Divã -, disse que os argentinos admiram do Brasil "a pujança dos empresários, a estabilidade econômica, o bom ambiente para negócios. Na política, admiramos o estilo negociador e conciliador das elites brasileiras."

Os líderes da oposição na Argentina elogiam o Brasil para, por tabela, criticar o governo da presidente Cristina Kirchner. Mas esse fenômeno também é usado na contramão pela presidente Cristina, que há uma semana afirmou ter "melhor relacionamento com os empresários brasileiros que investem na Argentina do que com os próprios industriais argentinos".

No discurso de lançamento de campanha, em 2007, Cristina Kirchner citou uma única empresa - a Embraer - como modelo a ser imitado.

Produtos brasileiros. Os produtos "made in Brazil" já fazem parte do cotidiano dos argentinos e resistem a qualquer tentativa de boicote. Ao longo da década, em várias ocasiões, sindicatos e associações empresariais tentaram deflagrar campanhas contra produtos brasileiros. Todas fracassaram.

Um portenho pode acordar de manhã, lavar o rosto e secá-lo com uma toalha da Coteminas, produzida na Província de Santiago del Estero.

Depois, poderá vestir um jeans (70% do denim argentino está em mãos de empresas brasileiras) e colocar nos pés um calçado produzido pela indústria brasileira Paquetá em Chivilcoy. Na sequência, ao sair de casa em seu automóvel, abasteceria o tanque em um posto de gasolina da Petrobrás.

Na hora do almoço, em restaurante construído com cimento da Loma Negra (comprada pela Camargo Correa), poderia saborear um bife de um dos vários frigoríficos brasileiros - entre eles o Friboi e Marfrig - que nos últimos anos adquiriram empresas na Argentina. Na hora de pagar, poderá fazê-lo com seu cartão de débito do banco Itaú.

O discurso da oposição


Marcos Coimbra

Correio Braziliense - 30/05/2010


Foi nas oposições que os efeitos da manutenção da popularidade do governo em patamares tão altos foram mais profundos. Como ser contra um presidente que três, em cada quatro pessoas, consideram ótimo ou bom? Como fazer oposição a alguém aprovado por 85% dos eleitores?

O tamanho da aprovação popular do governo Lula é impressionante, pelo que conhecemos em nossa curta história como democracia moderna. Pode ser que em outros países — como alguns de nossos vizinhos — números iguais aos seus não causem tanta impressão. Aqui, no entanto, deixam todos boquiabertos.

Eles não chamam atenção apenas pela magnitude, mas, também, pela permanência em níveis elevados. A rigor, não param de crescer desde quando Lula enfrentou seu inferno no segundo semestre de 2005, nas profundezas do mensalão. Subiram durante o processo eleitoral de 2006, o que foi considerado natural, pois decorria da superexposição trazida pela campanha, mas não cederam em 2007, mesmo sem a mídia excepcional.

Do começo de 2008 em diante, o que era bom melhorou, e a popularidade do governo entrou em rota ascendente. Nela, prossegue atualmente. Ao contrário de seus antecessores, que terminaram pior (ou muito pior) do que quando começaram, parece que Lula vai continuar subindo até sua despedida em dezembro.

Esses altos níveis de aprovação tornaram-se o mais importante elemento do jogo político brasileiro e produziram efeitos em todos os lados. Dentro da coalizão governista, acentuaram a característica centrípeta de nosso sistema político, aumentando a concentração do poder no seu núcleo. A candidatura de Dilma é a manifestação mais visível desse fenômeno.

Nas relações internacionais, funcionaram como um endosso da liderança pessoal do presidente, fazendo com que fosse percebido, mundo afora, como uma unanimidade nacional. Seus interlocutores externos passaram a se relacionar com ele a partir dessa premissa.

Mas foi nas oposições que os efeitos da manutenção da popularidade do governo em patamares tão altos foram mais profundos. Ela desnorteou os adversários, deixando-os sem discurso e sem capacidade de reação. Como ser contra um presidente que três, em cada quatro pessoas, consideram ótimo ou bom? Como fazer oposição a alguém aprovado por 85% dos eleitores?

Com exceção de algumas lideranças (mais corajosas ou mais inconsequentes, conforme o ponto de vista), as bases dos partidos de oposição — seus líderes locais, vereadores e, especialmente, prefeitos —, bem como muitos deputados e até alguns senadores, preferiram não se desgastar com seus eleitores, evitando polêmicas e embates com o presidente. Com isso, só reforçaram a tendência ascendente de sua aprovação.

Neste momento, quando entramos na reta final do processo sucessório, os impasses vividos pela oposição nos últimos anos estão se tornando mais agudos. Se foi difícil opor-se ao governo, como convencer os eleitores de que é preciso mudar? Se a grande maioria de seus parlamentares, prefeitos, governadores, fez questão de não radicalizar em um discurso oposicionista ao longo de todo o segundo mandato de Lula, seria agora que o assumiriam?

Veja-se o caso de Serra. Nos quatro anos em que conviveu com Lula como governador de São Paulo, sempre se apresentou como parceiro do governo federal, com desavenças apenas pontuais. Houve, até, quem dissesse que Lula ficaria tranquilo se fosse ele o vencedor este ano, tão boas eram suas relações e tão profundos seus laços de amizade. Quem quis se iludir chegou a pensar que, para Lula, perder para Serra não era perder.

E o que vai acontecer na campanha este ano? Salvo o ex-governador, obrigado a desempenhar o indesejável papel de adversário de Lula, a maioria dos candidatos dos partidos de oposição vai querer tudo, menos arriscar-se à derrota, confrontando os sentimentos dos eleitores. Aqui ou ali, quem concorre ao Legislativo talvez fale claramente que é contra Lula e o que ele representa. Mas não esperemos o mesmo dos candidatos a cargos majoritários, aos governos estaduais e ao Senado. Quem precisa de maiorias não vai se indispor com elas.

Enquanto aumentam as pressões, vindas dos núcleos de oposição ao governo na sociedade e na mídia, para que Serra diga, sem rodeios, o que pensa, ele reluta. Tem consciência de que, fazendo isso, suas chances na eleição, que já são pequenas, podem desaparecer.

O desespero dos paulistanos


Você é um paulistano desesperado? Então, fique sabendo…



Desgoverno, caos e sofrimento humano na degradada São Paulo


Mauro Carrara*, no Arlesophia

Você também não agüenta mais viver em São Paulo? Não vê retorno nos altíssimos impostos pagos ao Governo do Estado e à Prefeitura?


Você já se cansou de passar horas e horas no trânsito? Já não suporta ver semáforos quebrados ou desregulados? Já se indigna com a indústria de multas?

Já precisa tapar o nariz para andar pelas ruas lotadas de lixo?

Já teme perder seu carro numa enchente relâmpago?


Já se apavora ao saber que a cidade praticamente não tem mais polícia, e que são suas orações que protegem seus familiares nos trajetos urbanos?


Já se questiona se o suor do trabalho não é suficiente para lhe garantir um mínimo de eficiência nos serviços públicos?


Já se pergunta por que a imprensa nunca lhe dá respostas?


Já nota que o jornal e o portal de Internet nunca lhe fornecem a explicação que você procura?


Talvez, então, você esteja no grupo dos 57% de paulistanos que deixariam a capital caso pudessem, conforme apurou o Ibope.


Talvez, esteja no time dos 87% que consideram São Paulo um lugar completamente inseguro para se viver.


Mas, afinal, como chegamos a esta situação caótica na maior cidade do Brasil?


Analisaremos questões específicas (enchentes, trânsito, segurança, entre outras) do processo de degradação da qualidade de vida em São Paulo.


Porém, comecemos pelo geral.


1) Sua angústia, paulistano, tem basicamente três motivos:


a) A incompetência, a negligência e a imperícia dos grupos que, há muitos e muitos anos, se apoderaram da máquina pública no Estado de S. Paulo. Aqui, o “capitão da província” é sempre da mesma tropa.


b) O sistema desonesto de blindagem e proteção dessas pessoas pelos veículos de comunicação, especialmente a Folha de S. Paulo, o Estadão, a Rede Globo e a Editora Abril, aquela que publica a Veja.


c) A vigência de uma filosofia de gestão pública que nem de longe contempla as necessidades humanas. O objetivo da máquina de poder, hoje, em São Paulo, é privilegiar uma pequena máfia de exploradores do Estado e da cidade. O governo dos paulistas e dos paulistanos exige demais, mas oferece de menos.


2) Em pleno século 21, os velhos políticos ainda administram São Paulo como coronéis de província. São tão arrogantes quanto preguiçosos.


a) Não temos um plano coordenado de construção de “qualidade de vida” na metrópole, que coordene ações na área de saúde, educação, cultura, transporte e moradia. Todas as outras 9 grandes cidades do mundo têm, hoje, grupos multidisciplinares trabalhando duramente em projetos desse tipo.


b) Não temos um projeto sério, de longo prazo, para reestruturação e racionalização da malha viária.


c) Não temos um sistema de transporte coletivo decente. Entre as 10 maiores cidades do mundo, São Paulo é aquela com o menor número de quilômetros servidos por metrô.


3) Por que a doce chuva virou sua grande inimiga?


a) Porque os governantes de São Paulo não pensam em você quando autorizam a construção de novos condomínios e habitações. Onde havia terra e árvores, passa a existir concreto. O solo não absorve a água, que corre desesperadamente para o Tietê.


b) Porque a prefeitura simplesmente abandonou os trabalhos de construção dos piscinões. Você tem medo de morrer afogado no Anhangabaú? Pois bem, os recentes dramas no túnel teriam sido evitados se José Serra e Gilberto Kassab tivessem seguido o projeto de construção dos reservatórios de contenção nas praças 14 Bis e das Bandeiras. Até o dinheirinho já estava garantido, com fundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mas os dois chefões paulistas consideraram que as obras não eram necessárias. Agora, você paga por este descaso.

c) Lidar com água, uma das mais importantes forças da natureza, exige pesquisa e conhecimento. Em São Paulo, as obras são feitas de acordo com o humor dos governantes, muitas vezes em regime de urgência. Na pressa, o resultado quase sempre é desastroso. No Grajaú, por exemplo, os erros de engenharia na canalização de córregos acabaram por gerar entupimentos, enchentes e destruição. As famílias da região perderam móveis, eletrodomésticos, roupas e alimentos. Ou seja, obra sem planejamento gera mais prejuízo que benefício.


d) São Paulo tem a sua Veneza. É o Jardim Romano, que vai afundando a cada enchente. Como se trata de periferia, a prefeitura simplesmente abandonou os projetos de drenagem e captação de águas. O resultado é água imunda dentro das casas, doença e morte. Para minimizar o problema, o governo do Estado resolveu lançar um “carro anfíbio”, apresentado com pompa pelo bombeiros. Será que, não satisfeitos com o estrago, ainda querem rir da cara do cidadão?


e) O descaso com a cidade pode ser provado facilmente. Um levantamento técnico mostra que o número de pontos de alagamento aumenta assustadoramente de ano para ano. Em 2007, a cidade tinha 9 pontos fixos de alagamento. No ano seguinte, já eram 43. Atualmente, há 152 lugares por onde o paulistano pode perder seu carro durante uma chuva. É isso aí mesmo: 152! Sem dúvida, anda chovendo bastante. Mas não se pode negar que problemas de escoamento estão gerando o caos em áreas antes seguras. É o caso da Avenida Brasil com a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, nos Jardins. Quem podia imaginar que até mesmo a região nobre de São Paulo sofreria com alagamentos, lama e fedor insuportável?


f) O dinheiro que a Prefeitura gasta em câmeras, multadores automáticos e propaganda na imprensa poderia muito bem servir à erradicação de alguns desses problemas. No entanto, o drama da população parece não sensibilizar o prefeito nem o governador. Veja o caso dos alagamentos da Marginal Pinheiros com a Ponte Roberto Rossi Zuccolo. O problema já é grave, mas as obras nem foram contratadas, como admite a prefeitura. No caso da Zachi Narchi com Cruzeiro do Sul, na Zona Norte, a prefeitura limita-se a dizer que há um “projeto para futura implantação”. Tudo muito vago. Nenhuma pressa. No caso da Alcântara Machado (Radial Leste) com Guadalajara, a confissão oficial de incapacidade é assustadora: “as interferências não configuram possibilidades de obras para solucionar o caso de imediato”.

4) Por que São Paulo fede?


a) Porque a gestão Serra-Kassab simplesmente reduziu em cerca de 17% o investimento em varrição e coleta de lixo, especialmente na periferia. Aliás, limpeza urbana é algo que não se valoriza mesmo em São Paulo, vide as declarações do jornalista Boris Casoy sobre os garis.


b) Porque os projetos de coleta seletiva e de usinas regionais de reciclagem foram reduzidos, desmantelados ou sumariamente engavetados.


c) Porque a política de “higienização social” tem dificultado extremamente o trabalho dos catadores e recicladores.


d) Nem é preciso dizer que o lixo que se amontoa nas ruas da cidade vai parar nos bueiros. Vale notar que, nas enchentes, boa parte do lixo boiando está devidamente ensacado. Trata-se de uma prova irrefutável de que o “porco” nesta história não é o cidadão paulista, mas aquele que o governa.

5) Padarização: por que São Paulo é tão insegura?


a) O governo Serra praticamente sucateou o sistema de Segurança Pública. Paga mal os agentes da lei e ainda fomenta a rivalidade entre policiais civis e militares.


b) Em seu ímpeto privatista, o governo paulista incentiva indiretamente os empreendimentos de segurança particular.


c) Mal pagos, mal aparelhados e mal geridos, os policiais paulistas são o retrato da desmotivação.

d) Criou-se informalmente um sistema de “padarização” das patrulhas. Normalmente, os agentes da lei se mantêm na porta de uma padaria ou mercado, reduzindo drasticamente as rondas pelas áreas internas dos bairros. De certa forma, acabam se tornando uma guarda particular dos comerciantes locais. Esse fenômeno atinge não somente a periferia da Capital e de outras grandes cidades, mas também os bairros de classe média.


e) Essa mesma polícia invisível nas ruas, entretanto, ocupou o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) durante ato em defesa do Programa Nacional dos Direitos Humanos. Exigiam explicações sobre o encontro… Ora, que terrível bandido se esconderia ali? Ou será que voltamos à época da Operação Bandeirantes, que visava a perseguir os inimigos do regime militar?


f) Cabe dizer: o pouco que restou da Segurança Pública é resultado do esforço pessoal de policiais (militares e civis) honestos, dedicados, que ainda arriscam a vida para proteger o cidadão. Esses, no entanto, raramente são premiados por suas virtudes.


6) Politicalha na calçada, trânsito, impostos e desrespeito ao cidadão.


a) Sem qualquer fiscalização da imprensa, o governante paulista julga-se hoje acima da lei. Não precisa dar satisfações a ninguém.


b) É o caso da Calçada da Fama, já apelidada de Calçada da Lama, no bairro de Santa Cecília. Inspirada na homônima de Hollywood, foi condenada por todos os moradores locais. Mesmo assim, a prefeitura colocou 18 homens da Subprefeitura da Sé para trabalhar na obra (afinal, eles não têm bueiros para limpar). Cabe lembrar que os “testes” de homenagens foram realizados com a colocação de duas estrelas. Uma delas tinha o nome do ex-governador Geraldo Alckmin. A outra, do atual, José Serra, o único governador do Brasil que, entre amigos, se gaba de acordar ao meio-dia.


c) Para obras desse tipo, supõe-se, o prefeito Kassab busca um “aumentaço” no IPTU, tanto para imóveis comerciais quanto residenciais.


d) Cedendo ao cartel das empresas de ônibus, Kassab também decretou aumento nas passagens, de R$ 2,30 para R$ 2,70. A poucos metros da Câmara dos Vereadores, com bombas de efeito moral e balas de borracha, a polícia de Serra reprimiu violentamente os estudantes que tentavam se manifestar contra a majoração. Agressão desse tipo, aliás, já tinha sido vista na USP, em episódio que lembrou a invasão da PUC-SP por Erasmo Dias, em 1977.


e) Se o trânsito é cada vez mais caótico em São Paulo, raras são as ações destinadas a reformar a malha viária, revitalizar o transporte público e constituir um sistema inteligente e integrado de locomoção urbana. Os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego ainda planejam suas ações conforme modelos da década de 60. A obsolescência no campo do conhecimento é a marca da gestão da CET.


f) Se o tráfego paulistano é um horror, confuso e mal gerido, o mesmo não se pode dizer da indústria de multas. Em 2009, foram arrecadados R$ 473,3 milhões, valor maior do que o orçamento de cinco capitais brasileiras. Só 62 municípios do Brasil recebem, entre todos os tributos, aquilo que o governo paulistano obtém com esse expediente punitivo.


g) Com esse valor, seria possível instalar 2 mil semáforos inteligentes (raros aqueles em perfeito funcionamento na cidade) e 40 terminais de ônibus.


h) Curiosamente, se falta dinheiro para a reforma dos equipamentos de controle de trânsito, sobra para a compra de radares e aplicadores de multas. Foram 105 novos aparelhos em 2009. E a prefeitura projeta a instalação de pelo menos mais 300 em 2010.


i) Se os radares estão atentos ao motorista, dispostos a lhe arrancar até o último centavo, também é certo que não há olhos para as máfias de fiscais nas subprefeituras, especialmente na coleta diária de propinas nas áreas de ambulantes. Em 2008, membros da alta cúpula da subprefeitura da Mooca foram protagonistas de um escândalo, logo abafado pela imprensa paulistana. Hoje, os esquemas de cobrança ilícita seguem firmes e fortes. Faturam milhões, à luz do dia, na região do Brás, da Rua 25 de Março e da Lapa, entre outros, conforme denúncias dos próprios camelôs.

7) Até para fugir, o paulistano pagará caro… Dá-lhe pedágio!


a) Alguns governantes tornam-se conhecidos por construir estradas. Outros, por lotá-las de pedágios e fazer a festa de seus apoiadores de campanha. É o caso de José Serra. Em média, um novo pedágio é implantado em São Paulo a cada 30 dias. O ritmo de inaugurações deve crescer em 2010. Somente nas estradas do litoral, o governador quer implantar mais dez pedágios.


b) José Serra desistiu temporariamente de sua ideia obsessiva de implantar pedágios também nas marginais do Tietê e do Pinheiros. O desgaste político poderia inviabilizar, de uma vez por todas, seu projeto de ocupar a presidência da República.


c) Fora dos centros urbanos, entretanto, a farra do pedágio continua. Em Engenheiro Coelho, na região de Campinas, por exemplo, uma família já precisa pagar pedágio para se deslocar de um lado a outro de seu sítio, cortado pela rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332). Agora, para cuidar do gado, os sitiantes precisam pagar a José Serra e seus amigos da indústria do pedágio. Nessa e em outras cidades, o cerco dos pedágios deixam “ilhados” moradores da zona rural e de condomínios habitacionais. Nem mesmo o “direito de ir e vir” é respeitado.
Como resgatar São Paulo


Nos últimos anos, São Paulo vem sendo destruída e seus cidadãos humilhados. Está perdendo seu charme e carisma. Aumenta-se a carga de impostos, ao passo que os direitos básicos do cidadão são negados pela autoridade pública.


Mas nada comove a imprensa surda, muda e partidarizada. As enchentes, o lixo acumulado, as obras inacabadas, o apagão no trânsito, a fábrica de analfabetos do esquema de “aprovação automática”, as máfias de propinas, a falta de segurança e a fábrica de multas não sensibilizam os jornalistas.


A ordem nas redações é botar a culpa na sorte, nas gestões anteriores ou em São Pedro. Nenhuma tragédia é atribuída aos governantes locais. Jamais.


Quando a cratera do metrô engoliu trabalhadores, pais e mães de família, a imprensa silenciou sobre a culpa daqueles que deveriam fiscalizar a obra.


E o prefeito Gilberto Kassab ainda se divertiu, transformando a tragédia alheia em piada. Nem a Folha nem o Estadão escreveram editoriais indignados sobre o episódio.


A imprensa também se fez de boba quando a ponte do Rodoanel desabou sobre a pista, destruindo veículos e ferindo pessoas.


Aliás, os jornais estampam enormes manchetes quando se constata qualquer atraso em alguma obra do PAC. Mas não encontram relevância no atraso das obras do Rodoanel.


Já são doze anos de embromação, casos de superfaturamento e destruição do patrimônio natural nos canteiros de obras.


Na Capital, José Serra e Gilberto Kassab criaram fama ao inventar a lei “Cidade Limpa”, uma restrição sígnica ao estilo “talebã” que deixaria os habitantes de Nova York e Tóquio perplexos.
Eliminaram praticamente toda a publicidade local e, automaticamente, canalizaram milhões e milhões de Reais para jornais, TVs, rádios e portais de Internet. Um golpe de mestres.


Portanto, aquele que sofre diariamente em São Paulo precisa urgentemente revisar seus conceitos políticos, reeducar-se para a leitura dos produtos noticiosos e mobilizar-se para viabilizar a urgente mudança. Se São Paulo pode ser salva, será você, paulistano sofrido, o artífice dessa proeza.

* Mauro Carrara é jornalista, paulistano, nascido no Brás, em 1939.

Peluso chama Mendes às falas

Contas Suspeitas. Mendes prefere discutir gastança via mídia e ataca Peluso
–1. O jornal Folha de S.Paulo, em matéria do colunista Fernando de Barros e Silva, mostra um forte dissenso entre os ministros Cezar Peluso, atual presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e o predecessor Gilmar Mendes.

Motivo do dissenso que o ministro Mendes disse que levará à mídia e que vazou ao jornalista Fernando de Barros e Silva: valores gastos (R$4.036.314,90) com passagens e diárias, referentes ao programa Mutirão Carcerário, por juízes convocados para auxiliar a presidência do órgão e referente ao programa.

A troca ríspida de e.mails, — cujo teor foi divulgado em furo jornalístico pelo jornal Folha de S.Paulo–, mostra estar Peluso inconformado, — com razão evidente–, em face o valor dos gastos “ que não correspondem exatamente ao total despendido de fato”.

Para o ministro Peluso, que teve uma carreira na Justiça de S.Paulo, marcada, além da competência e o profundo conhecimento do Direito, pela correção e nenhuma condescendência com ilícitos, o CNJ não contava com “setor contábil específico e nem controle individualizado de custos e por projeto ou programa, com subcontas próprias”.

O dissenso, consoante mostrado na matéria do colunista Fernando de Barros e Silva, iniciou-se com o repasse de informação, para Gilmar Mendes, de uma reunião do CNJ, presentes 14 conselheiros, na qual Peluso criticou os gastos do programa.

Ao assumir a presidência, Peluso dispensou os juízes auxiliares convocados na administração Mendes, para auxiliá-lo. Como se percebe, Mendes aparelhou de juízes a sua presidência, num Conselho que tem por meta o “controle externo” das atividades administrativas de Tribunais (com exceção do Supremo Tribunal Federal) e de magistrados.

–2. Nada surpreende. O ex-ministro Marcio Thomaz Bastos vangloriou-se de ter logrado implantar um órgão de controle externo de juízes e tribunais. Nada mais enganoso, conceitualmente.

Controle externo, com maioria dos controladores juízes e sem participação popular direta (escolha por votação entre os cidadãos) é, evidentemente, uma contradição: art.103-B, da Constituição federal, sobre a formação e escolha dos 15 membros do CNJ:
“- um ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal.
- um ministro do Superior Tribuanl de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal.
- um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal.
- um juiz estadual indicado pelo Supremo Tribunal Federal.
- um juiz do Tribunal Regional federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça.
- um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça.
- um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho.
- um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho.
- um membro do Ministério Público da União. . .
- um membro do Ministério Público estadual. . .
- dois advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados.
- dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada indicados, um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

Certa vez, no programa Roda Viva da televisão Cultura, fui convidado para participar de uma bancada de entrevistadores do então ministro Bastos. Quando questionei sobre a composição corporativa e sem representação popular por escola direta dos dois representantes, a reposta surpreendeu: “foi o que se conseguiu”. Ou seja, não fosse assim, não se conseguiria aprovar uma emenda constitucional.

Sobre não ter o CNJ poder fiscalizador junto ao STF, colocou-se, para tanto, o órgão, na topografia constitucional, abaixo do referido STF. Em outras palavras, tornou-se hierarquicamente inferior.

–3. Como alertou Peluso, os juízes auxiliares (convocados para ajudar e a desfalcar as Justiças de onde tirados), fora as passagens, ganharam R$2.807.055,70.

Não dá para acreditar que juiz convocado, sem perda da remuneração originária, ainda embolse diárias. Ou seja, uma “grana extra” por estar fora do lugar original das suas funções. Será que o convocado não sabia que precisava se deslocar ?

–4. No tal mutirão carcerário, — e o ministro Mendes fala na soltura de 20 mil encarcerados–, ficou evidente que o CNJ, com delegação a juízes auxiliares, decidiu sobre matéria jurisdicional : soltura e progressão de regime penitenciário, matéria eminentemente jurisdicional. Assim, decidiu sem competência. Aliás, como ocorreu na decisão liminar lançada por Mendes e a soltar o banqueiro Daniel Dantas. O ministro Gilmar Mendes não tinha competência jurisdicional, mas soltou.

–5. PANO RÁPIDO. Volta a repetir o escritor gaúcho Mario Quintana, certa vez lembrado pelo comentarista decano deste blog, Paulo Carvalho: “A Justiça é cega, isso explica muita coisa”.

–Wálter Fanganiello Maierovitch

Tucano joga contra a integração


Estamos em clima de Copa do Mundo, mas nem por isso podemos esquecer o que se passa por aqui e pelo mundo. A campanha eleitoral ainda não chegou a pegar fogo. Tivemos apenas um trailer do que vem por aí. Os meios de comunicação elegeram apenas três candidatos para apresentar. Os demais, entre os quais Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, figura histórica com participação ativa até antes de 64, um marco negativo da história brasileira, são redondamente ignorados. Independente do juízo de valores fica mal para o jornalismo esse tipo de cobertura.

Mas antes de passarmos a bola para a seleção de Dunga, vale a pena assinalar um fato grave partido de um dos candidatos à Presidência da República. Em entrevista para uma rádio carioca, o tucano José Serra não fez por menos em matéria de relacionamento com os países vizinhos. Gratuitamente, tentando fazer média com eleitores desavisados, o pré-candidato (todos são teoricamente pré até as convenções partidárias) demo-tucano acusou o governo boliviano de Evo Morales de “cúmplice do tráfico” de cocaína no Brasil.

A irresponsável declaração do ex-governador de São Paulo se deu quando ele falava sobre a criação de um ministério para área da segurança pública de combate, entre outros crimes, ao tráfico de drogas. Já foi comentado aqui neste espaço que se trata de uma declaração do tipo para enganar os incautos, até porque o tema em questão está afeto ao Ministério da Justiça e não necessita da criação de nada de especial, pois o que existe dá conta do recado.

A declaração de Serra sobre a Bolívia, com a complementação de que o governo Morales faz “corpo mole” no combate ao tráfico, é totalmente inverídica e só pode ser entendida como uma provocação barata à integração sul-americana, em processo adiantado de desenvolvimento no governo Lula.

Ao contrário do que afirmou Serra, o governo boliviano tem intensificado o combate ao narcotráfico, mas não se sujeita às pressões estadunidenses neste campo. Claro, se dependesse de Serra e seus correligionários, o Brasil nesta altura do campeonato estaria aceitando passivamente os desejos do Departamento de Estado e Pentágono, inclusive de transformar as Forças Armadas em um mero departamento de polícia para combater o tráfico. É a vocação histórica dos tucanos, como acontecia no anterior governo subserviente de Fernando Henrique Cardoso, na prática seguir o que manda quem ocupa a Casa Branca.

No mês de julho a campanha presidencial estará ocupando maiores espaços midiáticos e desta vez o tema política externa vai fazer parte do cardápio. Serra já adiantou alguns pontos de sua agenda, inclusive afirmando em alto e bom som que se fosse presidente do Brasil não iria a Teerã ou receberia a visita de Mahmoud Ahmadinejad. Agradaria sobremaneira a Madame Clinton. Foi uma indicação clara de que faria exatamente o que Washington determina, seja em relação ao Irã, como Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e Cuba.

Outro ponto da questão externa tem sido as constantes declarações de Serra sobre o Mercosul. Já demonstrou concretamente que joga contra a integração da América, falar contra o Mercosul é apenas o reforço desse ponto de vista.

Mas os leitores se enganam se imaginam que a direitização de Serra se limita à política externa. O candidato da aliança PSDB, Demo e PPS (o partido dos ex-comunistas que viraram linha auxiliar dos seguidores de Washington) recentemente, falando sobre a questão dos portos, algo vital para o desenvolvimento de qualquer país, abriu o jogo ao afirmar que se for Presidente vai extinguir a Secretaria Especial de Portos, que vitalizou o setor. Sabem o motivo? É a concepção de desenvolvimento defendida pelo tucanato entreguista, que não coloca os portos como peças fundamentais para o país.

Na verdade, com palavras sofisticadas, Serra e sua gente defendem a privatização dos portos brasileiros, como tentaram em outras ocasiões através de mentiras e manipulações da informação, como no caso do porto de Paranaguá, medida impedida pelo então governador Roberto Requião. Certamente que o referido porto corre novamente perigo se os paranaenses elegerem um governador das fileiras tucanas ou da patota dos Democratas, que já estiveram no governo com o farsante Jaime Lerner. Farsante é todo aquele político que em campanha diz uma coisa e ao ser eleito faz exatamente o contrário.

É importante recordar esses fatos, para se ter uma idéia de como gira a política brasileira ao longo dos anos. O exemplo do Paraná repetiu-se em outros Estados. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Estado transformou-se num pântano político. Basta citar os nomes dos três candidatos a governador a ser escolhido no próximo dia 3 de outubro: Sergio Cabral, Garotinho, Fernando Gabeira.

É preciso dizer mais alguma coisa?


Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

Serra só em 2050

Tucaninhos, não fiquem tristinhos, não. Serra só vai ser presidente do Brasil em 2050.Até o Terror vai votar no vampiro Serra.

Queda de Serra expõe atritos DEM-PSDB


Enfrentando trajetória descendente nas pesquisas de intenção de votos, o palanque PSDB-DEM começa a expor suas fissuras.

Contidas quando o pré-candidato tucano, José Serra, liderava com ampla vantagem a disputa pela Presidência, as divergências vêm à tona especialmente agora, na discussão do vice.

Integrantes da cúpula do DEM se dizem excluídos da coordenação da campanha e preteridos em negociações nos Estados. Para completar, discordam das alternativas ao nome de Aécio Neves, caso ele resista mesmo aos apelos para que ocupe a vice.

Apesar da falta de um nome que unifique o partido, os democratas já avisaram ao PSDB que só cederiam a posição para Aécio.

Até mesmo os mais afinados com Serra reagem à indicação do presidente do PP, Francisco Dornelles (RJ).

Cotado para a vaga mesmo após apresentar emenda que atenua o projeto Ficha Limpa, ele sofre resistência do PP e do DEM. Dornelles, que já foi filiado ao antigo PFL, desfalcou o partido quando saiu.

No DEM, não há consenso sobre a indicação de Kátia Abreu (TO), José Carlos Aleluia (BA) ou José Agripino Maia (RN).

Os democratas resistem ao senador Tasso Jereissati (CE), mas, no PSDB, não impõem tantas restrições ao ex-ministro Pimenta da Veiga.

Há trepidações em Estados como Santa Catarina e Goiás. Mas a tensão promete ser acirrada em São Paulo.

Sob o patrocínio do prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidatos a deputado federal do DEM que disputam vagas contra tucanos têm o apoio formal de vereadores e diretórios do PSDB.

O próprio Geraldo Alckmin reagiu com surpresa ao ouvir a manifestação da presidente de um diretório do PSDB em favor de um candidato democrata."Há casos de diretórios inteiros. É um salve-se quem puder", diz o coordenador de programa de Alckmin, José Aníbal (PSDB).

Avarias

O DEM terá de lidar, nas eleições deste ano, com avarias internas. O partido deverá ter candidato próprio em apenas quatro Estados. Em outros sete não deve concorrer nem para o Senado.

O escândalo do mensalão do DEM no DF, que culminou na prisão e renúncia de José Roberto Arruda, único governador do partido eleito em 2006, levou o Democratas a perder influência na definição das coligações. O partido defende-se dizendo que expurgou Arruda de seus quadros com rapidez.Folha.

Experiência é isso aí

Datafolha:Serra é mais experiente


O provedor Uol, do Grupo Folhaditabranda, traz uma informação que chega a ser risível, de tão óbvia.


Segundo a matéria, a última pesquisa Datafolha constatou que 51% dos eleitores de Dilma acham Serra mais experiente que Dilma.


Claro, eu também acho.Eis as razões:


Primeiro, Serra é muito mais velho que Dilma.


Segundo, Serra faz 40 anos que é candidato à Presidência da República.


Terceiro, Serra é experiente na arte de desmontar o Estado, massacrar os movimentos sociais, perseguir grevistas, arrohar salário de servidor público, na arte de abafar CPI, gostar de aliados corruptos, de jogar a corrupção para baixo do tapete.


Quarto, Serra é experiente na arte de mentir, de não trabalhar.


Pelo que se vê, é lógico que Serra é muito mais experiente.

sábado, 29 de maio de 2010

Veja só quem é aliado de Serra no MT



Serra lança Wilson ao governo; tucano critica Blairo e Silval

Horas News


O presidenciável tucano José Serra pediu, neste sábado, em Cuiabá, que a militância tucana, democrata, petebista e de demais siglas se enpenhem pela eleição de Wilson Santos ao governo do Estado. Serra disse que Wilson "é um excelente político, dedicado e trilhou todas as etapas da política. Está muito preparado, conhece como ninguém Mato Grosso". Mas lembrou que história não elege ninguém é preciso trabalhar. A solenidade marcou o lançamento da pré-candidatura de Wilson ao governo.

Ao discursar, Serra disse ter a certeza de que o PPS mato-grossense estará em seu palanque citando que o presidente nacional da sigla, Roberto Freire, lhe deu esta garantia. Entretanto, comedido preferiu não falar muito sobre o partido em Mato Grosso. Reconheceu que a sigla está dividida no Estado, mas disse não ter dúvidas que o problema será sanado nos próximos dias.

Serra disse que no Mato Grosso existe 700 km de fronteira e que a droga boliviana que entra no país vem para o Brasil e "estraga as famílias". "Temos que fortalecer a segurança pública, que não existe. O consumidor de drogas que não pode pagar por ela depois se torna um assaltante", disse o tucano.

Serra recebeu do tucanato mato-grossense um documento denominado "Carta de Mato Grosso" com propostas nas áreas de Saúde, Segurança Pública, Transportes e Meio Ambiente.

Wilson Santos, em seu discurso, não pouco o ex-governador Blairo Maggi, a quem responsabiliza pelo diz ser o "caos no setor de Saúde de Mato Grosso". Criticou de forma veemente seu adversário nesta campanha, o governador Silval Barbosa que está no olho do furacão, com várias denúncias de fraudes envolvendo sua equipe de trabalho.

Comentário.

De renúncia Serra entende bem, já que, assim om Wilson Santos, renunciou ao cargo de prefeito de São Paulo.Veja que Serra fala da saúde e é justamente nesta área que seu aliado é uma catástrofe, como mostra o vídeo Samba da Lorota.

PI:Dilma abre mais de 11 pontos de vantagem sobre José Serra


A pré- candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, atingiu sua melhor marca até hoje na pesquisa Jornal Meio Norte - Instituto Piauiense de Opinião Pública (Amostragem) entre os eleitores do Piauí. Na quinta rodada de pesquisa estimulada, Dilma atingiu 45,65% das intenções de voto, uma vantagem de 11,61 pontos percentuais sobre seu adversário mais direto, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, ficou com 34,04% das intenções de voto. A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, está com 6,68% das intenções de voto e o pré-candidato do PSOL, Plínio Arruda Sampaio, tem 0,7%. Não sabem em quem vão votar ou não opinaram 8,8% dos eleitores piauienses, e os que não querem votar em ninguém ou votar nulo e branco somam 4,13%. O presidente do Instituto Amostragem, João Batista Teles, estatístico e professor da Universidade Federal do Piauí, disse que o levantamento
foi realizado entre os dias 21 a 24 de maio com 1.137 entrevistas em 56 municípios de todas as microrregiões do Piauí. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) sob o protocolo 9.246/2010. Segundo ele, a margem de erro é de 2,85 pontos percentuais para mais ou para menos. “É a maior diferença a favor de Dilma Rousseff sobre José Serra constatada no Piauí”, declarou Batista Teles, que também destaca o fato de um número maior de partidos do Estado dar apoio à pré-candidata do PT do que José Serra, que tem o apoio do DEM e PSC. Dilma Rousseff começou sua escalada em setembro de 2009, quando tinha 20,49%, pulou para 23,11% em outubro do ano passado, ultrapassou José Serra quando atingiu 39,42%, em março deste ano, até ficar em 45,65%, em maio. No Piauí, José Serra começou com 39,49% em setembro do ano passado, caiu para 36,2% em outubro de 2009, caiu mais ainda em março deste ano ficando em 30,11% e subiu agora em maio para 34,04%.


REJEIÇÃO - Dilma Rousseff também colheu bom resultado em sua rejeição. No Piauí, o índice ficou em 18,47%, empatada com Marina Silva, que tem 18,12%. O candidato tucano José Serra tem rejeição de 24,63% dos eleitores do Piauí. O candidato mais rejeitado é o do PSOL, Plínio Arruda Sampaio, com 26,3%. Não rejeitam nenhum dos candidatos 12,4% do eleitorado do Piauí. 8,8% dos eleitores declararam que não sabem ou não quiseram opinar. 2,2% dos piauiensesdisseram que querem votar nulo ou banco.

A mídia, os membros do Judiciário e a quimera do golpe improvável

Os líderes da tentaiva de golpe

A temperatura da disputa política, agitada com os recentes programas partidários, traz ao primeiro plano uma movimentação que, dependendo dos desdobramentos, pode ser ridícula ou inquietante: a nova direita, tal como a antiga, parece o homem que, acordado, age como se dormisse, transformando em atos os fragmentos de um longo e agitado sonho no qual ele ainda é o principal ator, com poderes para interromper qualquer possibilidade de avanço institucional.

Por Gilson Caroni Filho*, em Carta Maior

O sonho-delírio do bloco neoudenista insiste em não aceitar a disputa democrática, reitera a disposição em deixar irresolvidos conflitos fundamentais, antecipando o fracasso de qualquer debate político. Seu ordenamento legal não se propõe a garantir o mesmo direito a todos, ampliando o Judiciário e racionalizando as leis. Deseja uma democracia que só existe no papel, com instituições meramente ornamentais que dão um tom barroco às estruturas de mando.

Inconformada com a derrota que se anuncia em pesquisas de intenção de voto, a classe dominante se esmera em repetir ações que um dia lograram êxito. Tornam-se cada vez mais frequentes as ações combinadas de articulistas de direita e membros do Judiciário.

Acreditando que a história permite repetições grotescas, multiplicam-se editoriais, artigos, entrevistas com vice-procuradoras e ministros do TSE que acreditam estar criando condições superestruturais para um golpe contra a candidatura de Dilma Rousseff. Se ainda podemos encontrar pouquíssimos comentários políticos de diferentes matizes, é inegável a homogeneidade discursiva dos “especialistas” em jornalismo panfletário. E eles se repetem à exaustão.

No entanto, o erro de cálculo pode ser surpreendente. Confundir desejo com realidade tem um preço alto quando se pensa em estratégia política. Ao contrário de 1964, não faltam às forças do bloco democrático-popular, o único capaz de impedir de retrocessos, organização e direção. Os movimentos sociais, e esse não é um pequeno detalhe, não mais se organizam a partir do Estado, como meros copartícipes de governos fracos e ambíguos. Estruturados no vigor das bases, acumulando massa crítica desde o regime militar, os segmentos organizados contam, hoje, com experiências suficientemente amadurecidas para deslegitimar ações e intenções golpistas junto a expressivos setores da opinião pública.

Rompendo as alternativas colocadas pelas elites patrimonialistas que apoiam José Serra, as forças progressistas dispõem de plataforma política para não permitir que a democracia brasileira venha a submergir no pseudolegalismo que se afigura em redações e tribunais.

Nesse sentido, o que significam as palavras da vice-procuradora da República, Sandra Cureau, afirmando que, devido à quantidade de irregularidades, "a candidatura Dilma Rousseff caminha para ter problema já no registro e, se eleita, já na diplomação”? Nada mais que identidade doutrinário-ideológica com o que há de mais reacionário no espectro político brasileiro. Inexiste no palpite da doutora Sandra um pensamento jurídico que se comprometa com os anseios democráticos da sociedade brasileira.

Nem que fosse por mera hipótese exploratória, seria interessante que o Judiciário se pronunciasse sobre o conteúdo da informação televisiva, em especial a que é produzida pela TV Globo. Quando uma emissora monopolística, operando por meio de concessão pública, editorializa seu noticiário e direciona a cobertura para favorecer o candidato do PSDB, o que podemos vislumbrar? Desrespeito a uma obrigação constitucional? Abuso de poder político e econômico? Ou um exemplar exercício de “liberdade de imprensa”?

São questões candentes quando, antes de qualquer coisa, o custo da judicialização da vida pública partidariza algumas magistraturas. Sem se deixar intimidar com as pressões togadas, a democracia só avança através de pactos que permitam abrir a sociedade às reivindicações e participação social de setores recém-incluídos. A candidatura de Dilma Rousseff expressa essa possibilidade. Do lado oposto, sob pareceres e editoriais que se confundem tanto no estilo quanto no conteúdo, reside a quimera de um golpismo cada vez menos provável.

* Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil