sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dilma garante que não privatizará estatais


Em Nova York, a pré-candidata afirmou hoje que, se eleita, não privatizará a Petrobras, a Eletrobras e todo o setor elétrico

A pré-candidata do governo à Presidência, Dilma Rousseff (PT), afirmou hoje que, se eleita, não privatizará a Petrobras, a Eletrobras e todas as outras empresas do setor elétrico, assim como os bancos públicos. "Eu e o governo do presidente Lula somos favoráveis a concessões para o setor privado de novas hidrelétricas, rodovias, sempre quando for mais barato por concessões do que por obras públicas", afirmou a ministra durante coletiva de imprensa após palestra a investidores em Nova York, promovida pela BM&FBovespa.

Ela defendeu ainda uma ampliação das fontes de financiamento para novos investimentos. Segundo Dilma, além dos bancos públicos, os recursos devem vir de fundos de previdência privada, de empréstimos de bancos nacionais e internacionais e do próprio mercado de capitais, como emissões de ações e fundos de debêntures.

Questionada sobre o processo de capitaização da Petrobras, que deve fazer uma nova emissão de ações no mercado internacional até o início de agosto, Dilma disse acreditar que não faltará interesse nos papéis da empresa. "Agora tem é muita gente que quer financiar a Petrobras. É o tipo de coisa que não vai faltar", afirmou.

Na sua opinião, a operação não corre o risco de enfrentar a mesma dificuldade que ocorreu no final de 2008, no início da crise financeira, logo após a quebra do banco Lehman Brothers, quando a estatal tentou captar dinheiro no mercado internacional, mas conseguiu apenas recursos com os chineses. "Naquela época, nenhuma viva alma conseguiu."

Dilma ressaltou a importância de novas fontes de financiamento porque, segundo ela, os bancos públicos já estão próximos ao seu limite. "A crise demonstrou que foi muito importante o Brasil ter bancos públicos (para financiamento), mas não podemos só contar com os bancos públicos. Nós atingimos, acredito, o limite dos bancos públicos".

A declaração de Dilma contradiz o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que na última segunda-feira afirmou, em Nova York, que os bancos do governo poderiam voltar a ampliar financiamentos caso a crise da Grécia se agrave e afete o Brasil. IG.

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