Com uma rejeição dessas Serra não ganha nem para ser síndico de condomínio.O reinado do tucanato está chegando ao fim.
Tucano amplia vantagem na eleição ao contrário, na qual ganha quem é o menos querido; aumento na taxa de rejeição de Serra, de importantes seis pontos desde junho, somou-se, negativamente, ao declínio nas preferências, de quatro pontos; Chalita desperta a menor repugnância
Quem dá menos? Numa eleição do tipo leilão reverso, medida pela taxa de rejeição de cada candidato, a disputa em São Paulo parece já ter um campeão – e que abre cada vez mais distância dos demais. É o ex-governador e ex-prefeito (por menos de dois anos) José Serra. Suas desgastantes duas derrotas para presidente da República, e o salto dado – após promessa passada em cartório de que não o faria – entre a Prefeitura e o governo do Estado, estão cobrando agora seu preço na forma de prestígio declinante. Em medida muito semelhante à que perde intenções de voto, Serra cresce na tabela dos mais rejeitados, ocupando folgadamente a liderança.
De acordo com pesquisas do Instituto Datafolha, os 32% de eleitores paulistanos que diziam, em junho, não votar em Serra em nenhuma hipótese, agora em agosto já são 38%. O salto negativo de seis pontos do tucano só tem uma comparação próxima com a elevação da rejeição ao petista Fernando Haddad, que, no mesmo período, pulou de 12% para 15%. No caso do ex-ministro da Educação, porém, ao mesmo tempo em que viu aumentar o porcentual dos que não gostam dele, Haddad também se faz acompanhar de um crescimento de um ponto nas preferências de voto. Serra, em paralelo, perdeu outros quatro pontos no mesmo intervalo de tempo.
O azarão Celso Russomano, do PRB, agora líder nas pesquisas, igualmente, como Haddad, tem saldo entre perdas e ganhos. De junho até agora, sua rejeição cresceu apenas um pontinho, mas as intenções declaradas de voto aumentaram em sete pontos porcentuais, saltando, a que parece, sustentadamente, de 24% para os atuais 31%.
No segundo posto da tábua de rejeições, mas distantes 19 pontos de Serra, estão Soninha Francini, do PPS, e Paulinho da Força, do PDT, ambos com 19% de taxa, digamos, 'não quero você'. Na mesma está o candidato do PMDB, Gabriel Chalita, que manteve 5% nas intenções de voto e 11% de rejeição. Ele, no entanto, pode ser a surpresa da surpresa destas eleições – após Russomano --, uma vez que vai conquistando apoios entre bases tucanas e no voto religioso, talvez ainda não captados pelos levantamentos de opinião.
Para Serra, o maior problema para se mover nas pesquisas, tanto para cima como para baixo, é o de que ele, efetivamente, não é nenhuma novidade para o eleitorado. Nada menos que 98% dos entrevistados pelo Datafolha declararam que já o conhecem, o que, ao menos em tese, dificulta movimentos bruscos nos próximos levantamentos. É por isso que seu comitê central de campanha, no qual ele dá a primeira e última palavra, já decidiu que, por enquanto, não há espaço na agenda para muitos compromissos de corpo-a-corpo. O que se vai fazer é tentar recuperar o terreno perdido pela televisão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário