Os bueiros bombas da Light no Rio de Janeiro remetem a uma questão que remonta a vários governos: a balela da privatização. O governo Fernando Henrique Cardoso, seguindo a orientação do chamado Consenso de Washington, que teve início no de Fernando Collor, incutiu na opinião pública que todos os problemas brasileiros se resolveriam com a privatização das principais empresas estatais. O governo Lula, em menor grau, seguiu a prédica.
Cardoso empenhou o país com a propaganda enganosa de que as empresas prestadoras de serviços essenciais à população desempenhariam melhor as funções se ficassem em mãos privadas. Não foi bem isso o que aconteceu, da mesma forma que em países vizinhos como a Argentina, na era Carlos Menem.
Neste momento, os cariocas estão literalmente sentindo na pele como um serviço essencial como o da energia, sob controle privado, se deteriora e tudo fica por isso mesmo. Nas últimas semanas, os meios de comunicação informaram quase diariamente sobre a explosão de bueiros da Light provocando vítimas. No ano passado, um casal de turistas estadunidenses foi atingido sendo que a mulher teve 80% do corpo queimado. Em abril deste ano, em plena avenida Copacabana, no posto 4, por muito pouco não ocorreu uma tragédia de graves proporções com uma nova explosão, que deixou feridos.
Depois de muitas ocorrências, o Ministério Público estadual decidiu recomendar uma tímida medida, qual seja o pagamento de multa de 100 mil reais por cada bueiro voador. Isso e nada é quase a mesma coisa. Esperava-se que o serviço fosse se não reestatizado, pelo menos a concessão da Light cassada.
Na verdade, as autoridades não querem dar o braço a torcer, pois se adotassem medidas mais concretas do que uma multa irrisória estariam admitindo que a privatização não resolveu coisa alguma, muito pelo contrário. As empresas concessionárias contam com o fator impunidade e só se preocupam com a deterioração dos serviços a partir do momento que sua imagem é afetada.
O metrô do Rio e os trens da Supervia privatizados são também exemplos gritantes de como os serviços se deterioraram e tudo ficou por isso mesmo. Para se ter uma ideia, na Supervia os seguranças chegaram a dar chicotadas nos usuários. Os serviços são abaixo da crítica, mas também nada acontece. A concessionária da Supervia teve até renovada a concessão por mais duas décadas e meia. Que aí tem truta, ninguém mais duvida.
Quanto à corrupção no Ministério dos Transportes, não chega a ser fato novo. Desde a época da ditadura, e até antes, o setor é ocupado por figuras notórias vinculadas a esquemas mafiosos. Durante a ditadura não se podia divulgar nada que colocasse em questão a imagem dos responsáveis pelos mais amplos setores do Ministério.
O único fato novo deste mais recente episódio que culminou com a demissão forçada do Ministro Alfredo Nascimento foi à divulgação da bandalheira. Pergunta-se: como a revista Veja, uma publicação de jornalismo rasteiro, teve acesso? É óbvio que só se sabe destas coisas quando há interesses contrariados. Ou então quando se quer afastar algum corrupto que passou dos limites.
A oposição, que continua completamente sem bandeiras, aproveita o embalo para tentar ganhar pontos junto ao eleitorado. Mas, convenhamos, críticas oriundas de ACM Neto, Rodrigo Maia, filho de quem é e cia. ltda. não podem ser encaradas como se fossem algo com lisura. Ou ainda a patota dos tucanos, responsáveis pela privataria dos anos FHC, que moral tem esta gente para falar sobre corrupção?
Uma coisa é certa, no capitalismo brasileiro melhor investimento do que ser filho de ministro é impossível, como comprova o filho de Alfredo Nascimento, que em três ano enriqueceu com sua empresa 86 mil por cento. Convenhamos, ganho igual é difícil em qualquer parte do mundo.
A recente inauguração do teleférico no morro do Alemão remete aos anos 80. Quando o então governador Leonel Brizola falava em construir um teleférico no Morro do Pavão Pavãozinho, a direita e a mídia de mercado não o deixaram em paz com críticas veementes contra o “populismo”. Em relação aos Cieps houve até políticos que se denominavam de esquerda fazendo críticas dizendo que escola não era restaurante e coisas do gênero. Depois, para variar, fizeram autocrítica.
Na semana que passou, a Presidenta Dilma participou da inauguração no Morro do Alemão e hoje se admite que se a proposta original dos Cieps, de Darcy Ribeiro, não sofresse solução de continuidade como aconteceu a partir do governador Marcelo Alencar e prefeitos como Cesar Maia e Luis Paulo Conde a geração dos jovens que aderiram ao tráfico poderia ter tido outro destino.
No dia seguinte a inauguração, enquanto o jornal O Globo publicava o trio Dilma Rousseff, Sergio Cabral e Eduardo Paes sorrindo no teleférico, O Dia ilustrava na primeira página a foto de um amigo de Juan com lágrima nos olhos. Ele chorava a morte do amigo assassinado pela Polícia Militar em Nova Iguaçu. Se Dilma Rousseff tivesse uma melhor assessoria, em vez de fazer marketing no Morro do Alemão ao lado do governador e do prefeito poderia ter lançado uma nota de repúdio a mais um ato hediondo da PM, que por pouco não foi abafado e valeu oficialmente apenas uma tímida nota do Secretário de Segurança, Mariano Beltrame admitindo o erro da polícia. E também, depois do assassinato, a polícia decidiu adotar maior rigor de fiscalização de seus efetivos nas operações que envolvem confrontos.
Sobre o autor deste artigoMário Augusto JakobskindÉ correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE Direto da Redação.
8 comentários:
É uma pena que não estoure um bueiro nos córneos do Aecim do pó privatista e censor.
Em Minas Gerais, TODOS os jornais são CENSURADOS pela irmãzinha do Ecim do pó. Ela é uma ditadora megera que impede qualquer matéria contra o playbloy irresponsável.
A imprensa de Minas é totalmente comprada e acuada pelos Neves. Ninguém ousa denunciar os desmandos das Leis Delegadas do PSDBosta de Minas.
Se esse lixo for presidente, esse blog será extirpado e não poderemos mais dar opinião contrário a Faraó das Alterosas.
VERGONHA !!!!!!!!!!
Zé, danado é saber que ainda tem gente que defende esses corruptos safados.Esses caras fizeram mal ao Brasil, deveriam estar condenados por crime de lesa-pátria.
Nós temos de detonar o Aécio é agora. Não podemos deixar certos fatos esquecidos. Por exemplo, os dois desastres ambientais em Minas Gerais, e que por causa dos nossos rios desaguarem no Estado do Rio de Janeiro, afetou várias cidades, e causou grande mortandade de peixes nos rios Pomba e Paraíba do Sul.
João Paulo, isso mesmo.
Um dos crimes de lesa-Pátria praticado pelos demos-tucanalhas foi a privatização das ferrovias!!!
Ainda não entendi porque seus donos as compraram!!! Na região de Piracicaba/SP, por exemplo, passavam duas ferrovias: a Paulista e a Sorocabana!!! Os pilantras as desativaram e hoje, os vagões foram transformados em sucatas e seus trilhos enferrujam e apodrecem!!!
Enquanto na Europa, podem-se cruzar vários países através das ferrovias, no Brasil, os demos-tucanalhas INCOMPETENTES as "exterminaram"!!!
E em relação aos bueiros cariocas que estão explodindo, a mídia CORRUPTA e BANDIDA ainda tem a cara-de-pau de continuar ESCONDENDO os crimes cometidos pelos demos-tucanalhas, e culpam a ANEEL, em vez da PRIVATARIA demo-tucanalha!!!
Vereador tucano bêbado invade sala de aula
Sábado 9, julho 2011
Um vereador de Córrego do Bom Jesus, no Sul de Minas, invadiu uma sala de aula de uma escola pública da cidade aparentando sinais de embriaguez (veja no vídeo). A cena foi registrada em um vídeo gravado no dia 27 de junho por uma aluna do curso noturno de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nele, o vereador Luiz Donizeti da Silva (PSDB) aparece cambalheante, dizendo que queria fazer um discurso aos alunos. Ele chega a falar vários palavrões e durante o vídeo é motivo de piada entre os alunos. Em alguns momentos, o vereador perde o equilíbrio e só sai da sala depois de muita insistência de um professor e de um funcionário da escola.
Segundo o professor que estava na sala, uma das alunas passou mal e ele precisou sair para ajudar no socorro. Foi neste intervalo que a sala ficou aberta e o vereador entrou na sala.
Luiz Donizeti da Silva foi o vereador mais votado das últimas eleições em Córrego do Bom Jesus. A presidente da Câmara de Córrego do Bom Jesus, Silvânia Barbosa, disse que vai se reunir com os demais vereadores para analisar o vídeo e saber qual providência será tomada. “A atitude demonstrada no vídeo pode caracterizar quebra de decoro. Nós vamos nos reunir com a mesa diretoria e decidir qual providência será tomada. Pode ser desde uma simples advertência a perda do mandato de vereador”, diz a presidente.
Por Helena
http://eptv.globo.com/noticias/NOT,4,253,357484,Vereador+invade+sala+de+aula+aparentando+sinais+de+embriaguez.aspx
Vereador tucano bêbado invade sala de aula
Sábado 9, julho 2011
Um vereador de Córrego do Bom Jesus, no Sul de Minas, invadiu uma sala de aula de uma escola pública da cidade aparentando sinais de embriaguez (veja no vídeo). A cena foi registrada em um vídeo gravado no dia 27 de junho por uma aluna do curso noturno de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nele, o vereador Luiz Donizeti da Silva (PSDB) aparece cambalheante, dizendo que queria fazer um discurso aos alunos. Ele chega a falar vários palavrões e durante o vídeo é motivo de piada entre os alunos. Em alguns momentos, o vereador perde o equilíbrio e só sai da sala depois de muita insistência de um professor e de um funcionário da escola.
Segundo o professor que estava na sala, uma das alunas passou mal e ele precisou sair para ajudar no socorro. Foi neste intervalo que a sala ficou aberta e o vereador entrou na sala.
Luiz Donizeti da Silva foi o vereador mais votado das últimas eleições em Córrego do Bom Jesus. A presidente da Câmara de Córrego do Bom Jesus, Silvânia Barbosa, disse que vai se reunir com os demais vereadores para analisar o vídeo e saber qual providência será tomada. “A atitude demonstrada no vídeo pode caracterizar quebra de decoro. Nós vamos nos reunir com a mesa diretoria e decidir qual providência será tomada. Pode ser desde uma simples advertência a perda do mandato de vereador”, diz a presidente.
Por Helena
Adão, tucano só sabe tomar cachaça e dirigir bebado (vide Aecio Po) e defender maconheiro(vide FHC).
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