sábado, 30 de julho de 2011

Pede para cagar e sai, Jobim!

Presidente constrange Jobim e cogita substituí-lo


O ministro da Defesa, Nelson Jobim, concede entrevista para a TV Folha e para o UOL

A presidente Dilma Rousseff constrangeu ontem o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao tratá-lo de forma protocolar durante evento oficial no Palácio do Planalto.


Ela avalia a possibilidade de demiti-lo da pasta após Jobim declarar publicamente à Folha e ao UOL ter votado no tucano José Serra na eleição presidencial de 2010.


Dilma ficou irritada com a declaração. Cogitou demitir Jobim, mas preferiu não fazer isso já. No governo avalia-se que, se o ministro tivesse pedido demissão, ela teria aceito na hora.


Ontem, em um evento no Planalto, Dilma tratou o auxiliar com frieza ostensiva. Não o citou no discurso, como é praxe. O cumprimento entre ambos foi protocolar.


Dilma já sabia da opção eleitoral do ministro por Serra desde o ano passado. Ainda assim, decidiu reconduzi-lo ao cargo por influência de Lula. Pesou a favor de Jobim seu reconhecimento no meio militar e seu trabalho para institucionalizar o Ministério da Defesa, criado há 12 anos.
Sérgio Lima - 26.jul.2011/Folhapress

Ministro de Lula e Fernando Henrique, Jobim perdeu espaço sob Dilma. Deixou de ser mediador em negociações com o mundo jurídico e não conseguiu concluir a compra dos caças Rafale.


O próprio Jobim confidenciou a amigos que não ficará por muito tempo no posto. A recente polêmica, porém, pode precipitar sua saída.


Além de revelar o voto em Serra, o ministro afirmou que o tucano teria tomado as mesmas atitudes de Dilma se tivesse vencido a eleição.


Essa foi a segunda controvérsia a incomodar o Planalto. Em junho, numa homenagem a FHC, o ministro havia dado declaração ambígua: "Os idiotas perderam a modéstia". Isso foi interpretado como uma referência à atual gestão. Ele negou.


O Planalto registrou que Jobim revelou o voto em Serra na terça de manhã mas não antecipou a declaração, que seria publicada no dia seguinte, na reunião que teve com Dilma naquele dia. Ontem, integrantes do alto escalão tratavam da demissão sem cerimônia. Dilma chegou a ouvir de diversos interlocutores que o melhor seria demiti-lo de imediato.


Na segunda, o ministro dará entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem acompanha o episódio com Nelson Jobim, ministro da Defesa, que afirmou publicamente que votou em José Serra, está pasmo em ver Dilma não demitindo o traíra imediatamente e Lula defendendo o inimigo na trincheira. Ora, Jobim e Lula, de comum acordo, iriam comprar os Rafale, os piores e mais caros caças franceses, decisão que foi postergada por Dilma. Se Jobim for demitido, perde Lula, se é que vocês entendem... Por isso, a defesa exacerbada e fora de hora que o ex-presidente faz do ministro tucano. De qualquer maneira, a saída não será à francesa, se ocorrer. Na segunda o ministro Jobim dará entrevista no Roda Viva. Panos quentes ou chute no balde? Melhor esperar pra ver, porque sobre a cabeça os aviões...