O tablóide News of the World, jornal mais vendido no Reino Unido aos domingos, é pivô de um dos maiores escândalos da história da imprensa britânica após acusações de grampos telefônicos ilegais para conseguir furos de reportagem. O esquema, que foi noticiado por CartaCapital desde abril (leia a reportagem aqui), desta vez foi criticado até pelo primeiro-ministro David Cameron, e expõe o conglomerado de mídia News Corp, do magnata australiano Rupert Murdoch, da qual a publicação faz parte.
A situação é tão constrangedora que remete a filmes de enredos envoltos em intrigas e conspirações midiáticas. Entre os protagonistas da trama estão um dos principais jornais tablóides britânicos, celebridades, vítimas de crimes e o maior magnata da comunicação do planeta.
Histórico
Em 2005, veio à tona na Inglaterra uma série de denúncias que acusavam o News of the World de grampear celebridades e membros da realeza do país em busca de furos. A família real pediu um inquérito, acatado pela polícia, de que os telefones reais possivelmente estavam sendo interceptados após o tablóide publicar matéria sobre um ferimento no joelho do príncipe William, mantido em segredo.
O inquérito culminou na admissão da interceptação de telefones por um editor do jornal, Clive Goodman, com o auxílio do detetive particular Glenn Mulcaire. Ambos foram presos. Posteriormente, em 2009, o jornal The Guardian denunciou que os atores Jude Law e Gwyneth Paltrow, entre outros, também foram grampeados pelo tablóide em busca de informações quentes. Policiais recebiam dinheiro para ajudar o News of the World a conseguir hackear os contatos.
O caso abalou o prestígio do magnata australiano Rupert Murdoch, principal empresário do ramo da comunicação do planeta, que é dono do News of the World e de muitas outras empresas do ramo, entre as quais, a conservadoríssima tevê americana Fox News, os estúdios de cinema Twentienth Century Fox e a SKY.
Descoberta macabra
Mas o pior ainda estava por vir. Após várias investigações e demissões no News of the World, na última terça-feira 5, a familia de Milly Dowler, menina de 13 anos sequestrada e morta há nove anos, divulgou que a polícia confirmou que ligações do celular da menina foram interceptadas durante a busca por ela. Por trás das interceptações estava o tablóide. Nesta semana, o jornal The Guardian revelou que o repórteres do News of the World tinham uma escuta no celular de Milly em 2002, nos seis meses que antecederam a localização de seu corpo. Algumas das mensagens haviam sido apagadas, o que levou a polícia e os pais da menina a acreditarem que ela pudesse estar viva. Tudo para que o caso tivesse “sobrevida”, e as notícias, idem.
Na sequência, parentes das vítimas do atendo ao metrô de Londres em 2005 também confirmaram mensagens de seus próprios telefones que foram interceptadas a mando do News of the World. O crime, portanto, saiu da esfera das celebridades para a das tragédias – incluindo-se aí um tema sensível aos ingleses como o atentado ao metrô londrino.
O caso é o assunto do momento no Reino Unido. No dia 6 de julho, o primeiro-ministro britânico definiu como “repugnante” e declarou estar chocado com as acusações contra o jornal. Após o pronunciamento de Cameron, feito na Câmara dos Lordes (parlamento do Rei Unido), Rupert Murdoch deu uma entrevista à emissora CNN na qual qualificou de “deplorável” os episódios, mas suas declarações não devem evitar mudanças no comando da News Corp.
Fonte: Carta Capital
Histórico
Em 2005, veio à tona na Inglaterra uma série de denúncias que acusavam o News of the World de grampear celebridades e membros da realeza do país em busca de furos. A família real pediu um inquérito, acatado pela polícia, de que os telefones reais possivelmente estavam sendo interceptados após o tablóide publicar matéria sobre um ferimento no joelho do príncipe William, mantido em segredo.
O inquérito culminou na admissão da interceptação de telefones por um editor do jornal, Clive Goodman, com o auxílio do detetive particular Glenn Mulcaire. Ambos foram presos. Posteriormente, em 2009, o jornal The Guardian denunciou que os atores Jude Law e Gwyneth Paltrow, entre outros, também foram grampeados pelo tablóide em busca de informações quentes. Policiais recebiam dinheiro para ajudar o News of the World a conseguir hackear os contatos.
O caso abalou o prestígio do magnata australiano Rupert Murdoch, principal empresário do ramo da comunicação do planeta, que é dono do News of the World e de muitas outras empresas do ramo, entre as quais, a conservadoríssima tevê americana Fox News, os estúdios de cinema Twentienth Century Fox e a SKY.
Descoberta macabra
Mas o pior ainda estava por vir. Após várias investigações e demissões no News of the World, na última terça-feira 5, a familia de Milly Dowler, menina de 13 anos sequestrada e morta há nove anos, divulgou que a polícia confirmou que ligações do celular da menina foram interceptadas durante a busca por ela. Por trás das interceptações estava o tablóide. Nesta semana, o jornal The Guardian revelou que o repórteres do News of the World tinham uma escuta no celular de Milly em 2002, nos seis meses que antecederam a localização de seu corpo. Algumas das mensagens haviam sido apagadas, o que levou a polícia e os pais da menina a acreditarem que ela pudesse estar viva. Tudo para que o caso tivesse “sobrevida”, e as notícias, idem.
Na sequência, parentes das vítimas do atendo ao metrô de Londres em 2005 também confirmaram mensagens de seus próprios telefones que foram interceptadas a mando do News of the World. O crime, portanto, saiu da esfera das celebridades para a das tragédias – incluindo-se aí um tema sensível aos ingleses como o atentado ao metrô londrino.
O caso é o assunto do momento no Reino Unido. No dia 6 de julho, o primeiro-ministro britânico definiu como “repugnante” e declarou estar chocado com as acusações contra o jornal. Após o pronunciamento de Cameron, feito na Câmara dos Lordes (parlamento do Rei Unido), Rupert Murdoch deu uma entrevista à emissora CNN na qual qualificou de “deplorável” os episódios, mas suas declarações não devem evitar mudanças no comando da News Corp.
Fonte: Carta Capital
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