domingo, 17 de julho de 2011

Desmascarando Merval Pereira




                                                             Jumento quadrado.


A forma mais eficiente de desmascarar um mentiroso é dando a ele espaço para mentir, pois mentirosos subestimam a inteligência alheia. Se quem mente for inteligente, é mais difícil desmascará-lo. Alguns mentirosos, porém, são estúpidos e sabem disso, mas confiam em “ferramentas” que lhes permitiriam sustentar as mentiras mais frágeis e, assim, tornam-se mais ousados.


O “imortal” Merval Pereira é um homem de Inteligência escassa, por isso conta mentiras mal-elaboradas. Mas por que os gigantes de pés de barro das comunicações prestigiam alguém tão estúpido em vez de buscarem mentirosos que elaborem melhor as suas mentiras? Simples: poucos jornalistas se dispõem a mentir sobre bases tão frágeis. Merval é cultuado pelos barões da mídia porque é burro o suficiente para achar que poderão sustentar suas invencionices.


A prova da burrice desse indivíduo se exibe, despudorada, em artigo que publica no jornal O Globo deste sábado, no qual deixa ver que seus senhores acusaram o golpe que lhes representou o escândalo que fechou as portas do jornal britânico “The News of the World”, do barão internacional da mídia Rupert Murdoch.
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O Globo


16 de julho de 2011


Obsessão


Merval Pereira


Como se sabe, temos no Brasil dois grandes especialistas em imprensa: o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu. Os dois dedicam-se, desde os primeiros meses do primeiro mandato do petista na Presidência da República, a tentar aprovar legislações que controlem a informação, uma tendência que vem se alastrando por toda a América Latina.


O movimento de contenção da liberdade de imprensa está presente em diversos países, como Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador, onde TVs, rádios e jornais vão sendo fechados sob os mais variados pretextos, e muitos outros são ameaçados com diversas formas de pressão, seja financeira, seja por meio de medidas judiciais.


No início do governo, tivemos que lutar contra a criação de várias agências oficiais. A Agência Nacional de Cinema e Audiovisual daria poderes para o governo interferir na programação da televisão e direcionar o financiamento de filmes e de toda a produção cultural para temas que estivessem em sintonia com as metas sociais do governo.


O Conselho Nacional de Jornalismo teria a finalidade de controlar o exercício da profissão e poderes para punir, até mesmo com a cassação do registro profissional, os jornalistas que infringissem normas de conduta que seriam definidas pelo próprio conselho.


Os mesmos grupos políticos continuam empenhados em aprovar novos tipos de cerceamento à liberdade de imprensa no país, sob o pretexto de exercer um “controle social” sobre os meios de comunicação, sendo que o Partido dos Trabalhadores decidiu que uma das prioridades é o que chamam, paradoxalmente, de “democratização da comunicação”.


A presidente Dilma, ao assumir o governo, relegou a um plano secundário um projeto que objetivava controlar a informação, sob o pretexto de regulamentação dos novos meios eletrônicos.


Nossos dois “especialistas” voltaram às suas obsessões nos últimos dias. Lula motivado pelas críticas ao apoio oficial ao Congresso da UNE, onde foi o grande homenageado. E José Dirceu incentivado pelo escândalo na imprensa inglesa que provocou o fechamento do jornal “News of the World”, além da demissão de vários dirigentes do conglomerado de informações do magnata Rupert Murdoch, uma espécie de “cidadão Kane” pós-moderno.


Insistindo nos seus equívocos, Lula tentou pela enésima vez menosprezar o peso dos jornais tradicionais que chamaram a reunião da UNE de chapa-branca. E declarou-se “invocado” por considerar que a imprensa não larga do seu pé.


A pretexto de consolar o presidente da UNE, Augusto Chagas, o ex-presidente garantiu a ele que os grandes jornais do Rio e de São Paulo não têm alcance nacional e não chegariam, segundo o ex-presidente, à Baixada Fluminense ou ao ABC paulista.


“Eles não perceberam que as coisas estão mudando no Brasil. O povo não quer mais intermediário entre eles e a informação. O povo está se informando de muitas formas. Muitas formas. E não apenas naqueles (meios) que habitualmente achavam que formavam”, argumentou o ex-presidente, revelando sua peculiar postura ética, além de ignorância em relação à circulação das informações nas novas mídias.


Se a notícia não chega a todo o país, e muito menos ao interior, então não é preciso se preocupar, ensina Lula. O fato em si não tem a menor importância, desde que a grande massa de cidadãos permaneça na ignorância deles.


Esquece-se o presidente que, da mesma maneira que a internet e as novas mídias sociais permitem que as informações circulem mais largamente, com versões de várias fontes, elas também levam as reportagens da grande imprensa aos recantos mais longínquos do país.


Estudo recente demonstra que as reportagens da grande imprensa são replicadas no Facebook, no Twitter e em outras mídias sociais, amplificando sua repercussão.


O ex-presidente também se esqueceu que, no Brasil, a circulação dos jornais vem crescendo, especialmente a dos chamados “jornais populares”, o que leva as questões nacionais a esse público que Lula pretende controlar sozinho, sem a interferência de outros agentes.


Além do mais, os blogs mais acessados são justamente os que se ligam aos principais jornais do país, cujas marcas e tradição lhes dão os meios para apuração das notícias e a credibilidade que muitas vezes faltam a blogs personalistas.


Não é à toa que a presidente Dilma Rousseff vem demitindo ministros e assessores do primeiro escalão com base em denúncias da chamada “grande imprensa”. E, se considerasse mesmo desimportantes os grandes jornais, Lula não perderia seu tempo com eles.


Não há dúvida de que, com o surgimento das novas tecnologias, os jornais perderam a hegemonia da informação, mas continuam sendo fatores fundamentais para cidadania.


O jornalista espanhol José Luis Cebrian, diretor do “El País”, talvez o jornal mais influente hoje da Europa, considera que os jornais perderam a centralidade da formação da opinião pública, mas continuam sendo um “contrapoder”, com uma enorme influência, embora menor do que anteriormente à chegada das mídias sociais.


Ele relembrou em recentes entrevistas que os jornais continuam sendo importantes para a institucionalização democrática dos países, embora precisem se adaptar à nova realidade tecnológica.


Já o escândalo das escutas ilegais do jornal britânico “News of the World” fez com que o ex-ministro José Dirceu recuperasse o fôlego, depois de ter sido reafirmado pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel como o “chefe da quadrilha” do mensalão, e voltasse à carga em seu blog na campanha pela “regulação da mídia”, nova maneira de denominar sua permanente tentativa de controlar a informação.


A gravidade do que aconteceu no “News of the World”, com escutas ilegais e chantagens, liga perigosamente a prática de crimes comuns ao jornalismo, o que é inaceitável e põe em risco a própria essência da liberdade de expressão. O jornalismo, instrumento da democracia, não pode se transformar em atividade criminosa.


O interessante é que nem mesmo na Grã-Bretanha, epicentro dessa grave crise do jornalismo, está em discussão uma legislação oficial para controlar meios de comunicação.


São grandes as críticas à atuação da Press Complaints Commission (comissão de queixas sobre a imprensa), órgão formado pelos próprios jornais para se autorregular, e há um amplo debate sobre a revisão de seus critérios para reconquistar a confiança do público britânico.


Mas até agora não apareceu nenhum Dirceu para defender o controle governamental da imprensa.
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O ataque que o pistoleiro de O Globo faz ao ex-presidente Lula e ao ex-ministro José Dirceu, ironizando suas posições sobre a libertinagem que é a comunicação no Brasil, por razão que logo ficará clara deixa de fora um ator importante da democratização da comunicação tentada pelo governo anterior, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Franklin Martins.


Nos dias 9 e 10 de novembro do ano passado, o Governo Federal promoveu o “Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias”, convocado por iniciativa de Franklin. O evento teve a finalidade de debater os impactos das mudanças tecnológicas. O objetivo foi o de fornecer subsídios para legisladores, reguladores, formuladores de políticas públicas e segmentos empresariais e da sociedade civil que lidam com as diversas questões relacionadas às comunicações.


Naquele Seminário, foi possível discutir os rumos das comunicações eletrônicas por meio da troca de experiências com outros países e conhecer os avanços e limitações de seus processos regulatórios. Participaram, como palestrantes, dirigentes e representantes de órgãos de regulação da mídia dos países que detêm as legislações mais avançadas nessa questão. Foram convidados os dirigentes das seguintes entidades:

- Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom/Portugal)

-Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC/Portugal)

- Conselho Superior do Audiovisual (CSA – Conseil Supérieur de l´Audiovisuel/França)

- Comissão de Mercado das Telecomunicações (CMT – Comisión del Mercado de las
Telecomunicaciones/Espanha)

- Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA – Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual/Argentina)

- Office of Communications (Ofcom/Reino Unido)


- Comissão Federal de Comunicações (FCC – Federal Communications Commission/Estados Unidos)
Além dos dirigentes de agências reguladoras da comunicação social dos países mais desenvolvidos nessa área, foram convidados especialistas na área de regulação da Comissão Européia, da Unesco e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).


O convite a essas pessoas e entidades mostra quão falsas são as alegações de Merval. O que se buscava, então, era dar ao Brasil um desses órgãos que todo país civilizado tem. E quando ele diz, em seu texto mentiroso, que isso ERA buscado, é porque o atual governo parece ter abandonado os projetos do governo anterior nesse sentido. E esse é um dos três únicos elementos de verdade no texto mentiroso do colunista de O Globo – os outros serão revelados mais adiante.


Merval afirma que “nem mesmo na Grã-Bretanha, epicentro dessa grave crise do jornalismo, está em discussão uma legislação oficial para controlar meios de comunicação”. Ora, mas é claro que não está em discussão, simplesmente porque essa legislação já existe, além de uma agência reguladora, a Ofcom, que, matreiramente, o colunista de O Globo omite que existe. Não existe apenas a “Press Complaints Commission (comissão de queixas sobre a imprensa), órgão formado pelos próprios jornais para se autorregular”.


De acordo com a exposição de Vicent Edward Affleck, diretor internacional da agência britânica de regulação da mídia, a Ofcom (sigla em inglês para Office of Communications), o órgão é gerido por um colegiado misto, formado pela sociedade civil e funcionários públicos indicados pelo Estado. Além do que, grupos de interesse da sociedade civil atuam ativamente na fiscalização da mídia e acionam a agência em casos que considerem irregulares.


O que pretendia o governo Lula, portanto, era apenas isso, pois não temos nada parecido no Brasil. A mídia faz o que quer, quando quer e como quer. É uma “casa da mãe Joana”. E Merval sabe disso porque participou ativamente do evento promovido pela Secom, que foi, inclusive, mediado por um representante da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). Ou seja: Merval mente.


Mas há dois outros elementos de verdade no texto majoritariamente mentiroso desse sujeito. Um desses elementos está presente quando ele reconhece que “São grandes as críticas à atuação da Press Complaints Commission (comissão de queixas sobre a imprensa), órgão formado pelos próprios jornais para se autorregular”. E que “Há um amplo debate sobre a revisão de seus critérios para reconquistar a confiança do público britânico”.


O que aconteceu na Inglaterra, aconteceu porque, apesar de o país ter uma legislação de regulação da mídia anos-luz à frente da nossa – que, aliás, nem existe –, esse país ainda é, de fato, o mais liberal nesse aspecto. As agências francesa (CSA) e portuguesa (ERC), porém, consideram que a legislação inglesa de autorregulação é responsável pelo escândalo do The News of the World simplesmente porque não se pode pôr a raposa para tomar conta do galinheiro.


De qualquer forma, tanto no Reino Unido quanto nos demais países a legislação é dura e fiscaliza com mão de ferro sobretudo a imparcialidade dos meios de comunicação, principalmente durante períodos eleitorais.


Por fim, o terceiro elemento de verdade na empulhação de Merval Pereira pode ser visto quando ele reconhece que “Com o surgimento das novas tecnologias, os jornais perderam a hegemonia da informação”. Apesar de apresentar o fato como símbolo do poder dos barões da mídia que Lula e José Dirceu colocaram em questão, o dado correto é o de que ela perdeu a hegemonia que detinha.


Nesse aspecto, vale a pena ler texto bem mais honesto de um colega de Merval nas Organizações Globo. Artigo recente do jornalista Paulo Moreira Leite, em seu blog, mostra o fato pelo aspecto correto. É imprescindível a leitura desse texto porque revela a razão do desespero que leva a família Marinho a usar gente como Merval para tentar tapar o sol com a peneira.Leia mais Eduardo Guimarâes.

Um comentário:

VERA disse...

E o artigo sobre as atividades do Robert Murdoch que o Eduardo Guimarães copiou do blog do Paulo Moreira Leite, jornalista da Goebbels, parece referir-se à própria globo, bastando apenas trocar o sobrenome MURDOCH por MARINHO!!!