terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Lei do Medios ao Congresso: a hora é essa

O livro faz uma devassa nos crimes de lesa-pátria da era FHC. A primeira tiragem esgotou-se em menos de 48 horas. Apesar de a mídia não tomar conhecimento do livro, até agora, já é considerado um best-seller.


Muito antes do primeiro dia do governo Lula, a mídia já não apresentava uma única prova concreta em seus ataques ao ex-presidente e ao PT. No decorrer de seus governos, idem. Na gestão Dilma, pior ainda: até um bandido ganhou mais credibilidade junto aos juízes e congressistas, que um ministro. Se desdobrássemos um a um, os ataques seletivos contra o PT que o PiG vomitou na sociedade brasileira na última década e os despíssemos de suas respectivas cargas de preconceito, racismo e xenofobia, não sobraria pedra sobre pedra da maioria deles.


Agora ganha vida própria um conjunto de fatos que conhecíamos meio que intuitivamente. O livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana”, – quase lenda que se tornou pela demora em se materializar – explodiu em nossas cabeças como uma fonte de água no deserto. Ao que se sabe, é um dos volumes de vários que virão em seguida denunciando PSDB, PiG e diversos personagens ligados a diversos partidos. E, ao arrolar, também, políticos do PT, o autor ganha mais credibilidade do que se poderia esperar. Uma aula de jornalismo investigativo que deve ser leitura obrigatória tanto para estudantes de Jornalismo quanto para os de Direito, “A Privataria Tucana” com suas 340 páginas, 112 das quais documentos que provam uma a uma suas revelações, expõe os crimes da quadrilha que dilapidou o patrimônio brasileiro ao longo do governo FHC. Segundo o delegado/deputado federal Protógenes Queiroz – que acaba de requerer a abertura de uma CPI da Privataria – o montante subtraído da nação brasileira durante aquele período ultrapassa a casa dos 200 bilhões de dólares. E como sabemos, o delegado foi desacreditado assim como as operações Castelo de Areia e Satiagraha que denunciaram o banqueiro Daniel Dantas, apenas um dos muitos que compraram empresas de FHC e seu ministro, Serra, a preço de banana.


Não sei ainda se o livro do Amaury aborda, mas já se ventilava há muito tempo, que algumas transações da privataria foram financiadas pelo povo brasileiro, via BNDES. Significa que o Brasil, não só vendeu a preço de banana, como emprestou o dinheiro que os compradores usaram para pagar as parcelas do financiamento! Mais: toda a merreca que pingou mensalmente dessas negociatas nos cofres públicos, foi usada para pagar os juros da dívida que FHC e Serra contraíram junto ao FMI em nome do povo brasileiro. Dá pra ser mais mafioso que isso? Só faltariam os tiroteios para superar “O Poderoso Chefão” de Coppola.


Tão graves são as denúncias contidas e documentadas no livro, que a oposição e sua imprensa golpista estão até agora como baratas de pernas pro ar, incapazes de reagir. Silenciaram até seus ataques contra os ministros de Dilma e carregaram suas manchetes de frivolidades acima do usual. Em fim de carreira anunciada, Serra – personagem central do livro-reportagem ao lado da própria filha e a sócia dela, irmã do banqueiro Dantas – ainda tentou comprar todos os exemplares do livro. Patético ou pateta? Escolham.


Mesmo o livro estando aí, como nuvem negra sobre a cabeça dos tucanos, não vamos nos iludir. A justiça não será feita e os culpados não serão presos, processados ou coisa que o valha. Porque sabemos que, se fossem para a degola, esses mafiosos levariam junto uma legião de políticos, a imprensa que foi sócia deles, os juízes que, pra dizer o mínimo, fizeram vista grossa aos seus crimes lesa-pátria, banqueiros, empresários, advogados e policiais que foram seus cúmplices…


Convenhamos, é muita areia de criminosos do colarinho branco para nosso caminhãozinho de justiça.


Então de que nos serve o livro de Amaury além de encerrar a carreira de Serra e inibir as denúncias seletivas contra o governo Dilma?


Serve para inspirar o PT a reencontrar sua CORAGEM. A mesma coragem que fez Amaury desafiar todos esses tubarões e dar a cara a tapa. A coragem que falta ao governo petista para enviar ao congresso o projeto de regulamentação das comunicações, elaborado pelo ministro Franklin Martins na saideira do mandato Lula. É hora de pagar pra ver. O governo Dilma não precisa pedir licença a ninguém. Recebeu procuração para representar os interesses do Brasil em 31 de outubro de 2010, entregue pelas mãos de 56 milhões de eleitores.


Basta de os governos do PT serem tratados como se fossem concessão das elites ao povo brasileiro. Basta de covardia. É hora de enfrentar a mídia destes grupos que acreditam serem donos do Brasil por desígnios celestiais. É briga de cachorro grande sim. E se essa briga culminar na deposição da presidenta pelo golpe de estado, será, ao menos, resultado de coragem e enfrentamento. É preferível voltar a ser oposição de cabeça erguida, a viver acuado, achincalhado e sabotado diariamente sem poder reagir.


Dilma deve respirar fundo e enviar ao Congresso Nacional o projeto de regulação da mídia que se encontra escondido embaixo de uma pilha de outros, certamente menos importantes para a nação. Não existirá melhor momento que este. Deverá fazê-lo junto com o anúncio da reforma ministerial – na qual, aliás, desejamos que apareça o nome de seu novo e autêntico Ministro das Comunicações. Ou será que a presidenta vai esperar que todos os planetas do sistema solar se alinhem em eclipse para dar este passo?

Um comentário:

CARLO PONTI disse...

Mandou bem Terror, o Bernardo engavetou a Ley dos Médios do Franklin, ainda bem que ele é um bom tecnocrata e vai sair deste ministério. Que o aproveitem em outro lugar, por neste ministério, ele deixou todos ansiosos e frustrados.