sábado, 17 de dezembro de 2011

Quem precisa do PiG?

Com uma das melhores capas de revista dos últimos tempos, Carta Capital dá um banho nas bancas. Ao mesmo tempo em que se destaca, denuncia o jornalismo seletivo golpista de suas principais concorrentes


Não entendo o porquê da indignação geral com a falta da repercussão dada ao livro do Amaury. O que esperavam? Que o PiG – no fundo tão réu, ou mais até, que os denunciados – agisse como imprensa democrática e estampasse o livro em suas capas, com letras garrafais como vinha fazendo em suas denúncias seletivas contra o governo Dilma? FHC traduziu perfeitamente o que a oposição quer vender à opinião pública sobre o livro-bomba: consideram calunioso. Se passaram tanto tempo detonando os governos trabalhistas de Lula-Dilma, se impõem aos seus seguidores-leitores a idéia de que Lula inventou a corrupção em 2002 e Dilma segue a mesma cartilha e, principalmente, se insistem em creditar a FHC o exito do atual governo – enfim – não se podia esperar nada diferente a não ser o silêncio e no máximo pequenas notas tímidas desqualificando livro e autor.


A reação ou omissão de nossa imprensa fajuta não tem a menor importância, sendo ela o que é por dois motivos:


Primeiro, porque já está mais do que provado – o fracasso das recentes tentativas de reeditar as passeatas dos “cansados” e a última pesquisa CNI-Ibope confirmam - que o PiG não tem força mobilizadora e seu jornalismo de esgoto mal sustenta o anti-petismo roxo dos mesmos 3, a 5% fiéis cães raivosos. Sem contar que, a cada dia que passa, apanha mais feio da blogosfera.


Segundo, porque “A Privataria Tucana” independe de qualquer reforço midiático para ser um sucesso editorial estrondoso: o livro “mata a cobra e mostra o pau”. Além disso, o tema da dilapidação do patrimônio brasileiro sob FHC já fez a diferença, embora não fosse tão visceral como passou a ser agora. Foi o carro-chefe dos argumentos que deram a vitória ao PT na campanha eleitoral em 2010. O livro cumpre seu destino de se tornar bestseller vigorosamente. Vendeu 70 mil exemplares (até hoje, sábado, 16/12) e a editora não teve tempo hábil de entregar a demanda (55 mil serão entregues segunda, 19/12).


O “Privataria” parece ter pernas próprias. Aliás, precisamente, o livro tem cabeça, tronco, membros e saúde… muita saúde! Nocauteou o partido da imprensa tanto na esfera jornalística, onde mostra-se mil vezes mais competente e dá aula de jornalismo investigativo – quanto na política – onde FHC e Serra beiram à senilidade ao comentá-lo. Se fosse uma partida de futebol, seria algo como 11 clones de Neymar jogando contra um time de várzea qualquer, dando goleada e olé. (Ops, sem desmerecer as várzeas Brasil a fora.)


A aceitação imediata e expontânea do livro é tamanha, que parlamentares de todo o espectro político fazem questão de assinar a criação da CPI que o deputado Protógenes Queiroz propõe. Alguém já viu fenômeno parecido? Deputados e senadores telefonando ao Protógenes, pedindo para assinar a lista da criação da CPI? Lista que completou 170 e lá vai pedrada assinaturas em dois dias?


Amaury Ribeiro Jr. enquadrou a oposição numa sinuca de bico que praticamente levará o ex-ministro Fernando Haddad ao segundo turno aqui em São Paulo como franco-favorito a ser eleito (se não o eleger em primeiro mesmo). E deverá fazer estragos enormes em e outras praças onde PSDB, DEM e associados planejavam manter ou conquistar prefeituras. Isso, tratando-se do efeito a médio prazo. Porque a coisa vai engrossar muito mais para os tucanos. Serra, na melhor das hipóteses, vai receber cadeira cativa e definitiva na caverna do ostracismo político. Na pior, vai ver o sol nascer quadrado pelos próximos 10 anos em cela comum – já que não tem diploma algum válido em território nacional como bem lembrou o Sr. Cloaca.


O que o PiG faz não é jornalismo. Portanto seu silêncio é oco, inútil e sem importância. Excetuando-se Carta Capital, que cobre o fato já há duas edições, há mais jornalismo na imprensa estrangeira sobre o livro do Amaury - EUA, Portugal e França, só para citar alguns exemplos - que na nossa.



O JN de ontem exibiu matéria contra a Argentina da era Kirchner, acusando – tsk! – a presidente Kirchner, re-eleita de forma arrasadora, de conspirar contra a liberdade de imprensa – só rindo mesmo! – ao pretender controlar todo o mercado da indústria de… papel! Alega o ‘jornalismo” da Globo que o propósito de Cristina Kirchner é impossibilitar o PiG portenho de imprimir seus jornais! Se é assim, com esses argumentos, que a Globo pretende proteger seu oligopólio inconstitucional, estamos feitos! Mais uma razão para que Dilma envie o projeto de regulamentação da mídia ao congresso no início de 2012.


Coragem presidenta, o cachorro do PiG late, mas morde cada vez menos.


2 comentários:

Anônimo disse...

Quem precisa da Cartacapetralha, senão os petralhas?

Tirem o financimento público dessa chapa-branca e vocês vão ver onde ela irá parar.

Vigaristas!

Veralula disse...

Tirem os MILHÕES que os tucanalhas DOAM à Abril, Grobo, Isto é etc "e vcs verão onde eles irão parar" ...

TUCANALHAS LADRÕES!!!