segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Revista veja reinventa a “trama dos falsários” para blindar o PSDB


Para desviar a atenção da enorme repercussão das graves denúncias de corrupção no governo de Fernando Henrique Cardoso e das disputas internas dentro do PSDB envolvendo José Serra e Aécio Neves, publicadas no livro “A Privataria Tucana” recém lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., a revista Veja não poupou o melhor do seu jornalixo na edição desta semana.
A revista desenterrou a história da chamada “lista de Furnas”, descoberta em 2006 durante as investigações do Mensalão do PSDB em MG. O documento contém os nomes de 156 políticos beneficiados com caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2002, entre os quais estão Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
O jornalixo da revista Veja conta com a desinformação, a indignação seletiva e a falta de memória do seu leitor para convencê-lo de que houve uma “armação petista” para falsificar a lista. Esta hipótese foi levantada ainda em 2006 pelos partidos de oposição ao governo Lula, numa tentativa de desestabilizá-lo naquele ano eleitoral.
A questão é que a Polícia Federal, ainda em 2006, divulgou laudo sustentando a autenticidade da lista, conforme noticiou a Folha Online na época:
6/06/2006 – 09h50

Novo laudo da PF indica que lista de Furnas é autêntica

RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal confirmou ontem a autenticidade da chamada “lista de Furnas”, documento de cinco páginas que registra supostas contribuições de campanha, num esquema de caixa dois, a 156 políticos durante a disputa eleitoral de 2002. No total, eles teriam recebido R$ 40 milhões.
Segundo a assessoria da direção geral da PF, em Brasília, perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) concluiu que a lista não foi montada e que é autêntica a assinatura que aparece no documento, de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, empresa estatal de energia elétrica. A PF informou, contudo, que não tem como atestar a veracidade do conteúdo da lista. Os papéis citam empresas que teriam colaborado para um caixa dois administrado por Dimas Toledo.
Entre as campanhas eleitorais supostamente abastecidas pelo esquema estão as do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, hoje candidato à Presidência pelo PSDB, do ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), atual pré-candidato ao governo paulista, e do atual governador mineiro, Aécio Neves (PSDB). As campanhas em 2002 teriam recebido, respectivamente, R$ 9,3 milhões, R$ 7 milhões e R$ 5,5 milhões. Tucanos negam.
Na edição desta semana, a revista Veja simplesmente ignora a comprovada autenticidade da lista para criar mais um factóide contra o PT e ocultar de seu leitor as denúncias do momento envolvendo o PSDB de FHC, José Serra e Aécio Neves.
Por que a revista Veja não quis repercutir as denúncias de corrupção no PSDB, fartamente documentadas no livro de Amaury Ribeiro Jr.?
Por que a revista Veja preferiu requentar velhas e falsas denúncias contra o PT ao invés de explorar as novas contra o PSDB?
Com exceção dos habituais leitores da Veja, todo mundo já sabe a resposta.

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