quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Intelectuais verdadeiros se comprometem com o Brasil para além da academia

Sabemos que a democracia no Brasil encontra-se novamente ameaçada.
Sabemos que grupos de direita que contavam com a via eleitoral para retornar ao poder, visando abocanhar o petróleo e o pré-sal  e vendê-los juntamente com a Petrobras. hoje fazem alarido criminoso em todo o País para emocionar a população.  
É explícita a movimentação “terceiro turnista” dos perdedores das eleições de 2014, que querem de todas as formas tomar o poder depondo a Presidenta Dilma, eleita constitucional e democraticamente pela maioria de nosso povo brasileiro.
A aliança diabólica que a direita imoral faz com a mídia despudorada e entreguista para, a cavalo das calúnias, das injúrias, das difamações, do desmerecimento da democracia, do povo que vota e dos direitos sociais, tenta tumultuar a governabilidade promovendo campanhas subversivas pelo impeachment da Presidenta. 
As análises mais justas e corretas dessa conjuntura indicam que grandes interesses internacionais agem por trás dos lacaios entreguistas e traidores daqui. Eles impuseram representantes seus nos ministérios, notadamente na economia, na agricultura e no desenvolvimento, com o claro objetivo de empurrar o governo para o campo de seus interesses mesquinhos e aviltantes dos direitos sociais. 
Mas, como diz o documento dos intelectuais muito bem e concisamente elaborado, eles querem mesmo é a Presidência da República. A eles não interessa se a Presidenta é honesta ou não, mas sim tomar o poder. 
Diante das nuvens pesadas que se abatem sobre o Brasil, como ocorre em todos os Países que se opõem ao imperialismo, por exemplo Argentina, Venezuela, Bolívia, Rússia e outros, há reações diversificadas na sociedade, via de regra desinformada e facilmente manobrável. 
Uma é a dos apáticos que não se comovem porque não percebem os riscos da bandalheira que a direita tenta provocar. Para estes tanto faz como tanto fez. Divertem-se e brigam por times de futebol, bebem e comem com os amigos, participam de cultos e missas totalmente alheios ao seu País. São verdadeiras antas de asfalto.
Outros, como esgotos, bebem as mentiras despejadas pela mídia e passam a opinar com o mesmo discurso roto e sujo da Globo e da revista lixo Veja. Pior, esse seguimento é tão visão sombria que ainda defende as ideias da mídia familiar corrupta com unhas e dentes como se fosse dono da verdade. São violentos e irracionais. 
Outros se empoleiram em igrejas para clamar pelo golpe militar, numa verdadeira e escandalosa heresia pecaminosa contra o Brasil. Esperam um milagre caído do céu, de preferência vindo dos Estados Unidos. 
Os ditos graduados, mestres e doutores que se alienam silentes diante da barbárie que nos ameaça não passam de falsos intelectuais, meras Maria vai com as outras, sem postura e patriotismo. São espumas vazias a enfeitar inutilmente o sistema de exploração. Muitos deles gabam-se de serem doutores e até dependuram placas com o nome e o “dr.” na entrada de seus gabinetes ou as colocam sobre suas mesas como ornamento de ostentação vazia, sem o menor significado prático em termos de defesa deliberada e educativa de seu País. Seus olhares não ultrapassam as mesquinharias de seus negócios, geralmente em decadência com a crise. 
As pautas de conversas desses falsos e intitulados intelectuais não passam de boataria, de individualismo e de bobagens do cotidiano. Na verdade, eles pensaram mal e porcamente quando na juventude desenvolveram alguma militância e na universidade leram alguns livros, coisa que deixaram para trás no seu afã de aboletar ao lado de traidores. No momento de seu profundo sono não pensam, não refletem e perderam o senso de inteligência na relação com a realidade conflitiva. São intelectuais apenas nas titulações de araque que dependuram em seus quadros em casa ou no escritório. 
Felizmente há intelectuais verdadeiros e comprometidos, que sabem o lugar correto de se pensar com justiça em favor do Brasil, dos direitos sociais dos trabalhadores e do nosso povo. 
No manifesto do dia 20 de fevereiro de 2015, elaborado pelos maiores intelectuais brasileiros, vê-se compromisso realmente intelectual com o Brasil, com a democracia, com o povo e com a justiça social. Estes sim, até mesmo na linguagem do texto, demonstram pensar nosso País e angustiar-se com a tragédia de a direita abortar e matar a jovial democracia que vivemos, mesmo com muitas imperfeições. 
Destaco algumas frases do eloquente documento, divulgado amplamente pela mídia online, principalmente.
O documento denuncia aos gritos as intenções da campanha para destruir a Petrobras. “A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.
Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.”
Os verdadeiros intelectuais não temem identificar as intenções golpistas por trás dessa onda denuncista e hipócrita. “.. esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.”
A manifestação dos intelectuais foi tão autêntica que atingiu as veias da Rede Globo, que o atacou com desdém ciumento e golpista. 
O que fazem aqui no Brasil o imperialismo já fez e faz em outros países como já praticou aqui quando da morte de Getúlio Vargas e do golpe no dia 1º de abril de 1964.
É necessário que, além dos manifestos corretos, as lideranças sindicais, políticas e dos movimentos sociais acordem e ponham as multidões nas ruas, antes que seja tarde.
Nas ruas se promove a resistência e a educação política. 
Dom Orvandil Moreira Barbosa. Editor do blog +Cartas e Reflexões Proféticas, Presidente da Ibrapaz,  bispo anglicano e professor universitário. E-mail:[email protected]


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