WASHINGTON - A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã pode ser a última chance para de a República Islâmica evitar novas sanções no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), disse nesta quinta-feira, 13, um alto funcionário do governo dos EUA.
"Eu penso que nós veremos a visita de Lula como talvez a última grande cartada pelo engajamento", disse um alto funcionário do Departamento de Estado, pedindo anonimato.
Ao mesmo tempo em que o funcionário americano deu essas declarações, a Casa Branca informou que o presidente Barack Obama telefonou para seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, e ambos concordaram em instruir seus negociadores a intensificar os esforços para aprovar novas sanções contra ao Irã.
Segundo o comunicado divulgado pelo governo americano, no telefonema os presidentes discutiram o "bom progresso" feito pelos negociadores e "concordaram em instruir suas equipes para intensificar seus esforços para encontrar uma conclusão o mais rápido possível".
A divulgação do comunicado se dá no momento em que Lula se encontra na Rússia para conversar com Medvedev justamente sobre o programa nuclear iraniano. Lula se ofereceu para mediar a negociação entre Teerã e as potências nucleares para evitar a imposição de sanções, ao tempo que quer persuadir o Irã a cooperar com a comunidade internacional para dissipar as suspeitas de que seu projeto atômico tenha fins militares.
Lula está em Moscou e deve visitar o Irã entre os próximos dias 15 e 17. Em Teerã, o presidente brasileiro deve se encontrar com o mandatário iraniano, Mahmoud Ahmadinejad; com o supremo líder do país, o aiatolá Ali Khamenei; e com o presidente do Parlamento, Ari Larijani.
Conselho de Segurança
Entre os membros permanentes do Conselho de Segurança, EUA, França e Reino Unido pressionam pela aplicação das resoluções contra os iranianos. A Rússia já avisou que só será a favor das sanções caso elas não afetem a economia do Irã, país com o qual mantém comércio e cooperação bilateral, inclusive na área nuclear. Já a China opõe-se às medidas e pede mais diálogo.
Os países que apoiam as sanções alegam que o Irã não coopera transparentemente com as investigações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e que, com isso, busca a produção de armas atômicas. Teerã, porém, nega e diz que enriquece urânio apenas para produzir energia elétrica para seu reator de pesquisas. AE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário