O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cancelou, por meio de nota oficial, o apoio à proposta de fusão dos grupos Pão de Açúcar e Carrefour. A presidenta Dilma Roussef já havia orientado, na segunda-feira 11, que a instituição se mantivesse fora do negócio, o que foi acatado pela diretoria.
O banco cancelou o financiamento após o conselho administrativo do grupo Casino, sócio francês da Companhia Brasileira de Distribuição (Pão de Açúcar), apresentar relatório apontando a ilegalidade da proposta e se negando a negociar. Com isso, a instituição alega que as condições para o financiamento foram desfeitas, pois o BNDESPAR colocou como condicionante o “entendimento entre todas as partes” envolvidas na operação.
O BNDES poderia investir cerca de 4 bilhões de reais na fusão.
Negócio
O impasse começou há algumas semanas quando Abílio Diniz, um dos donos do Pão de Açúcar, anunciou a intenção de fundir o grupo ao Carrefour. Juntos, os dois varejistas deteriam 70% do mercado brasileiro nas regiões onde têm mais alcance, como São Paulo. Segundo Cláudio Felisoni de Angelo, professor da Faculdade de Administração da USP e coordenador do Programa de Administração em Varejo (PROVAR), essa porcentagem é similar à praticada na Europa e não é problemática se observada genericamente. A análise deve ser feita por áreas de influência.
Mas o especialista acredita que o monopólio formado pela fusão entre as gigantes possibilitaria o aumento de preços, prejudicando o consumidor. “É inaceitável, se o Cade não fizer modificações, como a transferência de propriedades para concorrentes”, afirma
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