sábado, 6 de dezembro de 2008

DE OLHO NO PRESENTE E NO FUTURO

05/12/08

Luiz Alberto Marinho

E agora os brasileiros estao planejando as compras para o futuro

A apreensao das empresas em relaçao ao futuro e aos efeitos da crise financeira internacional no comportamento dos consumidores está alimentando um novo negócio - toda semana sai uma nova pesquisa ou é realizado um novo seminário sobre o estado de ânimo dos brasileiros diante da crise. Nesta 4a feira, aqui em SP, a Deloitte e a Gouvêa de Souza fizeram as 2 coisas, ou seja, promoveram um seminário e divulgaram os resultados de uma pesquisa feita na 1a quinzena de novembro com mais de 500 brasileiros das regioes Sul, Sudeste e Nordeste. Os resultados sao coerentes com outros estudos que têm sido divulgados no país e mostram que, apesar das notícias preocupantes veiculadas pela mídia, o consumidor brasileiro ainda está animado.

Para você ter uma idéia, apenas 27% dos entrevistados se mostraram otimistas em relaçao ao mundo e só 30% estavam confiantes no futuro do Brasil. Mas quando o assunto é a situaçao da sua própria família, o percentual dos otimistas sobe para 50%. Como a referência dos brasileiros é o seu microcosmo, ou seja, a família, o círculo de amigos e os vizinhos, enquanto nao houver efeitos práticos da crise, seja na forma de desemprego ou de inadimplência, nesse mundinho mais próximo, haverá cautela, mas nao mudanças drásticas no comportamento desse pessoal, garantem os especialistas da Deloitte e da Gouvêa. Prova disso é a intençao de 61% dos brasileiros que querem viajar nos próximos 2 anos. Existe, entao, uma grande oportunidade para hotéis, companhias aéreas e comércio, porque 91% dos que querem viajar devem fazê-lo aqui mesmo em nosso país.

Além disso, 22% dos entrevistados pretendem comprar nos próximos 2 anos casa própria, 18% mantém os planos de adquirir um carro novo e 16% querem levar para casa nesse período computador e TV de plasma. Nesse caso, diante do alto nível de desejo dos consumidores, o desafio da indústria e do varejo será gerar condiçoes que viabilizem a compra. Por outro lado, produtos como geladeiras, fogoes, eletroportáteis e móveis enfrentarao mais dificuldades. Nao em funçao da crise, mas porque esses itens foram muito vendidos nos últimos anos e o prazo de recompra desses produtos nao é curto.

Outra tendência importante registrada pela pesquisa da Deloitte e da Gouvêa de Souza é o aumento dos gastos com alimentaçao fora do lar. Com mais gente trabalhando e por isso mesmo com menos tempo e disposiçao para enfrentar a cozinha, a participaçao da alimentaçao fora de casa no orçamento familiar deve aumentar cerca de 4%. Vale dizer que hoje, em média, 15% do orçamento da família é gasto com alimentaçao fora de casa, para alegria dos restaurantes e das lanchonetes de fast food.

Nenhum comentário: