quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O JEITO KASSAB DE GOVERNAR



Kassab derruba prédios e despeja moradores no centro de SP


Até sexta-feira, o edifício Mercúrio ficará tão deserto como o prédio que é seu irmão siamês: o São Vito, o famoso "treme-treme", fechado desde 2004. É o prazo máximo dado pela prefeitura de São Paulo para os moradores abandonarem completamente os 24 andares e seus 84 apartamentos. Aquele quarteirão e mais dois vizinhos no centro da cidade serão demolidos para virarem uma praça próxima ao Mercado Municipal.


"Praça nas redondezas só serve de abrigo para mendigo e nóia fumando crack. Com a falta de moradia que tem nessa cidade, os homens decidem derrubar dois prédios como esses." Quem se queixa é Luisa Helena Salles, que trabalha de camelô na região do Brás e habitava com três filhos um apartamento no sétimo andar há 11 anos.

Como ela, boa parte dos habitantes do Mercúrio trabalham no comércio informal do centro. Outra parte é de aposentados, remanescentes de tempos melhores na região. "Só de pensar que vou abandonar o centro pela primeira vez na minha vida me dá vontade de chorar. Se eu tivesse bem das pernas, andava o tempo todo pelas ruas daqui", se emociona Terezinha Leitão, aposentada do Poder Judiciário.

A senhora de 77 anos, 22 deles morando naquele quarteirão, diz que teve "um choque" quando recebeu numa manhã o oficial de Justiça. "Era um colega meu trazendo a notificação. No final, servi um café para ele, e conversamos", conta a moradora do apartamento 175, entre samambaias de plásticos e uma vista esplendorosa que inclui a torre branca do Banespa e as cúpulas azuis da catedral da Sé em meio ao paredão de prédios.

Terezinha e Luisa vão agora morar juntas em uma casa em Artur Alvim, distante bairro da Zona Leste, onde encontraram um aluguel similar aos R$ 450 que pagavam por suas quitinetes. "Fiquei apavorada quando vi o papel da prefeitura. Foi muito desgastante achar um lugar e ver tudo o que está acontecendo aqui", reclama Luisa Helena. Outros despejados vão parar de favor em casas de parentes e amigos em lugares como Mauá ou Grajaú.

Para piorar a situação, os moradores se queixam que a síndica está ficando com parte do auxílio aluguel dado pelo município. "Sabemos que a prefeitura está oferecendo R$ 4.800 por inquilino, mas só estamos recebendo R$ 2.400. Todos aqui estão querendo bater nela", afirma a desempregada Maria Selma Silva, que está sem lugar para ir com os dois filhos gêmeos de dois anos e o marido que sustenta a família fazendo bico na rua 25 de Março, pólo do comércio popular em São Paulo.

A pressa para desalojar os moradores aconteceu porque a licitação para demolição foi interrompida na Justiça justamente pela presença deles por lá. A implosão pode ser descartada caso haja ameaça de afetar a estrutura do Mercado Municipal, além de criar uma altura de seis andares só de entulho a ser retirado durante meses.

A demolição na ponta da marreta, apesar de bem mais demorada, pode ser a solução. A idéia é ter uma área verde entre o Mercadão e o Palácio das Indústrias, antiga sede municipal, que deve virar um museu do brinquedo. Pelo plano de revitalização do centro, também deve sumir do mapa o viaduto Diário Popular, vizinho aos prédios.

Comentário.

E esse desgraçado, no debate da Band, disse que o governo dele não despejou ninguém. Mentiroso, filho de uma puta. Belo presente de Natal deste a esses moradores sofridos.E danado é ter de aturar a Uol que, para não melindra esse safado, publica: PRAÇA DERRUBA PRÉDIO. Foi a praça, permita-me a expressão, um caralho.Largue de ser cínico, bando de jornalista vendido, quem derrubou o prédio foi Kassab.

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