segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cachoeiraduto: as digitais de Zé bolinha de papel começam a aparecer

Ex-mulher de Cachoeira pilota braço de genéricos
Ex-mulher de Cachoeira pilota braço de genéricos


Na partilha da separação, fábrica Vitapan, em Goiânia, ficou com a discreta Andréa Aprígio; Operação Monte Carlo prendeu o irmão dela, Adriano, diretor financeiro da empresa; remédios da companhia contaram com lobby do senador Demóstes Torres na Anvisa


Marco Damiani _247 – Bonita, elegante e frequentadora das colunas sociais da imprensa de Goiânia, Andréa Aprígio de Souza é a face mais simpática do esquema de poder, influência e contravenção que fora pilotado em Goiás pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, preso em Mossoró, no Rio Grande do Norte, pela Operação Monte Carlo. Eles formaram um casal feliz por quase vinte anos, mas se separaram, em 2006, um ano depois da eclosão do escândalo do Mensalão. O comentário na cidade, naquele tempo, era o de que ambos continuavam apaixonados, decidindo pela separação formal para proteger os bens familiares frente a possíveis determinações judiciais. Pela partilha, Andréa tornou-se dona do laboratório Vitapan, inicialmente repassado a dois de seus irmãos. A empresa era a mais vistosa fonte de recursos legais de Cachoeira. Mesmo depois da separação, ele continuou despachando dali. O irmão de Andréa, Aprígio de Souza, permaneceu no mesmo posto que ocupava antes, o de diretor-financeiro da companhia. As contas bancárias da companhia foram bloqueadas pela Justiça, a pedido da PF, mas um mandado de segurança, de fevereiro deste ano, conseguiu o desbloqueio. Na condição de diretor financeiro, Aprígio foi preso pela Monte Carlo sob suspeita de gerir, como tesoureiro, parte das finanças ilegais de Cachoeira.


Filha de professores, patrona de causas sociais e discreta, Andréa também tornou-se sócia, no lugar de Cachoeira, do ICF – Instituto de Controle de Fármacos. Ali, outro sócio é o empresário Marcelo Limírio, por sua vez sócio do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) na Nova Faculdade, em Contagem (MG). O ICF é a empresa encarregada de dar a primeira certificação de qualidade aos medicamentos genéricos produzidos em Goiás. Pelo conteúdo até aqui divulgado dos grampos feitos pela PF, já se sabe que Demóstenes costumava fazer pesadas gestões na Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária --, em favor da Vitapan.


"Cachoeira fabrica, indiretamente, pela Vitapan, obtém certificaçao no ICF e ainda faz lobby na Anvisa por meio de Demóstenes", elenca o ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula."Só no Brasil coisas como essa acontecem".


Hoje, no entanto, a relação sentimental entre Andréa e Cachoeira parece, definitivamente, coisa do passado. Ele estava vivendo, até ser preso, com Andressa, ex-mulher do suplente do senador Demóstenes, atual secretário de Infra-Estrutura de Goiás, Wilder Morais. Acredita-se que seja nesta pasta que Cachoeira exerça sua maior influência na estrutura de poder do Estado, por meio da indicação de contratados.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nada vai acontecer contra o Serra nesta história do Cachoeira, como nada aconteceu até agora com a Privataria Tucana. E isso porque o PT se caga de medo do PSDB. Não só do PSDB. Do DEMO também. Até daquela bichinha histérica da Bahia, neto de Toninho Malvadeza, o PT tem medo.

Teresa Barbosa disse...

É senador Demóstes, essa sua cara de cidadão acima de qualquer suspeita, não convenceu ninguém. Esdtá provado que nem tudo que reluz é ouro e nen tudo que balança cai. Como diz o diatado: quem se mistura com porcos, farelo come.

Anônimo disse...

A ROBOCRACIA disfarçada de Democracia está em todas as esferas institucionais publicas ou privadas....

Para ter conserto, só se a Sociedade como um todo chegasse a um entendimento único...

Coisa que para o Brasil parece o fim do Mundo.....