Frase do estadual Carlos Antônio (PSD) vem acompanhada de um “ahhhhh!” da platéia de professores que o escutava, em reunião em Anápolis; ele completa: “não foi pra mim...”; fica no ar a suspeita de toma-lá-dá-cá na assembleia legislativa; vídeo
Marco Damiani _ 247 – Está no Youtube para quem quiser ver, ouvir e tirar suas próprias conclusões. Durante uma reunião com professores, cerca dois meses atrás, em Anápolis, o deputado estadual Carlos Antônio, do PSD e integrante da base do governo de Goiás, admite ter obtido R$ 150 mil em verbas para a realização de reformas em escolas que ele próprio indicasse.
Da maneira como ele coloca a questão, porém, a platéia é levada a entender que o repasse fora feito em troca de ele votar a favor de um projeto de lei que atenderia a interesses do governo e desagradaria ao professorado. Também, num primeiro momento, pode-se ter a impressão de que ele pegou para si próprio os R$ 150 mil, mas ele tranquiliza os presentes:
- Eu vou falar para vocês aqui, alguém comentou, em cima do que a senhora disse é que eu vou responder, alguém comentou que os deputados receberiam 100 mil reais para votar no projeto.
- 150 mil.
- Não é verdade? Alguém disse isso, continua o deputado. Não se assuste com o que eu vou dizer. Eu..., calma..., deixa eu completar, eu não vou mentir: eu recebi 150 mil!
- Ahhhhhhh!!!!!!!!, suspira a platéia.
- Calma, calma. Mas não foi para mim... Certo? E não foi, presta atenção, não foi assim ‘pega 150 mil e vota’. Não! Chegou-se na reunião, antes de qualquer conversa, e se disse: os deputados que têm escolas em estado de precariedade ...
- ... podem indicar escolas que receberão o valor “x”, 50 mil. Mas não assim, olha, toma e vota, não foi assim... Eu indique a Gabriel Issa, a Plinio Jaime e a Helena Erasi.
- Ahhhh! As que não entraram em greve...
- Não, foi antes da greve, foi antes da greve.
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Uhuhu!!!
Fica claro que a reunião que o deputado se referiu ocorreu entre parlamentares da base do governo e representantes da administração estadual.
Neste momento, 13 deputados estaduais já assinaram um pedido de abertura de uma CPI da Segurança Pública na Assembleia Legislativa. A comissão pode escarafunchar os motivos para a elevação dos índices de criminalidade no Estado e esmiuçar as relações entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e a máquina pública. O parlamentar Carlos Antônio é um dos que não assinaram o requerimento.
No Youtube, o vídeo anexado em 15 de fevereiro deste ano é acompanhado do seguinte texto-legenda:
Em reunião com professores no colégio estadual Gabriel Issa o Deputado Estadual Carlos Antonio (PSC / Goiás) confessou para todos que ali estavam, que recebeu R$ 150.000,00 (Cento e cinquenta mil reais ) do Governo do Estado para votar contra os professores do estado. Carlos Antonio ainda disse que errou ao votar em tal projeto pois não sabia de que se tratava. Quanto ao dinheiro recebido o deputado explicou que não ficou com ele, disse que distribuiu para 3 escolas de Anápolis-GO.
Obs: Esse vídeo foi editado e usado o trecho a partir de 8 minutos, o original com o conteúdo completo poderá ser visto aqui.
Um comentário:
Toda essa história não vai dar em nada. O congresso se borra de medo do PSDB e do DEMO, embora este último, desde muito tempo, já esteja em estdo de decomposição. Mas o Demóstenes Torres, vulgo Senador 30, sabe que muitos lá têm o rabo preso às roubalheiras do DEMO e da privataria tucana.
Até aquela bichinha histérica da Bahia, neta de Toninho Malvadeza, tem o topete de falar de ética. É o cúmulo da ousadia.
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