Por
Davis Sena Filho — Blog Palavra
Livre
Aécio Neves é desconhecido da
maioria dos brasileiros e tem fama de playboy e elitista. |
O
senador Aécio Neves, do PSDB mineiro, por ser neto do político legalista e
avesso à gorilagem, Tancredo Neves, comporta-se ideologicamente como um
direitista light, como se estivesse envergonhado, porque no fundo é um liberal,
na acepção da palavra. O economista Maílson da Nóbrega, homem ligado
profundamente aos interesses dos banqueiros, foi ministro da Fazenda do
ex-presidente José Sarney, que atualmente ocupa a presidência do Senado Federal,
além de ser, inacreditavelmente por causa de sua história, alvo da imprensa de
mercado e de direita, que o não tolera por ele compor a base política do Governo
Federal no Congresso. Nada como um dia após o outro. Logo os barões da imprensa,
que adulavam e foram muito beneficiados por Sarney, tentaram, há poucos anos,
derrubá-lo da presidência do Senado, no período de quando Lula era
presidente.
Maílson
para quem não sabe ou não se lembra saiu do Ministério com a inflação a bater
perto dos 80% ao mês, ou seja, quase 1000% ao ano. Sua administração foi uma
lástima e um desassossego para o povo ao tempo que um processo financeiro
formidável para os ricos e os muitos ricos, que deitaram e rolaram com o mel na
sopa elaborado pelo chef de cozinha da máquina estatal Maílson da Nóbrega. Tal
personagem ainda teve a ousadia de chamar de legado a hiperinflação que ele não
conseguiu combater para diminuí-la.
Tal
professor de economia, ao contrário de Aécio Neves, não se importa em ser
considerado de direita, como ocorre até mesmo com cidadãos comuns que dissimulam
suas razões ideológicas em um simples bate-papo. Pelo contrário, ao perceber
que o governo trabalhista da presidenta Dilma Rousseff efetivaria, de fato, a
queda das taxas de juros, Maílson, um dos porta-vozes da direita brasileira e
do establishment
internacional quando se trata dos interesses dos banqueiros prontamente avisou
através da mídia de negócios privados que os seus patrões não estavam nada
satisfeitos e que não iriam aceitar a nova realidade implementada pelo
governo.
Os
artigos recentes de Aécio Neves, na Folha de S. Paulo, e de Maílson da Nóbrega,
na Veja, retratam, fidedignamente, que esses dois personagens quase surrealistas
não têm nada a acrescentar no que diz respeito à economia e a alguma proposta de
governo e projeto de País para oferecer ao povo brasileiro. Aécio falou e falou,
mas não disse nada, pois fez críticas simplórias, sem substância e fundamento,
além de defender o indefensável, que foi sua atitude no que é relativo à
diminuição do preço da tarifa de energia, juntamente com outros governadores
tucanos, inclusive o atual de Minas, Antonio Anastasia, o que me leva a pensar
que o político mineiro optou por defender os interesses dos acionistas e dos
rentistas, em vez dos interesses da população e dos empresários, que,
publicamente, apoiaram o Governo, bem como criticaram acidamente a imprensa
alienígena e os governadores tucanos. Esta é a verdade. O resto é conversa para
boi dormir.
Maílson foi o ministro da hiperinflação e mesmo assim quer ditar regras. |
Quanto
a Maílson da Nóbrega, simplesmente é visível sua desenvoltura para defender
aqueles que estão acima do bem e do mal, de acordo com o que eles pensam por
terem muito dinheiro e influência. Considero tal figura como um papagaio de
pirata, um menino de recado, subserviente, regiamente bem pago para fazer o que
sabe: defender o que deu errado, como ocorre agora na Europa, e não é necessário
explicar o porquê, além de jogar no ventilador dúvidas, distorções,
dissimulações e até mentiras para receber o apoio do cidadão conservador e
confundir a classe média e a alta sociedade de perfil reacionário,
despolitizado, ressentido, alienado e colonizado, mas tão ou mais cruel que o
pica-pau do desenho animado.
Aécio
Neves e Maílson da Nóbrega são o que a direita têm, mas não são ouvidos pelo
povo brasileiro. Maílson é ainda mais enfadonho e cansativo, porque sabemos que
ele é apenas um capataz de banqueiro e porta-voz dos empresários de comunicação,
que não estão nem aí para o País, mas que abrem, por exemplo, as portas da Globo
News para que tal executivo fale suas abobrinhas para a classe média ressentida
e os colunistas ou comentaristas de direita que têm a cara-de-pau de repercutir
tanta incongruência, desfaçatez e insensatez, ou seja, asneiras. Maílson poderia
contar piadas, igual a um comediante.
A
razão disso é porque, indelevelmente, suas palavras não condizem com a realidade
pela qual passa o Brasil. Somente isso. Já Aécio Neves vai ter de falar muito
para convencer, viajar muito, apresentar suas propostas e os resultados de seus
governos em Minas Gerais, e, sobremaneira, descolar-se da sua imagem de playboy,
de mauricinho irresponsável, de boêmio e até mesmo de ébrio, como ocorre na
blogosfera, que, inegavelmente, é um poder midiático considerável.
Principalmente a de esquerda. A única coisa que eu não sei é se o político
mineiro vai fazer uma campanha de tão baixo nível como foram as de José Serra,
que está a se fingir de morto, como se comportam os gambás quando cercados por
cães de caça ou de guarda. É isso aí.
Nenhum comentário:
Postar um comentário