Gilmar Mendes é a mais perfeita e acabada forma de um hipócrita.No voto de ontem, sobre financiamento empresarial de campanha, esse defensor de empreiteira, banco, plano de saúde, construtora, passou 5 horas acusando o governo Lula, Dilma e o PT. De outro lado, não deu uma palavra sobre a vantagem do financiamento empresarial de campanha, que era o que estava em questão.
Segundo Gilmar, o PT é o único culpado por toda sorte de corrupção que ocorre no Brasil.Os demais partidos só têm santo, a começar pelo PSDB e o DEM.
Gilmar Mendes, cinicamente, fez de conta que não serviu a um governo que comprou a emenda da reeleição, a maior causa de tanta roubalheira neste país, e promoveu dezenas de privatizações selvagens, inclusive da Vale do Rio Doce, cujo processo, que tinha FHC como réu foi, arquivado quando Gilmar Mendes assumiu a presidência do STF.A propósito, Gilmar Mendes também arquivou a ação por improbidade administrativa movida contra Serra, que ação que o condenou, junto com outros tucanos, a devolver R$ 200 milhões de reais(valores de 1998) à União.
Gilmar Mendes usou tanta leviandade no seu voto que teve o desplante de dizer que o PT recebeu tanta propina, nesses 13 anos de governo, inclusive internado em paraísos fiscais, que dá para se manter no cargo de presidente até o ano de 2038, sem precisar de doação de campanha.Veja que absurdo!
O que me revolta é que nem um dos 11 ministros encarou Gilmar Mendes, pra dizer a ele que o tema em questão não era o Mensalão e a Lavajato, mas sim o financiamento empresarial de campanha. Todos enfiaram o rabinho entre a cloaca e não deram um pio.Salvou-se Ricardo Lewandowski, que, ao final da sessão, permitiu que o advogado da OAB fizesse uso da palavra, o que fez com que Gilmar Mendes, grosseiramente, retirasse do Tribunal.
Ainda bem que, para o bem do Brasil e maior lisura do processo eleitoral, o Supremo Tribunal Federal derrubou, por 8 votos a 3, o financiamento empresarial de campanha eleitoral, o que deve ter deixado Gilmar Mendes muito triste, afinal, o sonho dele era que empreiteiras, bancos, planos de saúde, empresas terceirizadas continuassem irrigando dinheiro de propina para campanhas de seus aliados tucanos, tais como Serra, Alckmin, Aécio Neves.Não por acaso, o PSDB votou em peso pelo financiamento provado de campanha.
De nada adiantou Gilmar Mendes reter, por interesses inconfessáveis, o processo na sua gaveta por quase dois anos.O final foi esse:Gilmar foi fragorosamente derrotado pela maioria do STF.
Agora, vencida a primeira etapa, cabe a nós lutarmos para que Dilma vete o projeto de lei que mantém o financiamento empresarial de campanha.A pressão será grande, tanto mais agora em época de ajuste fiscal, mas confio que Dilma não se curve a esses achacadores que labutam na Câmara dos Deputados.
Confio também que o presidente do PT não se dobre e processe, como prometido, o senhor Gilmar Mendes, a maior vergonha da Justiça do Brasil.
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