Lula Miranda
Poeta, cronista e
economista. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa,
tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo
Média
O seu chefe direto pode ser um canalha. O seu gerente. O seu diretor.
A empresa em que você trabalha pode estar nas mãos de canalhas.
Os canalhas se apoderaram dos partidos políticos.
O presidente da Câmara pode ser um canalha.
O presidente do Senado pode ser um canalha.
Um juiz da Suprema Corte pode ser um canalha.
Um desembargador que dá habeas corpus a traficantes (e outros bandidos) pode ser um canalha.
O prefeito da sua cidade pode ser um canalha. Boa parte da câmara municipal de sua cidade é composta por canalhas.
O governador do seu estado pode ser um canalha.
Um canalha pode vir a ser presidente da República!
O que fazer então para combater essa praga dos canalhas que se
espalha pelo tecido social, tal qual um carcinoma em acelerada
metástase?
Para combater um canalha recorra ao Ministério Público; à Polícia Federal; à Justiça.
Mas, adverte-me você, os canalhas já se apoderaram do MP, da PF e da Justiça.
Os canalhas são ubíquos, onipresentes.
O pastor da sua igreja pode ser um canalha.
O dono do "jornalão" que escreve editoriais cheios de "verdades" e "virtudes" pode ser um canalha.
Os canalhas se apoderaram da República.
Para se combater os canalhas, a melhor arma são valores.
Porque um canalha tão tem valor algum.
Um canalha não vale nada.
Um canalha é, sobretudo, um fraco, um medíocre, que se esconde sob a arrogância e autoritarismo de sua canalhice.
Atire um pouco de honestidade, um pouco de verdade, de retidão na maquiada face, dissimulada e suja, de um canalha.
Jogue um pouco de humanidade, de solidariedade, de dignidade nas fuças de um canalha.
Pois, insisto na receita, um canalha só se combate com valores.
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