quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O império dos canalhas

Lula Miranda
Poeta, cronista e economista. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

O seu chefe direto pode ser um canalha. O seu gerente. O seu diretor. A empresa em que você trabalha pode estar nas mãos de canalhas.

Os canalhas se apoderaram dos partidos políticos.

O presidente da Câmara pode ser um canalha.

O presidente do Senado pode ser um canalha.

Um juiz da Suprema Corte pode ser um canalha.

Um desembargador que dá habeas corpus a traficantes (e outros bandidos) pode ser um canalha.

O prefeito da sua cidade pode ser um canalha. Boa parte da câmara municipal de sua cidade é composta por canalhas.

O governador do seu estado pode ser um canalha.

Um canalha pode vir a ser presidente da República!

O que fazer então para combater essa praga dos canalhas que se espalha pelo tecido social, tal qual um carcinoma em acelerada metástase?

Para combater um canalha recorra ao Ministério Público; à Polícia Federal; à Justiça.

Mas, adverte-me você, os canalhas já se apoderaram do MP, da PF e da Justiça.

Os canalhas são ubíquos, onipresentes.

O pastor da sua igreja pode ser um canalha.

O dono do "jornalão" que escreve editoriais cheios de "verdades" e "virtudes" pode ser um canalha.

Os canalhas se apoderaram da República.

Para se combater os canalhas, a melhor arma são valores.

Porque um canalha tão tem valor algum.

Um canalha não vale nada.

Um canalha é, sobretudo, um fraco, um medíocre, que se esconde sob a arrogância e autoritarismo de sua canalhice.

Atire um pouco de honestidade, um pouco de verdade, de retidão na maquiada face, dissimulada e suja, de um canalha.

Jogue um pouco de humanidade, de solidariedade, de dignidade nas fuças de um canalha.

Pois, insisto na receita, um canalha só se combate com valores.

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