sábado, 30 de outubro de 2010

Programa de Serra prevê privatização do Pré-Sal

José Serra finaliza, mas não registra programa de governo


Na verdade, Serra sabe que vai perder a eleição, por isso não registrou seu programa.


Após passar dois meses sendo revisado, a campanha de José Serra (PSDB) à Presidência finalizou anteontem um programa de governo que não será apresentado aos eleitores nem registrado oficialmente.

O calhamaço com 280 páginas está dividido em 20 temas e contém 118 propostas. Foi entregue para Serra no dia 1º de setembro. Desde então, o tucano vinha fazendo revisões nas propostas.

"Foi uma opção do marketing da campanha. Por mim, lançava antes", disse Xico Graziano, ex-secretário do governo Serra em São Paulo e responsável pela coordenação do programa.

PRÉ-SAL

A campanha tucana fala em rever a criação da Pré-Sal Petróleo. "O governo do PT propôs mudar o marco legal de exploração do petróleo simplesmente para fortalecer um discurso vazio e ideológico. O modelo proposto representa um voto desconfiança na Petrobras, retarda a exploração do pré-sal e traz insegurança para o setor."

No segundo turno, uma das principais linhas de ataque de Dilma foi o discurso de que Serra pretende privatizar a Petrobras se eleito, o que ele nega.

A petista foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras de 2003 até o início deste ano.

O programa de Serra sugere mudanças estruturais na Petrobras, como a revisão do plano de cargos e salários dos funcionários e combate ao aparelhamento político.

Também há críticas à gestão do setor elétrico em outras frentes, como o acordo com o Paraguai sobre compra de energia de Itaipu e o que chama de "matriz elétrica cada vez mais suja".

"No setor elétrico, os descalabros vividos nos últimos anos implicarão, sob distintas óticas, em altos custos para o país", diz.

Foi desse calhamaço que Serra pinçou duas de suas principais promessas de campanha: reajustar o valor do salário mínimo para R$ 600 a partir de janeiro e conceder aumento de 10% para aposentados e pensionistas.

O texto também enfatiza outras propostas apresentadas por Serra durante a campanha, como a criação dos ministérios da Segurança e da Pessoa com Deficiência. Propõe ainda uma pasta para logística, no âmbito do Ministério dos Transportes e da Secretaria de Portos.

Fala também na utilização de um auxiliar para cada professor no 1º ano do ensino fundamental, na ampliação do Bolsa Família --além de instituir um 13º no programa-- e na retomada dos antigos mutirões da saúde.

Em diversos trechos, Serra diz que pretende acabar com loteamento político de cargos, como em estatais, no Incra e nos Correios, este alvo de crise recente. Aqui na Folha tucana.

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