A foto que emoldura este texto é rara. Foi preciso esforço para encontrá-la.
E não foi achada em arquivo de algum órgão de imprensa, mas perdida em alguma
página esquecida da internet. É de 1998, durante um dos vários encontros
públicos que Fernando Henrique Cardoso e Paulo Maluf tiveram naquele ano. A foto
de um deles foi parar em um outdoor que a campanha malufista ao governo do
Estado espalhou pelas ruas de São Paulo.
Não há paulista que não se lembre dos outdoors em que FHC, Maluf e o seu
candidato a vice, Luiz Carlos Santos, apareciam perfilados e sorridentes. Havia
um outdoor daqueles em cada esquina. Todavia, na internet, onde a história mais
recente do país está registrada em incontáveis milhões de fotos, não se acha uma
só imagem de cena que agora que se deu com Lula poderá ser encontrada daqui a um
século de tantas reproduções que já recebeu.
Àquela época, apesar de alguns raros textos jornalísticos terem tocado no
assunto, nenhum veículo estampou a imagem de FHC e Maluf com destaque sequer
parecido com o que foi dado à foto de Lula com Maluf tirada durante esta semana.
É mais do que óbvio que há registros daquela imagem, ao menos pela imprensa.
Porém, algum interesse levou a grande mídia a sumir com ela. Que interesse será,
não?
Não acredito que Lula venha a tentar apagar esse momento de sua biografia –
Lula não é dado a esse tipo de covardia. Mas, se quisesse, certamente não
conseguiria. Não só por sua foto ao lado de Maluf, à diferença da de FHC com o
mesmo Maluf, ter ido parar na primeira página dos principais jornais do país,
mas, também, porque eles não fariam pelo petista o que fizeram pelo tucano.
Em benefício da memória do país é preciso corrigir tal distorção. Não tirando
a foto de Lula e Maluf dos arquivos dos jornais, mas trazendo para a internet
imagem que mostra FHC indo muito mais longe do que o petista ao apoiar a eleição
do mesmo Maluf – e, ainda por cima, contra o candidato do PSDB que o enfrentava,
Mario Covas. Não se pode permitir que a imprensa partidarizada e políticos
covardes mutilem a memória do país.
—-
Um comentário:
Vejo o seguinte. Em se tratando de uma democracia pobre de valores e de instituições fortes, sem isenção ao nosso STF pelas demonstrações dadas de julgar os corruptos e corruptores do nosso país e sem me ater nos fatos. É perfeitamente compreensível a estratégia de roubar do adversário, parte da merda que daria gáz pra cozinha do adversário, como o PT o fez ao subtrair o tempo que o esterco do PP daria para iluminar o Serra no horário polítio.A final "polítca" não é para amadores. Daí a luta ensandecida das agremiações pela bosta "rica" que representa no momento o PP do PM.
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