DAVIS SENA FILHO
O pasquim de péssima qualidade editorial conhecido como Veja, a revista porcaria, sempre se supera quando se trata de cometer delinquências. Veja é uma cafua infestada por chumbetas e que conta atualmente com a leniência e o compadrio da Procuradoria Geral da República, na pessoa do procurador Roberto Gurgel, aquela autoridade que sentou nos autos de processos das operações Vegas e Monte Carlo, atitude cujo propósito era blindar o senador cassado, Demóstenes Torres (DEM/GO), bem como proteger o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, que reconheceu, de viva voz, que o bicheiro preso, Carlinhos Cachoeira, “tinha alguma influência” em seu governo.
Contudo, tal procurador, tão zeloso com os interesses da Pátria Mãe Gentil e que a meu ver deveria ser chamado às falas pelo Senado, não teve a mesma conduta com o governador petista do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. De forma alguma, pelo contrário, recrudesceu as acusações, todas, porém, no decorrer do processo, rechaçadas. Até hoje os chumbetas de Veja associados ao pauteiro chefe do pasquim da Abril, Carlinhos Cachoeira, não deram satisfações à CPMI do Cachoeira-Veja-Época (Globo), bem como estão neste momento a “bolar” as próximas delinquências, como se eles fossem, realmente, inimputáveis. E o procurador Gurgel de braços cruzados quando se trata de investigar os inimigos dos governos trabalhistas de Lula e Dilma.
A política brasileira foi judicializada. Homens que estudaram Direito, nomeados por autoridades eleitas pelo povo, transformaram a PGR, os MPs e os tribunais, como o STF, em partidos políticos não oficiais, mas com força e influência suficiente para combater governantes e políticos progressistas, que, por intermédio de seus programas, resolveram distribuir renda e riqueza e dessa forma realizarem profundas modificações na sociedade brasileira, além de elevararem o Brasil a um patamar de poder econômico e de influência política jamais visto pelos nativos de todas as classes sociais desta terra de palmeiras em termos mundiais.
É o Poder Judiciário mancomunado com o sistema midiático privado, conservador e historicamente golpista que não aceitam, de forma alguma, as consecutivas eleições e reeleições dos trabalhistas, única corrente política brasileira, a partir de 1930, que realmente pensou e efetivamente construiu um Brasil para todos, mais justo e democrático não somente para uma elite perversa, separatista, reacionária e violentíssima, que quer um País VIP, com universidades, aeroportos, shoppings, restaurantes, bairros e principalmente o acesso ao consumo para poucos, e com isso dar continuidade a uma tradição escravocrata, em que o povo, por intermédio dos trabalhadores, somente é tolerado pelas classes abastadas e por isso dominantes para servir, de preferência vestido com uniforme, para logo, após o expediente, voltar o mais rápido possível para casa, na periferia ou nos morros das cidades, sem incomodar ou reivindicar qualquer coisa.
Não adianta o Brasil ter melhorado nos últimos dez anos as condições de vida da população, principalmente a mais pobre, a carente, composta por cerca de 40 milhões de pessoas que estavam abaixo da linha de pobreza. Não importa se todo mundo ganhou, inclusive os grandes empresários, por meio da explosão da economia brasileira com o fortalecimento do mercado interno e o pagamento da dívida com o FMI. Nada importa para os representantes de uma “elite” encastelada no Judiciário e nos meios de comunicação de negócios privados, ideologicamente de direita e que não aceitam, de forma bárbara, os resultados das urnas e por isso boicotam, golpeiam e tentam, como em 2005, derrubar políticos eleitos e para isso demonizam líderes oriundos do ventre do povo e da envergadura política do ex-presidente Lula.
Os ataques ao político trabalhista são diuturnamente esquematizados nas redações da imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) e em alguns gabinetes onde trabalham em prol da burguesia, principalmente a paulista separatista, homens e mulheres que usam togas e capas pretas, a cor do luto, que, ousadamente, partidarizam o que é público em afronta ao trabalhador contribuinte que paga os seus salários para defender o estado, a sociedade e não para fazer política de baixo nível contra aqueles que foram eleitos pela vontade soberana do povo brasileiro.
Essa gente do Judiciário e da imprensa corporativa que vive da publicidade oficial não dá um golpe de estado na Dilma Roussef e não prende o cidadão que mudou o Brasil para melhor, Luiz Inácio Lula da Silva, porque não tem voto, pois que os trabalhistas têm milhões de votos e podem muito bem, se acuados, mobilizarem o conjunto da sociedade civil organizada, a exemplo da CUT, de outras federações e confederações de trabalhadores, do PT, dos partidos de esquerda, dos Sem Terra, das instituições estudantis, de associações e organizações de profissionais autônomos, das donas de casa, enfim, do povo, chamá-los para ocuparem as ruas e as praças e, por conseguinte, darem fim às tentativas de golpes, já concretizados no Paraguai e em Honduras, quando derrubaram presidentes eleitos (Manuel Zelaya e Fernando Lugo) do campo trabalhista e de esquerda, por intermédio da judicialização e da criminalização da política, ou seja, juízes e promotores de direita (sem votos e nomeados), conservadores, herdeiros ideológicos das elites golpistas que escravizaram os índios e os negros, querem tomar o poder por meio de uma canetada, a rasgarem constituições e a darem caneladas no jogo democrático e no estado democrático de direito. Quem brinca com fogo pelo fogo é queimado.
As classes economicamente hegemônicas brasileiras são das mais perversas do mundo, porque além de provincianas são colonizadas. Todo desprezo a elas é pouco. AVeja, segundo o senador Fernando Collor (PTB-AL), é um pardieiro de “chumbetas”. E a PGR não passa de uma “cafua”. Collor, todos sabemos, não é santo, mas também não é o diabo que pintaram durante quase 20 anos. Afinal, quem ajudou, e muito, a eleger o Collor em 1989 foi, indefectivelmente, a oligarquia brasileira, com seu poder econômico, além de parte numerosa das diferentes classes médias que renega aquele em quem votou há 23 anos e até hoje pensa como os ricos, repercute a mesma ideologia e princípios e odeia ver pobres nos aeroportos, nos restaurantes, nos shoppings e nas universidades públicas. É o pessoal que deseja para sempre um mundo VIP para eles e somente deles, lógico.
O PT saiu das eleições às prefeituras como o maior partido político do Brasil, bem como é a agremiação partidária que vai administrar o maior orçamento, além de ter a maior bancada no Senado e na Câmara dos Deputados, ter a presidenta da República, ter o maior líder político da América Latina, ter a caneta que nomeia procuradores e juízes do STF e do STJ e ter, o que é o mais importante e significativo, a maioria dos votos e da confiança do povo brasileiro. Ponto. Contudo, a questão fundamental, a pergunta que não quer calar é a seguinte: por que esse poderoso partido, o único orgânico, não vai à luta com mais determinação e destemor e assim colocar os que não têm voto em seu devido lugar?
Respondo: o PT, apesar de suas diferentes frentes ideológicas e grupos políticos, é um partido do diálogo, constitucional e institucional, legalista e, fundamentalmente, republicano. Por estar no poder há dez anos e sabedor de sua força eleitoral, o Partido dos Trabalhadores fundamenta suas ações em seu caráter programático, em seus programas, projetos e planos de governo, porque por ser um partido orgânico, ou seja, inserido em todas as camadas sociais, inclusive em setores da chamada classe A, indubitavelmente se tornou e é um partido pragmático, que efetiva seus programa sociais e realiza obras, angaria simpatias das classes sociais populares e, por conseguinte, evita rasgar a Constituição, encerrar o jogo democrático e levar à cabo confrontos que podem levar o País a uma crise institucional.
E é exatamente o que a direita política, partidária (PSDB, DEM e PPS) e institucionalizada (STF e PGR) querem, porque, como afirmei anteriormente, os conservadores não têm votos o suficiente para conquistarem a Presidência da República. Eles sabem disso. Como compreendem também que quando estiveram no poder não fizeram nada para melhorar as condições de vida do povo. E se conquistarem o poder novamente, continuarão a não fazer nada, porque seu único programa de governo e para a sociedade é manter o cabresto, que também pode ser chamado de status quo — a essência de todo establishment. Para terem adeptos para seus propósitos elitistas, essa direita draconiana conta com seus porta-vozes — a máquina midiática dos barões da imprensa e seus empregados que também são chamados de jornalistas, comentaristas, especialistas, editorialistas e colunistas.
É assim que a banda toca. Quem não acredita no que eu afirmo paciência. Fazer o quê? Entretanto, se tem uma coisa que eu conheço é a imprensa burguesa. Suas células e o sangue que corre em suas veias são a essência e a plenitude da desfaçatez e do conservadorismo de essência separatista e de exclusividade. Os barões da imprensa e seus áulicos são os porta-vozes do atraso e do retrocesso. Eles são os defensores dos que querem um País para o deleite de poucos, porque sempre foram beneficiados pela exclusividade de seu mundo pequeno, tacanho, provinciano e VIP. Desejam e por isso lutam por um estado patrimonialista e que atenda suas necessidades. Os barões da imprensa e da máquina midiática privada de concessão pública são os carteiros do golpismo e o Judiciário o remetente. Se eu fosse o Lula e percebesse que a direita vai dar um golpe por causa das eleições de 2014, iria às praças e conclamaria para o povo sair às ruas. O trabalhista sabe o caminho, pois andou nele em 2005.
PS: Collor denunciou, no plenário do Senado, que a Procuradoria do Roberto Gurgel vazou informações em segredo de justiça à Veja, revista que elabora o mais autêntico, verdadeiro e pernicioso jornalismo de esgoto. Tais informações são relativas às operações Vegas e Monte Carlo. A Veja, a revista porcaria, é uma cafua repleta de chumbetas. E a PGR? É isso aí.
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