O presidente Lula vive seus melhores momentos. Aclamado dentro e fora do País, se projeta como um líder incontestável, um estadista com capacidade de influir positivamente no destino do Brasil e, por que não, do mundo.
A mais recente pesquisa Ibope revelou novo recorde: nada menos que 83% dos brasileiros aprovam seu comportamento à frente da nação; a desaprovação se restringiu a mínimos 5%.
A mais recente pesquisa Ibope revelou novo recorde: nada menos que 83% dos brasileiros aprovam seu comportamento à frente da nação; a desaprovação se restringiu a mínimos 5%.
Em março, o presidente deu início a uma histórica viagem oficial ao Oriente Médio, a primeira de um chefe de Estado brasileiro em todos os tempos. Desembarcou em Israel como convidado especial, retribuindo a vista de Shimon Peres em novembro passado, quando recebeu – e aceitou – o convite do presidente israelense para visitar a terra santa. Ao chegar, deparou-se com uma situação peculiar, a pior crise entre Israel e EUA em décadas, motivada pela decisão do governo local de construir novos assentamentos em áreas palestinas.
A comitiva brasileira enfrentou os radicais, cuja resistência ficou estampada no boicote do ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, conhecido fundamentalista contrário à paz com os palestinos, e privilegiou os moderados, capitaneados pelo próprio Shimon Peres, reconhecido pacifista. Encontrou-se também com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, empresários e parlamentares. Na visita ao Museu do Holocausto, a efusiva recepção do Grão-rabino Meir Lau, presidente do Memorial às Vítimas do Holocausto e sobrevivente dos campos de concentração, que, pela primeira vez, pediu um favor a um presidente estrangeiro: solicitou a Lula que intermediasse um encontro com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. O religioso judeu explicou que somente fez tal pedido por entender que o presidente Lula é o único estadista na atualidade “capaz de abrir qualquer porta em qualquer nação”.
Em Ramalah, na Cisjordânia, capital administrativa da Palestina, Lula foi recebido como herói da causa – o Brasil foi homenageado com o nome da rua onde fica a sede do governo. O presidente reafirmou o compromisso com a criação definitiva do Estado Palestino, poderando que Israel também tem o direito de existir e de viver em paz.
O porta-voz da Autoridade Palestina, Mohamed Edwan, defendeu, ostensivamente, que Lula deveria ser o próximo Secretário Geral das Nações Unidas, por ter credibilidade perante os mais variados continentes e por ser um defensor intransigente do diálogo e da solução pacífica dos conflitos. Essa opinião não é isolada, a idéia já tinha sido lançada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e conta com a simpatia de muitos países, organizações e personalidades do mundo todo.
Na Jordânia, última etapa da viagem, o presidente teve a mesma recepção calorosa – os encontros bilaterais foram os mais produtivos. Considerado uma ilha de estabilidade e progresso econômico na região, o Reino da Jordânia é imprescindível para qualquer possibilidade de entendimento. A delegação brasileira privilegiou os encontros mercantis, focou as relações comerciais, antes praticamente inexistentes e hoje na casa dos milhões de dólares, sempre com superávit para o nosso lado. A rica Jordânia desperta o interesse dos executivos brasileiros, que participaram, com representantes do governo, de um seminário empresarial Brasil-Jordânia, com ênfase nos segmentos de infraestrutura, energia, farmacêutico e agronegócio.
Em maio, o presidente Lula seguirá para o Irã, desafiando os conservadores mundo afora, lembrando que se trata de um país de 80 milhões de habitantes, com boa base industrial e para o qual o Brasil exporta cerca de 1 bilhão de dólares por ano. Levará a mesma mensagem de paz e diálogo e o posicionamento claro e sincero em relação ao polêmico programa nuclear iraniano: se for para fins pacíficos, sim; se for para construir armas, não! Simples assim.
Talvez as relações mundiais possam ser simples. Talvez ainda haja espaço para a confiança, para o “olho-no-olho”, para o “fio-do-bigode”, para o “é conversando que a gente se entende”. Quem sabe...
Luís José Bassoli é advogado, professor e dirigente do PT em Taquaritinga (SP).
Fonte:PT
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