José Genoino
São Paulo tem uma das piores educações públicas do Brasil
A greve dos professores paulistas está expondo para todos que querem ver, aquilo que os militantes e lideranças dos mais diversos setores sabem há muito tempo: para além da concepção programática, da visão de Brasil e de mundo, do alinhamento ideológico, há um antagonismo radical entre a nossa forma de tratar os movimentos sociais e a dos tucanos, representados pelo governador Serra. Um movimento que mobiliza milhares, que já fez duas assembleias com mais de 30 mil professores e que há um mês está em greve, com plenárias e passeatas é um movimento que, para o governador de São Paulo não “significa nada”.
A declaração comprova o desprezo, a visão elitista de não considerar como elemento fundamental para o processo democrático a pressão e a participação popular. Até porque, o movimento dos docentes paulistas representa muito mais do que descontentamento. Expõe, na verdade, a impiedosa crise que a educação em São Paulo vive, cujos índices de qualidade estão na lanterninha entre os estados brasileiros.
Algo semelhante aconteceu com a greve da Polícia Civil, que acabou sendo tratada de maneira equivocada e autoritária provocando conflito entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. O mesmo ocorreu com os movimentos pela reforma agrária, particularmente o MST. O governo Serra os trata igualmente como uma questão de polícia e repressão. Passados 25 anos dos acontecimentos de Leme, eles continuam agindo da mesma forma. Da mesma forma, há uma relação direta entre a forma como o governo FHC tratou a greve dos petroleiros e o desprezo de Serra ao movimento grevista dos professores.
A relação com os movimentos sociais é um elemento fundamental no processo democrático, que se expressa através das eleições e participação da sociedade organizada por meio dos seus instrumentos e de mecanismos de pressão. Portanto, é absolutamente correto afirmar que a atitude de Serra, futuro candidato à Presidência da República, em relação aos movimentos sociais encontra-se numa posição absolutamente contrária, antagônica à do governo Lula. Nosso governo entende a greve como um direito dos trabalhadores, negocia com os grevistas, dialoga com os movimentos sociais e tem uma postura de respeito e de reconhecimento da legitimidade dos movimentos sociais organizados.
Apontar esta diferença é fundamental nesta discussão pré-eleitoral, em que se dá as polarizações de projetos. Até porque, não é por acaso que as áreas mais críticas do Governo do Estado de São Paulo são a segurança pública, que enfrenta uma crise com o aumento da criminalidade, os baixos salários tanto da Polícia Civil, como da Polícia Militar, e a educação, cuja falência está estampada no movimento dos professores do Estado de São Paulo.
Devemos continuar insistindo para que as autoridades do Governo do Estado de São Paulo negociem respeitosamente com os grevistas e não com esta visão elitista, autoritária e arrogante. Que não vê nenhum significado numa greve de professores, conforme afirmou o governador José Serra.
E por isso afirmo que este episódio é mais um a demonstrar que, mesmo criando uma série de dissimulações, Serra é a tradução perfeita do antiLula.
José Genoino é deputado federal pelo PT-SP
São Paulo tem uma das piores educações públicas do Brasil
A greve dos professores paulistas está expondo para todos que querem ver, aquilo que os militantes e lideranças dos mais diversos setores sabem há muito tempo: para além da concepção programática, da visão de Brasil e de mundo, do alinhamento ideológico, há um antagonismo radical entre a nossa forma de tratar os movimentos sociais e a dos tucanos, representados pelo governador Serra. Um movimento que mobiliza milhares, que já fez duas assembleias com mais de 30 mil professores e que há um mês está em greve, com plenárias e passeatas é um movimento que, para o governador de São Paulo não “significa nada”.
A declaração comprova o desprezo, a visão elitista de não considerar como elemento fundamental para o processo democrático a pressão e a participação popular. Até porque, o movimento dos docentes paulistas representa muito mais do que descontentamento. Expõe, na verdade, a impiedosa crise que a educação em São Paulo vive, cujos índices de qualidade estão na lanterninha entre os estados brasileiros.
Algo semelhante aconteceu com a greve da Polícia Civil, que acabou sendo tratada de maneira equivocada e autoritária provocando conflito entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. O mesmo ocorreu com os movimentos pela reforma agrária, particularmente o MST. O governo Serra os trata igualmente como uma questão de polícia e repressão. Passados 25 anos dos acontecimentos de Leme, eles continuam agindo da mesma forma. Da mesma forma, há uma relação direta entre a forma como o governo FHC tratou a greve dos petroleiros e o desprezo de Serra ao movimento grevista dos professores.
A relação com os movimentos sociais é um elemento fundamental no processo democrático, que se expressa através das eleições e participação da sociedade organizada por meio dos seus instrumentos e de mecanismos de pressão. Portanto, é absolutamente correto afirmar que a atitude de Serra, futuro candidato à Presidência da República, em relação aos movimentos sociais encontra-se numa posição absolutamente contrária, antagônica à do governo Lula. Nosso governo entende a greve como um direito dos trabalhadores, negocia com os grevistas, dialoga com os movimentos sociais e tem uma postura de respeito e de reconhecimento da legitimidade dos movimentos sociais organizados.
Apontar esta diferença é fundamental nesta discussão pré-eleitoral, em que se dá as polarizações de projetos. Até porque, não é por acaso que as áreas mais críticas do Governo do Estado de São Paulo são a segurança pública, que enfrenta uma crise com o aumento da criminalidade, os baixos salários tanto da Polícia Civil, como da Polícia Militar, e a educação, cuja falência está estampada no movimento dos professores do Estado de São Paulo.
Devemos continuar insistindo para que as autoridades do Governo do Estado de São Paulo negociem respeitosamente com os grevistas e não com esta visão elitista, autoritária e arrogante. Que não vê nenhum significado numa greve de professores, conforme afirmou o governador José Serra.
E por isso afirmo que este episódio é mais um a demonstrar que, mesmo criando uma série de dissimulações, Serra é a tradução perfeita do antiLula.
José Genoino é deputado federal pelo PT-SP
Fonte:ABCD Maior
Um comentário:
Ué, esse cara, que escreve tais besteiras, não está atrás das grades ainda, por conta do Golpe do Mensalão Nacional do Desgoverno Lula e do PT?
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