quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cheiro de armação no ar...


Ao sair do estúdio da TV Cidade LIvre de Brasília depois de entrevistar o sindicalista Paulo Antenor, presidente do Sindireceita e eleito 1º suplente de Senador na chapa encabeçada por Magno Malta lá no ES, recebi telefone de um telespectador que, em outras palavras, dizia ter a Folha de São Paulo negociado, financeiramente, o depoimento de um ex-preso político. O objetivo de tal 'depoimento/desabafo' seria o de desmontar a versão da Dilma 'osso duro de roer'. Na versão negociada, o denunciante criaria uma versão de que ela teria delatado vários aliados da luta armada contra a ditadura.


Todos nós estamos um tanto quanto atônitos com tanto zumzum, mas, ao que tudo indica, seria uma artilharia pesada a ser usada mais para o fim de semana, redundando numa ação conjunta da Folha, da Veja e da TV Globo - provavelmente sexta à noite.


Não sou partidário de dar crédito a boataria, até porque se trata de estratégia usual do crime - como forma de causar tensão permanente no 'outro lado'. A máfia também age assim, de quando em vez eliminando um dos seus como forma de aviso, lembrete e para definir, com a sua onipresença, o modo de vida das pessoas.


Acontece que não foi a única ligação neste sentido.


Mais cedo, um jornalista com larga atuação política e concursado da TV Senado havia manifestado a mesma preocupação. Ou seja: tem sim cheiro de armação no ar - resta saber se estas pessoas têm algum limite para a patifaria ou não.


Neste sentido, até mesmo estaria servindo de demonstração de imparcialidade o fato da Folha de São Paulo ter divulgado ontem, 26, a notícia de que a turma tucana de SP era partícipe de um grande conluio para beneficiar empresas em obras do metrô.


Por esta ótica, a mesma Folha que detonou a licitação dos tucanos por 'compromisso com o jornalismo', estaria liberada para publicar um testemunho que, na realidade, teria sido comprado.


Não sei até que ponto a nossa sociedade ainda vai acreditar em tais armações - logo a Folha que criou a ficha-falsa da Dilma, que publicou entrevistas com pessoas que nunca foram entrevistadas, que colaborou com a ditadura militar cedendo veículos...
Cada qual com sua realidade local, mas a verdade é que as campanhas eleitorais tem se transformado num festival de baixarias. Aqui no DF, por exemplo, o grupo de Roriz gosta de chafurdar na lama e se sente protegido até mesmo pela Justiça Eleitoral para fazê-lo - comprando testemunhas, reiventando fatos e deturpando a verdade. Não por acaso, cabe sempre lembrar, Roriz é o cabo eleitoral de Serra no DF.


Voltando...


Dentro deste quadro de dúvida, é bom que todos fiquemos atentos. A direita mais perversamente retrógrada que se aglutinou em torno do Serra - figuras venais e deploráveis como Kátia Abreu, Roberto Jefferson, Orestes Quércia, César Maia, Itamar Franco, Roberto Freire, Jorge Bornhausen, Yeda Cruzius, Pedro Simon; grupos de comunicação monopolistas e organizações fascistas como a Maçonaria, TFP, UDR, monarquistas, integralistas; facções religiosas ligadas à Igreja Católica e mesmo a grupos pentecostais - não se dá por vencida.


Os números das pesquisas em lugar de servir de conforto, devem nos alertar de que é hora ampliar a nossa luta em defesa do projeto de um governo transformador da sociedade que é representado por Dilma Rousseff.



Alfredo Bessow, jornalista e escritor


Fonte:Passe Livre

2 comentários:

blog do teacher Ramos disse...

Bom quero acreditar que se nós aqui neste canto já estamos sabendo, a direação do PT e o comando da campanha também. Aí, mô véi, a nós só nos cabe nos indignarmos e pedi votos. a eles cabe acionar a polícia, a polícia federal, denunciar no guia, convocar uma entrevista coletiva, enfim, coisas que só eles podem fazer. Agora, se ficarem de braços cruzados como ficaram no primeiro turno com a boataria comendo solta, aí, mô véi...

Acácio disse...

Cabe ao PT e o comando da campanha DILMA antecipar-se aos possíveis fatos acionando Justiça, PF, meios de comunicação possíveis.