Os líderes do governo e do PT na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Fernando Ferro (PT-PE), protocolaram nesta terça-feira (19) na Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra o ex-governador de São Paulo e candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, e contra o ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza.
O pedido de investigação tem como base supostas irregularidades em obras como a do Rodoanel, de responsabilidade da Dersa. "Ele (Paulo Souza) utilizou as obras para arrecadação de campanha. No Rodoanel há recursos do governo federal, por isso justifica entrar na Procuradoria Geral da República", disse Vaccarezza, acrescentando que as informações serão encaminhadas também para a Polícia Federal e para a Controladoria Geral da União.
Segundo reportagem da revista IstoÉ, Paulo Preto, como é conhecido o ex-diretor da Dersa, teria fugido com R$ 4 milhões arrecadados para a campanha de Serra ao Palácio do Planalto. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o engenheiro negou ter arrecadado recursos para o PSDB, mas disse ter criado as melhores condições para que houvesse aporte de recursos em campanha, ao dar a palavra final e fazer os pagamentos no prazo às empreiteiras terceirizadas que atuaram nas grandes obras de São Paulo. Para Vaccarezza, a declaração de Paulo Preto seria uma "confissão".
O deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP) também entrou com uma representação na PGR contra Paulo Preto, José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, ex-chefe da Casa Civil do governo Serra e senador eleito pelo PSDB de São Paulo. A representação alega a prática de caixa dois na candidatura do tucano.
O pedido de apuração das denúncias é feito "tendo em vista que os atos praticados por Paulo Vieira de Souza e Aloysio Nunes Ferreira e, ainda a suspeita de conivência do candidato José Serra, caracterizam atos de improbidade administrativa, pois importaram enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário, assim como atentaram contra os princípios da administração pública".
"Parece que o buraco é muito maior que os R$ 4 milhões, que muito mais dinheiro sumiu. E isso não é dinheiro do Paulo Preto, é dinheiro público, portanto tem que ser investigado", disse o deputado do PDT.
A partir da apresentação dos pedidos, caberá ao procurador-geral Roberto Gurgel avaliar o material e, se for o caso, encaminhar para apuração pela Justiça Eleitoral ou pela Procuradoria da República em São Paulo.
Fonte: Terra
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