quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PF: Disputa interna no PSDB leva à quebra de sigilo fiscal da filha de Serra


A quebra do sigilo fiscal de Veronica Serra, filha do presidenciável José Serra, do marido dela, Alexandre Bourgeois, e do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, ocorreu durante a disputa pela vaga de candidato da legenda tucana, ocorrida entre o atual candidato e o ex-governador de Minas Gerais, o senador eleito Aécio Neves, no ano passado. A luta interna, segundo o jornalista Amaury Ribeiro Jr., teria provocado uma guerra de dossiês no ninho da coligação dos partidos de direita que hoje sustentam a candidatura Serra. Este foi o motivo que levou o repórter a encomendar ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, as informações sigilosas junto à Receita Federal.

A informação, contestada pelo senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB, foi confirmada na noite passada pelo despachante, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. Garcia confirmou ter recebido de Amaury Jr. R$ 5 mil no mês passado, segundo ele, a título de “auxílio e ajuda”. A PF constata que a quantia foi paga em dois depósitos, nos dias 9 e 17 de setembro, feitos em dinheiro vivo numa agência bancária de Brasília.

Garcia disse ainda que não interpretou o repasse como um “cala boca”, pois as investigações sobre a violação dos sigilos estavam adiantadas. Ele relata que entregou a quebra dos sigilos a Ribeiro em um bar no edifício Copan, em São Paulo. Segundo ele, foi cobrado R$ 700 para cada cópia, totalizando R$ 8.400. Em setembro, eles voltaram a se encontrar.

– Ele me ofereceu um auxílio – disse.

Após identificar a forma como os dados sigilosos dos tucanos foram acessados, agora os investigadores da PF buscam a fonte que originou a ordem para que Amaury Jr. iniciasse a investigação e já o convocaram para um novo depoimento. A PF quer confirmar se a ação teve início na tentativa de proteger Aécio Neves durante a disputa com Serra no PSDB.

Na noite passada, em nota, Aécio Neves negou “com veemência e indignação” sua ligação com o caso. Segundo o relato do jornalista à PF, ele descobriu que um grupo comandado pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a José Serra, investigava Aécio. Itagiba e Serra também negaram, de forma veemente, a declaração do jornalista. Amaury acrescentou, no depoimento à PF, que o diário conservador mineiro Estado de Minas pagou por deslocamentos e diárias utilizadas para a obtenção dos documentos. O jornal também também nega.

Fote:Correio do Brasil

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