Em sua caminhada pela orla da Zona Sul do Rio, neste domingo, o presidenciável José Serra preferiu não comentar o que pensa sobre o fato de seu ex-assessor Paulo vieira de Souza, o Paulo Preto, permitir que empreiteiras na obra que serviu de cartão-postal da campanha tucana, o Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, realizassem alterações no projeto. O objetivo das alterações era, “na prática, até usarem materiais mais baratos”, segundo matéria publicada na edição deste domingo do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo.
A matéria também afirma que “a medida, em acordo da estatal com as construtoras, foi definida em 2007 em troca da garantia de ‘acelerar’ a construção do trecho sul para entregá-lo até abril deste ano, quando José Serra (PSDB) saiu do governo para se candidatar à Presidência”. Neste trecho, exatamente, um incidente de graves proporções gerou a Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal.
Segundo apurado, “a negociação com as empreiteiras – exigindo que elas não atrasassem a vitrine política de Serra – foi a principal tarefa de Paulo Preto. Ficou acertado que, em vez de receberem conforme quantidade e tipo de cada serviço ou material usado na obra, as empreiteiras receberiam um ‘preço fechado’ – no valor de R$ 2,5 bilhões. Com isso, poderiam fazer alterações no projeto original, permitindo que economizassem”.
A Dersa responde que, apesar do material utilizado ser de uma qualidade inferior “havia a condição de manter a qualidade final”, mas a Operação Castelo de Areia ainda investiga o trânsito de propina pela construção do Rodoanel e a queda de uma pilastra em 13 de novembro do ano passado. Uma carreta e dois carros foram atingidos por três vigas que desabaram no trecho sul da autopista, por volta das 21h. A estrutura de concreto caiu em cima da pista da Rodovia Régis Bittencourt, sentido Capital. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, duas pessoas ficaram feridas, uma em estado grave. A rodovia ficou totalmente interditada na altura do quilômetro 277, em Embu.
A Dersa, responsável pela trecho, não soube informar sobre o acidente e, quase um ano depois, ainda não liberou o laudo definitivo, para o devido processo legal. Na época, porém, o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), ainda na Vice-governadoria, enviou mensagens a Serra, por e-mail, nas quais o alertava para o comportamento “incontrolável, vaidoso e arrogante” do engenheiro. Preto é acusado, ainda, de “desaparecer” com cerca de R$ 4 milhões da campanha de Serra, fato até agora sem explicação por parte do comitê tucano de campanha. Correio do Brasil
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