Em evento que protestou contra a reintegração de posse do Pinheirinho, psicanalista apontou que o estado "riquíssimo" sofre com cada vez mais obscurantismo
Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual
São Paulo – No evento que discutiu as ações do Estado e da polícia no Pinheirinho, a psicanalista Maria Rita Kehl condenou a repressão policial ocorrida na reintegração de posse do terreno em São José dos Campos e considerou que no Brasil a propriedade privada é mais sagrada do que a vida humana. "Acho que esse desenvolvimento no Brasil, feito sem muito cuidado, começa a resultar em ações truculentas que tentam impedir o progresso. Progresso com muitas aspas. Ou seja, impedir a acumulação de dinheiro", pontuou a psicanalista.
Comissão de Direitos Humanos da OAB que atuou no Pinheirinho é extinta pelo presidente da entidadeTambém durante o evento, o jurista Fábio Konder Comparato sugeriu mudanças à legislação brasileira considerando que os juízes que emitirem mandado de reintegração de posse sejam responsabilizados caso haja abuso policial de alguma natureza.
Maria Rita relacionou a atuação da polícia com a repressão policial praticada durante a ditadura militar, ressaltando que, guardadas as devidas diferenças, a polícia hoje em dia mata muito mais que no período militar. "O estado de São Paulo e seu governo eleito são o maior exemplo de que dinheiro não é progresso. É um estado riquíssimo e seu dinheiro mais tem trazido obscurantismo, como casos do Pinheirinho, da cracolândia e do projeto da Nova Luz", avaliou.
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