quinta-feira, 29 de março de 2012

Recordar é viver:Roberto Santoro, aliado de Sera, tentou derrubar Lula

Nova gravação do caso Waldomiro, agora envolvendo procuradores, leva o governo a falar em conspiração e a oposição em CPI


Sônia Filgueiras e Weiller Diniz



Na terça-feira 30, o presidente Lula chamou alguns ministros para, juntos, assistirem ao Jornal Nacional da Rede Globo. Lula, assim como o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, sabia do conteúdo da reportagem e depositava nela a esperança de virar o noticiário do escândalo Waldomiro Diniz, que acossou o governo nos últimos 45 dias. A reportagem da tevê, longa para os padrões Globo, mostrou a gravação de uma conversa ocorrida entre o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o procurador Marcelo Serra Azul, o subprocurador da República, José Roberto Santoro, e o delegado da Polícia Federal Giacomo Santoro. No diálogo, ouve-se o subprocurador Santoro tentando convencer Cachoeira a entregar a fita de vídeo na qual o lobista e ex-braço direito do ministro José Dirceu pede propina ao bicheiro para campanhas do PT e para si.


Diante da resistência de Cachoeira, Santoro usa como recurso o argumento de que está chegando ao limite da negociação. Diz que o chefe Cláudio Fonteles, o procurador-geral da República, vai estranhar encontrá-lo de madrugada, tomando um depoimento “para, desculpe a expressão, ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, para derrubar o governo Lula”. A gravação retrata os 28 minutos finais de um encontro que começou às duas da tarde, durou mais de quatro horas e, após interrupções, se estendeu madrugada adentro.


O Planalto aproveitou a oportunidade para sair do córner no caso Waldomiro, denunciando que os procuradores estariam agindo politicamente e o governo seria vítima de uma conspiração desestabilizadora. Esse foi o mais recente episódio de uma troca de acusações entre governo e oposição – apoiadas em fitas –, que começou com a divulgação, no dia 13 de fevereiro, da gravação onde Waldomiro pedia dinheiro a Cachoeira. Após o noticiário sobre a nova fita, os petistas vibraram e o presidente Lula qualificou a denúncia como “muito grave”.


No início do diálogo mostrado pela tevê, Cachoeira sugere que a fita seja apreendida numa batida da Polícia Federal. Santoro discorda e pondera a seu interlocutor: “A busca e apreensão vai ser feita pela PF, a PF vai bater lá é isso?... A primeira coisa que vai ser, vai ser periciada e a primeira pessoa que vai ter acesso a essa fita é o (Paulo) Lacerda (diretor da PF), o segundo é o ministro da Justiça (Márcio Thomas Bastos) e o terceiro é o Zé Dirceu. E o quarto é o presidente.” Em outro trecho, Santoro completa: “Essa fita nunca ia aparecer.” Mais adiante, na tentativa de pressionar o bicheiro, ele argumenta que Fonteles poderia fazer ilações políticas da conversa: “Ele vai chegar aqui e vai dizer: ‘O sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT e, para isso, arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3 horas.” A menção de Santoro é ao jornalista Mino Pedrosa, dono de uma empresa de assessoria que chegou a trabalhar para a Vitapan, laboratório de genéricos pertencente à família de Cachoeira. Em outro diálogo, Santoro diz que Pedrosa está assustado pelo fato de ter estado com a fita de Waldomiro por 24 horas e temia ser acusado de tê-la vazado. Na conversa, fica claro que o jornalista não passou a fita: “Eu vou pegar essa fita e, se um dia ela sair publicada, pelo menos a culpa cai em cima de mim. Eu sou procurador e todos têm raiva de mim... Tô te protegendo judicialmente, eu assumiria”, diz Santoro a Cachoeira. Segundo a Globo, a gravação da conversa foi entregue por um emissário do bicheiro. Ele, no entanto, desmente essa versão.


Na terça-feira 30, o presidente Lula chamou alguns ministros para, juntos, assistirem ao Jornal Nacional da Rede Globo. Lula, assim como o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, sabia do conteúdo da reportagem e depositava nela a esperança de virar o noticiário do escândalo Waldomiro Diniz, que acossou o governo nos últimos 45 dias. A reportagem da tevê, longa para os padrões Globo, mostrou a gravação de uma conversa ocorrida entre o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o procurador Marcelo Serra Azul, o subprocurador da República, José Roberto Santoro, e o delegado da Polícia Federal Giacomo Santoro. No diálogo, ouve-se o subprocurador Santoro tentando convencer Cachoeira a entregar a fita de vídeo na qual o lobista e ex-braço direito do ministro José Dirceu pede propina ao bicheiro para campanhas do PT e para si.


Diante da resistência de Cachoeira, Santoro usa como recurso o argumentode que está chegando ao limite da negociação. Diz que o chefe CláudioFonteles, o procurador-geral da República, vai estranhar encontrá-lo de madrugada, tomando um depoimento “para, desculpe a expressão, ferrar o chefe da CasaCivil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, para derrubar o governo Lula”. A gravação retrata os 28 minutos finais de um encontro que começou às duas da tarde, durou mais de quatro horas e, após interrupções, se estendeu madrugada adentro.


O Planalto aproveitou a oportunidade para sair do córner no caso Waldomiro, denunciando que os procuradores estariam agindo politicamente e o governo seria vítima de uma conspiração desestabilizadora. Esse foi o mais recente episódio de uma troca de acusações entre governo e oposição – apoiadas em fitas –, que começou com a divulgação, no dia 13 de fevereiro, da gravação onde Waldomiro pedia dinheiro a Cachoeira. Após o noticiário sobre a nova fita, os petistas vibraram e o presidente Lula qualificou a denúncia como “muito grave”.


No início do diálogo mostrado pela tevê, Cachoeira sugere que a fita seja apreendida numa batida da Polícia Federal. Santoro discorda e pondera a seu interlocutor: “A busca e apreensão vai ser feita pela PF, a PF vai bater lá é isso?... A primeira coisa que vai ser, vai ser periciada e a primeira pessoa que vai ter acesso a essa fita é o (Paulo) Lacerda (diretor da PF), o segundo é o ministro da Justiça (Márcio Thomas Bastos) e o terceiro é o Zé Dirceu. E o quarto é o presidente.” Em outro trecho, Santoro completa: “Essa fita nunca ia aparecer.” Mais adiante, na tentativa de pressionar o bicheiro, ele argumenta que Fonteles poderia fazer ilações políticas da conversa: “Ele vai chegar aqui e vai dizer: ‘O sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT e, para isso, arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3 horas.” A menção de Santoro é ao jornalista Mino Pedrosa, dono de uma empresa de assessoria que chegou a trabalhar para a Vitapan, laboratório de genéricos pertencente à família de Cachoeira. Em outro diálogo, Santoro diz que Pedrosa está assustado pelo fato de ter estado com a fita de Waldomiro por 24 horas e temia ser acusado de tê-la vazado. Na conversa, fica claro que o jornalista não passou a fita: “Eu vou pegar essa fita e, se um dia ela sair publicada, pelo menos a culpa cai em cima de mim. Eu sou procurador e todos têm raiva de mim... Tô te protegendo judicialmente, eu assumiria”, diz Santoro a Cachoeira. Segundo a Globo, a gravação da conversa foi entregue por um emissário do bicheiro. Ele, no entanto, desmente essa versão.IstoÉ

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