A atuação do ministro do STF é digna de investigação e ele merece um puxão de orelha pela quebra de imparcialidade que a toga preta exige. Sua atitude é digna de um filiado do PSDB
Alexandre Braga
Quem disse que o presidente Lula não tem direito de querer o julgamento do Mensalão após as eleições? É um direito dele se posicionar. Do mesmo jeito que a oposição deseja que a decisão do STF seja dada antes das eleições deste ano. Cada grupo político defender seus interesses é uma democracia.
Agora o que devemos ficar atentos é com a tucanada do ministro Gilmar Mendes, que tenta desviar de qualquer maneira o foco dos brasileiros para as cachoeiradas que o seu "afilhado" de formatura, o governador Marconi Perillo, vem fazendo no Estado de Goiás.
Isso mesmo, o ministro Gilmar Mendes foi padrinho de formatura do curso de direito de Marconi Perillo, na faculdade Alfa, em Goiânia (curso que, por sinal, Marconi e sua esposa fizeram em uma sala separada do resto da turma, mas deixa isso pra lá).
O inquilino do Palácio das Esmeraldas recebeu o "canudaço" das mãos do ministro Gilmar Mendes (veja o vídeo). Se não tivesse uma galinha caipira com pequi (comida típica goiana) na história, então o que levaria Gilmar Mendes a sair de Brasília para entregar o canudo para o então senador Marconi?
Outro fato que mostra como as relações dos dois são íntimas é a declaração da filha de Perillo solicitando um autógrafo do ministro da Corte Suprema brasileira depois das tucanadas de Gilmar Mendes em prol de Marconi na mídia.
A atuação do ministro é digna de investigação e ele merece um puxão de orelha pela quebra de imparcialidade que a toga preta exige. Sua atitude é digna de um filiado do PSDB. Marconi deve estar muito agradecido a Gilmar e, com certeza, deve rolar uma galinha com pequi para comemorar.
Porque nem seus principais aliados do PSDB não tiveram coragem de meter a mão na cumbuca pelo governador tucano, devido aos fortes indícios de que Carlinhos Cachoeira era de fato o governador de Goiás.
Já quanto ao presidente Lula, nada mais natural que ele defenda seu grupo político, do mesmo jeito que foi noticiado que José Serra ligou para Nelson Jobim para armar uma entrevista com o intuito de detonar Lula. No campo político, articulações são naturais, agora não dá é para um ministro do STF agir como militante de um partido político.
Alexandre Braga é jornalista
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