domingo, 16 de setembro de 2012

Bomba!Novas denúncias ferem a credibilidade da Ação Penal 470 e da mídia conservadora

 
Às vésperas do início de mais um capítulo no julgamento do caso conhecido como ‘mensalão’, duas denúncias vêm à tona e comprometem tanto a credibilidade da Ação Penal (AP) 470 quanto da revista semanal de ultradireita Veja, uma das principais expressões da mídia conservadora no país. Na principal delas, veiculada na página Megacidadania na internet, editada por Alexandre César Costa Teixeira, que integra os quadros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os pilares da acusação de que teria havido a compra de votos de parlamentares com dinheiro público são abalados com a divulgação de “uma carta mentirosa”.
 
 
 
Costa Teixeira alinhava documentos que envolvem o ex-vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, titular da diretoria que controla os cartões de crédito Ourocard, a BB-Cartões. Antonio Luiz Rios da Silva, “antes de sua saída do BB”, nomeou como diretor de Verejo Fernando Barbosa de Oliveira, que foi um dos três funcionários do Banco que a Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) dos Correios recomendou que fossem indiciados pela Procuradoria Geral da República.
 
“Mas Antonio Fernando Barros e Silva de Souza (então procurador-geral) resolveu ‘poupá-los’, exatamente os nomeados na era FHC, indiciando somente o petista”, afirma.
 
 
Nesta carta assinada por Rios da Silva, na qual presta informações tanto à Polícia Federal quanto aos parlamentares, o teor difere dos contratos que deveriam abalizar a denúncia:
mensalão
Prova anexada à denúncia do Megacidadania

 
“E esta carta mentirosa do ‘tucano’ ditou, influenciou e/ou moldou todos os pareceres, perícias e fundamentalmente a própria ‘denúncia’ da PGR/MPF, bem como a argumentação do relator Joaquim Barbosa que por sua vez ‘convenceu’ o plenário do STF. Ninguém, repetimos, absolutamente ninguém, nem o PGR/MPF e nem o relator, se deram ao trabalho de observar a regra básica de uma relação de mercado, o respeito ao contrato”.
 
 
Segundo a denúncia de Costa Teixeira, “existia um contrato que normatizava a relação da Visanet com seus sócios, os diversos bancos, sendo o maior acionista da Visanet o Bradesco”. Antônio Fernando Barros não foi imediatamente encontrado pela reportagem do Correio do Brasil, para se pronunciar sobre a recente denúncia em que está envolvido.
 
 
Para o jornalista Miguel Baia Bargas, editor do Blog Limpinho & Cheiroso – que concentra uma das maiores audiências do país – a denúncia cita um outro episódio na história do país:
 
 
Bargas lembra que, neste domingo, “faz 59 anos que Carlos Lacerta, baseado numa carta forjada, acusava João Goulart de querer instalar no Brasil uma república sindicalista. A carta que teria sido escrita pelo deputado argentino, Antonio Brandi, falava de supostos entendimentos feitos com o presidente, Juan Perón, envolvendo a implantação de uma república sindicalista e contrabando de armas da argentina para o Brasil. Com a repercussão da noticia na grande mídia, deputados da oposição pediram a abertura de uma CPI para apurar o caso. Só muitos meses depois ficou comprovado que o documento era falso”.
 
 
“Mas ai o estrago já estava feito. Este tipo de pratica política de produzir denúncias com provas falsas ou declaratórias voltou a ser utilizada a cada nova eleição. Isso tem provocando o descrédito na política e na democracia brasileira, abrindo espaço para políticos aventureiros totalmente descolados dos partidos e de compromissos políticos. Como afirma Pierre Norra, os empresários da comunicação no Brasil sabem que multiplicar o novo, fabricar o acontecimento, degradar a informação, são seguramente os meios de defender seus interesses”, acrescentou.Continue lendo
 
Correio do Brasil

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