Cotado para assumir um ministério no governo, o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) entrou no foco do noticiário na última semana por supostas irregularidades praticadas há cerca de oito anos, quando era secretário da Educação de Geraldo Alckmin (PSDB).
As suspeitas vieram à tona por meio do analista de sistemas Roberto Grobman. Ele diz ter provas de que o grupo educacional COC pagou parte da reforma do apartamento do então secretário; em troca, obteve contatos (e contratos) com o governo – que resultaram, por exemplo, na venda de softwares de uma empresa ligada ao COC no valor de 2,5 milhões de reais. Grobman diz que prestava serviços ao grupo e se tornou auxiliar informal do secretário.
A acusação, soube-se depois, ganhou um empurrão do deputado tucano Walter Feldman, coordenador da campanha de José Serra à Prefeitura de São Paulo em 2012. Chalita, que também disputou a eleição para prefeito, é desafeto declarado de Serra. Segundo O Estado de S.Paulo, o responsável por levar Grobman ao Ministério Público foi o jornalista Ivo Patarra, assessor de Serra na campanha. Ele teria sido orientado por Feldman, que disse ter feito apenas a sua obrigação diante da “grave denúncia”.
Pouco depois, o ex-diretor da Fundação para o Desenvolvimento da Educação de São Paulo Milton Leme foi a público dizer que Grobman ofereceu a ele 500 mil reais para ajudar a sustentar as acusações sobre Chalita.
Em 2006, quando emissários petistas montaram um dossiê sobre a suposta participação do então candidato ao governo de São Paulo José Serra na Máfia dos Sanguessugas, o teor das suspeitas foi esquecido pela mídia. Esta preferiu centrar fogo na ação dos “aloprados”, como ficaram conhecidos os envolvidos. Serra negou ser o aloprado da vez e se limitou a dizer que desconhecia os “fatos e as pessoas citadas”. Velhas ou não, as suspeitas levaram o Ministério Público a abrir 11 inquéritos sobre o caso. Chalita nega as acusações. CartaCapital
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