segunda-feira, 16 de junho de 2014

A desmoralização das Cassandras

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Mais surpreendente, ainda, foi a manifestação, sobre o vergonhoso episódio, do deputado Paulinho da Força. O parlamentar paulista, expondo de maneira grosseira e desrespeitosa todo o seu inexplicável ódio, disse na convenção do PSDB que "o povo mandou ela para o lugar que tinha de mandar". O Brasil não pode mais manter na vida pública políticos desse tipo, que não possuem o mínimo de civilidade, pois eles são uma vergonha para os homens de bem e um mau exemplo para a juventude. Às vezes algumas pessoas, decepcionadas com a qualidade de determinados políticos, se perguntam: será que vale a pena uma democracia onde esse tipo de gente depõe contra o próprio país?
Infelizmente esse parlamentar não está sozinho nesse comportamento anti-Brasil. Além dos candidatos oposicionistas à Presidência da República, que ao invés de propostas com vistas à melhoria do país vivem pregando o pessimismo e o derrotismo, torcendo para que o caos se instale no território nacional, a chamada Grande Imprensa, que se transformou em partido político e combate sistematicamente o governo, também usa todo o seu poder para, escamoteando os fatos positivos e distorcendo outros, construir uma imagem negativa do Brasil, o que tem influenciado até certos setores da imprensa estrangeira.
Os fatos, porém, por si só desmentem a fracassomania disseminada por oposicionistas e pela Grande Mídia. A Copa, para cujo fracasso havia uma escandalosa torcida dos maus brasileiros, é um sucesso. Enquanto um pequeno grupo de alienados faz manifestações afirmando que não vai ter Copa, a bola rola nos estádios lotados, com o povão dando vazão à sua alegria torcendo pela Seleção Canarinha. Ronaldo, apelidado de "Fenômeno", deveria agora, como comentarista da TV Globo, envergonhar-se de ter se declarado com vergonha do seu país. E não fazer como o seu amigo e candidato Aécio Neves, que disse, em artigo publicado neste domingo, ter se orgulhado do Brasil quando a Seleção conquistou o título mundial em 1970, mas percebeu, muitos anos depois, que "fora das quatro linhas não havia do que se orgulhar".
Para quem confessou, nesse artigo, ter desconfiado do próprio pai se falou a verdade quando disse ter encomendado uma televisão colorida para assistir os jogos, não orgulhar-se do seu país não surpreende. Depois de informar que a TV "jamais chegou", o candidato tucano afirma: "Tenho até hoje sérias dúvidas se essa encomenda existiu mesmo". O senador mineiro deveria, mesmo discordando do atual governo e fazendo oposição a ele, orgulhar-se da terra em que nasceu e fez carreira política, pois de outro modo como conseguirá justificar o empenho para conquistar a sua Presidência? Afinal, se não se orgulha do seu país por que pretende ser o seu presidente?
O fato é que as Cassandras do fracasso estão sendo desmoralizadas à medida em que se desenvolve os jogos em nosso país, pois chegaram até a dizer que o povo estava "frio", sem qualquer entusiasmo pela Copa, e o que se vê é uma empolgação de Norte a Sul deste imenso Brasil. Até o conservador "The New York Times" se curvou à alegria dos brasileiros com a competição, ao contrário do pessimista "The Economist", da Inglaterra, que fez coro ao derrotismo dos jornalões brasileiros. E o Brasil, pintado de verde e amarelo, vai desmentindo todas as previsões dessas Cassandras do caos, para satisfação dos brasileiros que amam e se orgulham do seu país.




Ribamar Fonseca


Jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras; tem 16 livros publicados

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