A convenção do PSB que confirmou a candidatura de Eduardo Campos a presidente da República, realizada na manhã deste sábado (28.jun.2014), em Brasília, usou a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos 2 telões ao fundo do palco.
O petista surgiu durante um vídeo em tom emotivo que contava a história de Eduardo Campos e sua candidata a vice, Marina Silva. Ali, atrás de seus atuais adversários, Lula apareceu sorridente empossando Campos no cargo de ministro de Ciência e Tecnologia, em janeiro de 2004.
O vídeo reforça a estratégia de não agressão entre Campos e Lula. O PSB escolheu Dilma para atacar. Durante a convenção, os militantes de Campos entoavam: “A Dilma no governo / o povo não quer mais / xô Satanás / xô Satanás”. Também faziam uma paródia ao xingamento dirigido à presidente na abertura da Copa do Mundo: “Ei, Dilma / sai pra entrar Dudu”.
O PSB se equilibra com um discurso ambivalente nesta campanha. Fala que todos querem mudança e ataca o governo Dilma, mas preserva Lula. O problema para Campos será responder à seguinte pergunta: “Se Dilma não serve mais e Lula deve ser preservado, como explicar que Lula faça campanha a favor da reeleição de Dilma?”. Essa contradição no discurso de Campos será explorada pelo PT na campanha.
Outra ambiguidade emergiu da convenção deste domingo. O jingle do PSB fala em “coragem para mudar o Brasil”. O vídeo biográfico exibido na convenção, dirigido por Diego Brandy e Alon Feuerwerker, afirma que Eduardo “teve coragem de enfrentar o jogo da velha política”. Mas é difícil sustentar tal discurso da mudança nos Estados, com o PSB apoiando Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. Sem contar alianças com os grupos de Heráclito Fortes, no Piauí, e Jorge Bornhausen, em Santa Catarina, dois luminares do DEM em passado recente.
Blog Fernando Rodrigues
Blog Fernando Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário