dom, 03/08/2014 - 14:04 - Atualizado em 03/08/2014 - 15:06
Nos anos 2.000, a Folha cometeu o maior erro estratégico da sua história moderna, indo a reboque da revista Veja. Não apenas ela, mas os demais veículos.
Dias desses cruzei com o diretor de redação de uma grande publicação, ferozmente anti-governo. Sem que o provocasse, comentou comigo que Veja não faz jornalismo.
Ou seja, mesmo na frente-mídia montada em 2005, o jornalismo de Veja é motivo de vergonha, a maneira como ideologizam qualquer besteira, o fato de não ter a menor preocupação em se ater aos fatos.
Ou seja, o padrão Veja ajudou a desmoralizar o jornalismo como um todo, lançou ao descrédito todos os grupos de mídia. É só conferir o desafio gigantesco da Folha para recuperar a imagem perdida, tendo que "explicar" aos leitores qual sua posição e qual a dos colunistas.
Aliás, a posição de um jornal não é o que sai nos editoriais (de baixa leitura) mas na cobertura diária.
A repercussão dada ao factoide da Veja desta semana - tratando como escândalo o suposto conhecimento prévio, pelos convocados da CPI da Petrobras, das perguntas que seriam formuladas, beira o ridículo. Escândalo é continuar se valendo de instrumentos de espionagem, mantendo o padrão que, na Inglaterra, levou jornalistas à prisão, e por aqui continua sendo totalmente tolerado.
Ontem um amigo me ligou dizendo que o Jornal Nacional dedicou quase dez minutos de cobertura. O efeito-manada faz com que Estadão e Folha vão atrás.
Não adianta. Mesmo com o Instituto Millenium, com o fórum da ANJ, com os consultores midiáticos, a mídia padece de uma ausência total de visão estratégica. Não tem o menor cuidado ao se misturar com a lama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário