Valor Econômico - 03/03/2010
A balança comercial do setor farmacêutico segue o ritmo dos negócios no mercado doméstico. Os números indicam que as exportações brasileiras evoluíram de forma expressiva nos últimos três anos, saltaram de US$ 403 milhões em 2000 para US$ 1,5 bilhão. Já as importações no período passaram de US$ 2,8 bilhões para US$ 6,11 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
No que diz respeito aos embarques, Nelson Mussolini, vice-presidente executivo da Sindusfarma, acredita que o Brasil está se transformando em uma das principais plataformas de abastecimento da América Latina. As vendas são destinadas, também, aos mercados asiático, africano, europeu e ao Oriente Médio.
Das exportações de medicamentos contabilizadas no período, 80% resultaram de contratos fechados por laboratórios associados à Interfama, o presidente Antonio Brito. A entidade representa 31 companhias, das quais a maioria (71%) é de origem europeia. As demais são dos Estados Unidos e da Ásia. A tendência é de expansão do embarque, como indica o planejamento das companhias.
A brasileira Biolab Farmacêutica, por exemplo, tem planos de comercializar parte de seu portfólio no mercado africano a partir deste ano. A empresa fabrica medicamentos vendidos com prescrição médica, que inclui cardiologia, endocrinologia, ginecologia, dermatologia e pediatria. O volume de exportação é pequeno, diz Márcio Falci, diretor de PD&I. Com fábrica nos municípios paulistas de Taboão da Serra e Jandira, e uma unidade de pesquisa e desenvolvimento em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, a Biolab estima terminar o exercício 2010 com faturamento de aproximadamente R$ 600 milhões. No primeiro ano de operação, em 1994, a receita foi da ordem de R$ 27 milhões.
A francesa Sanofi-Aventis destina 10% de sua produção para o exterior. "Mas os planos são de ampliar as exportações", diz Heraldo Marchezini, diretor-geral. Os medicamentos genéricos fabricados na planta de Sumaré, que pertencia à Medley (comprada em 2009) se destinam à América Latina e alguns mercados asiáticos.
Já a planta de Suzano é de classe mundial e pode abastecer a Europa e os EUA. Essa unidade concentra a produção global de medicamentos para tratamento da Leshiomaniose, que tem como principal destino os países da Ásia nos quais é grande a incidência da doença. Com essas ações, a expectativa de Marchezini é de fazer do Brasil a quinta operação do grupo Sanofi-Aventis no mundo em no máximo dois anos. Atualmente, a unidade brasileira é a oitava colocada no ranking do grupo.
Segundo ele, as oportunidades no mercado externo surgem em decorrência da otimização da linha de produção. Sobre importações, ele diz que o movimento é pouco representativo para a empresa, não mais do 5%.
A Novartis quer fazer da planta de vacinas que está construindo em Pernambuco ponto de partida para o abastecimento da América Latina. Quando entrar em operação, em 2014, irá empregar 120 funcionários. Os planos são de atender, também os Estados Unidos e a Europa e, principalmente, a África.
Nenhum comentário:
Postar um comentário