terça-feira, 16 de março de 2010

Em Belém, Lula defende criação de Estado palestino associado ao Mercosul


O presidente Luiz Inacio Lula da Silva esteve nesta terça-feira (16) em Belém, na Cisjordânia, durante sua visita aos Territórios Palestinos. Ele foi recebido pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na cidade onde nasceu Cristo. Lula é o primeiro chefe de Estado brasileiro a visitar a Autoridade Nacional Palestina e viajar à cidade de Belém.

Em seguida, Lula inaugurou uma conferência econômica que reuniu 120 empresários brasileiros e palestinos, na presença do primeiro-ministro Salam Fayyad, durante a qual desejou que um Estado independente palestino pudesse, um dia, ser associado, como Israel, ao Mercosul, o mercado comum sul-americano.

Mais cedo, Lula percorreu hoje o Museu do Holocausto de Jerusalém. Ele chegou ao Oriente Médio no domingo, iniciou a jornada com uma visita ao Yad Vashem (Museu do Holocausto) e, referindo-se ao massacre dos judeus na Alemanha nazista, afirmou que "a humanidade tem que repetir todos os dias, tantas vezes quanto forem necessárias: 'Nunca mais, nunca mais, nunca mais'".

Lula participou de uma cerimônia oficial no chamado Salão da Memória, acompanhado pelo presidente israelense, Shimon Peres, e pelo rabino do Conselho do Yad Vashem, Meir Lau.

A sala é coroada por um teto de concreto e no piso estão escritos os nomes dos 22 campos de concentração nazistas. Lula acendeu uma vela em memória dos seis milhões de judeus assassinados pelo nazismo e colocou uma coroa de flores com as cores da bandeira do Brasil no local.

"Acho que a visita ao Museu do Holocausto deveria ser quase obrigatória para todos os seres humanos que queiram dirigir uma nação", disse o presidente.

"Todos nós que lutamos pela democracia e pelos direitos humanos não podemos em nenhum momento permitir que volte a ocorrer algo como o Holocausto. A humanidade não pode permitir e tem que repetir todos os dias, tantas vezes quanto forem necessárias: 'Nunca mais, nunca mais, nunca mais'", acrescentou.

Após ir ao Yad Vashem, Lula se reuniu, ainda em Jerusalém, com os promotores da Iniciativa da Paz de Genebra, com um grupo de parentes israelenses e palestinos de vítimas do conflito e com representantes da ONG Passia. Já a visita à Universidade Hebraica foi cancelada.

Por volta das 13h (8h de Brasília) de quarta-feira, Lula deixará a Cisjordânia viajará para Amã, onde terá uma reunião de trabalho com o rei da Jordânia, Abdullah 2º.

A visita do presidente brasileiro acontece num clima de muita tensão político-religiosa em Jerusalém, onde explodiram manifestações na Cidade Santa. Confrontos entre palestinos e a polícia israelense deixaram cerca de 40 manifestantes feridos. O grupo islâmico palestino Hamas convocou o chamado "Dia da Ira" para protestar contra ocupações de territórios por Israel. EFE.

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