quarta-feira, 10 de março de 2010

Ministro da Cultura suspende filiação ao PV por rejeitar "aproximação com PSDB e DEM


Único ministro do PV no governo federal, o titular da pasta da Cultura, Juca Ferreira, pediu nesta quarta-feira (10) a suspensão de sua filiação por 12 meses por conta da aproximação de seu partido com os oposicionistas PSDB e DEM em seu Estado natal, a Bahia. Além disso, o substituto de Gilberto Gil no cargo não aceita a possibilidade de o deputado Luiz Bassuma disputar o governo baiano neste ano.

De acordo com um interlocutor do ministro, Ferreira avalia que o Partido Verde, que integra a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso desde 2003, está estabelecendo vínculos com aliados do presidenciável e governador de São Paulo, José Serra (PSDB). O PV deve ter a senadora Marina Silva (AC) como candidata à Presidência da República em outubro.

O ministro da Cultura rejeita a possibilidade de Bassuma ser candidato ao governo estadual por sua posição contra o aborto. No ano passado, o deputado, ligado à Igreja Católica, foi pressionado a deixar o PT, que tem posição histórica em favor da decisão das mulheres sobre o assunto. O deputado migrou para o PV depois de Marina Silva fazer o mesmo movimento.

Críticos do PV afirmam que o presidente nacional da legenda, o vereador paulistano José Luiz Penna, o vice, Alfredo Sirkis, e o deputado Fernando Gabeira (RJ), estabeleceram relações muito próximas com o PSDB e que poderiam rifar a candidatura de Marina ao Palácio do Planalto. Os três negam a acusação e se dizem engajados na tentativa da ex-ministra do Meio Ambiente de se candidatar.

O sociólogo Juca Ferreira, 61, é ministro da Cultura desde julho de 2008, após a saída de Gil. Com o afastamento do PV, ele fica livre para subir no provável palanque da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, única pré-candidata do PT à sucessão presidencial. O mesmo deve valer para a Bahia, onde o governador petista Jaques Wagner tentará a reeleição. Ali, ele deve ter como adversários o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), e Paulo Souto (DEM).

Pivô da decisão do ministro, Bassuma soma apenas 1% de acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto, que apontam reeleição de Wagner já no primeiro turno.

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