Governo lança PAC 2 para investir R$ 1,59 trilhão
Trinta ministros e representantes do primeiro escalão compareceram à cerimônia de lançamento do PAC 2. Escalado para discursar em nome dos governadores, Jaques Wagner (PT-BA) disse que a ministra foi responsável por executar o programa dentro do governo.
Todos os ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prefeitos de várias capitais, representantes do empresariado e líderes de movimentos sociais participaram nesta segunda-feira (29) do lançamento da etapa dois do Programa de Aceleração do Crescimento, coordenado pela presidenciável petista e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A iniciativa prevê investimento de R$ 1,59 trilhão entre 2011 e 2014 em áreas de alta sensibilidade social, como moradia e saúde.
O PAC 2 tem previsão de investimento de R$ 958,9 bilhões entre 2011 e 2014. No período pós-2014, a estimativa de injetar mais R$ 631,6 bilhões em obras – totalizando o R$ 1,59 trilhão. Os focos são os mesmos da primeira etapa, iniciada em 2008: logística, energia e núcleo social-urbano.
Essas três frentes foram divididas seis grupos: Cidade Melhor, Comunidade Cidadã, “Minha Casa, Minha Vida”, Água e Luz para Todos, energia e transportes. “O PAC foi fundamental porque a liberação de recursos sempre esteve condenada à apresentação de projetos, e não a inclinações políticas e partidárias.”, disse a ministra “Todos, prefeitos e governadores, foram tratados de forma republicana, como parceiros iguais. O PAC é uma herança bendita que vai deixar o nosso governo.” FSP,
Um comentário:
Pantomima eleitoral.
Sob lágrimas e promessas de fazer até o que cabe a governos estaduais e municipais, atuais e futuros, a candidata do governo, Dilma Rousseff com pompa e circunstância, anunciou o PAC 2, um programa tão pretensioso quanto o primeiro, o PAC 1, que três anos depois de ser lançado tem 54% do que foi anunciado dormindo em gavetas da burocracia, sem sequer sair do papel.
Para se ter uma idéia do quanto o discurso não tem relação com a realidade, apenas 11% das obras do PAC 1 foram concluídas, sendo que nos estados do Nordeste, região mais necessitada de obras de infra-estrutura, essa percentagem cai para 4%. Seria demais perguntar, se o primeiro programa está empacado, para que lançar o segundo? Não é o caso de terminar o começado?
Fosse verdadeiramente desejo do governo melhorar as precárias condições de nossa infraestrutura, a resposta óbvia seria sim. Mas não é o caso do governo Lula e de sua candidata. O PAC 2 é mera peça de campanha eleitoral, movida às custas do contribuinte brasileiro. Cerca de 60% das obras inauguradas pelo governo nem mesmo estavam prontas.
Fica claro que não existe compromisso algum com o país. Passada a caravana do governo e de sua candidata; terminada a sessão de auto-elogios do presidente, das críticas aos adversários e a imprensa; findo o comício em que a candidata e seu cicerone pedem voto de forma escancarada, afrontando a Justiça eleitoral, depois que as emissoras de TV filmam, as de rádio e os jornais fazem entrevistas, o palanque é desfeito e tudo volta a ser como antes.
Quem acredita que existe perspectiva de conclusão do que naquele palavrório foi prometido corre o altíssimo risco de se cansar de esperar, se frustrar e concluir que obras não virão dessa pantomima eleitoral.
A responsabilidade direta por esse fiasco gerencial cabe à ministra Dilma Rouseff, chefe da Casa Civil, apresentada ao país como a mãe do PAC.
No afã de arranjar-lhe uma bandeira eleitoral, o Presidente da República na verdade passou-lhe um atestado de incompetência administrativa.
Roberto Freire – Presidente Nacional do PPS
Senador Sérgio Guerra – Presidente Nacional do PSDB
Deputado Rodrigo Maia – Presidente Nacional do DEM
Brasília, 29 de março de 2010.
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