O PT enganchou sua estratégia de campanha a uma meta: deseja que Dilma Rousseff ultrapasse José Serra nas pesquisas antes de 1º de julho.
Pelo calendário da Justiça Eleitoral, é nesse dia que começa a propaganda eleitoral eletrônica. Os candidatos levarão a cara à TV e a voz ao rádio.
Animado com o Datafolha que acomodou Dilma a quatro pontos dos calcanhares de Serra, o petismo passou a cultivar uma “certeza”.
Além de chegar à vitrine eletrônica na frente de Serra, Dilma vai ao ar com ares de "favorita".
Um favoritismo tonificado pelo flerte do eleitor com a tese da “continuidade”.
Para converter pretensão em realidade, o PT ajusta sua tática. Nos próximos meses, planeja, por exemplo, intensificar as viagens de sua candidata a São Paulo.
Nesse ponto, o plano do partido coincide com a vontade de Lula. Também ele avalia que o jogo da sucessão será jogado no Sudeste, com peso em São Paulo.
Tomado pela leitura que o governo faz da conjuntura, o tucanato joga suas fichas em São Paulo e Minas. Daí a pressão para que Aécio Neves aceite ser vice.
Enxerga-se lógica na movimentação do rival. O PSDB tenta compensar nos dois maiores colégios eleitorais a dianteira de Dilma nas regiões Nordeste e Norte.
Lula e o PT farão o que puder para atrapalhar. Além dos seus próprios esforços, contam com um desgaste "natural" de Serra.
Afora o estrago provocado pelas enchentes, estima-se que o PSDB está na bica de enfiar na coligação de Serra duas encrencas: Roberto Jefferson e Joaquim Roriz.
Para tonificar o tempo de TV de Serra, menor que o de Dilma, o tucanato negocia a adesão do PTB de Jefferson e do PSC de Roriz.
O petismo solta fogos. Acha que os dois novos aliados do adversário não serão digeridos pelo eleitor de classe média, simpático a Serra.
Estima, de resto, que, de mãos dadas com Orestes Quércia (PMDB), Jefferson e Roriz, Serra perde as condições de se enrolar na bandeira da ética.
O zero a zero no placar das perversões empurraria a disputa, segundo a visão de integrantes da cúpula do PT, para o campo programático.
Nesse quesito, o PT acredita que Dilma tende a prevalecer de goleada. Por quê? Ela seria a única contendora com legitimidade para dizer que manterá Lula, aprofundando-o.
Para o PT, Dilma tem a era Lula para apresentar. E Serra teria dificuldades para contrapor sua gestão paulista aos “feitos” de Brasília, de amplitude nacional.
Imagina-se também que será fácil colar a imagem do ex-ministro Serra à de FHC, um ex-presidente que frequenta as pesquisas com semblante de rejeitado.
Embora Serra ainda não tenha retirado a candidatura do armário, o PT já o tem como adversário. Mais: descrê da hipótese de Aécio virar vice.
Torce para que o companheiro de chapa de Serra venha das fileiras do DEM. Algo que, mercê dos panetone$ do DF, lhe furtaria de vez o discurso da ética.
Na prancheta, a estratégia do PT é infalível. Submetido ao acaso, personagem invisível e caprichoso, o plano terá de vencer o imprevisível.
De concreto, apenas uma previsão é, por ora, infalível: pode até acontecer que a Dilma ganhe, na hipótese de que não perca.
domingo, 7 de março de 2010
O choro de Josias de Souza
Plano do PT prevê Dilma à frente de Serra até julho
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário