segunda-feira, 22 de março de 2010

A patética fábrica de denúncias mirabolantes


Uma coisa é boa. A Veja está gastando munição antes da hora. A maravilhosa fábrica de denúncias mirabolantes, que já incluiu dólares de Cuba em caixas de uísque, entre outras peraltices, voltou a operar com força total. A engrenagem é conhecida: primeiro Veja, depois Jornal Nacional, daí a tocha olímpica segue para as redações do Globo, que a repassa para seus coleguinhas de São Paulo. Então ganha o mundo. Jornais, rádios, sites, blogs, não só do Brasil, repercutem as denúncias. Nem tanto pela Veja, cujo poder de impacto reduziu-se bastante nos últimos anos. A força da Veja hoje atrela-se às suas ligações orgânicas com a direção de jornalismo das organizações Globo. É a turma do Millenium, enfim. Todo mundo tomando uísque no barzinho do clube de golfe, dando risadas. Demétrio Magnoli de vez em quando aparece, bandeja na mão, oferecendo quitutes preparados pelo próprio Jabor, num dia, e por Marco Antônio Villa, no outro.

É muita cara de pau. Navegando pelo site do Azenha, topo com uma matéria que quase me estoura o dedão. Assinada por Gustavo Barreto, ela traz informações sobre o tal promotor Blat que, estivesse ele atacando algum tucano, poderiam converter sua imagem pública em pó-de-mico. Por que eu deveria me espantar? Deus!

Esse Blat já foi acusado de todo o tipo de crime, e as matérias saíram na própria Veja! E agora o tratam como paladino da justiça! Muito bem! Belíssimas fontes tem a Veja. Um doleiro preso várias vezes, e um promotor com histórico mais sujo que o Tietê no verão.

É tudo tão constrangedor para o cidadão comum. A troco de quê defenderemos Vaccari, senão o conhecemos? Senão conhecemos os autos do processo? Afinal, todo mundo é culpado de alguma coisa, não é? Aí as pessoas dão risadas na tua frente, fazendo comentários maliciosos sobre a decadência moral do partido dos trabalhadores, e de um jeito tão convencido que seria perigoso (ou ridículo) você iniciar uma discussão.

O PT é um partido humilhado. Já testemunhei várias vezes como as pessoas se referem ao PT com nojo ou derrisão. Todo mundo já viu. Outro dia, fui abrir uma conta no Banco do Brasil, e a gerente, papeando conosco, afirmou que "odiava o Lula". Falou francamente, com raiva. Tudo bem ela não gostar do "cara". Ela tem direito a ter a opinião que quiser. O que me espantou foi ela sequer respeitar o cliente. Ela sabia, por acaso, o que pensávamos? Eu sempre cuidei para não ofender ninguém por conta de opiniões políticas. Num ambiente formal, onde não conheço as pessoas, não vou dizer que "odeio FHC". Até porque nem concordo em levar as coisas para esse lado, do ódio. Compreendo o ódio, e até entendo que a gente não deve refrear demais nossas paixões. Mas não aprovo essa tendência na política. Leva a extremismos burros e bloqueia o debate.Leia artigo na íntegra. Fonte:Óleo do Diabo.

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